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3.21.2017

Absurdo: Não existe razão lógica para essa condução coercitiva

Do Jornalistas Livres
O blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, foi levado em condução coercitiva para a Superintendência da PF em São Paulo.
As informações ainda não estão claras.
Os advogados já se dirigem ao local, mas parece ser parte da investigação para apurar possíveis vazamentos sobre outra condução coercitiva, a de Lula, em março do ano passado.
Vamos aguardar, mas podemos estar diante de um severo e aberto ataque da Operação Lava Jato à liberdade de imprensa e expressão.
Atualizado às 10h15:
TIREM AS MÃOS DA IMPRENSA INDEPENDENTE!
#CensuraNão
O caso é gravíssimo. O blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, foi retirado da casa dele, que fica no Paraíso, na zona Sul de São Paulo, às 6h.
A PF chegou ao apartamento às cinco da madrugada. Não permitiu que o porteiro interfonasse e esmurrou a porta da casa.
O agentes reviraram todo o apartamento e aprenderam os celulares da família e o computador pessoal do Eduardo. Ele foi conduzido no carro da PF para a superintendência da Lapa.
Não o deixaram ligar para advogado, o que caracteriza obstrução do direito de defesa.
Seus advogados ainda não conseguiram contato com ele.
Eduardo Guimarães teria sido preso por ter denunciado que a PF estava avisando/vazando para jornalistas da mídia golpista a iminente condução coercitiva do Lula.
Aguardamos mais informações dos advogados de Eduardo Guimarães e estamos tentando contato com a Polícia Federal.
Em breve, atualizações.

Texto de Miguel do Rosário, do Cafezinho
É pior do que se pensava: Edu está sendo mantido incomunicável
As últimas informações que chegam sobre o blogueiro Eduardo Guimarães mostram uma situação ainda mais grave do que se pensava.
Os relatos são de advogados e pessoas próximas ao blogueiro.
A PF chegou às cinco da manhã em seu prédio, não permitiram que o porteiro interfonasse, esmurraram sua porta, entraram no apartamento e reviraram tudo.
Apreenderam seu celular e aparelhos eletrônicos.
E foi levado, mediante condução coercitiva, por homens fortemente armados.
Não foi permitido que ele fizesse contato com seus advogados, o que é obstrução de justiça.
No momento, Eduardo está sendo mantido incomunicável nas dependências da Polícia Federal, na Lapa, São Paulo.
Eduardo Guimarães tem uma filha pequena com gravíssimos problemas de saúde, que precisa de atenção constante da família.
A razão de toda essa violência?
Querem saber quem vazou informações para Eduardo Guimarães, sobre a condução coercitiva de Lula.
A imprensa vaza informações, delações, dados, todos os dias, há dois anos, desde o início da Operação Lava Jato, mas quando aparece o primeiro vazamento que mostra o jogo armado entre Polícia Federal, MP e mídia, os meganhas correm para censurar, intimidar e, agora, violentar a liberdade de um cidadão brasileiro, jornalista e blogueiro.
Na verdade, Eduardo Guimarães foi preso (condução coercitiva é sequestro judicial e prisão) por crime de opinião.
Os próprios advogados de Eduardo Guimarães estão assustados. Dizem que Eduardo Guimarães pode estar sendo vítima, neste momento, de tortura psicológica.
Coisa de ditadura mesmo.
E a mídia, quietinha e cúmplice desse autoritarismo, como sempre.

247 - O blogueiro Eduardo Guimarães foi liberado nesta manhã após ter sido alvo de um mandado de condução coercitiva - quando a pessoa é levada forçadamente a depor - pela Polícia Federal. A PF chegou às 6h em sua casa, no bairro do Paraíso. Guimarães negou a informação de que os policiais o impediram de ligar para seus advogados. "Não houve isso", esclareceu.
Dono do Blog da Cidadania, Guimarães contestou em declaração ao Jornalistas Livres as razões do mandado de condução coercitiva contra ele e principalmente a apreensão de seu material de trabalho: um computador, seu celular e o celular de sua esposa.
"Meus advogados não entendem a razão da condução coercitiva porque eu não me recusei a vir aqui depor. Não existe uma razão lógica para me trazer obrigado até aqui", argumentou. "Eu sou agora um blogueiro sem equipamento nenhum", declarou. "Eu acredito que a apreensão do meu equipamento de trabalho viola sim a atividade jornalística. Porque eles vão vasculhar", alertou.
Ele disse que a PF já sabia quem era a fonte que lhe vazou a condução coercitiva contra o ex-presidente Lula em março do ano passado - motivo para o mandado de hoje - e queria saber se ele tinha alguma relação com essa pessoa. "Eu declarei que não conheço essa pessoa, e que divulguei porque é meu trabalho jornalístico. O meu trabalho é divulgar", contou.
Guimarães contestou ainda o argumento do juiz Sergio Moro, que autorizou a ação da PF contra Guimarães, de que ele não tem formação jornalística. "Inclusive fiquei sabendo que o juiz Sergio Moro falou que eu não sou jornalista. Mas há 12 anos eu tenho um site jornalístico", respondeu.
"A decisão de confiscar meu equipamento cita que eu não seria jornalista, então eu não seria beneficiado pelo direito ao sigilo de fonte. Isso é um equívoco, um desconhecimento da ordem legal do País", argumentou, em referência à legislação brasileira que não exige formação específica para a atividade jornalística no País.
Guimarães informou ainda que é vítima de outra ação, de autoria da Associação de Juízes do Paraná, em que ele é acusado de ameaçar Moro pelas redes sociais. Ele nega ter feito isso, esclarecendo que suas mensagens no Twitter foram direcionadas ao seu leitor. "Isso é uma arbitrariedade, uma vergonha", afirmou sobre a ação da entidade

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