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5.23.2017

Pai de Fred (primo de Aécio Neves) posta nas redes: "falta qualidade moral e intelectual à Aécio"


Um texto, divulgado nesta segunda-feira (22), atribuído ao desembargador aposentado Lauro Pacheco de Medeiros Filho, pai de Frederico, o Fred, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), preso por receber malas de dinheiro da JBS, diz que ao tucano “falta qualidade moral e intelectual”. 
"Meu filho Frederico Pacheco de Medeiros Filho está preso por causa de sua lealdade a você, seu primo. Ele tem um ótimo caráter, ao contrário de você, que acaba de demonstrar, não ter, usando uma expressão de seu avô Tancredo Neves, ‘um mínimo de cerimônia com os escrúpulos’", aponta a mensagem. "Para o bem do Brasil, sua carreira política está encerrada". 
Fred foi preso na Operação Patmos na quinta-feira (18), após ser filmado buscando uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS, supostamente a pedido de Aécio. A irmã do senador, Andrea Neves, também foi presa.
O grampo da conversa entre Aécio e Joesley, entregue à PGR pelo segundo em delação premiada, revela que Aécio pediu R$ 2 milhões a dono da JBS. A investigação aponta que, em pelo menos duas ocasiões, Fred foi pessoalmente à sede da empresa para buscar parte da propina acertada para o primo.
A gravação contém o diálogo a seguir:
"Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança", propôs Joesley.
"Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho", respondeu Aécio.


O grampo revela que Aécio pediu R$ 2 milhões a dono da JBS
O grampo revela que Aécio pediu R$ 2 milhões a dono da JBS
Veja a mensagem do pai de Fred na íntegra:
“AÉCIO: Meu filho Frederico Pacheco de Medeiros está preso por causa de sua lealdade a você, seu primo.
Ele tem um ótimo caráter , ao contrário de você, que acaba de demonstrar, não ter, usando uma expressão de seu avô Tancredo Neves, “um mínimo de cerimônia com os escrúpulos”.
Vejo agora, Aécio, que você não faz jus à memória de seu saudoso pai o deputado Aécio Cunha. Falta-lhe, Aécio, qualidade moral e intelectual par o exercício do cargo que disputou de Presidente da República.
Para o bem do Brasil, sua carreira política está encerrada.
Ass. Lauro Pacheco de Medeiros Filho
Desembargador Aposentado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.”
Defesa de Aécio
Em nota, a assessoria de Aécio Neves diz que o senador “lutará também, pelos meios legais, para que a injustiça cometida contra sua irmã e seus familiares seja reparada e revertida o mais rapidamente”. 
Veja a nota na íntegra:
“Sobre o diálogo gravado por Joesley Batista, o senador Aécio Neves esclarece que:
O diálogo se deu numa relação entre pessoas privadas, no qual o senador solicitou apoio para cobrir custos de sua defesa, já que não dispunha de recursos para tal.
O empréstimo feito pelo empresário da JBS não envolveu recursos públicos e seria regularizado por meio de um contrato mútuo, se o objetivo de Joesley Batista não fosse, desde o início, única e exclusivamente, forjar uma situação criminosa para ganhar os benefícios da delação premiada.
Não houve na conversa gravada descrição de nenhum ato ilícito da parte do senador, tendo ocorrido uma provocação de Joesley, agora claramente explicada, de assuntos outros, que não o pedido de empréstimo, com o objetivo único de obter de Aécio declarações políticas sobre temas polêmicos.
Como já foi esclarecido, foi proposta ao executivo a venda de um apartamento, no Rio de Janeiro, de propriedade da família do senador há mais de 30 anos. O delator, já atendendo aos interesses de sua delação, propôs emprestar recursos, o que ocorreu sem nenhuma contrapartida, não havendo qualquer tipo de prova ou mesmo indício de que tenha ocorrido alguma atuação do senador na esfera pública em favor da JBS.
O próprio delator Ricardo Saud afirmou à PF que: “Ele nunca fez nada por nós”, o que torna infundada qualquer acusação de pagamento de propina.
Todos os recursos recebidos da empresa pela campanha presidencial do PSDB, em 2014, estão declarados na prestação de contas do partido e não envolveram contrapartida ou uso de dinheiro público.
Um total R$ 50,2 milhões foram doados pela JBS ao comitê financeiro nacional e à Direção Nacional do PSDB. Desse total, R$ 30,44 milhões foram repassados para a campanha presidencial. Outros R$ 6,3 milhões foram doações feitas a diretórios regionais e candidatos estaduais e R$ 4 milhões doados no período pré-eleitoral, totalizando R$ 60,5 milhões em doações integralmente declaradas ao TSE.
Sobre a Operação Lava Jato, não existe qualquer ato do senador Aécio, como parlamentar ou presidente do PSDB, que possa ter colocado um empecilho sequer aos trabalhos da Polícia Federal ou do Ministério Público.
Por fim, Aécio lamenta os termos inadequados que usou na conversa gravada, sem o seu conhecimento, e destaca que jamais fez tais referências no ambiente de trabalho, já tendo se manifestado diretamente junto a cada um dos companheiros e autoridades mencionados.
O senador Aécio lamenta todos os acontecimentos narrados e fará, com serenidade e firmeza, sua defesa junto à Justiça e a seus eleitores para demonstrar a correção de suas ações e a farsa da qual foi vítima, montada pelo delator de forma premeditada a forjar uma ação criminosa.
Lutará também, pelos meios legais, para que a injustiça cometida contra sua irmã e seus familiares seja reparada e revertida o mais rapidamente.”
Assessoria do senador Aécio Neves.
>> Randolfe Rodrigues vai ao STF para Senado respeitar decisão sobre Aécio

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