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3.28.2015

Saiba como ativar nova função do WhatsApp e fazer ligações sem custo

Usuários de Android são os primeiros a receber atualização

O DIA
Rio - O WhatsApp liberou para todos os usuários do aplicativo em versão Android a opção de realizar chamadas de voz sem custo e uso de operadoras. O novo recurso, também disponível na versão web, ainda está em fase de testes. O usuário precisará seguir alguns passos para configurar o smartphone e vale lembrar que apenas após receber uma ligação de outro é possível ativar o recurso.
Versão teste de chamada de voz do WhatsApp chega ao iOS
Primeiro, o usuário deve acessar as configurações do celular na opção "segurança" e em seguida, ativar "fontes desconhecidas". Após fazer o download da atualização APK (arquivo compilado usado para se instalar programas no Android de forma paralela ao Google Play) para o sistema, é necessário instalar todas. Feito isso, o usuário deve pedir a um amigo para ligar a partir do WhatsApp, só assim a nova função entrará em uso.
No mês passado, o aplicativo anunciou que novos recursos para aumnetar sua funcionalidade estavam em teste. Caso a pessoa que esteja recebendo a ligação ainda não possua suporte para o serviço, uma mensagem de aviso será exibida para quem estiver ligando.
Novo recurso do WhatsApp começou a ser testado na web e versões para Android
Foto:  Reprodução Internet



    Profissão que mais mata fica ainda mais perigosa

    Caminhoneiros passarão a dirigir por mais horas, aumentando riscos nas 
    rodovias. 
    Mudança é resultado do movimento que parou estradas e da pressão do 
    agronegócio
    Por Piero Locatelli , no Repórter Brasil
    Aos 62 anos, o caminhoneiro José Pedro Carneiro passava noites acordado
    dirigindo seu caminhão.
    Para cumprir a jornada de trabalho necessária para pagar as contas, ele abusava
    do uso de rebite,
    comprimido de anfetamina tomado para não dormir ao volante. Em 5 de
    janeiro deste ano,
    sofreu seu terceiro infarto e faleceu.
    Seu filho, Alessandro Carneiro, de 38 anos, estava acordado há trinta horas
    quando contou a
    história de seu pai. Em um posto de gasolina na rodovia Dutra, em Guarulhos,
     admitiu que
     seu trabalho no volante de um caminhão é mantido graças ao uso do mesmo
     remédio que matou
     José Pedro. “Se não toma [rebite], não aguenta. Não existe isso de dirigir
     tanto sem tomar,”
    Longas jornadas, como a de Alessandro e José Pedro, explicam por que
     a profissão
     de caminhoneiro
     é a que mais mata no país. Foram 2.579 mortes entre 2005 e 2013, segundo
     dados do Ministério
    da Previdência Social, mais que profissões ligadas à construção civil e
     à energia elétrica.
    Em 2013, 291 caminhoneiros morreram atrás do volante, mais de dez por
     cento dos acidentes
    fatais no trabalho em todas os setores.
    Esses riscos devem aumentar no dia 17 de abril, quando entra em vigor a nova Lei
     do Caminhoneiro.
     A legislação foi uma resposta ao movimento que trancou rodovias em janeiro e
    fevereiro deste ano.
     O grupo representava parte dos 2,2 milhões de caminhoneiros no país e tinha o
     apoio do setor
    agropecuário. Uma de suas principais reivindicações era trabalhar mais horas por dia.
    Um movimento de trabalhadores que protesta pela extensão de sua jornada pode
    parecer uma
    contradição. A origem desse desejo é o pagamento de comissões. O profissional ganha por
     viagens ou pelo cumprimento de metas, como a entrega de uma carga antes de um horário
     estabelecido. Quanto mais rápido rodar pelas estradas, quanto mais viagens fizer,
     mais ele recebe.
    O salário de Alessandro, por exemplo, é de R$ 1.700 por mês, mas grande parte
    é recebida
     “por fora”. Ele ganha 5% do valor de cada frete pago ao seu patrão, dono de
     seis caminhões.
     Trabalhar sem dormir, diz Alessandro, significa “dois ou três mil reais”
    no final do mês.

