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7.05.2016

Golpe só depois da Olimpíada

Senado irá votar pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff na última semana de agosto

O Dia
Brasília - Mesmo com os holofotes voltados para a possível renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff entra na reta final na Comissão Especial do Senado.
Os senadores só vão, no entanto, bater o martelo sobre o futuro de Dilma depois do fim dos Jogos Olímpicos. A ideia é pôr o pedido de impeachment de Dilma em votação do plenário do Senado na última semana de agosto, entre os dias 22 e 27. Esta será a última etapa do processo. Para Dilma ser afastada definitivamente, serão necessários os votos de ao menos 54 dos 81 senadores.

Foto: Arte O Dia

Na próxima quarta-feira, o ex-ministro José Eduardo Cardozo representará a presidente na comissão, onde fará mais uma vez sua defesa. Antes de passar pelo crivo final do plenário do Senado, o processo precisa ser votado na Comissão Especial do Impeachment, formada por 21 senadores. Eles terão de aprovar parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) recomendando a cassação da presidente. A expectativa é que o tucano apresente seu parecer no dia 2 de agosto.
Desde 8 de junho, a comissão já ouviu 45 testemunhas e recebeu 73 ofícios de órgãos oficiais com esclarecimentos e pedidos de documentos feitos em sua maioria a bancos públicos e ministérios.
Em meio à tramitação do processo no Senado, Dilma Rousseff procura manter a sua rotina no Palácio da Alvorada. Na última quarta-feira, ela se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo ele, a presidenta está “triste, mas aguerrida” com relação ao processo de impeachment.
Com a permissão para viajar nos aviões da FAB apenas no trajeto Brasília/Porto Alegre, a presidente afastada iniciou na semana passada uma “vaquinha virtual” para financiar suas andanças pelo país para divulgar a tese de que é vítima de um golpe. Em 24 horas, Dilma arrecadou mais de R$ 300 mil.

Lindbergh quer adiantar calendário e votar impeachment durante a Olimpíada

No calendário atual, o julgamento final do afastamento deve acontecer no plenário do Senado entre 24 e 26 de agosto

Estadão Conteúdo
Brasília - O líder da oposição, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), quer tentar uma nova estratégia para chamar atenção da mídia internacional para o processo de impeachment. Ele vai sugerir à defesa da presidente Dilma Rousseff que adiante a entrega das alegações finais de forma que a votação final do processo aconteça ainda durante a Olimpíada.
No calendário atual, o julgamento final do impeachment deve acontecer no plenário do Senado entre 24 e 26 de agosto, as Olimpíadas se encerram no dia 21 do mesmo mês. A ideia de Lindbergh é que a defesa de Dilma use apenas uma das duas semanas dedicadas às alegações finais do processo. Nesse quadro, caso todos os demais prazos se mantivessem os mesmos, a votação final poderia acontecer entre 17 e 19 de agosto, semana de decisões Olímpicas.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
"Precisamos chamar atenção para o que está acontecendo aqui. O mundo precisa saber. Durante os Jogos Olímpicos, toda a imprensa internacional vai estar no Brasil e a imprensa no exterior sempre esteve do nosso lado", disse Lindbergh.
Segundo o petista, ele ainda não chegou a conversar com o defensor da presidente, José Eduardo Cardozo, e não sabe dizer se a defesa vai concordar com a estratégia

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