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8.21.2017

Lula é do povo, ama o povo e tem a força do povo


STUCKERT

Lula é do povo, ama o povo, tem a força do povo e ninguém vai tirar, nem dele nem do povo, a capacidade de lutar contra as injustiças. Ele tem sete vidas e o povo também.
Duvido que alguém dos vivos desta terra tenha doado mais da própria vida ao Brasil, tenha recebido mais títulos de Doutor Onoris Causa, das mais importantes universidades internacionais e nacionais, e, ao mesmo tempo, tenha sofrido mais perseguição política e injustiças do que Lula.
Ele é o maior líder da história do Brasil, queiram ou não, arrasta multidões de trabalhadores e trabalhadoras por ruas e praças das cidades de norte a sul do país por que quer simplesmente justiça.
Lula foi preso na ditadura no dia 19 de abril de 1980, porque lutava ao lado do povo nas greves do ABC, em São Paulo, queria justiça e democracia. Foi achincalhado por procuradores com um power point e acusado publicamente, numa coletiva à imprensa, de ser "chefe de quadrilha". Antes, o ex-presidente foi detido pela Polícia Federal em sua própria residência e humilhado, ao ser levado para depor por meio de condução coercitiva.
Trinta e sete anos depois de ser preso injustamente pelos militares, foi condenado, sem nenhuma prova, pelo juiz de primeira instância, Sérgio Moro, no dia 12 de julho de 2017, a nove anos e seis meses de prisão, aos 71 anos de idade, depois de ter sido presidente da República, eleito duas vezes pela imensa maioria dos votos da população.
Os procuradores e o juiz se comportaram como dois "Capitães do Mato".
Tudo isso porque Lula governou com prioridade para os de baixo, mobilizou o povo e fez um dos mais nobres gestos democráticos da história do Brasil: organizou o Foro de Desenvolvimento Econômico Social, sentou-se numa mesa com trabalhadores, empresários, banqueiros, autoridades, acadêmicos e intelectuais, debateu e negociou um grande projeto de desenvolvimento sustentável e inclusão social para o país, tendo o Estado como indutor do crescimento e a Constituição de 1988 como referência para fazer valer os direitos conquistados pela imensa população que vivia cruel apartheid social no Brasil desde os tempos coloniais.
Propiciou a trabalhadores e trabalhadoras de comunidades rurais e urbanas, de toda diversidade étnica do país, a cidadania, o acesso a direitos inscritos na Constituição (Art. 6º "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição") e gerou mais de 20 milhões de empregos.
O atraso organizado, cristalizado na elite empresarial, ainda de mentalidade colonial, preferiu demolir, com o golpe de Estado, o projeto de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e soberania, e, junto, derrubar as estruturas institucionais da República, que tentavam se firmando como pilares da democracia, para tentar rearticular o poder das velhas oligarquias, dos rentistas.
Preferiu tudo isso a admitir a cidadania do povo, a democracia, os direitos sociais assegurados na Constituição. Para o atraso organizado, direitos para os de baixo ameaçam a velha ordem colonial, os grandes negócios das corporações transnacionais, os interesses de sempre das nações centrais.
Acontece que o povo experimentou os direitos e parece que não vai aceitar o retrocesso, a resubordinação aos poderosos. Está mandando um recado a eles, por meio de pesquisas eleitorais, que quer de volta o que lhe foi tirado. Se não o tirarem da disputa eleitoral, Lula vai levantar o povo e firmar o resultado das eleições.
O início da caravana da cidadania em Salvador, marcado pela comoção de uma multidão de pessoas aos brados de "Lula guerreiro, do povo brasileiro" deu a dimensão disso, mostrou que o desejo de retomada da democracia e dos direitos é latente no povo e deve se espalhar por todo o país como uma onda de rebelião pacífica e consciente para recolocar o país nos trilhos, que se descarrilhou com o golpe de Estado.

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