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6.22.2016

Quem tem medo de anestesia geral:


ANESTESIA GERAL – Quais são os riscos?

Anestesia geral
A anestesia geral é uma técnica anestésica que promove abolição da dor (daí o nome anestesia), paralisia muscular, abolição dos reflexos, amnésia e, principalmente, inconsciência.

A anestesia geral faz com que o paciente torne-se incapaz de sentir e/ou reagir a qualquer estímulo do ambiente, sendo a técnica mais indicada de anestesia nas cirurgias complexas e de grande porte.

Como é feita a anestesia geral?

A anestesia geral possui quatro fases: pré-medicação, indução, manutenção e recuperação.
A fase de pré-medicação é feita para que o paciente chegue ao ato cirúrgico calmo e relaxado. Normalmente é administrado um ansiolítico (calmante) de curta duração, como o midazolam, deixando o paciente já com um grau leve de sedação. Deste modo, ele entra na sala de operação sob menos estresse.
A fase de indução é normalmente feita com drogas por via intravenosa, sendo o Propofol a mais usada atualmente. Após a indução, o paciente rapidamente entra em sedação mais profunda, ou seja, perde a consciência, ficando em um estado popularmente chamado de coma induzido (leia: COMA INDUZIDO). O paciente apesar de estar inconsciente, ainda pode sentir dor, sendo necessário aprofundar ainda mais a anestesia para a cirurgia poder ser realizada. Para tal, o anestesista também costuma administrar um analgésico opióide (da família da morfina) como o Fentanil.
Neste momento o paciente já apresenta um grau importante de sedação, não sendo mais capaz de proteger suas vias aéreas das secreções da cavidade oral, como a saliva. Além disso, na maioria das cirurgias com anestesia geral é importante haver relaxamento dos músculos, fazendo com que a musculatura respiratória fique inibida. O paciente, então, precisa ser intubado* e acoplado a ventilação mecânica para poder receber uma oxigenação adequada e não aspirar suas secreções.
* Em algumas cirurgias mais rápidas, ou que não abordem o tórax ou o abdômen, pode não ser necessária intubação, ficando o paciente apenas com uma máscara de oxigênio.
No início da fase de manutenção as drogas usadas na indução, que têm curta duração, começam a perder efeito, fazendo com que o paciente precise de mais anestésicos para continuar o procedimento. Nesta fase, a anestesia pode ser feita com anestésicos por via inalatória ou por via intravenosa. Na maioria dos casos a via inalatória é preferida. Os anestésicos são administrados através do tubo orotraqueal na forma de gás (vapores) junto com o oxigênio, sendo absorvidos pelos alvéolos do pulmão, passando rapidamente para a corrente sanguínea. Alguns exemplos de anestésicos inalatórios são o óxido nitroso e os anestésico halogenados (halotano, sevoflurano e desflurano), drogas administradas continuamente durante todo o procedimento cirúrgico.
A profundidade da anestesia depende da cirurgia. O nível de anestesia para se cortar a pele é diferente do nível para se abordar os intestinos, por exemplo. Conforme o procedimento cirúrgico avança, o anestesista procura deixar o paciente sempre com o mínimo possível de anestésicos. Uma anestesia muito profunda pode provocar hipotensões e desaceleração dos batimentos cardíacos, podendo diminuir demasiadamente a perfusão de sangue para os tecidos corporais.
Quando a cirurgia entra na sua fase final, o anestesista começa a reduzir a administração das drogas, já planejando uma cessação da anestesia junto com o término do procedimento cirúrgico. Se há relaxamento muscular excessivo, drogas que funcionam como antídotos são administradas. Nesta fase de recuperação, novamente analgésicos opioides são administrados para que o paciente não acorde da anestesia com dores no local onde foi cortado.
 
Conforme os anestésicos inalatórios vão sendo eliminados da circulação sanguínea, o paciente começa a recuperar a consciência, passando a ser capaz de voltar a respirar por conta própria. Quando o paciente já se encontra com total controle dos reflexos das vias respiratórias, o tubo orotraqueal pode ser retirado. Neste momento, apesar do paciente já ter um razoável grau de consciência, ele dificilmente se recordará do que aconteceu nesta fase de recuperação devido aos efeitos amnésicos das drogas.

