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1.07.2017

WhatsApp: Todo cuidado é pouco


Não é à toa que bancos de todo o mundo estão quase exigindo o uso obrigatório de antivírus nos celulares

 
Rio - Você usa WhatsApp? Quem não usa? O negócio é ter cuidado com ele, porque está chegando por aí uma nova safra de vírus que podem contaminar seu celular por meio de arquivos que chegam a você durante as trocas de mensagens.
A IBTimes alerta que há pelo menos dois arquivos maliciosos que já começaram a atuar pesadamente lá fora e que devem chegar por aqui muito em breve. Eles usam nomes de organizações governamentais e chegam ao smartphone da vítima como se fossem planilhas do Excel (ou seja, aquelas que são identificados com a extensão “xls”).
Só que, quando você clica neles, esses arquivos conseguem pescar dados como senhas de login, códigos de acesso a aplicativos etc. Recomenda-se muito, muito cuidado com esse tipo de arquivo.
WhatsApp: Todo cuidado é pouco Reprodução
Não é à toa que bancos de todo o mundo estão quase exigindo o uso obrigatório de antivírus nos celulares, porque o acesso às suas contas bancárias fica bem vulnerável graças ao próprio vacilo do cliente.
Também vamos reforçar que não é recomendável abrir arquivos que você não tenha solicitado — mesmo aqueles que tenham sido enviados pelo seu grupo de amigos. Tenho certeza de que a maioria deles é totalmente dispensável.
Outra coisa importante de ter em mente é que, a partir deste ano, muitos modelos de smartphones não vão mais conseguir usar o WhatsApp. É assim que funciona a indústria de tecnologia.
Ela melhora os programas (software) agregando novas funções a eles, o que exige o uso de aparelhos (hardware) mais novos e, com isso, força o consumo. Acho isso feio, mas é da vida. E vale lembrar: software é o que você xinga, hardware é o que você chuta.
Então anote aí e espalhe pros amigos. Esta semana o ‘zapzap’ deixou de ser compatível com os celulares que usam os sistemas Android 2.1 e 2.2, o iOS6 (iPhone3GS) e Windows Phone 7. No próximo dia 30 de junho será a vez de o aplicativo sumir das plataformas BlackBerry, BlackBerry 10, Nokia S40 e Nokia Symbian S60.
Nesse caso, não deverá atingir muitos usuários. Na verdade, 99% dos novos smartphones usam os sistemas fornecidos pela Google (Android), Apple (iOS) e Microsoft (Windows).

Queixa de sequestro em Uber vai para MP


Deputado denuncia caso de empresária que se diz ameaçada e roubada por motorista armado

 Rio - Revelada com exclusividade pelo DIA ontem, a denúncia de uma passageira contra um motorista de Uber, acusado de ameaçá-la com uma arma e sequestrá-la junto com a filha, uma bebê de seis meses, já está nas mãos da Justiça. Ao tomar conhecimento do caso pelo jornal, o deputado estadual Dionísio Lins (PP) entrou ontem com uma ação na Promotoria de Tutela Coletiva da Defesa do Consumidor e Contribuinte do Ministério Público do Rio.
Ele pede que sejam tomadas as medidas legais para que se apure o caso e também pretende cobrar uma posição da Uber sobre o ressarcimento dos R$ 12 mil que a vítima afirma ter sido obrigada a entregar ao motorista.
“É preciso saber se a direção do aplicativo vai ressarcir os R$ 12 mil roubados da passageira e se vai prestar algum tipo de atendimento psicológico, já que hoje existe apenas a profissão de taxistas regulamentada por lei”, disse o deputado. Ele informou ainda que vai solicitar às secretarias de Fazenda municipal e estadual a relação com o nome e endereço de todos os motoristas cadastrados no Uber e como é feito o processo de cadastramento.
A empresária de Niterói conta que viveu três horas de agonia em carro onde foi levada junto com a filha Reprodução
A vítima, uma empresária que mora em Niterói, afirma que embarcou em Icaraí com destino a Piratininga, na Região Oceânica do município, mas o motorista a rendeu com uma arma e mudou a rota, levando-a até Petrópolis, a 75 km de Niterói. Ela conta que rodou dentro do carro por três horas, sofrendo ameaças, e foi abandonada com a bebê na cidade da Região Serrana, após o motorista roubar seu celular e a quantia em dinheiro que tinha em sua bolsa.
Delegado responsável pelo caso, Robson da Costa, titular da 77ª DP (Icaraí), diz que solicitou o Boletim de Ocorrência feito pela vítima em Petrópolis, em caráter de urgência, e ontem mesmo já estava com o documento em mãos. “Vamos dar início às diligências, identificando o suspeito e fazendo o recolhimento das imagens de segurança do local, a princípio”, explicou.
Deputado cobra ficha criminal
O deputado quer saber ainda se a Uber levanta a ficha criminal de seus motoristas. “Há muito tempo estamos cobrando do representante do Uber na cidade, o senhor Fábio Sabba, como é feito o processo de seleção para atuar na empresa, se é feito um levantamento de bons antecedentes desses motoristas, onde são cadastrados, as certidões negativas que o Uber diz ter em seu poder, além de toda a documentação necessária para seu funcionamento na atividade de transporte de passageiros”, completou.
Após saber do caso, usuários do aplicativo em Niterói disseram estar receosos quanto à segurança do serviço. “Uso bastante o Uber, mas é importante saber quem é essa pessoa. Posso ser mais uma vítima se esse motorista ainda estiver na Uber”, disse a engenheira Paula Matheus, 31. Outra usuária preferiu não se identificar, pois se o motorista estiver solto, teme pela sua segurança. “Hoje está tudo tão violento. Moro bem perto de onde a menina pegou o carro. Não sei se volto a usar o app”, contou a estudante.
Taxa extra para garantir segurança
Desde quinta-feira, a Uber não informa se o motorista envolvido na denúncia de sequestro já foi identificado ou notificado pela empresa. E mantém o que disse anteriormente em nota oficial: “Em caso de investigações e processos judiciais, a Uber colabora com as autoridades nos termos da Lei”.
Coincidência ou não, a Uber está cobrando aos usuários, desde ontem, uma taxa de R$ 0,75 por viagem em todo o país. Segundo a empresa, a taxa é para “manter o crescimento saudável da plataforma no Brasil, que ajudará a apoiar iniciativas de segurança para motoristas parceiros e usuários, além de outros custos operacionais”.
Questionada sobre quais seriam essas ‘iniciativas’, a Uber não retornou até o fechamento desta reportagem. A tarifa do UberX, categoria mais barata do serviço, tem preço base de R$ 2 e cobra R$ 1,40 por quilômetro rodado, mais R$ 0,15 por minuto de viagem. Já o serviço Black tem preço base de R$ 4, cobra R$ 2 por quilômetro rodado e mais R$ 0,23 por minuto de viagem.

