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12.08.2017

Menstruar ou não, eis a questão

 

Gineco - Menstruar ou não
Atualmente existem métodos contraceptivos com os quais a menstruação ocorre com menos frequência ou para por completo. Por esse motivo muitas mulheres têm questionado se alterar o ciclo menstrual pode causar algum dano à saúde.
A menstruação frequente é um fenômeno relativamente novo. Estima-se que as mulheres pré históricas menstruavam cerca de 50 vezes na vida, atualmente as mulheres modernas menstruam em média 450 vezes. A diferença é tão grande pois antigamente as mulheres se submetiam a gestações consecutivas, amamentação prolongada e menor expectativa de vida.
A habitual menstruação mensal com o uso de pílulas foi originada por John Rock e Gregory Pincus em 1958, mesmo nessa época seus criadores comentaram que qualquer duração de ciclo menstrual poderia ser optada, sendo escolhida a mensal por questões políticas, culturais e religiosas da época. Apesar de haver sangramento mensal com as pílulas este não é uma menstruação e sim um sangramento pela retirada brusca de hormônios.
Pesquisas demonstram que 62% das mulheres gostariam de menstruar menos frequentemente ou não menstruar. Motivos para isso são reduzir sintomas menstruais, higiene, melhoria na qualidade de vida e diminuir o sangramento.
Uma pesquisa feita com ginecologistas brasileiros mostra que 93% deles consideram ser seguro não menstruar.
A supressão da menstruação ganhou legitimidade com seu uso para tratamento de doenças como cólicas menstruais, miomas, endometriose, etc. Conclui-se então que o sangramento mensal não é necessário para a eficácia contraceptiva ou segurança do tratamento. Diversos países, inclusive o Brasil, já têm medicamentos aprovados para tal fim.
O bloqueio da menstruação também pode apresentar vantagens como: maior adesão ao método contraceptivo, menor interferência nas atividades diárias ou ocasiões especiais, menor gasto com produtos de higiene e menos faltas no trabalho/escola por queixas relacionadas à menstruação.
Por isso seja qual for a sua preferência converse com o seu médico ginecologista, somente vocês dois poderão decidir qual o melhor intervalo menstrual e qual a melhor forma de atingir o objetivo.
Dra. Thaís Emy Ushikusa
Ginecologista, obstetra e colposcopista.
Gerente Médica – Bayer SA
Fontes:
Jensen JT, Garie SG, trummer D, Elliesen J. COntraception 2012.
Jacobson JC, Likis FE, Murphy PA. J Midwifery Women’s Health 2012.
Pompei LM, Fernandes CE, Steiner ML et al. Gynecol Endocrinol 2013.
Christin-Maitre S. Clin Endocrinol Metabol. 2013.
Edelman AE, Gallo MF, Nichols MD et al. Hum Reprod 2006.
L.BR.02.2014.1613

Menstruar ou não menstruar: eis uma importante questão para a mulher


Você, mulher, gosta de menstruar? Uma pesquisa do Datafolha, realizada pela pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em parceria com a Bayer, mostrou que 85% das brasileiras menstruam todos os meses. Dentre elas, 45% dizem gostar de passar por esse processo, que ocorre quando a mulher ovula, mas não engravida. O principal motivo foi “se sentir saudável” (39%). Mas, menstruar todo mês faz bem para a saúde feminina?
— A natureza não fez a mulher para menstruar, mas sim para engravidar. Menstruar todo mês durante anos não é o ideal para a saúde da mulher — afirma José Bento, ginecologista e obstetra dos hospitais Albert Einstein e São Luiz.
Além dos desconfortos mensais, como cólicas e oscilações de humor, a longo prazo, a menstruação pode contribuir para alguns problemas de saúde, como a endometriose (veja abaixo).
— Seria muita pretensão nossa colocar a menstruação como algo ruim ou dizer que a natureza se equivocou em relação a isso. O fato é que ela traz uma série de sintomas que atrapalham a vida da mulher — explica César Fernandes, presidente da Febrasgo.
De acordo com a pesquisa, 89% das brasileiras entre 18 e 35 anos se sentiriam confortáveis em poder decidir quando menstruar. Existe um método chamado de “ciclo estendido” em que a mulher faz uso contínuo de pílulas anticoncepcionais, sob orientação médica, para impedir a menstruação.


Ciclo estendido e chance de trombose
O ciclo estendido, entretanto, prevê o uso de medicamentos que muitas mulheres querem distância: as pílulas anticoncepcionais. Por conta da divulgação de casos de trombose (formação de um coágulo na veia que pode se desprender e se movimentar na corrente sanguínea, havendo a possibilidade de o coágulo ficar preso no cérebro, pulmões ou coração e provocar lesões, podendo matar) relacionados ao consumo destes medicamentos, algumas mulheres optam por outros métodos.
Segundo César, usar anticoncepcionais dobra o risco de ter trombose, mas não faz diferença se o uso for em um ciclo normal ou estendido.
— A incidência da trombose em uma mulher saudável que não toma pílula é de 4 para dez mil ao ano. Nas que tomam, passa a ser a 8. Com o ciclo estendido o risco continua o mesmo, pois as pausas não interferem em nada — afirma o especialista.

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