    04

    Mais trabalho, menos descanso, mais risco
    Caminhoneiros se dividem sobre o aumento da jornada de trabalho. Parte deles, organizados
     em sindicatos, reclamam que a nova lei diminui a sua segurança. Do outro lado, caminhoneiros
     donos do seu próprio caminhão, os autônomos, foram a principal força favorável ao aumento,
     apoiados por empresários de logística e do agronegócio.
    A Lei do Caminhoneiro, como é chamada a nova legislação, tira direitos adquiridos da Lei do
     Descanso, como é conhecida a lei anterior. A nova regra permite que o motorista dirija
    12 horas em um único dia, contra dez da anterior. Além disso, o caminhoneiro só será
    obrigado a parar na estrada e descansar a cada cinco horas e meia.  Antes, ele deveria
     ter intervalos de quatro em quatro horas.
    A legislação antiga também obrigava o trabalhador a descansar onze horas seguidas após
    cada dia de trabalho. Com a nova lei, essas onze horas podem ser distribuídas em períodos
    menores. Um motorista poderá dirigir, por exemplo, após dormir somente duas ou três horas.
    A segurança do trabalhador regrediu em relação à legislação anterior, segundo Renata Namekata,
     coordenadora do Grupo de Fiscalização do Trabalho em Transportes do Ministério do Trabalho
     (Getrac). “O excesso de horas na estrada aumenta a fadiga e a dificuldade de se concentrar,
    colocando em risco a vida do trabalhador e de outros que passam pela rodovia”.
    A distância é outro fator que agrava a situação dos motoristas. Jeferson Souza Monteiro, de
     38 anos, diz que a desorganização do seu trabalho o levou a se afastar da esposa e filhos,
     que moravam em São Paulo. “Eu fazia uma viagem para o nordeste e ficava dois, três
    meses rodando. Chegava em Recife, ligava para o supervisor e ele me mandava ir para
     Fortaleza. De lá ia até o Mato Grosso e subia para Brasília. Não voltava nunca,” lembra o
     motorista. “Eu pedia ao supervisor para vir embora para casa, pois queria ver minha família,
     meus dois filhos pequenos. Só que era difícil. Tinha que arrumar uma carga para poder levar
     para São Paulo.”

    10

    Dívidas e anfetaminas: autônomos sob pressão
    A pressão para dirigir o máximo e mais rápido possível é ainda maior sobre
     os trabalhadores
     autônomos, donos de seu próprio caminhão que são subcontratados por
     transportadoras
     maiores em terceirizações muitas vezes ilegais (LINK). Como recebem
     o frete diretamente,
     a relação entre pisar mais no acelerador e receber mais dinheiro é ainda mais clara.
    José Pedro era um destes caminhoneiros autônomos. Alessandro lembra
     que a pressão para
    fazer viagens e pagar o financiamento do caminhão prejudicou a saúde
     do seu pai. “Meu pai
     tomava rebite para pagar o caminhão,” diz Alessandro. “Eu dizia para
     ele parar de fazer tanto
     isso, mas não tem jeito, ele tinha que pagar.”
    Autônomos são cerca de 40% do total dos profissionais no país,
    uma frota de 861 mil
     caminhoneiros segundo dados da Agência Nacional de Transportes
     Terrestres. Estes
     trabalhadores, junto aos seus sindicatos, foram os mais ativos nas
     greves do mês de fevereiro.
     Desta forma, o governo atendeu outras duas das suas reivindicações:
     a diminuição do
     pedágio para caminhões vazios e a suspensão por um ano do pagamento
    do financiamento
     de caminhões junto ao BNDES.
    O setor agropecuário também pressionou pela mudança da lei, que
     contou com o apoio de
     entidades do setor, como a Confederação Nacional da Agropecuária
     (CNA). O maior
    interesse do setor é de abaixar os preços do frete, responsável por escoar
     mais de dois terços
    da produção do país. Para a entidade, a lei “pode reduzir os custos de
     frete e o preço
     final dos alimentos”  e fixa regras mais  “compatíveis com a realidade do país.”
    No Congresso Nacional, o projeto foi elaborado por deputados ligados ao setor.
     A relatoria era de Valdir Colatto (PMDB-SC), ex-líder da Frente Parlamentar
     Agropecuária, a bancada ruralista. O setor já pressionava contra a aprovação da
     Lei do Descanso,  e o novo projeto teve apoio unânime da bancada de 169
     congressistas.
    Empresas logísticas, organizadas em sindicatos patronais, também pressionaram pela
     aprovação da lei. A Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de
     Minas Gerais, por exemplo, comemorou a aprovação da lei em seu site. “A Lei atende
     todos os pleitos solicitados pelos caminhoneiros e transportadores. Isso comprova que
    com a união de forças dos sindicatos e entidades, podemos alcançar ainda mais benefícios
     para o setor.”
    Caminhoneiros ouvidos pela reportagem tinham argumentos semelhantes aos do
     agronegócio
     e das transportadoras. “Oito horas com caminhão carregado não roda nem 400
     quilômetros.
     Trabalhar só isso aí não tem como, é mito. E eu duvido que isso vá acontecer
     um dia.
     Se acontecer, para o Brasil, a logística não suporta,” diz o caminhoneiro autônomo
     Leonardo Teixeira, de 33 anos.
    O discurso homogêneo entre patrões e empregados acontece devido à forma como o setor
     está organizado, segundo o auditor-fiscal do trabalho Ademar Fragoso Jr.
     “Se a remuneração
     é em termos de produtividade, o próprio caminhoneiro fica do lado do empregador.
     Ele enxerga que quanto mais ele trabalha, mais dinheiro vai ter. Então, quer dirigir
    , não quer ficar parado,” diz Fragoso.