Fecha o cerco ao amigo do Moro


Operador de Serra confessa R$ 23 mi na Suíça da Odebrecht para o PSDB

O banqueiro Ronaldo Cezar Coelho confessou ter usado sua conta na Suíça para receber R$ 23 milhões da Odebrecht para a campanha presidencial de José Serra, do PSDB, em 2010; além disso, Coelho disse ter se valido da lei de repatriação de recursos para legalizar o dinheiro sujo – o que é considerado ilegal por advogados; atual chanceler do governo Michel Temer, Serra, disse que sua campanha foi financiada dentro da lei e ainda não pediu demissão; de acordo com a lei, partidos que recebem recursos eleitorais no exterior, podem ter seu registro cassado pela Justiça Eleitoral; ou seja: em tese, o PSDB pode desaparecer

Globo coloca ministro da Justiça na linha de tiro


Grupo Globo, que colocou e mantém Michel Temer no poder, por meio do golpe parlamentar de 2016, agora mira seus canhões na direção do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes; reportagem deste sábado do jornal O Globo o coloca como mentiroso e o critica por ter negado o socorro pedido pelo governo de Roraima, antes do massacre de ontem, que matou 31 presidiários – muitos deles decapitados; Globo já exigiu de Temer que demitisse alguns de seus ministros, como Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, e Moraes pode vir a ser o próximo; pressionado, ele apresentou um plano de segurança que prevê a construção de cinco novos presídios federais e outros 27 nos estados

Cai secretário coxinha de Temer que pediu mais chacinas

Bruno Júlio, titular da Secretaria de Juventude, disse que 'tinha era que matar mais' ao comentar massacreBRASÍLIA — Após a repercussão de sua declaração ao GLOBO sobre o massacre em um presídio de Manaus, em que afirmou que deveria haver ‘uma chacina por semana’, o secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB), pediu demissão nesta sexta-feira. Segundo o Planalto, a saída de Júlio do cargo ocorre por pedido do secretário e "já foi aceita" pelo presidente Michel Temer. A decisão será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. 

A entrevista de Bruno Júlio foi publicada no blog de Ilimar Franco, no site do GLOBO.

Ao comentar o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na capital do Amazonas, Júlio afirmou que 'tinha era que matar mais':
— Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana — disse Bruno, que é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB-MG).
Bruno foi nomeado secretário da Juventude pelo presidente Michel Temer em junho. A pasta é subordinada à Secretaria de Governo da Presidência da República.
— Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio que o presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas (12 pessoas foram mortas pelo ex-marido de uma delas, no réveillon). Elas, que não têm nada a ver com nada, que se explodam. Os santinhos que estavam lá dentro, que estupraram e mataram: coitadinhos, oh, meu Deus, não fizeram nada! Para, gente! Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato. Obviamente que tem de investigar…

A opinião desse babaca é a mesma de todos da equipe do golpista Temer, a diferença é que ele deu entrevista ao jornaleco O Globo falando que "Tinha que matar mais"






1.05.2017

'Financial Times': Protecionismo de Trump atinge primeiro América Latina


Reportagem critica ação de presidente eleito dos EUA


Matéria publicada nesta quarta-feira (4) pelo Financial Times conta que antes mesmo de se instalar no escritório oval, Donald Trump já causa pânico nas empresas americanas localizadas fora dos EUA . Esta semana foi a vez da Ford, que cancelou uma nova usina de US $ 1,6 bilhões no México, aumentando a produção em Michigan.
O anúncio, que se seguiu a um tweet de Trump na terça-feira (3) ameaçando a GM rival da Ford com um "grande imposto " para a fabricação no exterior, pode ter sido apenas uma boa estratégia de seus relações públicas. 
> > Financial Times The protectionist trade fallacies of America First
Financial Times analisa que é profundamente errado que o presidente eleito dos EUA, armado com uma mentalidade protecionista, esteja conduzindo a política industrial intimidando empresas via Twitter.

Financial Times analisa que é profundamente errado que o presidente eleito dos EUA, armado com uma mentalidade protecionista, esteja conduzindo a política industrial intimidando empresas via Twitter
Financial Times analisa que é profundamente errado que o presidente eleito dos EUA, armado com uma mentalidade protecionista, esteja conduzindo a política industrial intimidando empresas via Twitter
Se ele persistir com este tipo de intervenção não ajudará a impulsionar o emprego na América, diz o diário de finanças. Em vez disso, ele vai incutir um medo de intromissão política entre os líderes empresariais, interromper cadeias de fornecimento internacionais eficientes e alimentar assim uma reação protecionista e populista entre os parceiros comerciais da América.
Trump tem ameaçado frequentemente impor tarifas pesadas a companhias específicas com produção fora do país que vendem seus produtos para a União Europeia. Tais impostos seriam ilegais em praticamente qualquer acordo de comércio imaginável, incluindo a lei da Organização Mundial do Comércio e dentro do Acordo de Livre Comércio da América do Norte, mas a Ford evidentemente decidiu pela prudência e mudou seus planos.

Facebook censura imagem de estátua de Netuno por nudez


Obra de arte está há 500 anos no centro de Bolonha, na Itália


O Facebook pediu desculpas nesta quarta-feira (4) por ter censurado uma foto da estátua de Netuno, em Bolonha, no Norte da Itália, publicada pela historiadora Elisa Barbari. A imagem da escultura, que retrata o deus dos mares nu e está há quase 500 anos na praça de Netuno, havia sido colocada na página "História, curiosidades e visões de Bolonha", utilizada pela autora para promover a cidade.
"Queria impulsionar minha página, mas, para o Facebook, a foto do nosso Gigante é um conteúdo explicitamente sexual que mostra excessivamente o corpo ou se concentra em uma parte do corpo sem ser necessário. Que coisa de louco!", escreveu Barbari.
Depois de muitas críticas e da repercussão negativa, a equipe de Mark Zuckerberg se apressou em remediar o erro e admitiu que a foto da estátua "não é uma imagem com conteúdo explicitamente sexual".

Escultura retrata o deus dos mares nu e está há quase 500 anos na praça de Netuno
Escultura retrata o deus dos mares nu e está há quase 500 anos na praça de Netuno
"Examinamos toda semana milhões de imagens publicitárias e, em alguns casos, cometemos erros. Essa imagem não viola nossas políticas, e nos desculpamos pelo erro. Também já comunicamos a usuária que a imagem foi aprovada", disse um porta-voz da rede social.
Não é a primeira vez que o Facebook se envolve em polêmica por causa de censuras. Em 2016, a rede bloqueou a foto mais icônica da guerra do Vietnã, que mostra uma garota de nove anos fugindo de ataques com napalm, que havia sido publicada por um norueguês. A histórica imagem teria "violado as regras de nudez" do site, que mais tarde reconheceu o erro. Na ocasião, o autor do post acusou Zuckerberg de "abuso de poder".
Além disso, também em 2016, o Facebook chegou a bloquear a foto de uma tela de Caravaggio publicada pelo brasileiro Hamilton Moura Filho Desivel. Também neste caso, a rede social pediu desculpas.

