Exclusivo: Justiça de NY mostra o caminho da propina da Globo
Adicionar legenda
Ao contrário do que diz a Globo, em suas notas à
imprensa, o delator Alejandro Burzaco (esq. abaixo) aponta com clareza a
forma como a Globo pagou propinas a Fifa, por meio do ex-diretor
Marcelo Campos Pinto (esq. acima) para garantir direitos exclusivos de
transmissão de eventos esportivos, como as Copas do Mundo de 2026 e
2030; o dinheiro saiu da Teleglobo, na Holanda, foi remetido para a
T&T, de Burzaco, também na Holanda, e de lá seguiu para as contas
suíças do cartola Julio Grondona, que decidia sobre direitos de
transmissão; no documento da corte de Nova York sobre o terceiro dia de
julgamento, obtido pela reportagem do 247, a Globo é citada 14 vezes; a
ata do depoimento também revela as propinas pagadas a José Maria Marin e
Marco Polo del Nero (à dir.), o ex e o atual presidente da CBF
247 –
Nas reportagens que tem feito sobre o escândalo Fifa, em que é acusada
de participar de um esquema de propinas de R$ 50 milhões para garantir
direitos de exclusividade nas Copas do Mundo de 2026 e 2030, e também em
torneios sul-americanos, a Globo tem afirmado que o delator Alejandro
Burzaco, da empresa Torneos y Competencias, não esclareceu como a
propina teria chegado às mãos do cartola argentino Julio Grondona, já
falecido, que negociava os direitos de transmissão. Nada mais falso. A ata do
depoimento de Burzaco em seu segundo dia de depoimento, ocorrido nesta
quarta-feira 15, foi obtida pela reportagem do 247 e mostra com clareza
como dinheiro saiu do caixa da Globo e parou nas contas de Grondona. "Os
direitos foram transmitidos à Teleglobo no Brasil. Para isso, a T&T
Netherlands recolheria da Teleglobo e usaria parte dos fundos da
T&T Netherlands para pagar subornos", disse Burzaco. Ele afirma
ainda que os direitos de transmissão foram negociados abaixo do valor
real de mercado, justamente para que houvesse espaço para propinas. Em seu depoimento, em que a
Globo é citada 14 vezes, ele também detalha propinas pagas a José Maria
Marin e Marco Polo del Nero, o ex e o atual presidente da Confederação
Brasileira de Futebol. Só na Copa América de 2015, o equivalente a R$ 10
milhões teria sido pago à dupla e a Ricardo Teixeira, que os antecedeu
no cargo. Marin é citado 32 vezes no documento desta quinta-feira 16 –
Del Nero aparece em 41 citações. Burzaco também afirma que a T&T Netherlands foi criada na Holanda justamente com o propósito de pagar propinas
Nenhum comentário:
Postar um comentário