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12.07.2015

Usando a tática do ‘quanto pior, melhor’ oposição quer resolver impeachment depois do recesso


De Olho na Política: Quando a política é contra a economia

O Dia
Rio - A entrevista do secretário estadual de Fazenda do Rio, Julio Bueno, expressa o pensamento da maioria dos seus colegas de outras unidades da federação. Sem uma conciliação nacional que possibilite a adoção de medidas importantes na economia (como a moratória, por exemplo), os estados quebram. Ele quer o entendimento para ontem. Por sua vez, os empresários, preocupados com os impasses que paralisam o mercado e aprofundam a crise, também têm pressa e querem que a decisão sobre o impeachment, seja qual for, saia logo. Representantes do governo federal também querem resolver logo a parada. E a oposição, que bradava pela aceitação do pedido de impeachment? Agora, não tem pressa.
A ideia atual dos oposicionistas é estender ao máximo o prazo do julgamento do impeachment para que a falta de uma solução faça a economia sangrar ainda mais. Isso, acreditam, levaria ao limite o desgaste da presidenta Dilma Rousseff e facilitaria a aprovação de seu impedimento. Por isso, seguindo a velha tática do 'quanto pior, melhor', querem resolver o assunto somente após o recesso do Congresso.
Interessante é verificar que antes de o governo pedir celeridade no encaminhamento da questão, os próprios parlamentares de oposição pareciam apressados “Vamos fazer o 'Natal sem Dilma'”, pedia o deputado Paulinho da Farça (SD-SP). “É evidente que não pode ter férias. A seriedade desse processo não compatibilizaria com férias parlamentares”, opinou o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP). Bastou que os governistas sugerissem a convocação no recesso para que tudo mudasse radicalmente: “Vamos fazer o carnaval do impeachment”, brincou o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), pregando a votação somente depois da folia.
É claro que a oposição não deve fazer o jogo do governo, não se trata disso. Porém, não merece o título de homem público aquele que deliberadamente ajude a jogar a economia de seu país em um período ainda maior de insegurança, sem levar em conta os prejuízos do agravamento da crise para estados, empresas e para o cidadão comum. Nenhum pecado que os brasileiros tenham praticado mereceria punição tão rigorosa: um governo paralisado pelo congresso e uma oposição que usa o sofrimento dos brasileiros com objetivos políticos. Uma combinação catastrófica. Ainda há tempo para acender a luz do bom senso. Só nos resta torcer para que isso aconteça.

POR TRÁS DA TRIBUNA

A Rede da Legalidade, aliança de Carlos Lupi (presidente do PDT), Flávio Dino (governador do Maranhão) e Ciro Gomes foi criada ontem para defender Dilma Rousseff do Golpe. O grupo não ficará apenas na defensiva. Já partiu para o ataque.

Ciro Gomes, por exemplo, já avisou que, caso Dilma seja derrubada pelo Golpe, pedirá logo em seguida o impeachment de Michel Temer, que passaria a ser presidente. O motivo: as tais pedaladas fiscais (que Ciro reitera não ser motivo de impedimento) também foram assinadas por Temer. A mesma acusação que paira agora contra Dilma seria, então, direcionada a ele.

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