Nem Froid explica

"RESPEITANDO A LIBERDADE"

Vereador coxinha de São Paulo quer revogar Dia da Consciência Negra e acabar com cotas

Fernando Holiday (DEM), de 20 anos, ganhou destaque (e votos) como ativista do Movimento Brasil Livre (MBL)

São Paulo - No terceiro dia como vereador de São Paulo, Fernando Holiday (DEM), de 20 anos, disse que vai apresentar uma proposta para revogar o Dia da Consciência Negra, data celebrada em 20 de novembro. Em entrevista à TV Câmara nesta quarta-feira, o jovem afirmou ainda que vai propor o fim das cotas raciais em concursos públicos municipais da capital.
Após ter sido eleito com pouco mais de 48 mil votos, Holiday voltou a reforçar bandeiras de sua campanha. Muitas delas foram apresentadas na internet, onde o ativista do Movimento Brasil Livre (MBL) ganhou destaque.


Vereador de São Paulo, Fernando Holiday (DEM) é contra o Dia da Consciência Negra e quer acabar com as cotas Reprodução/Facebook

Em novembro do ano passado, o jovem publicou em uma rede social que é "um absurdo" existir uma data como o Dia da Consciência Negra, que "homenageie um homem assassino escravagista." O dia 20 de novembro foi escolhido como homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, assassinado neste dia.
"Vou ter propostas de várias frentes, algumas delas mais polêmicas, como propor o fim das cotas raciais em concursos públicos municipais em São Paulo. É um debate que há muito tempo venho encampando, contrário às cotas porque acredito que elas reforçam o machismo ao invés de ajudar os negros. Vou propor a mudança da justificativa do Dia da Consciência Negra, que é um feriado complicado, que muitas vezes por atrapalhar esse combate (contra o racismo)", explicou Holiday na TV Câmara.
O vereador disse também que vai apresentar propostas para revogar todo tipo de legislação ou burocracia que atrapalhe o microempreendedor e o microempresário da periferia, "que hoje sofre com uma série de papeladas e processos burocráticos para montar seu próprio negócio ou contratar alguma pessoa".
Outra ideia defendida pelo parlamentar é a proibição de homenagens em sessões solenes a ditadores e genocidas "ou qualquer personagem ou fato histórico que tenha atentado contra os direitos humanos e a liberdade em algum momento da história."
"Já protestei na Câmara contra uma homenagem que fizeram a Fidel Castro em uma sessão solene que teve. Pretendo trazer essa experiência e esse idealismo para dentro da Câmara, uma casa legislativa que é a casa do povo, para que respeite as liberdades também quando for homenagear alguém", afirmou. Na entrevista, Holiday não citou outras personalidades que poderiam ter homenagens barradas.

Cervejinha na praia só na carona

Lei Seca inicia blitz durante o dia nesta quinta-feira

Operação Verão acontecerá até depois do Carnaval, nos principais acessos às praias, áreas de lazer e cachoeiras do estado

Rio - A partir desta quinta-feira, a Operação Lei Seca iniciará blitzes diurnas de fiscalização e conscientização nos principais acessos às praias, áreas de lazer e cachoeiras do estado. De acordo com o programa, as ações da Operação Verão acontecerão até depois do Carnaval.
Este é o terceiro ano consecutivo da operação. No ano passado, foram abordados 5.814 motoristas e 538 apresentavam sinais de embriaguez. Em 2015, foram abordados 4.970 motoristas e 350 tinham sinais de alcoolemia.
Até depois do Carnaval, as blitzes acontecerão nos principais acessos às praias, áreas de lazer e cachoeiras do estado Divulgação
 "O carioca já aprendeu a se organizar com relação aos hábitos de beber e dirigir à noite por causa das operações Lei Seca, mas isso ainda não acontece durante o dia. Nossos agentes cadeirantes já trabalham nos calçadões das orlas há 7 anos, chamando a atenção de motoristas sob a grande incidência de acidentes de trânsito envolvendo álcool e direção", explicou o coordenador da Lei Seca, tenente-coronel Marco Andrade.
 Segundo os agentes, durante o período também serão promovidas ações educativas para alertar a população sobre os riscos de beber e dirigir. As blitzes à noite continuarão sendo realizadas normalmente.
 "Pretendemos com esta terceira edição da Operação Verão que a população entenda que os riscos de misturar bebida e direção não tem hora ", reforçou o coordenador Marco Andrade.

Dupla Michel Temer-Henrique Meirelles derrubaram a atividade econômica

Fracasso do golpe já impõe mais cortes de gastos


Marcelo Camargo/Agência Brasil: <p>Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente interino Michel Temer durante reunião com líderes da Câmara e do Senado, no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)</p>
Como o golpe parlamentar de 2016 e a inépcia da dupla Michel Temer-Henrique Meirelles derrubaram a atividade econômica, levando o Brasil à maior recessão de todos os tempos, serão necessários cortes adicionais no orçamento de 2017 para que o governo federal consiga fechar as contas deste ano; de acordo com o serviço de notícias Broadcast, da Agência Estado, a equipe econômica já discute passar a tesoura em R$ 20 bilhões previstos para este ano – e isso levando em conta a meta fiscal que já prevê um rombo de R$ 139 bilhões; o motivo do corte é simples: a proposta de orçamento prevê crescimento de 1,6% em 2017, mas a média das projeções de mercado já aponta apenas 0,5%; ou seja: a arrecadação será menor do que o previsto e o governo ou terá que propor novos impostos ou elevar ainda mais a meta de rombo orçamentário neste ano 
  A equipe econômica terá que anunciar cortes adicionais de R$ 20 bilhões no orçamento de 2017, mesmo já trabalhando com uma meta de rombo fiscal de R$ 139 bilhões.
As informações do serviço de informações Broadcast, da Agência Estado.
O motivo é simples: como o crescimento deste ano será bem menor do que o previsto na peça orçamentária, os cortes serão necessários para evitar que o governo eleve a meta de rombo fiscal e afunde ainda mais a pouca credibilidade que tem.
Na peça enviada ao Congresso, o governo previu alta de 1,6% do PIB neste ano, mas a média das previsões de mercado aponta para apenas 0,5%, com viés de baixa.
Isso significa que a arrecadação será menor e o governo terá que cortar mais despesas ou propor novos impostos para tentar manter a meta.
Na prática, o golpe quebrou o Brasil. Em 2015, quando o PSDB, de Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, se aliou ao PMDB, de Eduardo Cunha e Michel Temer, para instaurar a política do "quanto pior, melhor" e viabilizar o impeachment, o PIB caiu 5%. Em 2016, quando Michel Temer e Henrique Meirelles se mostraram incapazes de conter o déficit e ampliaram o rombo para quase R$ 200 bilhões, a queda será de 3,5%. E 2017 já está perdido.
Ou seja: o Brasil entrou na espiral negativa, com menos consumo, menos investimento, menos arrecadação e mais necessidade de austeridade fiscal.

