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11.09.2017

Mentira contra o cérebro para emagrecer


Enganar o cérebro e fazê-lo achar que a pessoa já comeu o suficiente é o objetivo perseguido por cientistas da Faculdade Imperial de Londres, no Reino Unido. Para tanto, desenvolvem um tratamento com hormônios que dariam sensação de saciedade. Com isso não haveria vontade de ingerir mais alimentos. É uma ideia sempre atraente, pois facilitaria a vida de muita gente que vive em guerra com a balança em meio a dietas permanente e até recorrem a cirurgias.  Mas será que vale a pena mesmo, será seguro, quais serão os efeitos colaterais? Sim, pois todos os medicamentos têm algum efeito.
Pílulas inibidoras de apetite não são novidades. Diferentes drogas desde os anos 50 do século passado se propõem a este efeito. Qual, então, a diferença que estes novos estudos propõem? Bom, as drogas anteriores agiam basicamente de três formas: diretamente sobre o sistema nervoso para enganar o cérebro; ou aumentando o metabolismo para eliminar todos os nutrientes não utilizados pelo organismo e aqueles que alteram absorção dos nutrientes, impedindo, por exemplo, a absorção de gorduras.
Na nova linha de estudos, os hormônios teriam o mesmo efeito que as cirurgias bariátricas, quando uma espécie de bexiga é colocada no estômago para reduzir o espaço livre e, com isso, indicar para o cérebro que já se ingeriu alimento bastante. É uma técnica que tem tido sucesso na maior parte das vezes e que se espalhou  por todo o mundo. A sacada dos pesquisadores foi identificar que nesse processo o organismo daqueles submetidos à cirurgia produzia três hormônios (GLP-1, OXM e PYY) que levavam ao cérebro a mensagem da saciedade.
 
O passo seguinte foi isolá-los e testá-los em seus pacientes,  para tentar precisar qual o papel desses hormônios na perda de peso. O objetivo segundo os pesquisadores foram alcançados, mas os estudos ainda prosseguem.
Vamos aguardar para verificar qual é a real eficácia desse novo tratamento e quais serão suas restrições. Vale lembrar que há no Brasil uma verdadeira corrida por cirurgias bariátricas, com crescimento em torno de 10% anuais, atualmente são 72 mil cirurgias por ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e simultaneamente também não param de subir os números dos brasileiros acima do peso, em 2012, foram 48,5%, com problemas que extrapolam para diabetes, doenças cardíacas ou câncer, por exemplo.
De qualquer forma, a prevenção contra a obesidade é o melhor caminho, com a adoção de uma dieta balanceada, com alimentos saudáveis e a prática de exercícios físicos regulares. Para a pandemia de obesidade que atinge grande parte do planeta não podemos esperar soluções milagrosas.

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