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6.01.2016

ATÉ AGORA ,TEMER NÃO CONSEGUIU NEM MESMO AGRADAR O MERCADO

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Ao contrário dos prognósticos de mercado, o mês de maio chegou ao fim com o dólar como o melhor investimento do mês e a Bovespa o pior.
Isso significa que, ao contrário do que se dizia, o governo interino de Michel Temer, mesmo com Henrique Meirelles na Fazenda, não trouxe de volta a credibilidade.
Sem a força das urnas e sem uma base sólida e confiável no Congresso, Temer adiou reformas estruturais e já prepara um pacote de reajustes aos servidores públicos, para tentar conquistar alguma legitimidade.
Confira, abaixo, reportagem do portal Infomoney sobre os melhores e piores investimentos em maio:
Dólar é o melhor investimento do mês de maio e Ibovespa ocupa a lanterna
SÃO PAULO – O dólar foi o melhor investimento do mês de maio, de acordo com levantamento realizado pelo InfoMoney. A moeda dos EUA se valorizou 4,94% em relação ao real no quinto mês do ano. Mesmo que não seja possível aplicar diretamente na moeda, é possível lucrar com essa valorização por meio de fundos cambiais, por exemplo.
Na sequência, aparece como segundo melhor investimento do ranking o IFIX, principal índice de fundos imobiliários do país, com alta de 3,74%. Fecha o pódio o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e vencimento em 2017, com alta de 1,33%.
Na ponta de baixo da tabela, o pior investimento do mês foi o Ibovespa, com queda de 10,09%, puxado para baixo principalmente pela turbulência política em Brasília e cenário externo. A seguir, aparece o ouro, com queda de 3,36% e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e vencimento em 2050 com queda de 0,83%.
Já no acumulado do ano até agora, o melhor investimento é o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035, com alta de 30,15%. Ele é seguido pelo Tesouro Prefixado com Juros Semestrais e vencimento em 2025 com desempenho positivo de 24,65% e pelo mesmo título com vencimento em 2050 e alta de 19,7%.
Na ponta de baixo da tabela está o dólar, com recuo acumulado no ano de 8,38%. Na sequência, aparece o ouro, com alta de 1,99% e a poupança, com alta de 3,27%.
Confira na tabela abaixo a rentabilidade dos investimentos de maio:

Aplicação
Rentabilidade no mês
Dólar
4,94%
IFIX
3,74%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (15/05/2017)
1,33%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (15/08/2020)
1,12%
Tesouro IPCA+ (15/05/2019)
1,11%
Tesouro Selic (07/03/2017)
1,1%
CDI
1,05%
Tesouro Prefixado (01/01/2018)
0,82%
Poupança
0,65%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (01/01/2025)
-0,12%
Tesouro IPCA+ (15/05/2035)
-0,39%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (15/08/2050)
-0,83%
Ouro
-3,36%
Ibovespa
-10,09%
Confira na tabela abaixo a rentabilidade dos investimentos em 2016:
Aplicação
Rentabilidade no mês
Tesouro IPCA+ (15/05/2035)
30,15%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (01/01/2025)
24,65%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (15/08/2050)
19,7%
IFIX
14,43%
Ibovespa
11,82%
Tesouro Prefixado (01/01/2018)
11,56%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (15/08/2020)
10,21%
Tesouro IPCA+ (15/05/2019)
9,63%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (15/05/2017)
6,81%
Tesouro Selic (07/03/2017)
5,44%
CDI
5,44%
Poupança
3,27%
Ouro
1,99%
Dólar
-8,38% 
Leia, ainda, texto sobre a decepção do mercado com Temer:
4 dados negativos da Bolsa e uma dúvida: mercado perdeu a fé no governo Temer?
SÃO PAULO - Se maio começou com um mercado otimista diante da possibilidade da então presidente Dilma Rousseff ser afastada do cargo, a reação da Bolsa desde que a petista saiu da presidência e deu lugar para Michel Temer não foi nem um pouco positiva. O Ibovespa encerrou o mês com perdas de 10%, em seu pior desempenho mensal desde setembro de 2014.
Não bastasse esta péssimo informação, a bolsa brasileira tem pelo menos mais três dados negativos registrados nesta terça-feira (31): o Ibovespa chegou hoje a sua 9ª queda nos últimos doze pregões, caindo 6 mil pontos desde sua máxima do ano, atingida em 27 de abril. Para piorar, o impacto da notícia sobre o indiciamento do presidente do Bradesco foi tão forte hoje que o CDS (Credit Default Swap) brasileiro - que mede o risco de calote de um País - pulou de 352 pontos-base para 367 pontos-base.
Mas diante de tantos dados negativos em um momento em que o mercado acreditava que seria de "lua de mel" por conta da troca do governo deixa uma grande questão: o mercado perdeu a fé em Temer?
Para especialistas, há uma certo exagero em dizer que se "perdeu a fé", já que os investidores ainda acreditam que se Dilma ainda estivesse no poder - ou se ela voltar - a situação seria pior. “Se a Dilma retomar o seu posto, os mercados vão reagir muito, muito mal”, disse Sacha Tihanyi, estrategista-sênior para mercados emergentes da TD Securities, para a Bloomberg. "Isso indicaria provavelmente um retorno à trajetória fiscal anterior e eliminação dos esforços do governo interino de Temer para, pelo menos, tentar estabilizar as condições fiscais. Provavelmente veríamos alta no CDS e no rendimento dos títulos do governo e desvalorização do real", explica.
A consultoria Arko Advice, por exemplo, mantém como "muito provável" o cenário de confirmação do impeachment de Dilma na votação final do Senado, prevista para agosto. "Os senadores sofreram muito com a falta de capacidade do governo anterior e não querem a Dilma de volta", disse Lucas de Aragão, sócio da Arko.
Aragão relata que, em seus contatos com senadores, não sente qualquer clima para a volta da presidente afastada. O consultor reconhece que a Lava Jato deve continuar representando riscos para o governo, mas lembra que isso também ocorreu no governo Dilma. "Para os senadores, a Lava Jato é um risco tanto para os ministros de Temer quanto foi para os de Dilma, mas o governo Temer tem maior capacidade de diálogo", conclui.
Já a equipe de analistas da XP Investimentos acredita que esta queda recente da Bolsa está mais relacionada às maiores dificuldades que Temer encontrou desde que assumiu, além do mercado voltando a olhar mais para os fundamentos, para o cenário real da economia doméstica. A questão é que os investidores já sabiam que não seria fácil aprovar novas medidas no Congresso, mas o que tem surpreendido muitas pessoas são as polêmicas envolvendo a equipe de Temer.
Em 20 dias de governo, o presidente interino já viu dois de seus ministros deixarem os cargos por conta de áudios vazados em que eles criticam a Operação Lava Jato. Além disso, Eduardo Cunha já está afastado da presidência da Câmara enquanto Renan Calheiros, presidente do Senado, também apareceu em gravações reveladas pela imprensa. Vale lembrar que ambos são do mesmo partido de Temer e são aliados importantes do presidente em exercício.
Em geral, os especialistas não acreditam que o mercado "desistiu" do governo Temer, mas diante das dificuldades maiores que as esperadas e das futuras medidas que devem ser anunciadas, o mercado prefere esperar por melhoras concretas antes de começar a operar apenas pela expectativa de uma melhora. Se os investidores acreditavam que a simples troca de governo poderia trazer de volta o bom humor no mercado, agora estão vendo que mudanças reais na economia vão ser bem mais difíceis de acontecer.

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