Superbactérias crescem às custas do uso inadequado de antibióticos
Uso de antibióticos de forma inadequada estimula seleção de bactérias mais fortes Pixabay
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“As bactérias estão progredindo em termos de resistência. Trata-se de um fenômeno mundial, uma preocupação de saúde pública. As superbactérias não estão somente em hospitais, apesar de se ter uma melhor percepção delas dentro das UTIs. Envolve também bactérias na comunidade. Um exemplo é a gonorreia, que tem estado cada vez mais resistente”, afirma.
Segundo ela, superbactéria é qualquer bactéria que apresente resistência a antibióticos comuns. Antibióticos utilizados de maneira inadequada – com finalidade, dosagem e tempo incorretos – promovem a seleção das bactérias mais fortes. “Pode-se adquirir superbactérias tomando antibióticos ao longo da vida”, afirma. “Há mais bactérias no corpo humano do que células”, completa.
A superbactéria mais frequente no Brasil é a KCP, que se propaga apenas em ambiente hospitalar. A infectologista explica que ela apresenta mortalidade de 50% e está presente na maioria dos hospitais brasileiros. “A presença de superbactérias em hospitais no Brasil está acima da média mundial”, diz.
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A bactéria KCP está presente naturalmente no corpo humano. A diferença entre a bactéria KCP e a superbactéria KCP e que a segunda adquiriu enzimas que destroem os principais antibióticos utilizados atualmente.
"Antibióticos que antes eram considerados poderosos, hoje não são mais. Há medicamentos cuja resistência saiu de 20% para 80%. Existe uma dificuldade em escolher antibiótico adequado em função da resistência das bactérias. Isso é frequente nos hospitais brasileiros”, afirma.
Para se proteger das superbactérias, a médica orienta, primeiramente não tratar gripe com antibiótico. A maioria das infecções respiratórias não é causada por bactérias, mas, sim, por vírus sobre os quais os antibióticos não exercem efeito. “Melhora por fora, mas por dentro, está filtrando as bactérias mais fortes”, afirma.
Ela ainda orienta a lavar as mãos com frequência, especialmente antes e depois de entrar em contato com pessoas doentes, evitar ir a hospitais sem necessidade e evitar alimentos e águas contaminadas.
“Atualmente, 700 mil pessoas morrem todos os anos em função da resistência bacteriana, mas a partir de 2050 a estimativa é de que esse número passe a 10 milhões anuais, superando o número anual de óbitos por câncer, que chega a 8,2 milhões”, afirma.
Outras medidas para não contribuir para o crescimento de bactérias multirresistentes é não suspender o uso do antibiótico quando sumir os primeiros sintomas. Diferentemente de outras medicações, o antibiótico deve ser tomado rigorosamente de acordo com os dias e o intervalo entre as doses prescritos pelo médico.
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Além disso, evitar o consumo de álcool durante o tratamento, que, além de sobrecarregar o fígado, o efeito diurético da bebida pode reduzir a concentração do remédio no sangue.
Vale lembrar que o antibiótico utilizado juntamente com o contraceptivo pode cortar o efeito do contraceptivo.
E ainda, não se deve descartar antibióticos em lixo comum, pois seus resíduos, quando em contato com as bactérias do solo, podem favorecer o desenvolvimento de microrganismos resistentes. O ideal é procurar farmácias e postos que ofereçam locais de coleta.
Humanidade já enfrentou pandemias de bactérias
A infectologista Maria Lavinea Figueiredo, gerente médica da área de Anti-infectivos da Pfizer ressalta que, ao longo da história, a humanidade já enfrentou diferentes pandemias causadas por bactérias. Entre elas estão a peste bubônica, na Idade Média, a tuberculose, no século 19, a febre tifoide, na Grécia Antiga e na Europa nos séculos 17 a 19.
“No Brasil, quem nasceu em 1940 tinha expectativa de viver 45,5 anos, em média. Mas, daquela época para hoje, o brasileiro experimentou um ganho médio de 30 anos, especialmente em função do saneamento básico, da vacinação em massa e da descoberta dos antibióticos, que contribuíram para a redução das mortes por doenças infectocontagiosas e parasitárias”, afirma.
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Ela explica que o primeiro antibiótico foi descoberto por acaso, em 1928, pelo médico britânico Alexandre Fleming. “Pesquisando substâncias capazes de combater bactérias em feridas, esqueceu seu material de estudo sobre a mesa enquanto saía de férias. Ao retornar, observou que suas culturas de Staphylococcus aureus estavam contaminadas por um fungo chamado Penicillium notatum”, diz.
Essa substância, que impedia o desenvolvimento das bactérias, após purificada, foi denominada penicilina – o primeiro antibiótico da história.
No ano passado, a OMS divulgou a primeira lista de bactérias resistentes a antibióticos, um catálogo de 12 famílias de bactérias que representam a maior ameaça para a saúde humana. A lista foi elaborada para orientar e promover a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos.
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10 dicas para ver resultado na academia
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SÃO PAULO – Muitas pessoas vão à academia, gastam horas por semana fazendo exercícios e não conseguem ver resultado. Como consequência, as pessoas ficam frustradas e acabam abandonando a musculação. Embora fatores genéticos estejam profundamente associados ao ganho de massa muscular, é possível turbinar o seu treino e ver resultados mesmo que seus genes não sejam tão favoráveis. Veja nossas dicas para obter mais resultados na academia e malhar de maneira saudável: 1. Respeite o período de descanso. Tão importante quanto treinar, é a pausa. Isso significa que você deve dar tempo suficiente para o seu músculo descansar e poder se recompor. Esse tempo de repouso varia entre 24 e 48 horas após o exercício. Portanto, não treine o mesmo músculo todos os dias, mas espere pelo menos 1 dia para poder treiná-lo novamente.
