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7.21.2016

Funaro ameaçou colocar fogo na casa de delator com os filhos dentro

Em sua delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto disse que o doleiro Lúcio Bolonha Funaro o ameaçou de morte e afirmou que colocaria fogo na sua casa com os filhos dentro. O motivo seria um desentendimento na divisão de propinas no esquema para a liberação de recursos  do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa.No depoimento, Cleto afirma, ainda, que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria recebido 80% da propina no esquema. No documento enviado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual pediu a prisão de Funaro, há os detalhes relatados por Cleto. Segundo o ex-dirigente da Caixa, Cunha ficava com 80% da propina de contratos com recursos do FI-FGTS, Funaro ficava com 12% e Cleto, com 4%.
Fábio Cleto disse em delação que propina era dividida entre ele, Funaro e Eduardo Cunha
Fábio Cleto disse em delação que propina era dividida entre ele, Funaro e Eduardo Cunha
Nesses mais de 100 anos de República, em nenhum momento da vida brasileira se viu uma quadrilha agir de tal forma. Não é uma quadrilha do tipo siciliana na qual os mafiosos atuavam junto ao poder, mas sempre com minoria do poder. O que se vê hoje, se tudo for comprovado, é uma quadrilha de criminosos sanguinários. Nessa quadrilha, o traficante Fernandinho Beira-Mar seria aluno. Marcola poderia ser, no máximo, um diretor de classe, mas nunca pertenceria à direção dessa universidade. Nessa escola de bandidos todos os envolvidos que em algum momento estiveram contra esses senhores correm risco de vida.A frase do depoimento do quadrilheiro Fábio Cleto sobre as ameaças de morte a ele e a sua família não o eximem de também fazer parte da gangue. O que, de fato, causa estranheza é que esse quadrilheiro pudesse agir sozinho na Caixa Econômica Federal, por mais força que tenha um vice-presidente. Por mais proteção de um esquema criminoso que diz ter pertencido, nunca num colegiado seria possível que tudo isso acontecesse e Cleto agisse sozinho.

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