Para livrar-se da responsabilidade direta pelo incêndio do Museu Nacional, a direita e a extrema-direita estão em campanha para jogar a culpa nos ombros do PSOL, pois o reitor da UFRJ, Roberto Leher, a quem o Museu é subordinado, é filiado ao partido; há um fogo de barragem de calúnias e meias verdades sob comando da candidata a vice na chapa de Alckmin, a senadora Ana Amélia, que atacou o partido em entrevista na noite desta terça-feira (4) na GloboNews, com apoio de Merval Pereira, porta-voz da família Marinho
5 DE SETEMBRO DE 2018
247 - Para livrar-se da responsabilidade direta pelo incêndio do Museu Nacional, as forças que apoiaram o golpe de Estado de 2015/16 e os cortes brutais em todos os gastos sociais (e culturais) do país estão em plena campanha para jogar a culpa nos ombros do PSOL -o reitor da UFRJ, a quem o Museu é subordinado, Roberto Leher, é do partido. Há um fogo de barragem de calúnias e meias verdades sob comando da candidata a vice na chapa de Alckmin, a senadora Ana Amélia, que atacou no partido em entrevista na noite desta terça-feira (4) na GloboNews, com apoio de Merval Pereira, porta-voz da família Marinho. A campanha conta com a participação destacada da Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo.
O candidato do partido à Presidência, Guilherme Boulos, desnudou: "Estadão aponta em editorial o PSOL como culpado pelo incêndio do Museu Nacional, alegando que a UFRJ é controlada por partidos de esquerda. Parece uma nota do PSDB. E é." O editorial do jornal, sob título de "Os donos do incêndio", pareceu escrito a seis mãos, dos editorialistas, de Temer e de Ackmin: "Houve quem tenha se apressado em culpar o ajuste fiscal do governo Temer pelas más condições do Museu Nacional. No entanto, não existe tal relação de causa e efeito".
Estadão aponta em editorial o PSOL como culpado pelo incêndio do Museu Nacional, alegando que a UFRJ é controlada por partidos de esquerda. Parece uma nota do PSDB. E é.
O jornal, assim como os demais veículos, fizeram cara de paisagem diante da queda do orçamento do Museu e da UFRJ nos últimos anos. Conforme anotou o reitor da UFRJ, a instituição sobre uma queda brutal no orçamento nos últimos quatro anos, o período do estrangulamento do governo Dilma e do golpe, da ordem de R$ 140 milhões no custeio.
A Universidade está estrangulada. Recebeu R$ 3,1 bilhões em 2017. Mas a maior parte (R$ 2,6 bilhões) foi para pagar salários dos cerca de 14 mil servidores. A verba que a UFRJ pode efetivamente gerenciar este ano limita-se a R$ 388 milhões, com chance de contingenciamentos -bem abaixo dos necessários R$ 460 milhões. É daí que saem os recursos para a operação do Museu Nacional, que em 2017 recebeu R$ 452,5 mil da UFRJ. É também dessa rubrica que a universidade tira verba para serviços de segurança, transporte e assistência estudantil.
Além disso, o BNDES, tornado uma extensão dos bancos privados, vinha protelando a liberação de recursos para a reforma do prédio do Museu, como explicou a reitoria da UFRJ em nota: "Em 2015, a atual Reitoria deu início a tratativas junto ao BNDES, justamente para adequar a edificação exclusivamente para exposições, garantindo a modernização de todo o sistema de prevenção de incêndio, um dos itens centrais do projeto. Os recursos aprovados para a primeira etapa foram da ordem de R$ 21 milhões e estavam em vias de liberação pelo banco."
Valério Arcary, líder do PSOL, afirmou que os ataques contra o partido e a reitoria da Universidade não partiram apenas da direita, mas igualmente da extrema-direita, sob comando de Jair Bolsonaro e do MBL: "Os fascistas estão em campanha contra a UFRJ. O MBL está em campanha contra a Reitoria. Não se pode subestimar a influência dos fascistas"; ele acrescentou, em seu perfil no Facebook: "Bolsonaro acusou a reitoria da UFRJ pelo incêndio do Museu Nacional. É o método de Hitler que acusou os comunistas pelo incêndio do Parlamento alemão em 1933"
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