2. Varie os exercícios da musculação. Ficar repetindo o mesmo tipo de exercício, não importa o quão pesado e desafiador seja, não faz com que você ganhe massa muscular. Após certo tempo, o corpo se acostuma à rotina de treino e tende a estacionar. Tente variar os exercícios a cada 2 meses. Converse com seu instrutor para saber qual o melhor tipo de exercício e quando mudar sua rotina.
3. Aqueça-se antes de começar a malhar. Preparar os músculos antes de pegar uma carga pesada ajuda a evitar lesões e aumentar o rendimento do exercício, além de alongar as fibras musculares e articulações. Após o treino, não se esqueça de alongar os músculos.
4. Tente ajustar o seu treino a 1 hora. Isso significa que você não precisa ficar horas por dia na academia para ver resultados. Muito pelo contrário: quanto mais longo o treino, maior será a perda muscular, ao invés de ganho. Tente ajudar sua rotina a cerca de 1 hora por dia.
5. Execute o exercício o mais perfeito possível. Tente fazer o movimento da melhor maneira. Isso evita lesões articulares e estiramentos musculares desnecessários. Além disso, quando melhor for o movimento, mais rápido virão os resultados. Converse com o seu instrutor físico para saber como executar corretamente o movimento. ATENÇÃO: Se você não consegue executar o movimento porque a carga está muito pesada, reduza-a. Você não estará tendo nenhum benefício se estiver fazendo o exercício errado.
6. Mantenha o seu treino desafiador. Uma das chaves para ver resultados é sempre manter o seu treino difícil, de forma a forçar os seus músculos cada vez mais. Se você acha que o seu treino está fácil demais ou se tornou monótono, converse com o seu educador físico para que ele monte uma série mais desafiadora.
7. Respeite os limites do seu corpo. Embora seja importante manter o treino sempre pesado e difícil, faça-o de maneira sábia para não se lesionar músculos e articulações. Saiba entender quando o seu corpo estiver lesionado e não vá treinar. Isso também se aplica quando você estiver doente. Em muitos casos, malhar doente só lesiona mais o seu corpo.
8. Tenha uma boa alimentação. Proteínas, carboidratos e gorduras de boa qualidade são essenciais para bons resultados na musculação. Invista em peixes, carnes magras, grãos integrais, azeite de oliva e gorduras de derivadas de sementes, nozes, etc. Evite doces industrializados, refrigerantes, açúcar refinado e derivados. A boa alimentação é parte fundamental da atividade física.
9. Beba água. A água é fundamental no processo de recuperação muscular, além de repor sair minerais e hidratar o corpo. Beba água antes, durante e após o treino de musculação. Ingira, pelo menos, 2 litros de água pura por dia. 10. Durma. O sono é importante para o ganho de massa muscular e recuperação do corpo. Tente ter, pelo menos, 7 horas de sono por noite, sem interrupções.
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Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)
Fotos:
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Atualização:
Este artigo foi modificado em 08.11.2018
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Menina é picada por escorpião e morre por falta de antídoto
Escorpião picou o pé e a mão da menina de 10 anos, que morreu no hospital Correio do Povo - Cidades
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A família reside no Jardim Europa e levou a criança até o Pronto-Socorro Doutor Edson Mano, na Vila Maria. Segundo a prefeitura, a menina chegou às 6h15 ao local, que não tinha o soro antiescorpiônico.
Foi feita a solicitação a um hospital de Americana (SP), mas a criança morreu às 7h45, antes que ele fosse aplicado.
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A prefeitura alega ter seguido o protocolo e que "a paciente foi atendida pela equipe médica, com realização de bloqueio e demais procedimentos de emergência".
Outros casos
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, somente no primeiro semestre desta ano, foram registrados 11,5 mil casos de ataques de escorpião no Estado. Além de Maria Eduarda, de Santa Bárbara d'Oeste, houve registros de óbitos de crianças em cidades como Sumaré (SP), Barra Bonita (SP), Miguelópolis (SP), Araçatuba (SP) e Bauru (SP).
Você sabe identificar quais doenças esses insetos transmitem?
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Mosquito da leishmaniose se alimenta de folhas de maconha
Uma vez encontrada a planta, o consumo pelo mosquito é em grandes proporções Carlos Ozorio / Reuters / Arquivo
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Conduzida no Brasil, Israel, Palestina, Etiópia e Cazaquistão, a pesquisa mostra que a predileção foi unânime entre todas as populações do inseto analisadas. O trabalho mostrou ainda que, uma vez encontrada planta, o consumo é em grandes proporções.
Mais do que uma curiosidade sobre hábitos desses mosquitos, a constatação representa um trunfo para se traçar estratégias de combate a essa população.
"A partir desse dado podemos pensar em criar armadilhas. Outra medida possível seria colocar atrativos em áreas longes da residências, justamente para evitar a presença do mosquito nas casas", afirmou o pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia, Artur Queiroz, responsável pelo estudo no País.
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Leishmaniose é uma doença grave. Não há vacina para prevenir a infecção, que ocorre com a picada de mosquito contaminado. O tratamento disponível controla, mas não é capaz de eliminar o parasita. Pacientes com a doença têm febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia. Quando não tratada, a leishmaniose pode levar à morte em 90% dos casos.
No Brasil, os insetos analisados na pesquisa foram coletados em Camaçari, na Bahia. "Identificamos vestígios da planta da maconha tanto na área rural quanto urbana", conta Queiroz. Uma das possibilidades é de que, na área urbana, mosquitos tenham se alimentado de plantas cultivadas em água.