    02

    “Lei da escravidão do caminhoneiro”
    Entidades e órgãos públicos se mobilizam para derrubar a nova lei, que consideram um
     grande retrocesso. “Esta lei é uma das maiores violações de direitos humanos já praticada
     pelo Congresso Nacional, e com o apoio da presidência da República” , diz o procurador
     do trabalho André Melatti. “O pior é ver na mídia que a lei vai beneficiar os caminhoneiros,
     os manifestantes nas estradas. É a lei da escravidão do caminhoneiro”.
    A Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo
     acredita que a mudança não atende à maioria dos caminhoneiros. Valdir Pestana,
     presidente da Federação, define a greve como um “locaute” para atender aos interesses
     dos donos de caminhões e do agronegócio.
    Diante da derrota no Congresso Nacional, o Ministério Público do Trabalho e sindicatos
    se mobilizam para derrubar a lei no Supremo Tribunal Federal (STF). A federação promete
     entrar com uma ação alegando a incompatibilidade da nova lei aos direitos presentes na CLT
     (Consolidação das Leis do Trabalho). Já o procurador Melatti pretende argumentar no
     STF que o Brasil não poderia retroceder em direitos sociais, conforme tratados assinados
     pelo país.
    Alheio a essa disputa jurídica e trabalhando acima do permitido em todas as leis, Alessandr
     diz que a legislação “não faz diferença” na sua vida. Ele entrou na profissão influenciado pelo
     pai, há doze anos. Agora, busca outro emprego. “Não quero ir até o fim”.
    Fotos: Divulgação/Senado Federal; Marcelo Camargo/Agência Brasil; Dgarkauskas/Flickr 
    (CC); Marcelo Camargo/Agência Brasil.

    Sem memória não existimos.

    SOMOS




    "Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos.
    Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir."

