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3.30.2016

Katia Abreu, do PMDB, avisa que fica no governo e que “está otimista”e "confiante" que não vai ter golpe

Ministros do PMDB não deixarão cargo, diz Kátia Abreu em mensagem

A ministra Kátia Abreu (Agricultura) foi flagrada nesta quarta-feira (30), durante a cerimônia de lançamento da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, no Palácio do Planalto, enviando mensagens nas quais afirma que ela e os outros cinco ministros do PMDB decidiram não deixar seus cargos no governo Dilma Rousseff.
No texto, ela afirma que a decisão foi tomada "ontem a noite" e cita o local: "casa de Renan", numa referência à residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A ministra diz ainda que ela e os outros cinco correligionários se licenciarão da legenda em "respeito à decisão aprovada".
O único que deve ficar fora do governo é Henrique Eduardo Alves, que já havia oficializado sua saída do Ministério do Turismo no último dia 28.
A ministra diz ao interlocutor que a informação é segura e pede: "Confia, amigo".
A troca de mensagens ocorre menos de 24 horas depois de a direção nacional do PMDB oficializar o fim da aliança com o PT e determinar que todos os seus filiados entreguem cargos na administração federal.
Na reunião que selou o desembarque, realizada na tarde desta terça (29), os peemedebistas foram orientados a deixar os cerca de 600 cargos na administração sob a promessa de que aqueles que descumprirem a decisão seriam punidos.
O PMDB ainda tem na Esplanada, além de Kátia Abreu, os ministros Mauro Lopes (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos), Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia).



Paulo Moreira Leite
Uma das responsáveis por contar votos contrários e favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e converter desafetos em aliados, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou não acreditar na queda do governo. Em entrevista antes da reunião do diretório do PMDB, ela colocou os cargos da sua pasta à disposição para abrigar novos aliados como contrapartida em uma negociação.
A sra. está engajada em evitar o impeachment. Como está o apoio ao governo nesse sentido?
Hoje, temos número de votos suficientes para ganhar (na votação do impeachment). Não há tanta dificuldade, as pessoas é que estão desenhando um quadro sombrio. Estamos otimistas. Estou em contato constante com a presidente Dilma e ela está confiante na Justiça e no Congresso e acredita que, na hora da votação, a opção da maioria não será pela ilegalidade.
Como é feita a articulação? O que os deputados pedem?
Minha maneira de fazer é usar argumentos. Para mim, ninguém pede nada em troca. Só estamos usando argumentos, mas não sou hipócrita, somos todos políticos. O político apadrinha para entrar, participar do governo. Não tenho preconceito, desde que seja gente especializada. Se forem indicações para o ministério, não vejo problema, desde que a pessoa seja técnica e saiba o que está fazendo. A pessoa pode ter padrinho para entrar, mas quem decide se fica ou não sou eu.
Alguns têm classificado o processo de impeachment como golpe. A sra. concorda?
Não vejo motivo constitucional. Não estou dizendo que impeachment é golpe, o problema é a forma como ele está ocorrendo. Como disse o Renan (Calheiros, presidente do Senado), se não tem crime de responsabilidade, esse processo tem de ter outro nome que não impeachment. Todos têm o direito de buscar o não impeachment. Não estou aqui atrás de emprego. Estou aqui porque acredito. Poderia ficar em cima do muro, que é mais confortável, mas não sei ser diferente.
As pessoas têm demonstrado insatisfação com o governo.
Vamos criticar. A crítica é justa. Erros foram cometidos na economia, houve aumento do desemprego, mas tudo está em tempo de ser corrigido. Precisamos votar as medidas no Congresso. Se acharmos que está ruim, conserto o problema nas urnas, na democracia é assim. Não há impeachment por má gestão e antipatia.
A sra. sondou outros partidos para continuar no governo?
Se eu fiz qualquer ligação ou sondei qualquer partido, quero perder a vida. Pior, ficar cega. Meu partido é o PMDB. Eu não procurei ninguém.

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