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9.06.2017

MPF pede bloqueio de R$ 6,1 bilhões de petistas denunciados ao STF

O empresário Dermeval de Souza Gusmão Filho, dono da construtora DAG, negou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que a operação para a compra de um terreno onde seria construído o Instituto Lula tenha envolvido pagamento de propina. Ele é acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de ter sido "laranja" da Odebrecht na compra do espaço.
Ao falar durante duas horas, em Curitiba, ele afirmou que o negócio proposto pela Odebrecht era de interesse de sua empresa. Gusmão chegou a comprar, por R$ 7,1 milhões, o terreno na zona sul de São Paulo onde seria erguido o prédio, mas a obra não se concretizou e ele diz ter saído com prejuízo. Mas para o MPF, a aquisição da área teve dinheiro do "Setor de Operações Estruturadas", o departamento de propina da Odebrecht.
O empresário disse que adquiriu o terreno e descreveu a operação como um investimento comum no mercado da construção civil. Ele afirmou que foi procurado por Paulo Melo, ex-diretor-superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias, com uma "oportunidade de negócio" que lhe interessou.
Terreno onde seria construído Instituo Lula é investigado por dono tê-lo vendido para a Odebrecht 
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Gusmão disse que só depois o empreiteiro Marcelo Odebrecht lhe contou que o objetivo era construir no local a sede da entidade ligada a Lula. Pelo acordo, a DAG faria a obra e depois a venderia para o instituto ou a alugaria. A Odebrecht, de acordo com o depoimento, não queria comprar o terreno porque se tratava de um "negócio pequeno" e sua aparição como interessada na compra da área poderia levar os proprietários a aumentarem o preço.
Ainda segundo Gusmão, a construtora queria evitar "exposição política", com o risco de "colar" sua imagem à de Lula. Além disso, "a tomada de frente da Odebrecht poderia inibir a boa vontade de outros grupos empresariais", disse Gusmão, numa referência à busca de doações que seria feita para viabilizar a obra e a implementação da entidade.
Segundo o depoimento do empresário, o advogado Roberto Teixeira, amigo do ex-presidente, era quem intermediava o negócio em nome do instituto. Ele disse que, "pelo contexto", entendia que Teixeira era o representante do petista, mas que só ouviu o advogado de fato mencionando o nome de Lula duas vezes.
Uma delas foi quando recebeu o aviso de que o ex-presidente queria conhecer o local com uma comitiva. De acordo com o construtor, Lula "não gostou" do terreno e, depois disso, o negócio foi desfeito. Por fim, ele acabou vendendo o imóvel para a Odebrecht. A encomenda da obra, segundo Gusmão, pedia que o prédio tivesse garagem subterrânea, auditório, salas de reunião e uma espécie de hotel, com algumas suítes.
O pato
Sobre o que chama de "fábrica de dinheiro" da Odebrecht, numa referência às planilhas de pagamento de propina da construtora, o empresário disse que não pegou R$ 1.
"Hoje, com o desenrolar desse processo, vendo a quantidade de pagamentos feitos à minha revelia, que eu não tinha a menor ciência, por fora, o que eu posso dizer é que eu fui enganado. Eu entrei nesse processo como laranja, e hoje eu vejo que eu fui um pato. Isso que eu fui", contou.
Bloqueio
Outro assunto envolvendo os petistas foi o fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter pedido o bloqueio de R$ 6,1 bilhões dos ex-presidentes Lula e Dilma, dos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Edinho Silva (Secretaria da Comunicação) e Gleisi Hoffman (Casa Civil) e, ainda, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O pedido foi feito na denúncia entregue nessa terça-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao caso de desvios na Petrobras.

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