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4.08.2016

Inflação tem menor taxa para março desde 2012

Taxa passou de 0,9% em fevereiro para 0,43%, em março.
Maioria dos preços das despesas desacelerou.

Anay Cury e Cristiane CaoliDo G1, em São Paulo e no Rio
Preço dos alimentos subiram mais em março. (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)Preço dos alimentos subiram mais em março. (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)
O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA),considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,43% em março, depois de subir 0,9% no mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa, que é a menor para o mês de março desde 2012, ficou mais baixa porque o preço da energia elétrica caiu, provocando certo alívio.
No ano, o indicador acumula alta de 2,62% e, em 12 meses, de 9,39%. Mesmo tendo registrado taxa menor em relação ao mês anterior e voltado a um dígito, a inflação em 12 meses continua acima do teto da meta do Banco Central.
INFLAÇÃO MENSAL
em %
0,740,790,620,220,540,821,010,961,270,90,43Abr/15Mai/15Jun/15Ago/15Set/15Out/15nov/15Dez/15Jan/16Fev/16Mar/1600,250,50,7511,251,5
Fonte: IBGE
 
“É o menor março desde 2012, quando foi 0,21%. Então, está saindo de um março [de 2015] de 1,32%, o maior resultado mensal. No resultado de 1,32% [de 2015], a gente tinha mais da metade do índice sob domínio da energia elétrica, porque teve alta na bandeira e muitos reajustes extras. Com isso, olhando os últimos 12 meses, a taxa que vinha há quatro meses em dois dígitos, voltou a um dígito”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índice de preços do IBGE.
Alimentos
A maioria dos preços dos grupos de despesas analisados pelo IBGE mostrou taxas menores de fevereiro para março. A desaceleração do IPCA não foi ainda maior porque os alimentos e bebidas, que têm peso maior no orçamento das famílias, subiu mais: de 1,06% para 1,24%.

As frutas, por exemplo, ficaram bem mais caras, com alta de quase 9%. Também passaram a custar mais itens como cenoura (14,52%), açaí (13,64%), alho (5,70%), leite (4,57%) e feijão-carioca (4,10%). Por outro lado, o preço do tomate, que durante meses foi considerado o vilão da inflação, ficou 7,43% mais em conta.
Além dos alimentos, os consumidores também pagarão mais pelo vestuário. A variação de preços desse grupo subiu de 0,24% para 0,69%.
Na contramão dos alimentos e das roupas, subiram menos os preços relativos a transportes (de 0,62% para 0,16%); saúde e cuidados pessoais (de 0,94% para 0,78%); despesas pessoais (de 0,77% para 0,6%) e educação (de 5,9% para 0,63%).
De fevereiro para março, ficaram mais baratos os gastos relacionados a habitação (de -0,15% para -0,64%) e comunicação (de 0,66% para -1,65%).
Segundo Eulina Nunes, a baixa demanda “já está contribuindo” para o recuo da inflação. “Se a demanda está menos aquecida, como está agora, é mais difícil o comerciante repassar todo o custo que estava represado”.
“No dia a dia, a gente tem visto pessoal do restaurante dizer que está encontrando formas de substituir a carne pelo frango (...) Muitas lojas fechando, passagem aérea, as empresas reclamando sobre a questão da demanda que diminuiu bastante.”
Salvador
Na análise dos preços por região, o maior IPCA foi visto na região metropolitana de Fortaleza. Os cursos regulares ficaram quase 7% mais caros e pressionaram o índice local (0,72%). Já Salvador teve deflação de 0,14% porque a energia elétrica caiu mais de 8%.

INPC
Nesta sexta-feira, o IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que desacelerou de 0,95% em fevereiro para 0,44%, em março. Também foi o menor resultado para março desde 2012, assim como o IPCA.

No ano, o indicador acumula alta de 2,93% e, em 12 meses, de 9,91%

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