Reportagem mostra que 30 páginas que não checam origem do conteúdo têm 3,5 milhões de acessos por mês
São
Paulo - Fotos e vídeos de adolescentes e mulheres nuas, feitos por
amigos ou ex-namorados e divulgados sem consentimento, estão resultando
em lucro na internet. Reportagem do jornal ‘O Estado de São Paulo’
mostra que os 30 maiores sites que não checam a procedência do conteúdo
publicado têm mais de 3,5 milhões de visualizações por mês e rendem até
R$ 95 mil por ano para cada administrador.
As fotos das vítimas se espalham na web e as levam ao constrangimento, disseram as mulheres à reportagem. Uma universitária do interior de São Paulo, de 19 anos, foi vítima de um rapaz que conheceu pelas redes sociais quando tinha 15. Três anos depois, ela soube por um amigo que o vídeo estava em sites de pornografia. “Na hora, gelei. Peguei todas as provas de que era ele quem tinha divulgado e minha mãe levou para a Polícia Federal. Não sei o que aconteceu, porque não quis mais saber do assunto.”
Sem produzir conteúdo próprio, os sites divulgam fotos e vídeos como os da jovem paulista. Além de replicar imagens já divulgadas, põem à disposição de qualquer internauta formulários nos quais podem ser enviadas fotos. O usuário deve informar o nome da vítima e enviar ao menos um nude.
Os proprietários reconhecem não fazer nenhum filtro das imagens. “Em muitos casos, em 90%, é impossível identificar se realmente as fotos ou os vídeos são de quem envia”, disse, por e-mail, um dos maiores e mais conhecidos, com 2,3 milhões de acessos ao mês.
A reportagem, sem se identificar, questionou sobre como proceder para fazer anúncio e sobre a legalidade das divulgações. “Legal, legal não é, né? Mas não dá problema, não”, informou outro site, por e-mail. O dono cobra R$ 120 por um banner de 300x250 pixels. “Com o site, dá para tirar R$ 5 mil por mês”, acrescentou ele.
A divulgação de imagens eróticas de crianças e adolescentes é crime, com pena de até seis anos de prisão. A publicação não consentida de fotos e vídeos de adultos também pode ser enquadrada como difamação. Para a professora de Direito, da FGV, Monica Guise Rosina, há crime na divulgação. “Não importa se é autor da foto. O fato de o site facilitar constitui crime.”
A reportagem identificou quem registrou os endereços virtuais com base no site ‘who.is’, o mesmo usado pelo Ministério Público Federal em investigações. Os autores estão em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Goiás, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso e Alagoas.
As fotos das vítimas se espalham na web e as levam ao constrangimento, disseram as mulheres à reportagem. Uma universitária do interior de São Paulo, de 19 anos, foi vítima de um rapaz que conheceu pelas redes sociais quando tinha 15. Três anos depois, ela soube por um amigo que o vídeo estava em sites de pornografia. “Na hora, gelei. Peguei todas as provas de que era ele quem tinha divulgado e minha mãe levou para a Polícia Federal. Não sei o que aconteceu, porque não quis mais saber do assunto.”
Sem produzir conteúdo próprio, os sites divulgam fotos e vídeos como os da jovem paulista. Além de replicar imagens já divulgadas, põem à disposição de qualquer internauta formulários nos quais podem ser enviadas fotos. O usuário deve informar o nome da vítima e enviar ao menos um nude.
Os proprietários reconhecem não fazer nenhum filtro das imagens. “Em muitos casos, em 90%, é impossível identificar se realmente as fotos ou os vídeos são de quem envia”, disse, por e-mail, um dos maiores e mais conhecidos, com 2,3 milhões de acessos ao mês.
A reportagem, sem se identificar, questionou sobre como proceder para fazer anúncio e sobre a legalidade das divulgações. “Legal, legal não é, né? Mas não dá problema, não”, informou outro site, por e-mail. O dono cobra R$ 120 por um banner de 300x250 pixels. “Com o site, dá para tirar R$ 5 mil por mês”, acrescentou ele.
A divulgação de imagens eróticas de crianças e adolescentes é crime, com pena de até seis anos de prisão. A publicação não consentida de fotos e vídeos de adultos também pode ser enquadrada como difamação. Para a professora de Direito, da FGV, Monica Guise Rosina, há crime na divulgação. “Não importa se é autor da foto. O fato de o site facilitar constitui crime.”
A reportagem identificou quem registrou os endereços virtuais com base no site ‘who.is’, o mesmo usado pelo Ministério Público Federal em investigações. Os autores estão em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Goiás, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso e Alagoas.
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