    EXPECTATIVAS



    Expectativas são esperanças que colocamos em outras pessoas ou outras coisas e que podem guiar nossa maneira de viver.
    As pessoas mais sensíveis estão mais sujeitas ao sofrimento, porque vivem da esperança, mesmo se íntima, que os outros vão reagir como elas esperam.
    E elas esperam quase sempre.  Amam, doam-se verdadeira e inteiramente e quando o retorno não vem, sentem-se feridas, pequenas, magoadas e até mesmo mal-amadas.
    Não aprendemos ainda a "receber" o outro tal qual ele se oferece. Todas as outras pessoas que nos cercam não são pedaços de nós espalhados, mas sim seres independentes, com personalidade diferente, maneira de amar e se entregar que pode não condizer com o que nós somos. Mas amar diferente não é amar menos, é só amar diferente.
    Amar sem esperar retorno é amar incondicionalmente. Difícil, difícil!... Cobramos sempre, dos nossos pais, da família, dos amigos, daqueles que fazem parte do nosso dia-a-dia. Mesmo se essa cobrança é implícita, ela existe. E somos conscientes, senão isso não causaria sofrimento.
    É verdade que é cansativo dar-se a cada instante e se contentar disso sem esperas. Geralmente quem dá, dá o que gostaria de receber. Quem visita, convida, telefona, diz coisas agradáveis... vive em constante expectativa de receber o mesmo.
    É como dar um presente e ficar esperando pra ver se o outro gostou. No fundo queremos que gostem, que digam algo agradável, que fiquem felizes para que nos sintamos recompensados pelo ato.
    Amar porque é natural, é sublime e divino. Amar sem desprendimento, simplesmente porque o outro traz ternura ao nosso coração é algo que precisamos exercitar.
    Se lavamos nossa alma das expectativas do sentimento dos outros, aprenderemos a amar como Cristo nos ensinou. Aprenderemos a ser felizes não por que os outros nos correspondem, mas simplesmente pelo fato de existirem e trazerem ao nosso coração esses raios de luz que nos iluminam e tornam nossa vida mais encantada.

    Educação & Drogas: As famílias podem melhorar?Aportes psicanalíticos

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    27 Março 2015 Atualizado em 27 Março 2015

    Pós-Doutoranda em Educação: Psicologia da Educação - PUC/SP
    Doutora em Saúde Pública - FSP/USP
    Bióloga (USP), Psicóloga (PUC/SP), Psicanalista
    Droga é um tema que todo educador adora lamentar, mas detesta 
    trabalhar - as famílias, tanto pior. Com a herança da chamada 
    “Guerra às Drogas”, ficou lugar comum demonizar o objeto-droga
     como causador de todos os males das relações, das existências.

    Os psicoativos ou drogas foram, são e sempre serão (1) parte 
    da história da humanidade em qualquer época, local ou cultura 
    e (2) objetos inanimados.

    Tratar o objeto-droga como poderoso, onipotente, onisciente
    é subestimar completamente a condição subjetiva humana.
    Ao se colocar a droga 
    como centro das mazelas da humanidade, ignora-se e
    despreza-se o
     fator humano. 
    O sujeito que está ali, com suas razões, desrazões,
    sofrimentos e
     prazeres, em relação doentia com um objeto.

    Nas famílias, as drogas legalizadas ocupam altares nas salas
     imponentes, ou gavetinhas dos criados-mudos. Prescritas,
     essas camisas-de-força químicas são endeusadas como nunca 
    se viu na história da Humanidade. Para os homens, whisky,
     pinga ou cerveja; para as mulheres, Rivotril, Daforin. 
    Para as crianças e jovens, Ritalina. Sim, há uma questão 
    de gênero. E idade.

    Assim começa um cenário de legitimação do objeto-droga
     como central, determinante do comportamento humano.
     Agrediu? Foi o comprimido. Agrediu de novo? Foi a falta dele.

    A medicalização traz um grave engodo: atribuir a ingesta 
    (ou não) de comprimidos como causa única e linear do 
    comportamento humano.

    Tanto as famílias como os professores e gestores tem
     uma relação de ambivalência em relação ao objeto-droga. 
    Junto ao temor, o fascínio. Com o discurso, a prática
    contraditória. E cada um cobrando do outro uma atitude
    definitiva, proibitiva, diante desse estranho objeto.

    As celebrações costumam ter álcool, brindes. As paqueras,
     as aproximações mais sutis, baforadas de cigarro.
     Os desesperos, do copo d´água com açúcar até os potentes 
    calmantes. As drogas estão aí, circulando entre nós. 
    O temido “mundo das drogas” é o nosso mundo,
     o lugar em que habitamos.