As coletas foram feitas também em cinco pontos do Oriente Médio e África. "A preferência pela folha da maconha ocorreu em todos locais", conta o pesquisador brasileiro. Mesmo onde havia uma oferta abundante de outros vegetais . "Não sabemos ainda a razão para tal preferência", afirma Queiroz, biomédico, doutor em Bioinformática e responsável pela pesquisa no Brasil.
Para fazer o estudo, pesquisadores analisaram o sistema digestivo dos insetos. Os mosquitos com maior concentração da erva no organismo foram encontrados na região de Tubas, território sobre autoridade da Palestina. Além de Tubas e Camaçari, as regiões observadas no estudo são o Deserto da Judeia, na região da Cisjordânia, a cidade de Bura no Cazaquistão, a região de Sde Eliyahu em Israel e de Sheraro, na Etiópia.
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No estudo, foram analisados tanto mosquitos infectados quanto não infectados. Fêmeas de insetos transmissores de leishmaniose se alimentam tanto de sangue quanto de seiva. Os machos, por sua vez, alimentam-se exclusivamente de seiva.
O protozoário que provoca leishmaniose se hospeda em vários mosquitos, conhecidos no Brasil como mosquito-palha. Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar (com manifestações na pele) e a visceral, mais grave. Entre 2010 e 2014 foram registrados cerca de 17 mil novos casos de Leishmania Visceral e mais de 1.100 óbitos, já os casos de tegumentar são estimados em 22 mil por ano, segundo o Ministério da Saúde.
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Comer bichos de jardim pode causar intoxicação e levar até a morte
Animais ingeridos vivos podem conter toxinas e levar à morte Pixabay
Na última sexta-feira (2) a notícia da morte do australiano Sam Ballard, 28, após ter ingerido uma lesma chamou a atenção.
O ex-jogador de rúgbi teria sido desafiado pelos amigos aos 19 anos a comer o animal que passava pelo chão. Ao ingeri-lo, logo começou a sentir fortes dores no corpo.
O diagnóstico foi de meningite eosinofílica, contraída por meio da lesma ingerida, que causou paralisia generalizada. Ele morreu oito anos depois.
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A doença é causada por um verme transmitido pela ingestão de crustáceos, entre eles o camarão, e moluscos, contaminados. O caramujo gigante africano é o vetor mais comum desse verme, introduzido acidentalmente no Brasil por pessoas que acreditavam estar importando escargot.
"Esse tipo de meningite ocorre mais frequentemente por meio da ingestão de alimentos contaminados por tênias [um tipo de verme]", explica Lazar.
O infectologista afirma que a ingestão de animais "de jardim", como lesmas, baratas e formigas podem causar doenças como diarreia, vômitos e enterocolite.
Ele explica que alimentos como o escargot e os espetinhos de grilo e escorpiões, da culinária oriental, não fazem mal porque esses "bichinhos de jardim" são cultivados e preparados de maneira adequada, com cuidados especiais, e não simplesmente coletados na rua.
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Outra questão ressaltada por Lazar é que, nesses pratos, a ingestão é feita após a morte do animal. Ingeri-los vivos, segundo o infectologista, faz com que demorem mais para morrer com o suco gástrico. Além disso, eles podem conter toxinas, podendo levar a uma infecção generalizada e causar a morte.
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*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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Açaí contaminado causa doença de Chagas em família no Pará
Prefeitura de Belém afirma que maioria dos açaís na cidade estão impróprios Reprodução
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Os pacientes estão em tratamento, segundo a Sespa. A secretaria afirma que agentes comunitários de saúde estão orientando a comunidade sobre a manipulação adequada do açaí e a prevenção da doença.
O Pará registra 230 casos da doença de Chagas desde o início do ano, sendo 26 na cidade de Breves, 24 em Belém, 19 em Barcarena, 18 em Acará, 17 em Cametá, 9 em Abaetetuba, 7 em Limoeiro do Ajuru, 5 em Melgaço, 9 em Tucuruí e 12 em Curralinho. No ano passado, foram 308 casos no total.
A doença de Chagas está na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) de doenças negligenciadas. É causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida por meio das fezes do inseto barbeiro.
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Embora tenha sido descoberta há mais de cem anos, a enfermidade ainda afeta mais de 6 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, e estimativa é que haja mais de 1 milhão de pessoas infectadas pela doença. Cerca de 200 por ano têm o diagnóstico confirmado, segundo o Ministério da Saúde.
Cerca de 95% dos casos registrados da doença no país concentram-se na região Norte, sendo o Pará responsável por 85% dos casos, segundo o Ministério. Em relação às principais formas de transmissão no Brasil, são 69% por alimentação, 9% pela picada do inseto e 21% não foram identificadas.
Açaí impróprio para consumo
Um levantamento realizado pela Prefeitura de Belém divulgado em outubro mostrou que entre 268 pontos de venda de açaí da cidade, 134 possuíam selo de qualidade, no entanto apenas 28 deles foram considerados satisfatórios para consumo.
A maioria dos produtos apresentava uma elevada quantidade de fragmentos de insetos, o que indica que não foi realizada a etapa de peneiramento, e de coliformes fecais, o que demonstra que não foi feita a etapa do branqueamento, segundo a prefeitura.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Pará, o branqueamento é uma prática obrigatória para a limpeza do açaí e tem o objetivo de evitar a proliferação de microrganismos, como Salmonella sp, coliformes fecais e Trypanossoma cruzi, causador da doença de Chagas.
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Em comunicado, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, declarou, em relação ao levantamento, que os resultados dos laudos são preocupantes. “Falo não só como prefeito, mas como assíduo tomador de açaí”.
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado em agosto identificou a presença de material genético do parasito que transmite a doença de Chagas em alimentos à base de açaí no Pará e no Rio de Janeiro.O DNA foi detectado em 10% das amostras.