Produção industrial frustra mercado e mostra recessão mais profunda


Os dados da produção industrial de novembro confirmam que a economia brasileira mergulhou na mais profunda depressão; em novembro deste ano, houve queda de 1,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando o mercado apostava em expansão de 0,45%; dados indicam que o Brasil terá queda do PIB também no quarto trimestre deste ano; como a dupla Temer-Meirelles foi incapaz de restaurar a confiança, será necessário cortar pelo menos R$ 20 bilhões do orçamento em 2017, para não estourar uma meta fiscal que já prevê um rombo de R$ 139 bilhões, mas já se fala até em cortes de R$ 50 bilhões; depois do golpe, o Brasil migrou para a última posição no mundo em dinamismo industrial

PF sabia de ameaça de massacre em Manaus


247 - O massacre dos presos no Amazonas poderia ter sido evitado. Por meio de escutas telefônicas, a Polícia Federal sabia há mais de um ano da intenção da facção criminosa Família do Norte (FDN) de matar "todos os membros" do grupo paulista PCC em presídios de Manaus. As informações constam em um relatório da instituição.  O mesmo documento foi usado como base para a Operação La Muralla, em novembro de 2015, quando foram cumpridos 127 mandados de prisão. Apesar do documento, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, responsável pela PF, admitiu apenas que a instituição tinha conhecimento de um plano de fuga. 
As informações são de O Globo.
O plano de criminosos da facção amazonense Família do Norte (associada ao grupo carioca Comando Vermelho) de eliminar presos supostamente ligados à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) era de conhecimento da Polícia Federal do Amazonas desde outubro de 2015. Somente na segunda-feira à tarde, depois do massacre, o Ministério da Justiça, ao qual a PF está subordinada, anunciou a liberação de recursos para a transferência de detentos para presídios federais. 
As informações de que as mortes poderiam ocorrer constam em um relatório de mais de 600 páginas, com cerca de 800 mil mensagens e chamadas telefônicas de criminosos interceptadas pelos policiais federais. O documento tem trechos de conversas do chamado núcleo central da facção amazonense, em que é revelado o propósito de eliminar "todos os membros da facção paulista que se encontravam presos em Manaus". 
No dia 19 de outubro de 2015, todo o material foi encaminhado à 2ª Vara Federal do Amazonas pelo delegado Rafael Machado Caldeira, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Drcor), da PF do Amazonas. O material foi usado como base para a deflagração da Operação La Muralla, no final de 2015, levando à denúncia e à expedição de 127 mandados de prisão. Todos acusados de tráfico de drogas, armas, avagem de dinheiro, evasão de divisas, assassinatos e torturas.

1.04.2017

 Em outubro deste ano, uma estudante de 16 anos, a jovem Ana Júlia, do Paraná, arrebatou o País, ao fazer um discurso emocionante na Assembleia Legislativa do estado.
Aluna de escola pública, do colégio estadual senador Manoel Alencar Guimarães, ele transmitiu uma mensagem central: os estudantes são sujeitos, não objetos, e devem ser ouvidos pela sociedade.
O foco central das ocupações era a medida provisória do ensino médio, imposta goela abaixo por Michel Temer, por meio de uma medida provisória – hoje considerada inconstitucional pela procuradoria-geral da República.
"Nós não fomos ouvidos", diz Ana Júlia, em entrevista exclusiva ao  Além da crítica à medida provisória, ela condena o golpe contra a presidente Dilma Rousseff e afirma que já não bastam mais eleições diretas para presidente.
"Precisamos de eleições gerais", diz ela. "Se a gente colocar alguém que eles não querem, vão tentar tirar de novo, com outro golpe, como fizeram com a Dilma."
Leia, abaixo, sua entrevista:
 O Paraná foi o estado com mais ocupações. Como foi seu histórico nesse processo?
Ana Júlia – As ocupações começaram em outubro, aqui no Paraná, em São José dos Pinhais e foram se espalhando para a Região Metropolitana de Curitiba e para todo o estado. No dia 9 de outubro, houve um ato lindo em Curitiba, a reforma do ensino médio, que reuniu 5 mil estudantes. Depois disso, houve uma assembleia na nossa escola no dia 11.
 Qual era o foco principal?
Ana Júlia – Os dois focos eram a reforma do ensino médio e a PEC 55, que congela os gastos também da educação.
 Não é bom para os estudantes escolher se vão seguir humanas, exatas ou biomédicas?
Ana Júlia – A gente vai escolher entre aspas. A escola é que vai escolher o que vai oferecer ao aluno e, em muitos casos, vai escolher o caminho mais barato. Como vou para a área de humanas, também me incomodou o fim da obrigatoriedade de algumas disciplinas como filosofia e sociologia. Mas o mais grave é que nada disso foi debatido com os alunos, nem com os professores. Veio de cima para baixo, por meio de uma medida provisória.
 Por que você foi chamada a falar na Assembleia?
Ana Júlia – Infelizmente houve a morte de um colega nosso, o Lucas [Lucas Eduardo Araújo Mota]. No dia seguinte, um estudante universitário foi à Assembleia criminalizar as ocupações e dizer que nós éramos culpados pela morte dele.
 Esse estudante universitário era ligado ao MBL?
Ana Júlia – Eu acredito que sim.
 E você foi então escolhida para fazer a defesa das ocupações?
Ana Júlia – Sim, era preciso contestar aquela baixaria.
 Qual foi sua mensagem central?
Ana Júlia – A de que os estudantes são sujeitos do seu próprio destino, e não objeto. Isso significa que nós queremos ser ouvidos, precisamos ser ouvidos e seremos ouvidos. Além disso, estava lá para dizer que nós não somos vagabundos. Estávamos nas ocupações para fazer a defesa da educação e da escola pública.
 Você sentiu que foi ouvida pelos deputados?
Ana Júlia – No começo todos estavam mexendo no celular. Eles começaram a prestar atenção quando eu citei a Constituição e disse que eles também, como representantes do Estado, eram responsáveis pelo que aconteceu com o Lucas.
 Como você encara o momento atual do Brasil?
Ana Júlia – Estamos vivendo uma crise política enorme, com retirada de direitos e uma agressão permanente aos estudantes, aos trabalhadores e à sociedade.
 E a sua posição sobre Michel Temer?
Ana Júlia – Ele não tem a menor condição de governar o Brasil.
 Qual é a saída? Diretas já?
Ana Júlia – Eu defendo eleições gerais. Diretas para presidente só não bastam. Se a gente colocar lá alguém que eles não querem, vão tirar de novo, como fizeram com a Dilma.
  Como você define o impeachment?
Ana Júlia – Um golpe parlamentar, claro.
 E quais são seus sonhos e projetos pessoais? Já fez Enem?
Ana Júlia – Vou fazer ano que vem e quero entrar na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná ou em outra federal, se ainda existirem universidades públicas e se ainda houver política de cotas para alunos de escolas públicas.
 O projeto de Temer é acabar com as universidades públicas?
Ana Júlia – O projeto é privatizar tudo. Logo vão começar a falar em mensalidades nas federais.
 Você é favor de cotas?
Ana Júlia – Eu não entendo como alguém pode ser contra a política de cotas. Como eu vou competir com um filhinho de papai que passou a vida inteira numa escola particular?
 Mas você é muito mais inteligente do que muito aluno de escola particular.
Ana Júlia – Mas eu posso ser uma exceção. Muitos estudantes de escolas públicas têm que estudar e trabalhar ao mesmo tempo. A competição é desigual.
Depois que sua fala na Assembleia teve grande repercussão muitos disseram que seus pais são do PT. Isso te incomodou?
Ana Júlia – Meus pais são militantes de esquerda, ativistas de direitos humanos e apoiaram as ocupações como muitos pais de outros alunos. Mas o movimento estudantil não depende de mim, muito menos dos meus pais. Foi outra baixaria.
 Você está otimista em relação a 2017?
Ana Júlia – Não, eu estou pessimista porque acredito que farão o golpe dentro do golpe, para que depois tentem retirar ainda mais direitos. Mas o que eu posso dizer é que vai ter muita luta dos estudantes e dos trabalhadores. Espero que a sociedade desperte para o que está acontecendo no Brasil. Rezo para que isso aconteça.

