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9.27.2016

Novo ensino médio pode aumentar desigualdade, avaliam ex-ministros


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Nomes que passaram pelo Ministério da Educação nos últimos anos, Aloizio Mercadante, Renato Janine Ribeiro e Henrique Paim mostraram preocupação, em declarações ao portal G1, de que a flexibilização do currículo pode significar que alguns estudantes acabem tendo mais opções que outros; último a passar pela pasta antes de Mendonça Filho, Mercadante acredita que o texto da reforma, como foi publicado, representa "revestir com a norma legal a desigualdade de oportunidades de aprendizagem, o que, na prática, atinge todos os brasileiros, especialmente, os mais pobres"
Ministros da Educação durante o governo Dilma, Aloizio Mercadante, Renato Janine Ribeiro e Henrique Paim acreditam que a reforma do ensino médio apresentada por Mendonça Filho e Michel Temer pode acentuar a desigualdade no País.
Em declarações ao portal G1, ele avaliaram que a flexibilização do currículo a partir da metade do período pode significar que alguns estudantes acabem tendo mais opções do que outros, caso a divisão não seja bem delimitada.
"Está sendo dita uma coisa, que o aluno poderá escolher a sua opção, mas ele vai escolher a opção dentro do leque que a rede oferecer. Se uma rede escolher oferecer um leque enxuto, ele não tem opção", observa Janine Ribeiro.
Para Paim, caso as redes fiquem livres para decidir o que fazer com metade da cara horária do ensino médio, isso pode dar margem para que as redes de ensino mais frágeis fiquem ainda mais defasadas.
Mercadante, último a comandar a pasta antes de Mendonça Filho, divulgou um comunicado sobre a medida provisória do governo Temer. Ele acredita que o texto da reforma, como foi publicado, representa "revestir com a norma legal a desigualdade de oportunidades de aprendizagem, o que, na prática, atinge todos os brasileiros, especialmente, os mais pobres".
Segundo ele, "a MP fala em dialogar com o interesse dos estudantes, nada mais consensual. Porém, delega as secretarias estaduais de educação, que possuem condições extremamente heterogêneas, a completa liberdade para definir os itinerários formativos e as disciplinas optativas. Essa medida representa o risco concreto de um verdadeiro apartheid escolar no Brasil".

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