A presença do parasito não implica necessariamente risco de transmissão, mas, na pesquisa, a Fiocruz alerta sobre a necessidade de boas práticas de higiene e manufatura dos produtos derivados do açaí.
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Febre amarela: SP orienta vacina a que for ao litoral no fim de ano
Vacina da febre amarela deve ser tomada 10 dias antes de se expor ao risco Site de Beleza e Moda - Mulher
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O alerta, feito nesta terça-feira (6), pela Secretaria da Saúde do Estado, leva em conta a circulação do vírus numa faixa extensa do litoral, de Ubatuba, no extremo norte, até Cananeia, no extremo sul, incluindo o Vale do Ribeira.
"Tivemos o óbito recente de uma pessoa que se contaminou em Caraguatatuba e, nos últimos 40 dias, vários casos de macacos achados mortos. É uma região cercada de matas e o vírus está circulando nelas", disse a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV) do Estado, Regiane de Paula.
No período que vai dos feriados deste mês até o carnaval, no início de março de 2019, o litoral paulista deve receber cerca de 10 milhões de visitantes, segundo a Secretaria de Turismo do Estado. "Quem pretende ir para essa região deve avaliar sua situação vacinal e tomar a vacina, se não tomou. Isso vale também para os moradores da região. As prefeituras têm intensificado a vacinação, mas há municípios com baixa cobertura."
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Ela disse que, enquanto no litoral norte a cobertura é superior a 85%, na Baixada Santista está em 55%. "É inacreditável que as pessoas resistam a se vacinar, mesmo sabendo do risco", afirmou Regiane.
Na segunda-feira, dia 5, o Instituto Adolfo Lutz confirmou um óbito por febre amarela na região. A vítima, um homem de 26 anos que tinha se recusado a tomar a vacina, se infectou numa área rural onde trabalhava, em Caraguatatuba. Conforme a diretora da Vigilância, o período atual é pré-sazonal, já que a sazonalidade da doença vai de dezembro a maio, mas os casos já estão surgindo, o que reforça a necessidade de que as pessoas procurem os postos de vacinação. "Todos os municípios do Estado foram abastecidos com vacina, mas nesse momento a prioridade é para quem vai viajar para as áreas com casos já registrados ou de risco, por terem matas."
O publicitário Daniel Guedes, de Sorocaba, já fez a lição de casa. Com viagem marcada para Ilhabela, no litoral norte, a família foi imunizada. "Estivemos recentemente em Corumbá (MS) e na Bolívia e, naquela ocasião, já garantimos a vacina", disse. O administrador de empresas Vinícius Shimao viaja com frequência a Santos, onde sua namorada, Débora Martins, cursa a universidade. "Tomamos a vacina no início do ano durante uma campanha."
Proteção
A prefeitura de Santos contestou, em parte, os dados da Secretaria que indicam baixa cobertura na região. "A Secretaria leva em conta as campanhas recentes na região, mas em Santos tivemos campanhas anteriores muito abrangentes. A pessoa que recebeu a dose inteira da vacina há cinco anos está imunizada e não é contada. Pela nossa análise, temos cerca de 90% da população vacinada", disse o secretário de Saúde, Fabio Ferraz. Ele teme que os alertas afetem o turismo.
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A prefeitura de Caraguatatuba informou que, mesmo após ter vacinado mais de 95% da população, a vacinação continua de casa em casa nas áreas mais afastadas.
Parques
A diretora do CEV conta que, a partir de agora, aumenta o fluxo de visitantes para áreas de parques, com cachoeiras e cavernas, localizadas principalmente no Vale do Ribeira. A região concentra os principais maciços de Mata Atlântica do Estado e o vírus já circula por lá. "Tivemos casos positivos em moradores de algumas cidades e de macacos infectados em Juquiá e Pedro de Toledo."
As diferenças entre febre amarela, dengue, gripe, zika e chikungunya:
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'Cheguei a comer meu vômito': o impactante relato de uma jovem que luta contra a bulimia
Bulimia e outros problemas levaram Ana a tentar cometer suicídio e a ser internada em hospital onde registrava o dia a dia em um diário ©lalovenenoso.jpg / BBC NEWS BRASIL
Mas, desde a adolescência, ela sofre de bulimia, um distúrbio alimentar que a leva a comer exageradamente e depois se sentir culpada, provocando vômito para evitar ganhar peso.
Além disso, os médicos a diagnosticaram com Transtorno de Personalidade, um quadro clínico caracterizado por comportamentos autodestrutivos, ações impulsivas e relações caóticas com outras pessoas.
Há um ano, sentindo-se incapaz de superar o fim de um relacionamento amoroso e uma longa lista de problemas que pareciam sem solução, Ana tentou cometer suicídio: atirou-se do alto de uma ponte.
Ela sobreviveu, mas a queda provocou ferimentos muito graves em seus pés, o que exigiu várias cirurgias e trinta pontos em cada membro.
Ainda havia dúvidas sobre se Ana poderia voltar a andar quando, de cadeira de rodas, acabou internada em um hospital psiquiátrico em Madri, onde permaneceu durante 37 dias.
Nesse período, ela manteve um caderno de anotações, no qual escrevia diariamente o que acontecia de mais relevante.
Quando recebeu alta, Ana decidiu transformar essas breves notas em um diário sobre os 37 dias que passou no local.
Quando começou a fazer anotações no hospital, Ana não imaginava que acabaria lançando livro Cortesía: Ediorial Plaza&Jané / BBC NEWS BRASIL
A história acabou se tornando um enorme sucesso: obteve mais de 200 mil visualizações e mais de 8 mil comentários de usuários.
Agora, foi transformada no livro "Cómo volé sobre el nido del cuco" ("Como voei sobre o ninho do cuco", em tradução literal), publicado pela editora Plaza & Janes.
