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2.14.2017

Denunciado por mais 184 crimes, Sergio Cabral pegará prisão perpétua


Ex-governador do Rio, que está preso em Bangu, já é réu por outros crimes relacionados à Operação Lava Jato; vale lembrar que ele está nas mãos do juiz mais duro do Brasil, Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que condenou Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, a 43 anos; se ele aceitar a nova denúncia do MPF-RJ, Sergio Cabral se tornará réu pela terceira vez, ficando marcado como o maior corrupto da história do Brasil; também foram denunciadas nesta ação do MPF outras dez pessoas no âmbito das operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Lava Jato no Rio

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) denunciou à 7ª Vara Federal o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) por 184 crimes de lavagem de dinheiro. Os fatos apresentados na denúncia são resultantes da Operação Eficiência, realizada no escopo das investigações da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Além de Cabral, foram denunciadas outras dez pessoas, incluindo dois colaboradores, doleiros que faziam parte da organização como operadores financeiros.
Segundo informações divulgadas pelo MPF, "os doleiros recebiam dos demais denunciados dinheiro em espécie oriundo dos crimes de corrupção praticados, custodiavam tais recursos em seu escritório e os distribuíam posteriormente para pagamentos de despesas em favor dos membros do grupo criminoso".
"Os colaboradores forneceram uma planilha de controle de caixa que aponta que os recursos por eles custodiados foram utilizados para pagamentos de despesas, no período de 1º de agosto de 2014 a 10 de junho de 2015, no valor de R$ 39,7 milhões, uma média de aproximadamente R$ 4 milhões por mês", diz.
Segundo o ministério, as provas reunidas nas Operações Calicute e Eficiência comprovaram que Sérgio Cabral, no comando da organização criminosa, e mais dez pessoas promoveram a lavagem de ativos, no Brasil, para beneficiar o outros participantes do esquema e para despesas pessoas tanto do ex-governador como dos seus familiares.
"Os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa", continua.
A denúncia versa sobre crimes de pertinência a organização criminosa e de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil. Contudo, diante da grandiosidade do esquema criminoso, não esgotam todos os crimes de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil, nem tampouco todos os fatos praticados pelo grupo, que poderão ser objeto de novas denúncias.
Segundo os procuradores da República Leonardo Cardoso de Freitas, José Augusto Vagos, Eduardo El Hage, Renato Silva de Oliveira, Rodrigo Timóteo, Rafael Barretto, Sérgio Pinel, Jessé Ambrósio Junior e Lauro Coelho Júnior, que assinam a denúncia, "o vultoso volume de recursos obtidos em razão dos crimes praticados pelo grupo criminoso exigia uma forte estrutura destinada à movimentação e lavagem do dinheiro da propina."
Além de Sérgio Cabral, também foram denunciados por crimes de lavagem de dinheiro Carlos Miranda (147 crimes), Carlos Bezerra (97 crimes), Sérgio Castro de Oliveira (6 crimes), Ary Ferreira da Costa Filho (2 crimes), Adriana Ancelmo (7 crimes), Thiago de Aragão Gonçalves (7 crimes), Francisco de Assis Neto (29 crimes), Álvaro José Galliez Novis (32 crimes). Sérgio de Oliveira, Thiago de Aragão, Francisco de Assis e Álvaro Novis também foram denunciados por integrarem a organização criminosa liderada pelo ex-governador.
Na denúncia foram narrados ainda fatos criminosos de dois colaboradores, doleiros que faziam parte da organização como operadores financeiros.

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