Frente Brasil Popular monta acampamento para defender a legalidade democrática

Militantes de diversos movimentos organizados da sociedade civil e ativistas pela democracia organizam aulas públicas diárias no acampamento, armado na região central da capital paulista

por Redação RBA publicado 29/03/2016 15:13

reprodução/yt

Primeira aula pública, sobre consequências do golpe de 1964, foi ministrada pelo advogado Ricardo Gebrim

São Paulo – Grupos em defesa da democracia, convocados pela Frente Brasil Popular, estão acampados desde ontem (28) na Praça do Patriarca, no centro de São Paulo, onde haverá aulas públicas diárias. A Rádio Brasil Atual entrevistou Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares, que participa da organização do ato.

“Pretendemos manter o acampamento até o dia da votação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara. São vários grupos acampados, como movimentos por moradia, grupos da juventude, sindicatos, associações de moradores, enfim, movimentos populares”, explica Bonfim. No primeiro dia de atividades ocorreu uma aula pública com o advogado Ricardo Gebrim, da área do Direito Constitucional, que discursou sobre causas e consequências do golpe civil militar de 1964.

Hoje (29), às 18h, será a vez de jurista Manuel Del Rio realizar uma aula pública sobre consequências de um possível golpe contra a presidenta Dilma sobre as políticas sociais. A movimentação dos acampados é tranquila, de acordo com Bonfim, bem como as interações com os transeuntes. “As pessoas vão dormir lá, com bandeiras do Brasil, de universidades e faixas. As pessoas passam, muitos cumprimentam, outros gritam 'fora Dilma', outros 'fica Dilma'. Estão todos animados e sem problemas”, afirma.

A Frente Brasil Popular, além do acampamento, convocou brasileiros em defesa da democracia para uma grande manifestação quinta-feira (31). “Estamos muito ativos e mobilizados no Brasil inteiro. Terá ato em Brasília, em outras capitais e diversas cidades. Aqui em São Paulo, será na Praça da Sé, às 16h, com atividades culturais e intervenções políticas”, diz Bonfim.

“Existe um movimento muito bonito, apesar de nossa preocupação neste momento. A grande imprensa, a Globo, tenta passar a ideia de fato consumado, de que o impeachment está dado e é unanimidade. É ledo engano. Continuamos resistindo e cada vez mais, com setores democráticos, movimentos sociais, membros da academia, mundo artístico e cultural”, diz Bonfim.