Para preservar sua privacidade, Ana o assina com o pseudônimo Sydney Bristow, que tomou emprestado do heroína da série de televisão "Alias".
"Uma das frases que Sydney mais repete é: 'Você faz muitas perguntas'. E, como ela, eu não gosto de perguntas", diz. Apesar disso, ela concordou em responder às perguntas da BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Confira o seu depoimento a seguir:
Infância, mudanças e bullying na escola
Era uma menina com valores muito fortes, herdados do meu pai. Uma menina que acreditava na lealdade, na sinceridade, na importância do conhecimento...
Adorava os animais e gostava de aprender: escrita, leitura, matemática, informática...
Meu pai é engenheiro e trabalha para uma empresa americana. Minha mãe é bióloga, mas há muito tempo não exerce a profissão.
Para o meu pai, as coisas iam bem no âmbito profissional.
Quando era criança, íamos nos mudando de casas pequenas para outras cada vez maiores à medida que ele ia prosperando na carreira.
Cada uma dessas mudanças significava estudar em uma nova escola.
Quando isso aconteceu pela primeira vez, estava na metade do ano letivo. Tinha 11 anos. E não foi fácil me adaptar.
Fui estudar em uma escola pública. Na minha turma, havia apenas sete meninas, e os meninos eram muto grossos.
No segundo dia de aula, eles pegaram o meu caderno de ditado e ortografia, que era importante para mim, que estava limpo e com minha caligrafia perfeita, e pregaram, literalmente pregaram, na mesa da minha carteira da escola.
No início, eu ficava muito mal com essas coisas. Chegava todos os dias chorando em casa.
Meus pais não entendiam, me diziam que ignorasse caso eles se metessem comigo.
Mas enfrentei aqueles meninos, consegui marcar meu território e não tive mais problemas.
E as coisas começaram a desandar...
Tinha 13 anos quando mudei de escola de novo e também de casa. Nos mudamos para a nossa casa atual, uma casa com cinco quartos, sete banheiros....E eles me colocaram em uma escola particular bastante elitista.
E naquela escola os valores que eu tinha, os valores que meu pai havia me transmitido, não valiam nada. O fato de eu cuidar dos meus hamsters ou ter sido indicada para as Olimpíadas de matemática, nada disso importava lá. Era motivo de chacota.
O que valia, na verdade, era ter peitos, roupas de marca, ser a mais bonita e estar magra.
Foi nesse momento que tudo começou a desandar para mim. Porque eu só tinha duas opções: me adaptar ou morrer.
E eu decidi me adaptar. Renunciei a tudo aquilo em que acreditava para ser aceita.
Minhas prioridades a partir daquele momento passaram a ser roupas de marca e estar magra.
Se eu pudesse voltar atrás e corrigir o maior erro da minha vida, seria esse.
Os problemas com a alimentação
Foi aí que começaram os problemas com a alimentação.
Comecei a comer excessivamente e, em seguida, enfiar os dedos na garganta para provocar vômito.
Ana conta que sente "fome de boi", que a leva a comer em excesso e em seguida provocar o próprio vômito para não engordar Getty Images / BBC NEWS BRASIL
Eu como quantidades que alimentariam quatro pessoas, já comi comida de cachorro, comida do lixo...já cheguei a comer meu próprio vômito...
Comer me acalma. Quando sinto ansiedade, (comer) me tranquiliza. É como se a comida fosse meu refúgio.
Aos 16 anos, tive minha primeira internação hospitalar por estar com um peso abaixo do que é considerado saudável e, portanto, um risco para a saúde.
Escapando dos pais
Apesar de tudo o que vivia, me formei em Direito e me tornei advogada.
Consegui um emprego aos 24 anos em um banco e, no mesmo dia em que assinei o contrato e comecei a trabalhar, fui morar sozinha.
Tudo parecia ir bem, mas vivia uma mentira: nunca parei de me empanturrar de comida e vomitar.
Na verdade, a razão pela qual fui viver sozinha era poder fazer o que quisesse com a comida sem ter minha mãe e meu pai vigiando.
Fiz idiotices de verdade. Cheguei a pegar meu próprio vômito com a mão e a comê-lo novamente.
Escondendo o problema...
Conheci David em janeiro de 2014, quando tinha 28 anos. Ele trabalhava na área de informática e era muito bonito.
Começamos a sair e me empenhei para que nosso relacionamento fosse perfeito.
Não contava a ele sobre meus problemas com comida, não lhe dizia que vomitava.
Quando jantávamos e comia demais, dizia a ele que estava com frio e que ia tomar um banho quente.
Abria então o chuveiro e, protegida pelo barulho da água que caía, vomitava em uma bacia e depois, com cuidado, jogava o vômito na privada e limpava tudo.
Obcecada por um relacionamento
Ligava para David várias vezes por dia, enviava um monte de mensagens. Para se ter ideia do meu nível de obsessão, ele ficou nos Estados Unidos um mês com um amigo e eu me ofereci para buscá-lo no aeroporto quando voltasse.
Estava super nervosa e, antes de recebê-lo, passei na casa dos meus pais.
Lá, meu pai me pegou colocando uma faca na bolsa e me perguntou para que eu queria aquilo.
Respondi a ele: "Noto David distante por telefone. E pensei em cortar meus pulsos no aeroporto se ele disser que vai me deixar".
Claro que meu pai me fez deixar a faca em casa. E David não terminou comigo naquele dia. Mas isso acabou acontecendo depois.
Com o fim, vieram as drogas
(Quando David terminou comigo), senti que meu mundo tinha acabado. Pensei: "Como vou sobreviver a isso?" Na verdade, faz quatro anos que ele me deixou e ainda tenho dificuldades de lidar com isso. Esses quatro anos foram uma droga.
