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12.31.2015

PARABÉNS, COXINHAS ARGENTINOS!


Três semanas depois da posse do novo presidente, Mauricio Macri, o Aécio Neves de los hermanos, a Argentina conheceu a sua terceira passeata, da posse para cá.
O discurso eleitoral de Macri foi o de recuperar a economia e “salvar” o povo, o mesmo discurso da direita brasileira, como de toda a direita latino-americana.
Como aconteceu aqui, em campanhas eleitorais recentes, a direitona investigou os seus opositores e, como aqui, onde Lula e Dilma continuam sem um único indiciamento, não arrumaram nada.
Lá, como aqui, abundaram as calúnias, invencionices, cafajestadas... Com intuito único: desgastar o candidato popular.
Sem terem nada para mostrar, surgiram três presos, por crimes de assassinatos de militares, que afirmaram ter testemunhado corrupção envolvendo Daniel Scioli, o candidato popular, kirchnerista.
Foi aí que Scioli perdeu as eleições, sob fortes protestos da esquerda, de que era armação.
Ontem, os três denunciantes, portando revólveres de plástico, de brinquedo, sem a reação dos agentes penitenciários, fugiram da cadeia.
Empossado, quais foram as primeiras providências de Macri: nomear, sem passar pelo Congresso argentino, como a determinação deles determina (como a nossa), dois magistrados para o STF deles, aparelhando (diante da pressão da opinião pública, recuou); por decreto, como faziam nas ditaduras militares, lá e cá, revogou a lei da mídia, devolvendo ao grupo Clarin, o poder que o grupo Globo tem aqui; criou uma série de isenções de impostos para os empresários e a classe rica; desvalorizou o peso em 40%, em relação ao dólar, aumentando a dívida externa argentina em 40%, em minutos, tirando da mesa do argentino pobre os produtos importados, justamente na semana que antecedeu ao natal; retirou subsídios, provocando o aumento de preços dos gêneros de primeira necessidade, entre eles o pão, a carne e o leite, que tiveram aumentos de 110% (mais que dobrando); retirou os subsídios para a energia elétrica residencial e comercial (manteve, para as indústrias), aumentando em muito as tarifas; tirou o subsídio do gás de cozinha, aumentando o preço; reduziu os programas sociais, transferindo o dinheiro para o financiamento do agronegócio(latifúndios); demitiu 10 000 funcionários públicos numa única canetada; fechou o museu Nestor Kichner, prometendo varrer o populismo da política argentina(o que a direita brasileira faz, tentando varrer o petismo).
A preocupação de Macri com a situação do povo é enorme: as enchentes que estão devastando o Rio Grande do Sul, e o Uruguai, estão fazendo os mesmos estragos na Argentina, mas Macri, cansado por quinze dias de governo, foi tirar umas férias de dez dias num balneário, só retornando ao trabalho depois das festas de fim de ano, tocando um dofa-se para a situação.
E já que estamos falando da direita latino-americana, dos PSDB-Dem de latinoamerica, vamos dar um pulo na Venezuela.
Maduro perdeu a maioria no Congresso e a direita já anunciou os seus planos: através das mesmas chantagens e mecanismos praticados aqui (obstrução, falta de quorum, pedidos de vistas, pauta bomba...), pretendem derrubar Maduro até o fim do primeiro semestre do próximo ano.
Para contornar a situação do petróleo, com o preço internacional praticamente igual ao custo de exploração, por chantagem norte americana: derrubar Maduro; para encontrar mecanismos que diversifiquem a economia, para acabar com a dependência ao petróleo: derrubar Maduro; retomar o abastecimento, interrompido por chantagem eleitoral: derrubar Maduro.
Observando-se o modus operandi da direita, no Paraguai, Argentina, Chile, Venezuela, Brasil... Vemos que é o mesmo, em toda a América Latina, o que aponta para um movimento internacional muito bem orquestrado e melhor dirigido, conforme reiteradas denúncias já feitas pela China e a Rússia, a partir das observações e apurações das suas forças de segurança e espionagem.
Num quadro assim, manter o legítimo mandato de Dilma e obrigar a que se respeite a Constituição, mais que um ato de resistência democrática, é um ato de legítima defesa do povo brasileiro e dos povos irmãos.
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Francisco Costa

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