Por que jogamos purpurina no Bolsonaro?
"Ao contrário das ideias do Deputado, que são
potencialmente letais, jogar purpurina é um ato simbólico, mostrando
para Bolsonaro que o projeto de vida da juventude é maior que o seu
conservadorismo. Que a luta por sobrevivência das pessoas trans, num
país campeão em assassinatos de LGBT’s, pode superar todas as formas de
violência. Mostramos com muito brilho que a juventude não será
expectadora do recrudescimento do fascismo e do autoritarismo em nosso
país", artigo de Laryssa Sampaio, coordenadora do Levante Popular da
Juventude
27 de Janeiro de 2016 às 05:30
Por Laryssa Sampaio
Vivemos num momento em que o ódio e o conservadorismo estão atacando
as conquistas do povo brasileiro que procura consolidar a frágil
experiência democrática dos últimos 30 anos. As expressões dessa onda
reacionária podem ser representadas tanto na figura de Eduardo Cunha,
como na de Jair Bolsonaro, deputado federal pelo RJ.
Jair Bolsonaro possui uma trajetória na vida pública e privada digna
de asco por qualquer pessoa que defende valores humanitários e
democráticos. Militar da reserva, Bolsonaro ingressou teve seu primeiro
mandato para deputado federal em 1990, estando atualmente no seu sétimo
mandato. Suas posições são implacáveis no que diz respeito ao combate à
democracia e aos direitos humanos. É, destacadamente, um defensor do
retorno à ditadura militar e contrário aos direitos da juventude, das
mulheres, das/os LGBT’s e dos/as negros/as.
Bolsonaro reivindica pra si o título de defensor da família, da moral
e dos bons costumes. Contudo, omite que o partido que o elegeu, o PP,
tem a maior bancada de deputados indiciados por corrupção na Lava-Jato.
Propostas esdrúxulas como, por exemplo, controle da natalidade em
famílias pobres, esterilização de moradores de rua, revogação do
Estatuto do desarmamento são entoadas por Bolsonaro como se fossem as
respostas necessários aos problemas enfrentados pelo povo brasileiro. Em
toda a sua trajetória no Congresso Nacional, Bolsonaro teve apenas um
projeto de sua autoria aprovado. São 25 anos legislando ou destilando
ódio?
Incentivar agressões contra LGBT’s, agredir moralmente em plenário da
Câmara a deputada Maria do Rosário com a seguinte frase: “Só não te
estupraria porque você não merece”, afirmar que “mulheres devem ganhar
salário menor porque engravidam”, dizer que direitos humanos é coisa de
vagabundo e que por isso cortaria todos os recursos destinados a esta
área, fazem parte da coleção de aberrações proferidas pelo “Deputado”.
Em tempos de avanço do conservadorismo e na semana de luta pela
visibilidade trans o Levante Popular da Juventude optou por fazer o
caminho contrário. Mostrou com muita irreverência que contra o ódio nós
temos o brilho das lutadoras e dos lutadores do povo brasileiro.
Ao contrário das ideias do Deputado, que são potencialmente letais,
jogar purpurina é um ato simbólico, mostrando para Bolsonaro que o
projeto de vida da juventude é maior que o seu conservadorismo. Que a
luta por sobrevivência das pessoas trans, num país campeão em
assassinatos de LGBT’s, pode superar todas as formas de violência.
Mostramos com muito brilho que a juventude não será expectadora do
recrudescimento do fascismo e do autoritarismo em nosso país.
Nós LGBTs, mulheres, negros e negras, jovens das periferias,
estudantes, queremos mudanças e sabemos que as conquistaremos lutando.
Assim como fizemos com Cunha ao atiramos os dólares sobre ele, jogar
purpurina em Bolsonaro é combater o projeto de sociedade antidemocrático
e conservador. É mostrar que com lutas e irreverência transformaremos a
realidade brasileira por um projeto feminista, antirracista, colorido e
popular para o Brasil!
Transforme sua opinião: Levante contra a transfobia!
Levante e brilhe contra a transfobia!
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