Antes de ele me deixar, eu vomitava muito, mas só usava drogas de vez em quando, muito de vez em quando.
Mas a bulimia piorou depois que ele terminou, e as drogas foram ocupando cada vez mais espaço. Fumava cocaína e heroína.
Problemas com alimentação começaram na escola e continuam: "O que valia era estar magra" Getty Images / BBC NEWS BRASIL
A primeira era passar a tarde comendo e vomitando, comendo e vomitando. Vomitava até cinco vezes por dia, tinha os dedos em carne viva de tanto roçá-los nos dentes ao enfiá-los na garganta para provocar náuseas.
A outra rotina consistia em me encher de remédios para dormir. Tomava seis e dormia até o dia seguinte.
Mas descobri que poderia acrescentar um terceiro plano nessa história, que era trabalhar e me drogar, trabalhar e me drogar.
Dívidas e tratamento
De um lado, gastava muito dinheiro: em comida, em drogas, pagando minha casa...
Comecei a pedir empréstimos rápidos, a gastar em excesso com cartões de crédito.
Pedia empréstimos para pagar outros empréstimos.
Virou uma bola de neve que não parava de crescer, a ponto de eu ficar devendo cerca de 20 mil euros (R$ 85 mil).
De outro lado, continuava obcecada em ingerir comida em excesso, vomitar e me manter magra.
Corria 10 quilômetros por dia e vomitava mais do que nunca.
Cheguei que pesar 42 kg. Falei com meu pai, ele pagou minhas dívidas e eu entrei voluntariamente em uma clínica de reabilitação. O tempo em que estive ali parecia eterno, foi um inferno. Engordei, me sentia horrível.
"Saia do trabalho, ia para casa e tinha duas rotinas. A primeira era passar a tarde comendo e vomitando, comendo e vomitando", diz Ana Getty Images/ BBC NEWS BRASIL
Voltar a viver com eles foi horrível, não podia aguentar. E um dia, voltando do trabalho, me dei conta de tudo.
"Minha única motivação na vida era vomitar"
Me dei conta de que estava gorda, de que estava morando com meus pais, de que já não tinha David, de que tinha 31 anos e não tinha nada.
Minha única motivação na vida era vomitar.
Então, tomei 20 comprimidos de analgésico, sabendo que destruiria meu fígado e me mataria.
Enviei uma mensagem de despedida para minha irmã e minha mãe. E minha irmã, que é médica, me disse que sim, que eu ia morrer, mas que ia demorar uma semana e seria uma morte muito dolorosa.
Ela me disse para ir para casa para que pudesse me ajudar. Mas o que fiz foi estacionar o carro e pular de uma ponte.
Centro psiquiátrico
(Após a tentativa de suicídio) Eu aprendi muito com os pacientes (do centro psiquiátrico, onde foi internada).
Sempre fui alguém que se deixava levar pela primeira impressão.
E no hospital fiquei surpresa: pessoas que pareciam estar com a vida por um fio, com as quais se eu tivesse cruzado na rua teria mudado de calçada para evitá-las, se revelaram seres humanos admiráveis, com uma sensibilidade especial.
Como Rhino, um rapaz que só queria saber onde sua mãe estava enterrada.
Mudanças
(Essa internação) me fez ter mais compaixão. Me dei conta de que há muitas pessoas que sofrem de doenças mentais e que, em muitos casos, tudo o que elas pedem é alguém que as escute.
E ninguém quer escutá-las: porque não tem tempo, porque não confia nelas. E elas só querem isso, ser ouvidas.
Eu as escutei à força, porque não podia sair de lá. E então me dei conta do quanto fui sortuda por ter tido essa oportunidade.
O diário
Não entrei no hospital psiquiátrico com a ideia de escrever sobre o que vivi lá. O que eu fiz naquela ocasião foi manter um diário, embora não saiba muito bem o porquê.
Tinha um caderno e fui escrevendo o que comíamos, quem eu conhecia. Pequenas anotações, cerca de 30 palavras por dia.
Um dia, após deixar o hospital, estava com algumas amigas e contei a elas muitas histórias da minha passagem por lá. E uma deles, psicóloga, me disse que eu deveria escrever, que a história era ótima e que aquilo me ajudaria.
Dizia que não, que jamais. Mas um dia em casa, deitada no sofá, entediada, com os pés doendo e sem conseguir me mover, peguei meu celular e comecei a escrever sobre as experiências que tive no hospital.
Todos os dias escrevia como havia sido minha jornada e postava o capítulo em um fórum na internet. Foi um alívio.
Agora, estou recomendando (a escrita) a muita gente.
Pessoas que estão tristes, que têm problemas. "Escreva, escreva", digo a elas.
O sucesso da história
Não tenho nem ideia de por que a história teve esse sucesso.
Pode ser porque, apesar de ser uma história difícil, é contada com humor.
Não queria ser ridícula, não queria ser uma vítima, uma pobrezinha, com meus pezinhos destroçados...
Queria contar as coisas do jeito que as sentia.
Mas não me esforcei para colocar um toque de humor negro. É que rio de tudo, e ali dentro havia coisas das quais eu ria muito.
Continua escrevendo?
Não (continuo escrevendo). Imagino histórias, mas não me atrevo a escrevê-las. Sou muito perfeccionista.
Escrevi este livro porque nunca o concebi como um livro, nunca imaginei que ia ser publicado.
Se soubesse, não o teria escrito.
Como está agora?
(Eu estou atualmente) ok.
Voltei a vomitar e continuo fazendo isso. Voltei a ficar triste.
Em maio passado, voltei a me internar no mesmo hospital psiquiátrico por um tempo.
Mas estou animada com o livro.