Papa condena massacre de Manaus e faz apelo por presídios decentes


247 – Embora Michel Temer tenha decidido não comentar o massacre ocorrido num presídio em Manaus (leia aqui), onde 56 pessoas morreram, a maioria decapitadas, o Papa Francisco expressou sua preocupação com a situação dos presídios no Brasil e a questão dos direitos humanos.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre comentário do papa:
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco expressou nesta quarta-feira dor e preocupação pela rebelião sangrenta em um presídio de Manaus que deixou 56 mortos esta semana, e fez um apelo para que todas as penitenciárias sejam locais de reeducação e ofereçam condições adequadas para os detentos.
"Ontem recebemos a notícia dramática do massacre em uma prisão de Manaus, onde um confronto extremamente violento entre gangues rivais provocou dezenas de mortos. Estou sofrendo e preocupado com o que aconteceu", disse o papa durante um pronunciamento regular.
"Peço orações pelos mortos, por suas famílias, por todos os presos nessa prisão e por todos que trabalham lá. Também apelo novamente para que todas as instituições penitenciárias sejam locais de reeducação e reintrodução à sociedade, e para que os presos vivam em condições adequadas para seres humanos."
Um motim iniciado na noite de domingo dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que só terminou na segunda-feira, deixou 56 mortos como resultado de uma briga entre facções rivais.
A rebelião foi a mais violenta no país desde o episódio conhecido como Massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, que terminou com 111 presos mortos, quase todos em decorrência do confronto com a polícia, que invadiu a casa de detenção para retomar o local.
Além dos mortos no Compaj, mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, elevando para ao menos 60 o números de presos mortos esta semana no Amazonas.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse na terça-feira que a situação nos presídios do Estado era "tensa", mas "sob controle". 
(Por Isla Binnie)

Governador diz que não havia “santo” entre os mortos em presídio

O governador do Amazonas, José Melo, deu uma declaração desastrosa na manhã desta quarta-feira; ele afirmou que não tinha nenhum santo" entre os 56 presos mortos durante rebelião no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus; "Não tinha nenhum santo. Eram estupradores, matadores e pessoas ligadas a outra facção, que é minoria aqui no Estado do Amazonas. Ontem, como medida de segurança, nós retiramos todos [os ameaçados] quem ainda restavam e segregamos a outro presídio para evitar que continuasse acontecendo o pior"; papa Francisco condenou o massacre de Manaus e fez um apelo para que presos sejam tratados com dignidade no Brasil – muitos dos mortos foram decapitados

Bresser: "Isso que a gente tem aí tem produzido um desastre"


247 - Para o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso e um dos fundadores do PSDB, disse, em entrevista à Carta Capital, que o governo Michel Temer "nasceu sob um golpe parlamentar" a "partir de um impeachment sem legitimidade alguma". "Mas é o presidente. Como disse Fernando Henrique, é isso que a gente tem aí. E isso que a gente tem aí tem produzido um desastre", disparou.
Ele também voltou a criticar duramente a maneira como a Operação Lava Jato vem sendo conduzida e os seus efeitos sobre a economia. "No início, foi um grande avanço, pois descobriu uma rede criminosa e pôs gente na cadeia. Depois continuou uma caça às bruxas, que são os políticos, em particular Lula, e isso me pareceu absolutamente antidemocrático, desnecessário e um prejuízo muito grande ao País. Não fazer logo os acordos de leniência e possibilitar que as empresas superem essa crise, isso é também inaceitável", destacou.
O ex-ministro também condenou a aprovação da PEC 55, a chamada PEC do Teto, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, aprovada recentemente pelo Congresso. "Um perfeito absurdo. Com isso, o governo não vai resolver o problema fiscal. Duvido que, no ano que vem, ainda tenha poder para tanto. Está em processo de forte deslegitimação nas elites que o apoiaram se dizendo contra a corrupção. Na verdade, eram contra a esquerda do PT e o Lula. Isso está óbvio hoje, quando se vê o nível e o padrão do governo que substituiu aquele da Dilma. O padrão moral da gestão dela era muito mais alto", observou
Para Bresser, o atual governo tem como proposta aprofundar o neoliberalismo algo que, segundo ele, tem tudo para não dar certo."Os neoliberais não têm a menor condição de promover o desenvolvimento econômico do Brasil. Nunca fizeram isso. Criam crises financeiras sempre, por defenderem altos déficits em conta corrente, que eles dizem que é poupança externa, mas é mais consumo e endividamento, até que o País quebra. Isso aconteceu com FHC muito claramente, a crise de 1998 é desse tipo".