    Nas escolas, os profissionais muitas vezes padecem 
    das mazelas de um assunto-tabu, padecem do sofrimento 
    provocado pelo silêncio absoluto. Sabe-se o que acontece 
    com os alunos, com os colegas professores. Existem drogas 
    circulando além da conta, além do possível num espaço
    público, provocando prejuízos muitas vezes irreversíveis.

    A escola passa o problema para a família, que devolve
     para a escola... e nesse circuito, o desenvolvimento do
     tédio encontra manancial. O tédio, como experiência
    ôntica e ontológica, nos remete ao desespero silencioso.
    Nada motiva, nada é capaz de alterar a sensação de repetição
     e falta de possibilidades que o tédio apresenta. 
    E os psicoativos surgem sempre como alentos e bálsamos

     para almas entediadas – e tediosas.

    Afinal, toda pessoa que consome drogas cria dependência?

    Não. Em termos epidemiológicos, apenas uma pequena 
    porcentagem das pessoas que experimentam e mesmo
     usam drogas desenvolvem quadros de dependência.
    Sim. Em termos psicanalíticos, todos somos aptos a
     desenvolver compulsões. Onde há compulsão, há sofrimento.

    A dependência caracteriza-se principalmente pela 
    assunção da centralidade na vida do sujeito. Quanto tempo
     ele investe e dedica em obter e utilizar a droga? Quantas
    e quais renúncias são feitas em nome do uso do psicoativo?

    A quantidade de droga ingerida não é parâmetro para designação
     de um quadro como sendo de dependência. Um sujeito 
    que toma duas cervejas no final de semana e bate na própria
     esposa tem um quadro muito pior, em termos de prognóstico,
     do que aquele executivo que toma pacificamente seu 
    whisky ao final do dia, em sua poltrona?

    Depende.

    Quando se fala em droga, a questão é qualitativa e não
     quantitativa. Cada situação precisa ser analisada em seu
     contexto: quanto se abre mão da própria vida, de projetos,
     de construções coletivas, para se adquirir e usar determinada
     droga? E o objeto-droga pode ser um psicoativo, um 
    relacionamento, um cartão de crédito... a possibilidade 
    de se desenvolver uma compulsão é inerente à nossa condição 
    humana. Ninguém sabe o que pode funcionar como “gatilho”
     para que um comportamento habitual torne-se compulsivo.

    A compulsão existe. O sujeito tem uma sensação de 
    desagregação e morte se não conseguir satisfazer seu desejo.
     Essa sensação é real, corporificada, manifesta-se muito
    pouco em verbalizações, e muito mais em busca de 
    saciedade desse desejo.

    Quando alguém abre mão de seu tempo, de seu dinheiro, 
    de seus vínculos afetivos próximos, de seus projetos de
     vida, de sua higiene pessoal, de sua temporalidade e 
    espacialidade, quando tudo isso ocorre por conta do uso 
    de um psicoativo, podemos entender como doença.
     Como restrição existencial. A doença não é necessariamente 
    a presença de um microrganismo, de um quadro de sinais 
    e sintomas. A doença é a restrição. A incapacidade de ser
     normativo, de compreender e seguir as normas daquele 
    contexto específico.

    A doença, ou o gozo, são formas de se estagnar o desejo, 
    impossibilitando-o. No gozo, não se deseja. E muitas vezes
     as famílias apresentam suas relações interpessoais tão
     imersas em diferentes gozos, com papeis cristalizados de 
    cada um de seus componentes, que o objeto-droga assume
     um lugar importantíssimo como ferramenta de
     “despertar” e “sentir”. No mar de tédio em que muitas
     relações naufragam sem recursos, o objeto-droga pode ser
     um alento, um bálsamo – por mais que seja temporário,
     efêmero, fugidio.

    Em geral, o sujeito que escolhe usar um psicoativo é
     colocado, na dinâmica familiar, como o bode expiatório 
    de toda uma situação já caótica na base. Do mesmo modo,
     o caos social, a exclusão e a miséria, antecedem 
    determinados cenários de abuso de drogas. Primeiro o 
    ovo quebrado, depois a galinha em desespero.
    Muitas famílias procuram atendimento psicológico sem a
     mínima ideia do que se trata, quais são as abordagens
     possíveis, num desespero contagiante. Apelos os mais 
    dramáticos para serem “atendidos” (cuidados) com a 
    máxima urgência sucumbem ao primeiro sinal que você, 
    como profissional, vai implicá-los de algum modo
    no tratamentodaquele que é nomeado como “problema”. 

