webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

5.02.2018

Cármen Lúcia olhou para os lados, embaraçada



Marcelo Camargo/Agência Brasil
Depois de cruzarem o portal de entrada do Supremo Tribunal Federal, os ministros parecem sofrer, curiosamente, uma profunda transformação pessoal. Como se o mundo da corte, no Brasil, se assemelhasse à antessala do céu.
Com as despesas de salários, servidores-assessores, alimentação, moradia, viagens, hospedagens, e, ao final, aposentadoria vitalícia, garantidas e pagas pelos cidadãos, mais as togas pretas sobre os ombros, fica a impressão de que um sentimento de apartheid social aflora nos magistrados, arrancando deles todas as raízes e vínculos com a sociedade. Como se uma espécie de vida em bolha se estabelecesse.
A presidenta do SFT, Cármen Lúcia, revelou um pouco disso recentemente, ao ouvir do presidente do Chile, Sebastián Piñhera, a pergunta, em tom zombeteiro, “a quem se poderia recorrer quando, no Brasil, a corte falha em suas decisões.” Percebendo o silêncio da ministra, adiantou-se e respondeu: “À instância Suprema”, apontando o dedo para o céu.
Além disso, o presidente Sebastián Piñhera comentou que TVs chilenas transmitem, ao vivo, sessões do STF e que ele tem acompanhado julgamentos do judiciário brasileiro. Ele, um liberal clássico, deve ter feito os comentários movido por certa perplexidade.
Afinal, foram escandalosas as manobras de Cármen Lúcia, na condução dos trabalhos da Corte, a fim de negar ao ex-presidente Lula, com exclusividade, o direito universal ao habeas corpus, para que ele fosse preso mesmo que ilegalmente, sem provas, como queria o juiz Sérgio Moro.
Diante do presidente do Chile, Cármen Lúcia olhou para os lados, embaraçada, como que procurando uma justificativa, sem tê-la. Naquele momento, parece ter se dado conta de que os julgamentos conduzidos por ela e seus ministros não ocorrem apenas entre as quatro paredes da Suprema Corte.
Todas as lambanças feitas por ela e os ministros aliados são vistas completamente nuas por todo o mundo.
Argentinos também acompanham sessões do judiciário brasileiro e têm dado gargalhadas ao verem os espetáculos de procuradores, policiais e magistrados rastaqueras nas tais operações, imitando filmes de quinta do lixão de Hollywood, em busca de câmeras e notoriedade.
O mundo está acompanhando os pecados do lado de baixo do Equador e sabe da banda de autoridades brasileiras comprometidas com o golpe de Estado, da ilegalidade e do estado de exceção que se estabeleceram no Brasil.
A presidenta do STF precisa, talvez, de uma assessoria que a informe, e aos ministros, sobre o que a imprensa internacional tem publicado sobre os absurdos praticados, no Brasil, pelo judiciário. Principalmente pelo STF.
Desde o impeachment da presidenta Dilma, forjado por um bando de corruptos nas sessões pastelão do Congresso Nacional, e o pedido de anulação engavetado pelo STF, até a prisão ilegal do ex-presidente Lula, à proteção a correligionários de magistrados, todos os fatos relativos à crise brasileira estão sendo fartamente noticiados, com destaque, pela imprensa internacional.
Como os brasileiros vivem nos “corralitos” criados pela mídia oligárquica, não viram devidamente que militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) entraram no tal tríplex, em Guarujá, filmaram e desmentiram a farsa do processo montado pelo Ministério Público e o juiz Sérgio Moro para condenar o ex-presidente Lula.
Mas o vídeo e a transmissão de sessões do judiciário ganharam o mundo, foram divulgados pelos maiores grupos da imprensa internacional. Mostraram a parcialidade do judiciário e as evidências das ligações de autoridades com poderosas forças políticas defensoras de interesses internacionais no Brasil. Derrubaram as palestras do juiz Sérgio Moro, da procuradora Raquel Dodge e do ministro Luís Roberto Barroso, que recentemente andaram se autopromovendo em Harvard com informações que não condizem com a realidade dos fatos.
Resta saber se os corruptores da Constituição e das leis sentem constrangimento, vergonha, ou qualquer outro sentimento de pessoas dignas e honradas.
Talvez não. Costumam ser áridos, não se importam com a injustiça, com a moral. Impõem sacrifícios a pessoas inocentes como o ex-presidente Lula e sua mulher, Dona Marisa Letícia, submetidos a tratamento degradante, perverso, de aniquilamento, e vão para as redes sociais se divertirem sem nenhum remorso. Afinal, vivem na antessala do céu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário