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10.05.2017

PF prende Nuzman e diretor-geral do Comitê Rio 2016


Investigação apura suposta compra de voto para Rio sediar Olimpíada


A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (5), o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, pela sua suposta participação em uma operação de compra de  jurados para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Nuzman foi preso em casa, no Alto Leblon, zona sul do Rio.
Vinte policiais federais cumprem hoje dois mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão na cidade  (em Ipanema, Leblon, Laranjeiras e Centro), expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
A operação da PF é um desdobramento da Operação Unfair Play- Segundo Tempo é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e foi deflagrada em continuidade às investigações sobre a escolha do Rio pelo Comitê Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas de 2016.

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman
Entre os alvos da Operação estão Carlos Arthur Nuzman  e o diretor-geral de operações do Comitê Rio 2016, Leonardo Gryner, que também foi preso.
Eles serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Às 11h haverá entrevista na sede da Superintendência da Polícia Federal na Praça Mauá, no Rio, para explicar os motivos da operação.
Ocultação de bens
O pedido de prisão foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. A decisão foi tomada porque houve uma tentativa de ocultação de bens no último mês, depois que a polícia cumpriu um mandado de busca na casa do presidente do COB. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em março, uma reportagem do jornal francês "Le Monde" denunciou que, três dias antes da escolha da cidade sede para as Olimpíadas de 2016, houve o pagamento de propina a dirigentes do Comitê Olímpico Internacional.
O Ministério Público Federal aponta "fortes indícios" de que Nuzman e Gryner "interligaram corruptos e corruptores" na compra de votos . O esquema de corrupção, segundo os investigadores, tem a participação do ex-governador Sérgio Cabral. O dinheiro teria vindo do empresário Arthur Cesar Soares de Menezes Filho, conhecido como Rei Arthur, que também teve mandado de prisão decretado, mas está foragido da justiça.
Gryner também foi preso em sua casa, em um apartamento de luxo em Laranjeiras, na zona sul do Rio. Ex-diretor do COB, ele também foi diretor de Comunicação e Marketing da candidatura do Rio à sede olímpica, e teve encontros com o filho do presidente da Federação Internacional de Atletismo, suspeito de ter recebido propina para votar no Rio de Janeiro como sede dos jogos.
 A família do senegalês Lamine Diack, que na época era presidente da Federação Internacional de Atletismo e membro do COI, teria recebido US$ 1,5 milhão do "rei Arthur", que é um empresário muito próximo ao ex-governador Sergio Cabral, já preso pela Lava Jato.

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