    O não-dito familiar manifesta-se em sintomas.
     Muitas vezes os filhos, em seus sintomas, denunciam 
    o não-dito dos pais. E nessa denúncia nada silenciosa,
     justamente as palavras faltam. Falta palavra, sobra tédio.

    Nas escolas o drama é similar: professores que chegam 
    embriagados para dar aula, ou faltam por que beberam 
    demais na véspera, professoras alucinadas com seus
     anorexígenos e os efeitos colaterais diversificados, 
    gestores com cheiro de tabaco na roupa (“no taxi”)... 
    não existem! Apenas alunos embriagados, alucinados, 
    fumantes. Nomear o pseudoproblema é parte da
     estratégia de terceirização da responsabilidade.

    Terceiriza-se a responsabilidade pelos comportamentos
     e atos em primeiro lugar para o demônio. Em segundo
     lugar, medicamentos prescritos pelos médicos.
    E por último, mas
     não menos importante, para o psicoativo lícito
    ou ilícito adquirido
     sem receita, sem controle, sem posologia.

    O sujeito está.... Em que lugar? Nenhum.
     Ou é vítima ou algoz, 
    não é humano.

    O tédio (ou “a falta da falta”) é uma experiência cada vez mais
     banalizada na sociedade tele-tecno-midiática.
     Falta desejo, sobra gozo.
     Experiências que supostamente ampliariam a percepção, 
    a consciência, as possibilidades de criação, terminam por entupir 
    os sujeitos do 
    mais amargo excesso de tédio. Excesso de não-querer,
     de não-desejar.

    Escolas e Famílias tem desafios enormes neste momento
     de grande desigualdade social, grande agilidade na obtenção 
    de informações e um desenvolvimento tecnológico sui generis.
     O primeiro desafio é permitir espaços legítimos e autênticos
     para o pensar. Quem pensa não consome, entendendo o 
    consumo como uma compulsão. Quem pensa, cria, questiona,
     movimenta a vida. Movimento é o oposto da doença (restrição,
     estagnação). O movimento da vida é considerado o
    sinal de sanidade.

    O espaço para o pensar requer um controle diferenciado
     sobre o tempo e sobre o modo de se deslocar no mundo.
     Espaço aqui no sentido subjetivo: cenário para nomeação.
     A nossa época atual caracteriza-se pelo jargão da
     “falta de tempo”, lamúria generalizada, queixa fundante.
     Ter tempo, portanto, é herético e subversivo!
    Como as famílias criam espaços para o pensar, para o criar,
     para o refletir sobre as ações e sobre a possibilidade
    de se desenvolver responsabilidade (=responder por),
     empatia, remorso, valores?

    Como as escolas-avestruzes seguem implorando e repetindo
     palestras cada vez mais esvaziadas, pedindo projetos 
    gratuitos por conta da eterna falta de verba, em franca 
    omissão ético-política-pedagógica de se abordar temas 
    complexos e mais que necessários à formação dos sujeitos?
     Violência, sexualidade, promoção de saúde, equidade de 
    gênero, os temas a partir dos quais se pode trabalhar
     pedagógica e didaticamente são ricos e com farto material
     disponibilizado pelas Organizações Governamentais
     e Não-Governamentais.

    Escolas e Famílias podem melhorar. Seus componentes 
    – afinal, os mesmos cá e lá - precisam refletir sobre as 
    ações que desenvolvem, os consumos que incentivam, 
    os exemplos que trazem pela atitude e as contradições
     com o que é verbalizado.

    Aprendemos pelo amor, pela dor, pelo exemplo,
     pela surpresa, pelo encantamento, pela curiosidade,
     pela amizade, pela inimizade. Somos seres aprendentes 
    e essa condição humana, demasiadamente humana, 
    requer uma interlocução para que a subjetividade
     seja considerada.

