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12.02.2016

Temer e Meirelles derrubam investimentos e produção industrial

Resultado de outubro, de queda de 1,1%, é o pior em três anos, o que comprova que o golpe continua fazendo estragos na economia brasileira; sobre o mesmo mês do ano anterior, a produção apresentou queda de 7,3%, chegando ao 32º mês seguido no vermelho nessa base de comparação; depois de quedas do PIB de 5% em 2015 e de 3,5% em 2016, 2017 já é considerado um ano perdido; em Brasília, crescem as pressões pela demissão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não apresentou nenhuma medida capaz de estimular uma retomada da economia; indústria afunda e investimentos nunca foram tão baixos como agora; promessa de Temer e Meirelles era a volta da confiança
Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A produção industrial voltou a cair em outubro, acima do esperado e no pior resultado para o mês em três anos, iniciando o quarto trimestre com mais um indício da fraqueza que marcou o ano todo, principalmente dos investimentos.
A produção industrial recuou 1,1 por cento em outubro sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, após avanço de 0,5 por cento em setembro. Esse é o pior resultado para o mês desde 2013, quando a produção apresentou perda de 1,5 por cento.
O que Meirelles prometeu e não cumpriu:

Sobre o mesmo mês do ano anterior, a produção apresentou queda de 7,3 por cento, chegando ao 32º mês seguido no vermelho nessa base de comparação.
"A indústria está bem distante do patamar máximo, ela vem perdendo dinamismo e não sabemos onde isso vai parar. O setor industrial carece de estímulos", destacou o economista do IBGE André Macedo.
Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de recuo de 0,8 por cento na variação mensal e de queda de 6,45 por cento na base anual.
Em outubro, as perdas foram generalizadas entre as categorias analisadas. A produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou queda de 2,2 por cento sobre setembro, chegando a quatro meses consecutivos de recuos. Bens Intermediários caíram 1,9 por cento, apagando o ganho de 0,9 por cento visto no mês anterior.
Entre os 24 ramos pesquisados, 20 apresentaram perdas, com destaque para produtos alimentícios (-3,1 por cento) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5 por cento).
A forte queda dos investimentos foi justamente um dos principais motivos para que a recessão brasileira tenha se aprofundado no terceiro trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) encolhendo 0,8 por cento.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, despencou 3,1 por cento entre julho e setembro, a queda mais acentuada desde o último trimestre de 2015.
A confiança da indústria brasileira chegou a registrar leve alta em novembro com a melhora tanto das expectativas quanto da situação atual, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).[nE6N1DU002]
Entretanto, as perspectivas para o setor permanecem fracas, com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontando que a recessão econômica brasileira continuou prejudicando o fluxo de pedidos para a indústria em novembro e que o setor permaneceu em forte contração.[nE6N1DU002]
"Aquele ambiente de incerteza que há uns quatro meses se dissipou agora volta com força no presente e retrai todo mundo", completou Macedo, do IBGE.
Veja abaixo os resultados da produção industrial:
Categorias de Uso Mensal Anual Acumulado em 12 meses
(%) (%) (%)
.Bens de Capital -2,2 -9,8 -17,4
.Bens Intermediários -1,9 -7,0 -8,0
.Bens de Consumo -0,4 -7,3 -7,1
.. Duráveis -1,2 -6,8 -19,2
.. Semiduráveis e Não
Duráveis -0,8 -7,5 -3,8
.Indústria Geral -1,1 -7,3 -8,4

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