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5.11.2017

Moro à milanesa




Quem pensou que iria assistir no dia 10 de maio a um jantar onde o Lula seria o prato principal, acabou por testemunhar uma refeição bem diferente: Sérgio Moro e o Ministério Público foram devorados pela defesa impecável de Lula que, por sua vez, se portou de forma absolutamente irretocável, tanto sob o ponto de vista judicial como sob o ponto de vista político.
Moro iniciou o interrogatório seguindo as velhas técnicas manjadas que lhe ensinaram no FBI: fazer repetidamente as mesmas questões por diversas vezes e de forma incansável, para tentar extrair contradições do réu e, ao mesmo tempo, tentar desestabiliza-lo emocionalmente.
Porém, o que se vislumbrou foi um festival de perguntinhas mesquinhas e sem conteúdo, típicas de um delegado de quinta categoria de algum canto esquecido desse país.
E é isso exatamente o que define o herói das elites escravocratas: um canastrão que consegue ser desmascarado e desmoralizado pelo próprio réu, no meio de um depoimento presidido por ele mesmo.
Lula conseguiu não apenas provar sua inocência nesse patético caso do "Triplex do Guarujá", como também desmascarou a farsa de toda essa denuncia, fazendo com que Moro e os seus promotores fascistas engolissem as suas próprias palavras ao longo de um interrogatório denso e histórico.
Falando sempre em falsete e com a voz nitidamente fraquejando, o "poderoso" juiz de Curitiba parece ter se dado conta de que apesar de todo o apoio da grande mídia e dos setores ultra reacionários, a farsa da Lava jato já não tem mais gás e está sendo esmagada pela vontade de toda a sociedade brasileira que almeja voltar a viver em um país com direitos, empregos e crescimento econômico.
No fim do interrogatório Moro ainda pediu desculpas a Lula no caso de eventualmente ter lhe tratado com desrespeito e se queixou também ser vítima de blogs que lhe criticam... Por um momento pareceu que iria "virar a casaca" e pular fora do barco que está nitidamente afundando.
Muito habilmente, Lula lembrou-lhe (em suas últimas considerações) que o seu provável fracasso em condená-lo irá lhe custar muito caro. E é exatamente isso que já se observa em declarações como a de Merval Pereira - jornalista global da mais elevada decrepitude - afirmando que Moro está "afundando a Lava jato" por "não conseguir mais esconder que a mesma foi feita para incriminar Lula".
O silêncio da grande imprensa sobre o depoimento e sua incapacidade de fazer até mesmo uma edição desfavorável a Lula mostra o quão devastadora foi a defesa do ex-presidente e o quão humilhante ficou a Lava Jato sob a luz dos fatos, ainda mais com os olhos de todo o país e de todo Mundo observando atentamente o que estava ocorrendo naquele pequeno e deselegante tribunal de exceção.
Cedo ou tarde todo esse processo, com suas centenas de milhares de páginas - onde a ficção sempre se sobrepõe aos fatos - se destina a ficar sob o julgo final da crítica roedora dos ratos. Mas já temos a garantia de que se um dia alguém resolver desenterrar essa anomalia jurídica, chamada "Lava jato", encontrará (junto com os ratos) as infelizes considerações de um tal juiz Sérgio Moro...
Um doutor, catedrático e bacharel em Direito (mas sem carteirinha da OAB)... e que no fim foi jantado à milanesa - por mais de cinco horas - por um dos maiores símbolos internacionais da classe trabalhadora, que apenas cursou o ensino técnico, mas que foi diplomado presidente da República pela vontade soberana do povo brasileiro.

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