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11.05.2017

Guru da arrumação, japonesa defende descartar o que não gera mais apego




A japonesa Marie Kondo, 30
A japonesa Marie Kondo, 30, que se tornou "guru" mundial da organização
No manual de Marie Kondo, a japonesa de 30 anos que se tornou "guru" mundial da organização, a regra é clara: nunca, jamais, enrole suas meias como bolas na hora de guardá-las.
"As meias na gaveta estão de férias. Levam uma surra no trabalho do dia a dia, aguentando a pressão e a fricção para proteger seus preciosos pés. O tempo que passam no armário é a única chance que elas têm de descansar", afirma Kondo no best-seller "A Mágica da Arrumação" (ed. Sextante, R$ 24,90), lançado neste mês no Brasil.
O método de Kondo, cuja publicação já vendeu dois milhões de cópias ao redor do mundo, vai, é claro, muito além das meias. Mas baseia-se no mesmo princípio: criar uma conexão emocional com seus pertences, mantendo apenas aquilo que "traz alegria" e descartando, educadamente, o resto.

Divulgação
A guru da arrumação em ação, na casa de uma cliente
A guru da arrumação em ação, na casa de uma cliente
"Poucas pessoas pensam se um par de meias pode lhes dar alegria ou se as meias podem ficar confortáveis quando estão guardadas. Mas eu acho que é importante pensar sobre as pequenas coisas", .
"Se você faz isso, percebe que até mesmo um par de meias está o ajudando em sua vida –e começa a dar valor para tudo."
BELEZA ORGANIZADA
Ela recebeu a reportagem em um quarto de hotel em Nova York. De roupa e cabelo impecáveis e voz baixa, é –não por acaso– o retrato perfeito do que quer vender: a ideia de beleza organizada.
O interesse pela arrumação surgiu ainda criança, quando lia "todas as revistas sobre assuntos domésticos" compradas pela mãe. Aos 15, começou a desenvolver a técnica que a alçou ao status de celebridade, a KonMari.
"Comecei a praticar todos os dias, no meu quarto, no dos meus irmãos, meus amigos. Essa era a minha vida", diz Kondo.
No mês passado, ela foi eleita pela revista norte-americana "Time" uma das cem pessoas mais influentes do mundo. Responsável por escrever um texto sobre Kondo para a publicação, a atriz Jamie Lee Curtis decretou: "Se um dia fizer uma tatuagem, ela dirá 'Spark Joy!' [Traga Alegria]"
'KONDAR'
Como um culto, "A Mágica da Arrumação" atrai seguidores ao redor do mundo. Nas redes sociais, há grupos para compartilhar as vitórias do dia a dia da organização e trocar ideias sobre como aperfeiçoar as técnicas.
"Kondo" virou até verbo, utilizado ao empregar a técnica da japonesa –"Kondei minha estante de livros hoje", escreve uma blogueira.

Editoria de Arte/Folhapress
MANDAMENTOSAs dicas de Marie Kondo para organizar a vida
Marie Kondo atribui seu sucesso à efetividade do método que criou. "Ele realmente funciona. Então quem o pratica, acaba falando para os amigos, espalhando a ideia", diz. "Além disso, a técnica não é só sobre arrumação, mas sobre como melhorar o seu estado mental."
No livro, ela cita casos de clientes que largaram o emprego ou um casamento ruim depois de aplicarem o método KonMari em suas vidas.
"Quando você põe a casa em ordem, também organiza suas questões e seu passado. A consequência é que você passa a distinguir com mais clareza o que é essencial e o que é inútil, assim como o que deve e o que não deve fazer."

A Mágica da Arrumação
Marie Kondo
livro
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Mesmo com toda confiança em sua técnica, a autora admite que se surpreendeu com o sucesso de seu livro fora do Japão, onde foi lançado em 2011. "O conceito de trazer alegria e a ideia de ver um objeto como um ser humano são bastante específicos da cultura japonesa."
Com a fama, Kondo parou de aceitar novos clientes para consultorias pessoais –a lista de espera para uma delas chegava a três meses. Mas nem tudo está perdido para os novos fãs: agora, ela treina outras pessoas no KonMari para ampliar o número de aulas dadas com base no método.
"Esse é o meu objetivo, que todos no mundo tenham um estilo de vida que lhes traga alegria", afirma.
Mas, se conseguir, de fato, dominar o mundo com sua beleza organizada, o que vem depois?
Para essa pergunta, Marie Kondo não tem a resposta na ponta da língua: "Nunca me perguntaram isso", sorri. "Eu não faço ideia."

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