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4.03.2017

Jobim: Lula preso elege qualquer um

247 - O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim fez uma advertência às consequências da Operação Lava-Jato; "Há uma questão prática: o presidente Lula preso elege qualquer um, em 2018, principalmente o Ciro Gomes"; na avaliação dele, Lula tem densidade eleitoral e, portanto, será interlocutor importante nas próximas eleições.
"A questão da corrupção tem que ser tratada com lucidez porque não se constrói o futuro retaliando o passado", ressaltou. "É bom ter presente que o Judiciário trata do passado. Ele aplica penas ao passado que se cumprirão no futuro. Mas o Judiciário não resolve o problema do futuro. Não se constrói o futuro com sentenças."
As informações são de reportagem do Valor.
Para Jobim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve separar as acusações contra Michel Temer e Dilma Rousseff no julgamento que vai definir a cassação da chapa pela qual ambos foram eleitos.
Nelson Jobim, que integrou o TSE e foi relator do primeiro caso pelo qual o tribunal cassou um governador que encabeçava a chapa junto com o vice. Caso ela emplaque, Dilma perderia os direitos políticos, enquanto Temer permaneceria presidente.
"'Os casos são muito diferentes', disse Jobim ao Valor PRO, referindo-se à cassação de Mão Santa, em 2001, do cargo de governador do Piauí, e ao processo atual que ameaça Temer. Mão Santa foi cassado por mais de 20 irregularidades, como fornecer remédios a eleitores e anistiar devedores de contas de água, nas eleições de 1998. O julgamento ocorreu quando Jobim era presidente do TSE.
'Naquele caso foi captação ilícita de sufrágio', explicou ele, usando a terminologia que significa compra de votos. A consequência foi a de que os votos teriam que ser anulados. Uma vez retirados os votos para o então governador, a consequência foi a de que esses mesmos votos atingiam o vice. Como resultado, assumiu o segundo mais votado nas eleições, Hugo Napoleão. Na avaliação de Jobim, o caso da chapa Dilma-Temer seria diferente. As alegações contra a chapa Dilma-Temer não tratariam de fraude nos votos. Os votos dos eleitores não teriam sido comprados. Portanto, caso se comprovem as irregularidades na arrecadação de recursos para campanha, os votos não seriam anulados."

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