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4.09.2018

Lula: “prisão será passageira. Sairei mais forte

Lula, na manhã deste sábado, no Sindicato dos Metalúrgicos (Foto Marcelo Auler)
Na noite de sexta-feira (06/04), ao receber um grupo de deputados da bancada federal do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou animá-los.
Ainda que com outras palavras, deixou claro que vê sua prisão – ele decidiu se entregar na Polícia Federal no final da tarde deste sábado (09/04) – como fruto de um arbítrio, mas que será algo passageiro. Falou referindo-se, nem tanto ao número de dias – que ninguém sabe prever – que permanecerá detido, mas ao tempo da História.
Está indignado, preocupado com o momento político do país, mas tem procurado não demonstrar baixo-astral. Quando viu o deputado Paulão (PT-AL) emocionado, cobrou dele: “Grandão, vai chorar? Na luta”. Na manhã de sábado, diante de um político maranhense que também marejou os olhos, recomendou: “Vai para o Maranhão. A luta lhe espera”. Ao público, em um ato público na manhã deste sábado, explicou:
Vivo o momento de maior indignação. Não é fácil o que eu passo, o que minha família passa. Quero dizer que a sacanagem da morte da Marisa foi consequência do que a imprensa e o Ministério Público fizeram com ela”.

 
                Em seguida, acrescentou:
Sairei dessa maior, mais forte e mais inocente. Vou de cabeça erguida e sairei de peito estufado, porque vou provar minha inocência.”
Na manhã deste sábado, pouco antes de participar da missa em homenagem aos 67 anos que Marisa Letícia faria se fosse viva e do ato público no qual explicou sua decisão, Lula circulou pelo segundo andar do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo.
Abraçou algumas dezenas de amigos e correligionários, entre os quais uma senhora que estava com um bebê no colo. Lula segurou a criança, afagou-a e ainda aceitou ser filmado com ela, voltando-se para os que estavam atrás com celulares em punho. Não mostrou pessimismo, ainda que sua fisionomia reflita a tensão e noites mal dormidas dos últimos dias. Enquanto ele participava da missa, secretárias acertavam detalhes da mala de roupas que ele levará para Curitiba.
A opção de Lula foi pessoal depois de ouvir muita gente. Pesou mais a opinião dos advogados. Ela, se agradou a maior parte dos seus aliados, desagradou a outros representantes de correntes políticas que defendiam que ele deixasse a polícia ir buscá-lo. Entre estes, está Guilherme Boulos, como mostrou Paulo Henrique Amorim. No blog Conversa Afiada, em Boulos resiste e não recua!, o líder do MTST e candidato à presidência da República pelo PSOL, explicou:
Nossa posição não mudou. É de resistir! A resistência é justa e necessária. Os advogados parecem ter prevalecido. Nós respeitamos a decisão do Presidente Lula, mas considero que a ordem de prisão é injusta e viola a Constituição.
Na grande maioria que apoia a decisão está João Pedro Stédile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Terra, que a este Blog comentou:
O que queremos? Lula preso por 80 anos ou por dez dias?”
Não deu a foto que queriam – Na verdade, Stédile, assim como a grande maioria dos que estão ao lado de Lula, depositam suas fichas no debate que esperam ser travado na quarta-feira no Supremo tribunal Federal. O ministro Marco Aurélio Mello sinalizou que irá levar a debate no plenário o pedido de liminar assinado por Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, na Ação Declaratória de Constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal que determina que a prisão só comece “em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado”.
É uma das ações que a ministra Carmen se recusou a levar ao plenário e que agora, comeste pedido de liminar, o seu relator, ministro Marco Aurélio, poderá levar a debate já na quarta-feira. Como não trata de um caso específico, há a expectativa de que a ministra Rosa Weber vote com seu posicionamento anterior, concordando com a constitucionalidade. Muda-se a jurisprudência e abre-se brecha para Lula ser solto

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