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3.30.2017

Huck, o retorno, é projeto da direita desesperada


 Os três principais nomes do PSDB, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, estão praticamente eliminados da sucessão presidencial, com taxas de reprovação de 74%, 70% e 67%, respectivamente, segundo aponta pesquisa Ipsos (leia aqui).
O projeto "Luciano Huck, o retorno" é o último recurso da direita brasileira para enfrentar o ex-presidente Lula em 2018 ou antes, caso Michel Temer seja cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral e a pressão popular garanta diretas já; essa ideia esdrúxula, que tem o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nasceu em 2011, com uma capa de Veja, chamada "a reinvenção do bom-mocismo", mas foi logo abortada diante das fragilidades de Huck, sempre muito próximo de personalidades como Sergio Cabral, Eike Batista e Aécio Neves; agora, como o que sobrou à direita após o golpe foram Jair Bolsonaro e João Doria, o novo Jânio Quadros, FHC tenta testar novos nomes para evitar o colapso de seu partido; os atributos de Huck, depois da deslegitimação da política, seriam sua base de seguidores no Twitter e o fato de supostamente ser "bonzinho" 


Ao PSDB, sobrou o prefeito de São Paulo, João Doria, que não inspira confiança na cúpula do partido, por ser uma espécie de novo Jânio Quadros.
Diante desse cenário de terra arrasada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sacou da cartola a reedição de um plano que foi testado, pela primeira vez, em 2011.
Trata-se do projeto "Luciano Huck, o retorno". Em 2011, o apresentador da Globo foi tema de uma esdrúxula capa de Veja, com a chamada "A reinvenção do bom-mocismo". Antes, Huck dera entrevistas a outras publicações, como a extinta Alfa, da Abril, falando de seus projetos políticos.
Hoje, seis anos depois, ele voltou à carga, numa entrevista à Folha, em que disse que é hora de sua geração assumir o comando, com o lema, "bicho, vamos usar nosso poder para o bem" (leia mais aqui).
Numa era de judicialização e deslegitimação da política, caminho encontrado pelo PSDB para tentar enfrentar o PT após quatro derrotas presidenciais, a aposta agora é numa celebridade que tenha muitos seguidores no Twitter, dinheiro para bancar sua campanha e fama de bonzinho.
É nesse contexto que se encaixa a candidatura Huck, que, na prática, simboliza apenas o desespero da direita brasileira, tragada por seu moralismo sem moral.

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