O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, que assumirá a presidência da Corte a partir de setembro, sinalizou que não irá se movimentar a respeito do encarceramento de Lula.
"Eu não tenho dúvidas de que Dias Toffoli irá optar pela solução de menor contencioso interno e externo. Se ele chamar pra si a discussão sobre a Execução Provisória de Sentenças (adcs), que questiona a execução provisória de sentença em segunda instância, ele se transforma no protagonista eleitoral, e será lido como partidário de Lula, recebendo várias críticas dos conservadores". E completa: "ou seja, ele irá optar por manter-se numa zona de conforto".
Grande marcha em Brasília
Uma grande marcha está sendo convocada em Brasília, no dia quinze de agosto, pelo conjunto dos movimentos sociais, que pretende reunir dezenas de milhares de pessoas no ato da inscrição de chapa de Lula como candidato à Presidência da República.
Altman considera a pressão popular muito importante. "É de extrema valia que as instituições sintam o bafo quente das ruas e das forças populares", salienta.
O jornalista ressalta: "Nós não vimos ainda às ruas rugirem pela liberdade de Lula, essa é a aposta do PT e dependerá do povo transformar sua opinião raivosa passiva, numa opinião mobilizada e ativa. Tal posição será decisiva, pois, eleição sem Lula é fraude".
Eleições 2018
Analisando o cenário pré-eleitoral de 2018, Altman observa: "Por conta da polarização entre esquerda e direita, o centro está igual a peixe quando é retirado da água, se agitando para tentar sobreviver. A centro-direita, representada por DEM, PSDB, PPS, MDB, as forças do golpe, precisam sangrar Bolsonaro, pois ele roubou os seus votos diante do quadro de polarização", avalia.
Ao opinar sobre o atual quadro da centro-esquerda, Altman afirma que, apesar de Ciro paquerar com o eleitor de esquerda, ele precisa liquidar o PT e o Lula para manter a sua viabilidade eleitoral. "E como ele faz isso? Abraçando-se na Lava Jato, não sendo solidário ao habeas corpus que libertaria Lula, o movimento dele é herdar o voto de Lula e, ao mesmo tempo, faz um movimento rumo à direita", expõe.
Ele considera que o presidenciável trabalhista poderia ter sido o candidato natural do PT. "No passado, Ciro deveria ter dito que somente seria candidato se Lula não fosse, além de ter defendido a liberdade do ex-presidente e o direito de ser candidato", finaliza Breno Altman.
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