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8.08.2018

O Brasil, entre Lula e Bolsonaro

É Difícil de acreditar que alguém tenha dúvida nessa escolha.                                                                8 de Agosto de 2018


O liberalismo no Brasil sempre foi uma farsa. Justificativa para a política primário exportadora lá atrás, argumento para a destruição da economia nacional mais recentemente. A direita usou o liberalismo até para justificar a ditadura, que viria para defender os indivíduos, ameaçados pelo suposto risco de uma ditadura estatista, imposta pelo nacionalismo.
Mas foram as correntes nacionalistas as que promoveram os direitos de todos, garantiram o direito de organização e de manifestação da massa da população, defenderam a soberania nacional e a democracia. Nunca o Brasil foi tão respeitoso dos direitos de todos como durante os governos do PT, neste século. A direita tradicional fracassou, ao impor os interesses do mercado e do capital internacional, intensificando a recessão e as desigualdades, nos anos 1990.
Apoiando o golpe, a direita tradicional cometeu seu suicídio. Carrega o peso das politicas neoliberais, com a aceitação da ruptura da democracia no golpe de 2016 e no apoio ao governo golpista de Temer. Agora semeia a impopularidade dos seus candidatos – em especial o mais representativo deles, Alckmin – e ameaça terminar seu reino sobre São Paulo, seu bastião histórico.
O desespero da direita tradicional não vem apenas da nova derrota iminente, a quinta consecutiva. Vem da possibilidade de nem sequer chegar ao segundo turno, sendo suplantada pela extrema direita de Bolsonaro e, pior ainda, ter que optar entre o Lula e esse representante do extremismo.
Porque a direita tradicional saiu de cena com o apoio ao golpe e à sua política econômica. Carrega agora o ônus dessas opções, pela sua obsessão com o neoliberalismo e seu ódio ao PT e ao Lula, que a levaram ao suicídio.
No Brasil de hoje, espelhado nas eleições de outubro, apenas duas ideias-forca tem peso: aquela representada pelo Lula e a representada por Bolsonaro. Apenas essas duas perspectivas despertam interesse e paixão, mobilizam mentes e corações, em direções totalmente antagônicas.
Ou o Brasil retoma o caminho do desenvolvimento econômico na perspectiva da inclusão social e da distribuição de renda ou avança no caminho do autoritarismo, da repressão e da exclusão social. Assim colocam-se as alternativas para o Brasil hoje. As outras são periféricas, complementares ou se diluem sem personificar projetos de pais e de sociedade.
Não se trata de que as alternativas eleitorais conduzam necessariamente ao enfrentamento entre Lula e Bolsonaro. Outra alternativa de direita pode chegar ao segundo turno para enfrentar o candidato petista, mas sem um projeto que galvanize a setores significativos da sociedade. Serão muito mais alternativas para quem localiza no PT e no Lula o maior risco para seus interesses, do que entusiasmo com um projeto que já havia fracassado nos anos 1990 e agora confirma seu fracasso no governo Temer.
Mas o Brasil tem essas duas possibilidades diante de si. Ou derrota o viés autoritário, repressivo e excludente de Bolsonaro, com o triunfo do Lula ou terá que se enfrentar com as consequências da escolha aventureira dos que preferem qualquer coisa menos o retorno do PT ao governo.
Embora a direita tradicional tente apresentar-se como alternativa ao Bolsonaro, tentando diferenciar-se dele, eles compõem o mesmo campo da direita no Brasil de hoje. Assim como o campo da esquerda está inevitavelmente representado pelo Lula e pelo PT, a única alternativa real de derrota da direita e da extrema direita, assim como o resgate da democracia, do desenvolvimento econômico e da justiça social.

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