Nassif: cidadão já percebe os blefes do golpe


No Jornal GGN
Xadrez da teoria que sustenta o golpe
Por Luis Nassif
Peça 1 – as ideias e a conspiração
Nessa geleia geral em que se transformou o golpe, uma boa análise estratégica exige a tipificação mais detalhada do papel de cada personagem.
O poder de fato está em uma entidade chamada mercado.
É o mercado quem forneceu o fio agregador do golpe, o objetivo final, o componente ideológico capaz de criar uma agenda econômica alternativa, em torno dos quais se agruparam a mídia, o PSDB e se induziu à politização de instituições, como o STF (Supremo Tribunal Federal) e o MPF (Ministério Público Federal), montando o círculo inicial que passou a dar as cartas no governo Temer e, possivelmente, no pós-Temer.
É a parte mais eficiente do golpe, seguindo um roteiro fartamente descrito em obras como “A Teoria do Choque” de Naomi Klein. Confira, a propósito, o “Xadrez da Teoria do Choque e do Capitalismo de Desastre” (https://goo.gl/vZYVzy).
Dado o golpe, reza a teoria (importada da Escola de Chicago), se tem seis meses para emplacar as medidas mais drástica e consolidar o novo modelo.
A nova equipe econômica avançou como um bólido sobre os instrumentos econômicos do Estado, com um plano de ação completo, meticulosamente preparado desde que o PMDB apresentou a tal Ponte Para o Futuro.
Não se trata de um plano de estabilização, capaz de reverter a crise, mas de um desmonte do Estado que aprofundará a crise. É a estratégia da terra arrasada, visando sepultar qualquer vestígio do antigo modelo, independentemente dos custos para o país e seu povo.
· Apresentou a PEC 55 que, aprovada, acaba com qualquer possibilidade de política fiscal anticíclica e manieta todos os futuros governos.
· Se vale da crise fiscal para garrotear os governos estaduais.
· Esvaziou o BNDES, fazendo-o pagar antecipadamente R$ 100 bilhões ao Tesouro.
· Ampliou a degola das empreiteiras nacionais, proibindo financiamento à exportação de serviços e às empresas mencionadas na Lava Jato.
· Prepara-se para vender a carteira de ações do BNDES na bacia das almas.
· Montou uma queima de ativos da Petrobras, em um momento em que todos os ativos nacionais estão depreciados pela crise e os ativos petrolíferos depreciados pelas cotações de petróleo. Vende para reduzir passivo. Deixa de lado todos os investimentos na prospecção, nas refinarias e nos estaleiros (que garantiriam a expansão imediata e a longo prazo) para quitar antecipadamente (!) financiamentos contratados junto ao BNDES. Nenhuma empresa com crise de liquidez quita antecipadamente financiamentos. No máximo, reestrutura passivos.
· Começou a esvaziar o FGTS, facilitando o saque das contas.
· Com a ajuda da Lava Jato, jogou a pá de cal na cadeia produtiva do petróleo e gás, no sonho dos estaleiros nacionais, na expansão do capitalismo brasileiro para África e América Latina. Busca a destruição da maior empresa privada brasileira, a Odebrecht, a empreiteira que mais incomodava os concorrentes norte-americanos.
· Na diplomacia, acabou de matar o protagonismo do Itamarati.
Para atingir seus objetivos, o sistema tem permitido a proliferação das maiores jogadas que o Congresso e o Executivo já ousaram em sua história recente:
· A iniciativa de entregar às teles os ativos acumulados durante o período de concessão. Aliás, o senador Jorge Viana (PT-Acre) deve explicações a seus eleitores e admiradores.
· A jogada de transformar multas das teles em obrigação de investimento, reeditando estratagema utilizado pelo inacreditável Paulo Bernardo, quando Ministro das Comunicações. Na prática, equivale a perdoar as dívidas, já que os investimentos teriam que ser feitos de qualquer maneira, por obrigação contratual ou exigência de mercado.
· A compra gigantesca de produtos Microsoft, interrompendo o trabalho de disseminação do software livre.
· As jogadas escandalosas do senador Romário, de depositar nas mãos das APAEs e das Sociedades Pestalozzi o controle de toda a educação inclusiva.
· A tentativa de emplacar os cassinos e casas de bingo.
· A enxurrada de dinheiro público despejado nos veículos de mídia, cujo melhor exemplo é a campanha milionária de prevenção da Zika e falta de remédios para as grávidas.
· A MP 754 que faculta à CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) autorizar reajustes a qualquer momento. A lei que criou a CMED, em 2003, autorizava-a a determinar apenas reajustes anuais de preços. Agora, haverá reajustes, a qualquer momento, dependendo de uma plêiade de Varões de Plutarco: Ricardo Barros, Ministro da Saúde, Alexandre Moraes, da Justiça, Henrique Meirelles, da Fazenda, o pastor Marcos Pereira, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Eliseu Padilha, da Casa Civil, todos homens piedosos.
· A tentativa de jogar a Fiocruz sob o comando de Ricardo Barros e Temer.
Peça 2 – a economia de um país retardatário
Toda essa conspiração política repousa em um edifício teórico que está sob forte processo de questionamento em países culturalmente mais avançados. No Brasil, os temas se tornaram matéria de fé.
Os ideólogos desse manual – tão velho quanto a Escola de Chicago – são os economistas Marcos Lisboa e Samuel Pessôa, ambos competentes em suas funções.
Lisboa é um brilhante economista que, na gestão Antônio Palocci, foi responsável por vários avanços microeconômicos relevantes. Foi alçado à condição de guru pelo megainvestidor Jorge Paulo Lehman. Ao perceber que as eleições de 2002 marcariam o fim do período tucano, Lehman enganchou Lisboa na campanha de Ciro Gomes, por indicação de Alexandre Scheinkman, o brasileiro que dirigia o prestigioso Departamento de Economia da Universidade de Chicago. Depois, coube a mídia o trabalho de, em pouco tempo, torna-lo conhecido e com fama de gênio – seguindo o roteiro conhecido de criação de gurus, mesmo sem uma produção acadêmica robusta.
Eleito Lula, o primeiro aceno de seu Ministro da Fazenda Antônio Palocci ao mercado foi a nomeação de Lisboa como Secretário Executivo da Fazenda. Quando canalizou seu talento para as questões microeconômicas, conseguiu feitos notáveis, como o de destravar o Sistema Financeiro da Habitação.
Agora, seu papel é o desmontar o Estado nacional e implementar um modelo de mercado, não um plano de estabilização, menos ainda um projeto de desenvolvimento equilibrado, que junte as virtudes de mercado com a de Estado. O objetivo único é ideológico, impor terra arrasada em todos os instrumentos de intervenção do Estado na economia – mesmo aqueles consagrados em todos os países civilizados, e peças centrais na recuperação da economia, como bancos de desenvolvimento, ou de comércio exterior, compras públicas, financiamentos à inovação etc. – ainda que à custa de um aprofundamento maior da crise.
