Repudiamos a indicação de Pedro Parente para a presidência da Petrobras.
sábado, 21 de maio de 2016
A indicação de
Pedro Parente para a presidência da Petrobrás é fortemente rechaçada pela
Federação Única dos Petroleiros. É inadmissível termos no comando da empresa um
ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso que chancelou processos de
privatização e tem em seu currículo acusações de irregularidades e improbidade
na administração pública. O perfil ultraliberal de Pedro Parente o descredencia
por completo para assumir o comando de uma empresa estatal que tem sido a
âncora do desenvolvimento e das políticas públicas estruturantes do país. Sua
nomeação está na contramão das lutas travadas pelos trabalhadores para evitar o
desmonte do Sistema Petrobras. O currículo de Pedro Parente não deixa dúvidas
sobre que lado ocupa na luta de classes. Ele participou ativamente dos dois
mandados do governo FHC, onde atuou como Secretário Executivo do Ministério da
Fazenda, entre 1995 e 1999, e como Chefe da Casa Civil, entre 1999 e dezembro
de 2002. No final de 2000, passou a acumular a presidência da Câmara de Gestão
da Crise Energética, o chamado “ministério do apagão”, responsável por uma
série de arbitrariedades, como racionamento e cortes de energia e multas
altíssimas impostas aos consumidores. Um dos maiores escândalos protagonizados
por Pedro Parente no governo tucano foram os contratos para compra de energia
emergencial e as “compensações” feitas às concessionárias privadas e aos
investidores atraídos pelo Programa Prioritário de Termoeletricidade, que impôs
prejuízos bilionários à Petrobras. Professores do Instituto de Eletrotécnica e
Energia da USP chegaram na época a denuncia-lo ao Ministério Público Federal
por improbidade administrativa. Sob a chancela de Pedro Parente, a Petrobrás teve
que assinar contratos de parceria com o setor privado para construção de usinas
termoelétricas, entre 2000 e 2003, onde se comprometeu a garantir a remuneração
dos investidores, mesmo que as empresas não dessem lucro, bem como cobrir os
custos dos empreendimentos, caso a venda de energia não fosse suficiente para
sustentar os investimentos. A chamada “contribuição de contingência” gerou
prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à Petrobrás, que se viu obrigada a assumir
integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores. O valor das usinas,
avaliadas em US$ 800 milhões, equivalia a um terço dos US$ 2,1 bilhões que a
estatal teria que desembolsar para honrar as compensações garantidas aos
investidores até o final dos contratos, em 2008. Tudo autorizado por Pedro
Parente. Não é com gestores deste perfil que a Petrobrás vencerá a crise que
atravessa. A FUP repudia sua indicação e exige que toda a diretoria da gestão
Bendine entregue seus cargos, caso o Conselho de Administração da empresa
aprove a nomeação de Pedro Parente. Os petroleiros seguirão em luta contra o
desmonte do Sistema Petrobras e não darão um minuto de sossego aos
entreguistas.
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