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3.07.2018

Do ataque à BRF ao STJ: a dura realidade que a esquerda se nega a ver




A Polícia Federal deflagrou mais uma operação, desta vez denominada "Trapaça". Mais uma trapaça contra os interesses do Brasil.
Ocupamos lugar de destaque no mundo no mercado de proteína animal.
Em qualquer país, a descoberta de alguma fraude sanitária num setor estratégico da economia seria enfrentada e sanada com o máximo de discrição. A quem interessa a operação espetaculosa da PF?
Depois de mais uma operação antinacional, a Europa discute sanções aos produtos brasileiros. Não nos querem nem mesmo como exportadores de commodities.
No STJ Lula sofre mais um "7x1". A esquerda grita num dia que é golpe e no outro acha que vai ganhar algo no judiciário.
Rasgaram a Constituição e agora vão devolver o poder ao ex-presidente? Não faz nenhum sentido, é beabá numa aula de lógica para alunos do ensino fundamental. Lula não será candidato. Será preso, mesmo que solto depois por um habeas corpus no STF.
A pesquisa CNT/MDA demonstra o país à beira de um precipício. Nos cenários reais, sem Lula, Bolsonaro lidera. Ele cresce com a saída do ex-presidente. Parte do Lulismo é composto pela figura do "Pai Forte e Protetor." A migração de parte de Lula para o fascista é previsível. O segundo colocado? Marina. O terceiro? Alckmin.
Se ilude quem pensa que Bolsonaro irá derreter. Ele, ao bater inclusive na Globo, encarna a negação do sistema pela direita. Dificilmente terá menos de 15% dos votos, e pode ter mais. A possibilidade de estar no segundo turno é real. A guinada no mundo é à direita, vide o que aconteceu na Itália.
No PT, Wagner ganhou um "Cartão Vermelho" na largada. Deixará uma eleição para o Senado certa para ficar nas mãos de Moro? Haddad não unifica nem o PT. Foi candidato à reeleição em sua cidade e teve apenas 16% dos votos. Lula pode colocar 15% dos votos nele? É possível, não será fácil.
Lula tem 18% dos votos na pesquisa espontânea. Mesmo que num esforço hercúleo ponha 15% no ex-prefeito, será suficiente? Celso Amorim é um grande diplomata.
Ciro, sem Lula, é o nome mais forte da esquerda na pesquisa. Isolado e com uma estrutura partidária frágil, terá muita dificuldade para crescer.
Marina demonstra ter um capital político nada desprezível. Seu problema é não ter um partido. A Rede tem apenas dois deputados. Seu movimento, para um lado ou outro, pode desequilibrar o jogo.
A esquerda, numa brutal defensiva, está mais preocupada com seu umbigo e a sobrevivência individual da cada legenda do que com o futuro da nação. Dividida, resolveu disputar uma suposta hegemonia do nada, uma competição pra ver quem sofrerá a derrota mais acachapante. Em tempos de Oscar, cria a ficção científica de uma guinada à esquerda.
No cenário mais provável a esquerda toda, somada, chega a 11,6% dos votos. Supondo de forma otimista que Boulos agregue 2% e o apoio de Lula mais uns 12% (Haddad sozinho tem quase 3%), a esquerda, somada, teria cerca de 25% dos votos. SOMADA. Vejam as eleições de 2016. A esquerda no país inteiro, com raras exceções, foi empurrada para 20% dos votos.
Desmonte de setores estratégicos, venda de nossos ativos e a construção de uma ampla aliança entre a mídia, o capital financeiro e setores antinacionais da burocracia estatal.
Até o início das eleições a reação vai ampliar a ofensiva. A unidade ainda no primeiro turno, com palanques unificados nos Estados, é o único caminho para uma resistência de fato.
Do contrário, será curioso ver a esquerda no palanque de Alckmin no segundo turno contra o fascismo. É esta a dura realidade. Fechar os olhos e ficar com bravatas não vai nos salvar.

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