Dilma não soube transformar o Estado em um articulador do mercado. Lisboa simplesmente quer abolir o Estado, como se fosse possível a um país da dimensão do Brasil depender do mercado como agente originário das expectativas, algo que nem os Estados Unidos ousam. E tudo isso jogando com o destino de milhões de trabalhadores, de empresários, jogando fora anos de investimento em novos processos, novas tecnologias.
É chocante como a chamada pós-verdade se infiltra até nos círculos tidos como bem informados, com afirmações sobre o ajuste fiscal na União Europeia, quando o próprio FMI está revendo os problemas dos ajustes recessivos.
Peça 3 – a política econômica de manual
Durante o longo período de neoliberalismo – que se inicia em 1972, com a desvinculação das cotações do ouro e do dólar – criou-se a fantasia de que a economia global se articularia passando ao largo das políticas nacionais. Aboliu-se a história econômica como vetor de análises. E, com o advento dos microcomputadores e das planilhas, entrou-se na era do uso abusivo de estatísticas e fórmulas ilusórias em cima de macro-números que encobrem as realidades nacionais e de blocos, e que só trabalham um conceito de equilíbrio utópico, sem nenhum diagnóstico para os grandes stress econômicos.
Especialmente nas ciências humanas –a medicina, as ciências sociais ou a economia – as teorias são instrumentos para se analisar a realidade local e suas circunstâncias. Não existem regras universais. O exame de laboratório não substitui a análise do paciente pelo médico, assim como a teoria econômica não é um manual de aplicação universal. Para cada circunstância, há um conjunto de medidas específicas.
A crise de 2008 abriu os olhos do primeiro time de economistas dos países centrais. Percebeu-se que a economia é muito mais complexa do que as realidades captadas em modelos matemáticos que compensavam a escassa sofisticação analítica com excesso de estatística.
Vale a pena ler a entrevista de Eric Beinhocker na Carta Capital (https://goo.gl/DirQsb). Para cada circunstância, há que se apelar para os instrumentos de política econômica adequados, sem part-pris ideológico. E recorrer também ao conhecimento empírico, especialmente nos casos de stress agudo da economia que criam situações não identificadas na história econômica recente. De tal modo, que o exercício da política econômica é um misto de técnica e arte, de teoria e intuição.
Nos 8 anos de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, todas as crises econômicas, quase todas nas contas externas, eram tratadas do mesmo modo, com ajustes fiscais severíssimos, que apenas agravavam a recessão. A política de juros e de câmbio produziu um dos períodos de maior estagnação econômica da história.
Em 2008, Lula decidiu enfrentar a mega-crise que se avizinhava recorrendo a todos os instrumentos possíveis para reanimar a economia. Saiu consagrado. E também deu sorte. Se a crise não catapultasse o dólar para as alturas, provavelmente o país teria quebrado em 2008, tal o rombo nas contas externas promovido por uma política cambial imprudente que, além disso, prorrogaria estagnação do período FHC.
A crise do governo Dilma foi decorrência da incapacidade de montar cenários e estratégias alternativas para o fim do ciclo das commodities. Deveu-se também à elevação imprevista de juros em 2013, à sucessão infindável de subsídios que fragilizaram a parte fiscal e, depois, um ajuste fiscal severíssimo, pró-cíclico, que aprofundou a crise: medidas tomadas nos momentos errados.
Em fins de 2015, quando aparentemente conseguira chegar a um diagnóstico mais razoável, com uma estratégia racional de saída da crise, e os analistas previam a recuperação a partir do segundo semestre, foi fuzilada pela ação conjunta da Lava Jato e do Procurador Geral da República, associados ao boicote do PSDB e de Eduardo Cunha na Câmara e no Senado.
As lições que ficam é que as medidas econômicas não são virtuosas em si: dependem das circunstâncias em que são implementadas. Há um conjunto de princípios de responsabilidade fiscal a serem seguidos por qualquer governo. Mas, em períodos de recessão, a política fiscal precisa ser anticíclica – através do aumento dos gastos públicos -, caso contrário a cada corte de despesas se seguirá uma queda maior da receita. Em tempos de economia aquecida, pratica-se política fiscal mais severa. Nenhum economista com um mínimo de bom senso deixaria de considerar essas questões.
Esse quadro era nítido no início de 2015, quando Joaquim Levy deu inicio a seu plano suicida. Uma dose de conhecimento empírico seria suficiente para mostrar que os cortes fiscais aprofundariam ainda mais a recessão, ampliando o déficit fiscal via queda de receita.
Levy preferiu acreditar em estudos dos anos 90, que supostamente atestariam que cortes de despesas têm pouco impacto no PIB. Nem se deu conta que, em 2012, o próprio FMI tinha revisto essas conclusões.
Para os cabeças de planilha, conhecimento empírico não é ciência e as experiências históricas não tem validade. Valem apenas as estatísticas baseadas em séries históricas contemporâneas.
A cada situação nova, criam desastres monumentais pela incapacidade de só recorrer a manuais montados em cima de situações passadas. Os desastres só serão inteiramente compreendidos quando estudados a posteriori. E, como aqui é o país do Macunaíma, nem mesmo grandes erros recentes – como o pacote Levy – servem de lição para o pacote Lisboa.
Peça 4 – próximas etapas
A fantasia do pote de ouro no fim do arco-íris acabou. A história de que bastaria tirar Dilma para a economia se recuperar já está sendo percebida como blefe pelo cidadão comum.
Tem-se um presidente tão desmoralizado que, a maneira que a revista Veja encontrou para retribuir o megapacote publicitário, foi uma capa-fantasia com a senhora Temer, tal a falta de atratividade em qualquer outro aspecto do primeiro marido.
A economia não irá se recuperar com esse viés ideológico predominando na política econômica. Pelo contrário, há no horizonte próximo o pior dos mundos: o default dos Estados.
Em março o STF (Supremo Tribunal Federal) deverá liberar os inquéritos contra políticos. A quantidade de jogadas planejadas pela camarilha de Temer e pelo Congresso aumentará ainda mais a fragilidade do governo.
A oposição vê nas eleições diretas a saída para a crise. Ocorre que Sérgio Moro, os procuradores da Lava Jato e o TRF4 têm lado político. Ao menor sinal de renascimento de Lula, tratarão de impugnar sua candidatura através da condenação relâmpago em 1a e 2a instância.
Por outro lado, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Gilmar Mendes, deixa transparecer seu cansaço com o Supremo e a possibilidade de aceitar algum cargo executivo futuramente.
No momento, a aposta com maior probabilidade é a degola de Michel Temer seguido de eleições indiretas sob controle do mercado-PSDB, com o PGR cumprindo o papel de agente intimidador de políticos recalcitrantes.
Há muita confusão e poucos personagens, para permitir a montagem de cenários mais precisos.