    Aí chega –ou se enraíza?- a Psicanálise.

    Filósofo Renato Janine será o ministro da Educação

    Educação

    MEC

    Janine é professor titular de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo e assume no lugar de Cid Gomes, que deixou o cargo após acusar deputados de oportunismo
    por Agência Brasil — publicado 27/03/2015 20:49, última modificação 27/03/2015  Ferro
    A Presidência da República anunciou nesta sexta-feira 27 que o filósofo e professor Renato Janine Ribeiro será o novo ministro da Educação. Ribeiro ocupará a vaga deixada por Cid Gomes na semana passada, depois que o então ministro acusou deputados de serem achacadores e oportunistas.
    novo ministro da Educação é professor titular de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo (USP) e especialista na obra do filósofo inglês Thomas Hobbes, sobre quem focou suas pesquisas de mestrado e doutorado. Sobre o filósofo, Ribeiro publicou os livros A Marca do Leviatã Ao Leitor Sem Medo.
    Ribeiro escreveu ainda ensaios sobre filosofia política focando a realidade brasileira. Ele venceu o Prêmio Jabuti em 2001 com a obra A Sociedade Contra o Social: O Alto Custo da Vida Pública no Brasil. O filósofo tem ainda publicações que tratam de democracia, da relação da universidade com a sociedade e sobre a forma de fazer política em geral. Ao todo Ribeiro tem 18 livros editados, além de ensaios e artigos em publicações científicas.
    No serviço público, além de ter sido aprovado no concurso para professor da USP, Janine atuou como membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (1993-1997), do conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)  (1997-1999), secretário da SBPC (1999-2001) e diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) (2004-2008). Além disso, foi membro do Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados da USP e é membro do Conselho Superior de Estudos Avançados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), segundo informações do Palácio do Planalto.
    Ribeiro fez mestrado na Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne, doutorado pela USP e pós-doutorado pela British Library. O novo ministro foi convidado hoje pela presidenta Dilma Rousseff para assumir o cargo e tomará posse no dia 6 de abril.

    3.27.2015

    Após vaia e beijo gay, Cunha diz não ter ido a SP para discutir 'costumes'

    Presidente da Câmara foi alvo de protesto de grupo anti-homofobia.

    Em meio ao tumulto, manifestantes foram tirados do plenário por policiais.