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Estatístico usa conhecimentos para reduzir cesáreas e infecções no SUS
Ademir José Petenate, do Instituto de Estatística e Matemática e Computação Científica Antoninho Perri/Jornal da Unicamp/Divulgação
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Surpreende ainda mais quando a conversa com este docente aposentado da Unicamp não se apoia em conceitos estatísticos para expor os importantes resultados alcançados pelos projetos de que participa.
Entre eles, a diminuição de cesarianas desnecessárias – em um país em que esse procedimento se tornou generalizado em detrimento do parto natural -, e a redução de infecções hospitalares mais recorrentes em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), resultados alcançados em curto tempo.
Trata-se de Ademir José Petenate, professor colaborador junto ao Departamento de Estatística do Instituto de Estatística e Matemática e Computação Científica (Imecc) da Unicamp, onde coordena também o Núcleo de Estudos em Melhoria Organizacional (Nemo), que tem entre seus objetivos elaborar e executar projetos e atividades relacionados à melhoria organizacional; contribuir para a atualização de profissionais e instituições; estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas e com pesquisadores; e produzir material didático relacionado à melhoria organizacional.
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O seu envolvimento na área remonta a 1989, quando a IBM o procurou com a proposta de montar um mestrado de qualidade. Naquela época estava em evidência a procura pela qualidade e era grande a demanda por métodos de melhoria organizacional que pudessem ser utilizados em quaisquer atividades humanas, fossem produtos ou serviços. Patrocinado pela empresa, ele implantou, no Imecc, o mestrado de qualidade destinado a profissionais do mercado, mantido até 2003, mais tarde formalizado pelo MEC como mestrado profissional, que viria a ser o primeiro desse gênero no Brasil, pois até então só existia o mestrado acadêmico.
Em todo o mundo, é grande a preocupação com a segurança do paciente. Já na década de 90 os profissionais da área de saúde se deram conta de como os processos que utilizam são complexos e inseguros. Hoje, lembra o docente, é muito mais arriscado ter um problema sério em decorrência da internação em hospital do que em viagem área.
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Essa percepção desencadeou um movimento mundial pela segurança do paciente, levando a projetos que visam melhorar os processos assistenciais. Para o docente, não adianta criminalizar as pessoas que comentem erros grosseiros, como o caso emblemático da enfermeira que trocou o frasco de soro por um de vaselina, provocando a morte da paciente, sem mudar as condições em que o atendimento é realizado. É preciso cuidar dos processos e concomitantemente treinar os profissionais. Os resultados alcançados nos projetos de que o professor Petenate participa são exemplos disso.
Projetos e resultados
O docente relata que mantinha contato com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), instituição americana, sem fins lucrativos, que tem por objetivo contribuir para a melhora da condição de pacientes em todos os continentes, e é referência mundial nos cuidados em saúde. Foi então contratado pela instituição quando esta iniciava um projeto no Brasil relacionado a melhorias de cuidados de saúde, que envolviam, por exemplo, reduções de infecções, de quedas em hospitais, de lesões por pressão que ocorrem pacientes que permanecem deitados por muito tempo, ou seja, de todo o tipo de eventos adversos que possam acometer uma pessoa hospitalizada e passíveis de serem eliminadas ou minimizadas com a melhoria dos processos.
A partir desse trabalho, realizado junto a uma operadora de planos de saúde, ele passou a participar de projetos realizados pelo IHI em parceria com instituições de saúde.
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O IHI participou de projeto piloto em uma maternidade de Jaboticabal, interior de SP, que tinha como escopo aumentar a porcentagem de partos vaginais que estavam entre 3% a 4%, enquanto o recomendado pela OMS é de 75% a 80%. Em um ano de trabalho o grupo conseguiu que 42% dos partos fossem naturais, resultado excepcional em um país em que as taxas de cesarianas estão entre as mais altas do mundo.
Esses resultados levaram a Agência Nacional de Saúde (ANS) a associar-se ao IHI, ao Ministério da Saúde (MS) e ao Hospital Albert Einstein para a implantação do Projeto Parto Adequado, que envolveu 26 maternidades públicas e privadas, que tinha como objetivo aumentar a porcentagem de partos vaginais. Durante esse trabalho, que se estendeu por um ano e meio, a porcentagem de partos naturais foi de 18% para 38% em média, que correspondem a aproximadamente dez mil cesárias a menos no período.
Com o mesmo método, cinco grandes hospitais do Brasil – Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e Hospital do Coração, de São Paulo, e Moinho de Vento, de Porto Alegre – deram início em dezembro último a um projeto que tem como objetivo reduzir as infecções mais recorrentes nas UTIs de 120 hospitais do Sistema Único de Saúde, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS, financiado por isenções fiscais concedidos a hospitais filantrópicos de excelência que apoiam a promoção da melhoria das condições de saúde da população brasileira.
Também neste caso, diz o professor, “passamos inicialmente recomendações para mudança dos processos e treinamento do pessoal em todos os níveis para que os procedimentos seguros e a adesão dos profissionais sejam suficientes para reduzir o número de infecções”. Petenate enfatiza que na realidade os projetos não trazem conhecimentos novos, mas pretendem que as pessoas executem os procedimentos amplamente conhecidos de maneira correta.
Mas isso impõe modificações operacionais e comportamentais das equipes. Os objetivos destas intervenções são reduzir 30% das infecções em um ano e meio e em 50% em três anos. Surpreendentemente, os resultados parciais revelaram-se mais auspiciosos que o esperado: as infecções decorrentes da utilização do cateter venoso central e da sonda urinária foram reduzidas, respectivamente, de 23% e 27%, em seis meses, ou seja, em menos da metade do tempo previsto.