Temer quer rever acesso à benefício social para mais pobres

247 - A administração de Michel Temer planeja enviar ao Congresso, após a tramitação da reforma da Previdência, uma proposta para promover mais alterações no acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), auxílio no valor de um salário mínimo pago a idosos com mais de 65 anos ou deficientes, sem limite de idade, de baixa renda. Está nos planos da Fazenda desvincular o BPC do mínimo e deverá ser corrigido pela inflação, mas ainda não foi definido como será o cálculo.
 As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a Fazenda, a ideia é tornar as regras de concessão do benefício assistencial mais claras e reduzir a judicialização, que é elevada: um em cada três benefícios assistenciais concedidos a pessoas com deficiência em 2015 foi fruto de decisão judicial. "No caso dos idosos, a taxa foi de 8,1%.
O governo precisa estabelecer um novo patamar de renda para acesso ao BPC porque, em 2013, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou inconstitucional o critério de um quarto do salário mínimo, que equivale hoje a R$ 220. Até hoje a lei não foi alterada."

Propaganda ruim vira munição contra Temer nas redes sociais

Por Esmael Morais
De tão ruim a propaganda do ilegítimo Michel Temer (PMDB) virou motivo de chacota e se transformou em munição contra o golpe nas redes sociais.
Os internautas zombaram do slogan “gente boa também mata” da campanha que era para conscientizar sobre acidentes de trânsito, do Ministério dos Transportes.
Temer ilustrou a antipropaganda de internautas como “Quem dá golpe pode matar” ou “Quem congela investimento público mata gente todo dia” — assinada pelo Levante Popular da Juventude.
De tão ruim que é o material, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República saiu em campo para tentar explicar a “jenialidade” publicitária. Não convenceu

Temer coloca indústria do Brasil na lanterna global


247 – O estrago econômico do golpe foi medido pelo banco alemão Deutsche Bank, que colocou a indústria brasileira em último lugar no mundo, em dezembro de 2016, utilizando o índice PMI (que mede as intenções de encomendas do setor).
No Brasil, o índice PMI foi a 45,2 em dezembro e é o menor sem seis meses.
Curiosamente, o mundo voltou a crescer, enquanto o Brasil decidiu afundar com seu golpe contra a democracia e contra os trabalhadores. 
O relatório do Deutsche aponta, por exemplo, que houve crescimento nos Estados Unidos, na Europa, na China e no Japão.
Abaixo, trecho do relatório em inglês:
The December PMI data shows an ongoing strengthening of the global economy in a number of respects:
i) All large economy manufacturing sectors are growing, and the PMIs for all of the US, Japan, EUR and China are up over the last 3m.
ii) Only Greece in the DM world has a PMI below 50. 
iii) Weak spots, like Brazil and Turkey represent ongoing domestic problems, while India’s PMI slide below 50 is easily explained by the demonetization shock. 
On a 12m change basis the US ISM shows the biggest improvement, but this highlights US weakness a year ago, more than unusual strength of late.  This time the US is holding its own despite a strong USD, because global growth is more resilient, thanks to commodity prices finding a floor, less stress on high yield, and less spillover onto risk appetite from China currency weakness. In addition, the US economy has had time to adapt to USD strength and is now looking toward a fiscal stimulus.  These are all reasons why the USD rally will not immediately be ‘the source of its own demise’, when compared with early 2016.
Confira, ainda, o gráfico:

Abaixo, reportagem da Reuters sobre o declínio da indústria brasileira:
SÃO PAULO (Reuters) - A atividade industrial do Brasil atingiu em dezembro o patamar mais fraco em seis meses em meio a fortes quedas nos volumes de produção e no nível de emprego, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.
O IHS Markit informou que o PMI foi a 45,2 em dezembro de 46,2 em novembro, com a recessão econômica afetando com força a entrada de novos negócios e a produção e ampliando o cenário de retração do setor --leitura abaixo da marca de 50 aponta contração.
Além da fragilidade econômica, a demanda fraca e as pressões competitivas levaram o nível de novos trabalhos a cair em dezembro com a maior força em seis meses. Os novos pedidos para exportação também apresentaram perdas.
Isso levou a produção a cair pela taxa mais rápida desde junho, com reduções em todos os três subsetores pesquisados, sendo a mais acentuada entre os bens de capital.
Esse cenário levou a mais cortes de empregos, chegando ao 22º mês de perdas, com destaque para os trabalhadores do setor de bens de capital.
Já a inflação de custos chegou a um recorde de quatro meses em dezembro, levando a um aumento mais forte nos preços de venda. O enfraquecimento da moeda fez com os preços pagos por produtos importados aumentassem, ao mesmo tempo em que algumas empresas tentaram proteger as margens de lucro.
"O cenário para 2017 parece adverso em meio a vários obstáculos significativos que a economia brasileira enfrenta, incluindo a deterioração do mercado de trabalho, o consumo fraco, cortes de orçamento, distúrbios políticos e demanda fraca nos mercados externos", apontou em nota a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.
Em outubro, a produção industrial recuou 1,1 por cento sobre o mês anterior, no pior resultado para o mês desde 2013 e iniciando o quarto trimestre com mais fraqueza, de acordo com os dados do IBGE.
Leia ainda reportagem da Reuters sobre a retomada europeia:
Atividade empresarial da zona do euro tem ritmo mais forte em mais de 5 anos em dezembro, diz PMI 
LONDRES (Reuters) - A atividade empresarial na zona do euro encerrou 2016 no ritmo mais rápido em cinco anos e meio, mostrou nesta quarta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), uma vez que a moeda mais fraca impulsionou a demanda em dezembro.
O índice PMI Composto final do IHS Markit para a zona do euro subiu a 54,4 em dezembro ante 53,9 em novembro, contra medição preliminar de 53,9 e no nível mais alto desde maio de 2011.
O índice permanece desde meados de 2013 acima da marca de 50 que divide crescimento de contração.
"As indústrias e, em menor grau, o setor de serviços estão se beneficiando do euro mais fraco, que está impulsionando as exportações de bens e encorajando a demanda por serviços como turismo", disse o economista-chefe do IHS Markit Chris Williamson.
Williamson disse que os dados indicam um crescimento econômico no quarto trimestre de 0,4 por cento, em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters no mês passado.
O PMI para o dominante setor de serviços caiu para 53,7 de 53,8 em novembro, mas ficou bem acima da preliminar de 53,1. As indústrias tiveram em dezembro o melhor mês em mais de cinco anos, segundo pesquisa divulgada na segunda-feira.
(Reportagem de Jonathan Cable

Reforma de Temer exclui 55% dos trabalhadores


247 - A reforma trabalhista de Michel Temer, enviada ao Congresso no fim de dezembro, deixa mais da metade dos empregados formais do país e 99,3% das empresas sem representação no local de trabalho. A regra que estabelece a prevalência do negociado sobre o legislado estipula a eleição de um representante nas empresas apenas nas companhias com mais de 200 funcionários. Dos 48 milhões de brasileiros com carteira assinada, 55,2% trabalham em empresas com até 199 empregados, segundo o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais).
As informações são do Valor. 
Poucas empresas do comércio e de serviços teriam representação, afirma o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Os dois setores têm a maioria dos 12,8 milhões de filiados da central. O sindicalista critica a mudança de última hora no número mínimo de funcionários, que era de 50 na minuta enviada às centrais antes do anúncio da reforma.
"'O ministro Ronaldo [Nogueira] havia nos prometido que só falaríamos nesse assunto [a reforma] em 2017. O anúncio em si já nos surpreendeu', diz Patah. Segundo dados da Rais, 99,3% das 3,9 milhões de empresas do país têm até 199 funcionários.
A percepção da entidade só não foi pior, afirma, porque o governo concordou em mudar o formato da proposta de MP, que teria vigência imediata, para projeto de lei, a ser discutido no Congresso. Patah defende o corte de 100 funcionários para a eleição de um representante - 47,6% dos trabalhadores com carteira assinada estão em empresas que têm até esse tamanho. Para esses 22,8 milhões, a representação seria feita apenas pelos sindicatos, que, segundo o dirigente, deveriam ser fortalecidos para fazer frente às mudanças nas relações de trabalho.
Helio Zylberstajn, professor da USP, lembra que, no texto inicial, a previsão era que a eleição fosse de um representante sindical, e não apenas de um representante, como veiculado no PL. "É um retrocesso", diz destacando que, sem vinculação com as entidades sindicais, o trabalhador eleito teria poder de negociação mais limitado."