Riscos da anestesia geral

Existe um mito de que a anestesia geral é um procedimento perigoso. Complicações exclusivas da anestesia geral são raras, principalmente em pacientes saudáveis. Na maioria dos casos, as complicações são derivadas de doenças graves que o paciente já possuía, como doenças cardíacas, renais, hepáticas ou pulmonares em estágio avançado, ou ainda, por complicações da própria cirurgia, como hemorragias ou lesão/falência de órgãos vitais.
Só como exemplo, um trabalho canadense de 1997, apenas com cirurgias odontológicas com anestesia geral, ou seja, cirurgias de baixo risco realizadas em pacientes saudáveis, detectou uma taxa de mortalidade de apenas 1,4 a cada 1 milhão de procedimentos. Isto prova que a anestesia em si é muito segura.
É importante destacar que muitas cirurgias sob anestesia geral são realizadas em pacientes com doenças graves ou em cirurgias complexas de alto risco. Porém, na imensa maioria dos casos, quando o desfecho é trágico, raramente a culpa é apenas da anestesia geral.
Também há de se destacar que a anestesia geral é um procedimento complexo, devendo ser feita somente por profissionais qualificados e em ambientes com ampla estrutura para tal.

Fatores que aumentam o risco da anestesia geral

Antes de qualquer cirurgia, um anestesista irá consultá-lo para avaliar o seu risco cirúrgico. Além do reconhecimento prévio de doenças graves que podem complicar o ato cirúrgico, é importante para o anestesista saber algumas informações pessoais do paciente que possam aumentar o risco da anestesia, tais como:
– História prévia de reação anafilática (leia: CHOQUE ANAFILÁTICO | Causas e sintomas).
– Alergias alimentares ou a drogas.
– Uso frequente de bebidas alcoólicas (leia: EFEITOS DO ÁLCOOL E ALCOOLISMO).
– Uso de drogas, principalmente cocaína (leia: COCAÍNA | CRACK | Efeitos e complicações).
– Uso de medicamentos.
– História de tabagismo (leia: MALEFÍCIOS DO CIGARRO).
– Apneia do sono (leia: APNEIA DO SONO – Causas, Sintomas e Tratamento).
– Obesidade (leia: OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA).

Conclusão sobre anestesia geral
A anestesia geral é um procedimento extremamente seguro quando realizado por uma equipe capacitada, sendo, habitualmente, o método anestésico mais indicado para cirurgias de médio/grande porte.
Pesquisa revela: 85% dos pacientes têm medo de anestesia geral
Estudo britânico mostra que medo e ansiedade são comuns a quase todos os pacientes
Ansiedade pela espera da anestesia, medo de acordar durante a operação e até mesmo de morrer após o procedimento: esses são sintomas revelados por pacientes britânicos submetidos à anestesia geral para a realização de cirurgias. De acordo com a pesquisa, publicada recentemente no Journal of Advanced Nursing, um em cada cinco pacientes têm muito medo de acordar durante o procedimento e cerca de 85% disseram que tinham ficado ansiosos antes de uma anestesia geral.
O problema, no entanto, pode ser evitado com uma simples medida: a informação. De acordo com Paulo Renato Barreiros da Fonseca, coordenador do setor de anestesiologia do Hospital Balbino (RJ), muitos pacientes demonstram essa apreensão, e não necessariamente medo, pois desconhecem a anestesiologia como especialidade médica e, por essa razão, não estabelecem um relacionamento prévio com o profissional para esclarecer dúvidas.
"Esse contato é realizado em dois momentos: em uma consulta pré-anestésica, em data anterior à operação, para que o médico possa mostrar todos os detalhes do procedimento a ser realizado; e em uma visita pré-anestésica, feita no dia da cirurgia para avaliar o estado do paciente. Neste caso, se ele ainda se mostrar muito ansioso, pode ser aplicada uma medicação pré-anestésica para controlar esse nervosismo", explica o profissional.
Embora haja riscos inerentes ao procedimento cirúrgico, o médico anestesiologista opta entre as inúmeras combinações de medicamentos para obter o resultado desejado com a maior segurança possível.
"Sempre que se fala em riscos devemos lembrar que eles não são exclusivamente da anestesia geral e sim de todas as técnicas anestésicas, inclusive da local. Por isso, cada paciente deve ser avaliado individualmente levando-se em consideração todas as variáveis como seu estado físico, o tipo de cirurgia e dos equipamentos disponíveis na unidade hospitalar e a experiência da equipe médica", completa o médico.Algumas medidas devem ser adotadas antes de toda e qualquer anestesia. São elas:. Aplicar anamnese (questionário sobre o estado de saúde), exame físico e registrar na ficha anestésica;. Orientações sobre o jejum;. Orientar o paciente sobre a anestesia, os cuidados pré-operatórios e os tratamentos para reduzir a ansiedade e facilitar sua recuperação.
O Dia

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