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9.26.2016

Aragão: Moraes é incapaz ou irresponsável


Antecessor de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça, Eugênio Aragão bateu duro no ministro que, ontem, quebrou o sigilo desta nova fase da Lava Jato, ao dizer, num comício do PSDB em Ribeirão Preto (SP), que nesta semana "teria mais"; "Incapaz porque estaria a brincar com coisa séria. Um ministro não pode se manifestar de empolgação em campanha, entregando ao público assuntos sigilosos de sua pasta", afirmou Aragão; ele declarou, ainda, que se tivesse feito tal declaração quando foi ministro, "o mundo viria abaixo" 
 O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão chamou de "incapaz" ou "irresponsável" seu sucessor na pasta, Alexandre de Moraes, por ter antecipado neste domingo 25, durante evento de campanha do tucano Duarte Nogueira em Ribeirão Preto (SP), a 35ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu Antonio Palocci.
"Esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", declarou Moraes no ato de Nogueira, que é adversário político de Palocci no município. O ex-ministro do governo Lula preso hoje já foi prefeito de Ribeirão Preto.
Para Aragão, Moraes foi "incapaz porque estaria a brincar com coisa séria. Um ministro não pode se manifestar de empolgação em campanha, entregando ao público assuntos sigilosos de sua pasta". "Ou irresponsável, porque, no momento em que vivemos, autoridades públicas não devem provocar clamores. Devem, isto sim, acalmar a população", completou, em declaração à jornalista Isadora Peron, do Estado de S. Paulo.
Aragão disse ainda que a declaração do ministro da Justiça do governo Temer "dá margem à suspeita de que ele, governo, e a Lava Jato, estão agindo de comum acordo com finalidade política". "Fico só imaginando se, quando ministro, eu desse uma declaração desse teor, o que aconteceria. O mundo vinha abaixo", afirmou.
Parlamentares petistas têm nomeado a Lava Jato de "Operação boca de urna", por ter como objetivo influenciar nas eleições municipais contra o PT. Na fase anterior, na semana passada, o ex-ministro Guido Mantega foi preso em um hospital, enquanto acompanhava a esposa em uma cirurgia, o que foi amplamente criticado por juristas.

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