    Rosanne D'AgostinoDo G1, em São Paulo
    Cunha concede entrevista coletiva após ser alvo de vaias e beijo gay na Assembleia de São Paulo (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press / Estadão Conteúdo)Cunha concedeu entrevista coletiva após ser alvo de protesto na Assembleia de São Paulo (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press / Estadão Conteúdo)
    O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta sexta-feira (27), após ser alvo de protesto de um grupo anti-homofobia na Assembleia Legislativa de São Paulo, que ele não foi ao Legislativo paulista para "discutir costumes". Em uma audiência pública realizada na manhã desta sexta na Assembleia, Cunha foi vaiado por cerca de 50 manifestantes que o acusaram de "corrupto" e "homofóbico".
    Manifestantes de grupos anti-homofobia se beijam e erguem cartaz durante protesto contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)Manifestantes de grupos anti-homofobia se beijaram
    e ergueram cartaz durante protesto contra Cunha
    (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
    Em meio à execução do Hino Nacional, na abertura da audiência pública, dois manifestantes homossexuais se beijaram diante do presidente da Câmara, que é evangélico e já se posicionou contra a criminalização da homofobia. Os dois homens ergueram um cartaz com uma mensagem que pedia a saída de Cunha do comando do Legislativo e o chamava de "homofóbico".
    "Não estou aqui [Assembleia de São Paulo] para discutir costumes. Estou aqui para representar o Poder Legislativo. Eu, obviamente, não concordo com a observação que está sendo colocada, mas eu não estou aqui para discutir como pessoa", disse Cunha em uma entrevista coletiva concedida ao final do evento.
    No início da audiência pública, no momento em que Cunha começou a discursar, os manifestantes começaram a gritar no plenário "Machistas, fascistas, não passarão! Fora, Cunha!" (assista ao vídeo ao lado).
    Um dos manifestantes invadiu o plenário durante o tumulto e foi retirado por seguranças. Além de pedir o fim da homofobia, as pessoas que vaiavam o peemedebista também solicitavam "Constituinte já" e financiamento público para campanhas eleitorais.
    Na conversa com jornalistas ao final do evento, Eduardo Cunha defendeu o direito de os manifestantes protestarem, porém, disse que a democracia exige "ordem". Segundo o peemedebistas, as pessoas que promoveram o protesto haviam sido escaladas para "hostilizar".
    "Acho que todo mundo pode se manifestar, mas existe o direito de falar e ser ouvido. Dentro da democracia, da ordem." "Não precisa impedir o direito dos outros de falar. Ali não eram pessoas que queriam participar de uma audiência pública. Ali eram pessoas escaladas para fazer movimento político. De hostilizar. Ali não haveria debate, ali há guerra, política", enfatizou.
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    Manifestantes de grupos anti-homofobia são retirados pela polícia das galerias da Assembleia Legislativa de São Paulo na manhã desta sexta-feira (27), após protesto contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)Manifestantes de grupos anti-homofobia foram retirados pela polícia militar das galerias da Assembleia Legislativa de São Paulo após protesto contra o presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
    Expulsão dos manifestantes
    Diante dos gritos de ordem que ecoavam no plenário enquanto Eduardo Cunha tentava discursar, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB-SP), determinou a suspensão da sessão e o esvaziamento do plenário por policiais militares. A sessão foi retomada cerca de 10 minutos depois, sem a presença de manifestantes. Com as galerias vazias, Cunha retomou o discurso.
    “O parlamento pressupõe o debate com aqueles que querem se manifestar livremente. Aqueles que não querem debater vão impedir que o debate seja feito”, declarou Cunha após o reinício da sessão.
    "Nós viemos com toda a humildade, num programa muito importante da Câmara dos Deputados para debater com aqueles que querem debater, que podem livremente, dentro das audiências, se manifestar, trazer suas sugestões, criticar-nos por qualquer posição que venhamos a tomar, mas isso faz parte da democracia. A maioria quer debater", complementou o peemedebista, sendo aplaudido pelos deputados que ocupavam o plenário.
    Com o fim do tumulto, o presidente da Assembleia Legislativa determinou que as galerias fossem reabertas para que o público pudesse acompanhar o evento. Ele ressalvou, porém, que a presença das pessoas só seria permitida desde que as pessoas respeitassem o regimento interno e não se manifestassem durante o discurso dos deputados.
    A audiência pública desta sexta-feira é a segunda edição do programa "Câmara Itinerante", que pretende levar a Câmara dos Deputados até as assembleias legislativas de diferentes regiões do país. A justificativa para o deslocamento do Legislativo é de que os parlamentares precisam ouvir as necessidades locais. Na etapa de São Paulo, o presidente da Câmara propôs um debate sobre reforma política, pacto federativo e crise hídrica.
    Crítica na Câmara
    No momento em que a direção da Assembleia paulista suspendeu a sessão para retirar os manifestantes do plenário, o deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO) – aliado de Eduardo Cunha – discursou no plenário da Câmara, em Brasília, para criticar o protesto contra o presidente da Casa. Segundo ele, a manifestação contra Cunha na capital paulista teria sido promovido por "grupos organizados".
    "Me preocupa esse cenário político atual em que grupos organizados mobilizados para determinar intolerância a segmentos da política nacional. Ali [na Assembleia de São Paulo] me pareceu uma coisa muito bem engendrada para que a audiência pública não prosseguisse. [...] Presenciei do meu gabinete, pela TV Câmara, uma cena incompatível com o ambiente que estavam os parlamentares presentes naquele local", enfatizou.
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    O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acompanhado de vários deputados federais, é recebido com protesto de um grupo de manifestantes na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na faixa, ele é chamado de 'corrupto, homofóbico' (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)Manifestantes estenderam uma faixa no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo na qual acusaram o presidente da Câmara de 'corrupto' e 'homofóbico' (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)