Em projeto anterior realizado com a Associação Congregação de Santa Catarina, de São Paulo, que mantém onze hospitais no país, as infecções haviam sido reduzidas de 50% em 18 meses, e os resultados se mantêm. Com a mesma Associação está em andamento um projeto previsto para, em 24 meses, reduzir a letalidade de Sepse, que é uma deterioração dos sinais vitais em função de uma infecção adquirida pelo paciente.
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No caso, a ideia básica é estabelecer um processo para que a pessoa que chegue ao pronto atendimento possa ser imediatamente diagnosticada e seja submetida ao tratamento adequado, evitando-se óbitos, pois nesses casos o tempo urge.
No desenvolvimento desses projetos colaborativos, as entidades patrocinadoras reúnem um grupo de especialistas que propõem um conjunto de mudanças que visam atingir a meta proposta, que seria, nos casos mencionados, o aumento progressivo de partos naturais, a diminuição das infecções hospitalares e o pronto diagnóstico e imediata medicação dos portadores de Sepse. Os hospitais testam as sugestões de mudanças, conhecidas como “bundles”, e as viabilizam para suas realidades.
De posse das estatísticas que recebem, estabelecem então as devidas correções de rumo. “Continuamente damos assessoria aos hospitais e mensalmente mantemos com eles reuniões virtuais, e realizamos a cada três ou quatro meses encontros presenciais, oportunidades em que verificamos o que efetivamente vem dando certo e trocamos opiniões. Trata-se de um processo de aprendizado conjunto”, esclarece o entrevistado.
A propósito do trabalho, que envolve organizações públicas e privadas, sem conter a emoção: “Além da contribuição que damos à melhoria das condições de saúde do paciente, o que me encanta nesse trabalho é que não ocorre nenhuma ingerência política, mas todas as ações visam o interesse humano e social”.
Nesses projetos, o trabalho do professor tem duas vertentes: a mudança dos processos e o treinamento necessário para que os profissionais aprendam a alterá-los. Cabe a ele, portanto, como estatístico, com base nos dados reportados mensalmente pelos hospitais, montar gráficos indicativos de como o novo processo implantado está se comportando ao longo do tempo em relação aos indicadores perseguidos e possam então realizar aperfeiçoamentos.
Uma intervenção importante, por exemplo, acontece em relação ao próprio médico que, diante do emprego indiscriminado de cesáreas, provavelmente não sabe mais realizar o parto normal que aprendeu na faculdade e precisa passar por um período de reciclagem.
Por outro lado, a gestante, compreensivelmente temerosa da dor, precisa ser informada durante o pré-natal que existem hoje métodos alternativos mais tranquilos para o parto natural. Mas as maternidades precisam estar aparelhadas para aplicá-los.
“Esses são alguns dos aspectos, que envolvem mudanças de estruturas e de processos, que trabalhamos com os hospitais com vistas a tornar o parto vaginal um procedimento mais corriqueiro. Claro que em certas situações a cesárea é necessária e salva vidas, mas em cerca de 80% a 85% dos casos ela não se justifica e hoje é indiscriminadamente aplicada, muitas vezes por conveniência dos médicos, pois o parto natural pode consumir horas”, constata Petenate.
Para ele, esse problema, que é real, pode ser contornado se em determinado momento do pré-natal a paciente for posta em contato com uma equipe de enfermeiras obstetras e médicos plantonistas que poderão vir a atendê-la durante o parto, inclusive sem necessidade da intervenção do médico, o que é muito comum na Europa, cuja assistência é requisitada apenas quando ocorrem complicações. Este procedimento leva a paciente a estabelecer uma relação de confiança e segurança não só com o médico, mas com toda a equipe de atendimento.
Mais tarde, em 1999, ele foi procurado pela Compaq, que mantinha uma planta em Jaguariúna para a produção de computadores e notebooks, que se propunha a financiar a criação e manutenção de um curso de especialização em melhoria de processos, programa que se mantém há 18 anos.
Em 2003, quando a Unicamp criou seu Planejamento Estratégico, que tinha como um dos seus pilares a capacitação de sua gerência, ele foi procurado pela equipe encarregada e a partir daí criou o curso de capacitação pelo qual passaram mais de 600 profissionais de todas as unidades da instituição, entre eles muitos funcionários da área de saúde, particularmente médicos e enfermeiros.
Foi quando passou a se interessar em aplicar o método de melhoria de processos organizacionais para a melhoria em processos da área de saúde: “Participando de projetos no Hospital de Clínicas e no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), ambos da Universidade, fui me envolvendo com a área de saúde, extremamente importante do ponto de vista humano e muito carente no Brasil”, diz ele.
A experiência e os resultados alcançados nos últimos cinco anos dedicados quase que exclusivamente à área de saúde o levaram a perceber o potencial de transformação com vistas a melhorias no atendimento. Mas para isso, constata, “é preciso capacitar pessoas, sejam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, o que conseguimos com um curso de especialização em melhoria, oferecido há dois anos, com duração de nove meses, utilizando atividades didáticas on-line e presenciais. E grande parte da primeira turma que formamos está envolvida com os projetos de que participamos, e já estamos concluindo a terceira turma”.
Entenda os diferentes tipos de parto:
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Arroz com feijão não supre dose diária de fibras indicada pela OMS
Feijão é um dos principais alimentos com fibra consumido pelos brasileiros Click Grátis
A maioria dos entrevistados (67%) alegou consumir feijão, lentilha e grão-de-bico como principais fontes de fibras; 57% afirmou consumir arroz, aveia, trigo e milho integrais.
Mas a quantidade diária de fibras ingerida ainda está abaixo da recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo a gastroenterologista Maria do Carmo Friche, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ela explica que os brasileiros consomem de 12g a 15g de fibras diariamente, sendo que o preconizado pelo órgão é a ingestão de 20g a 25g diários, distribuídos entre as refeições.
Segundo o estudo, o desconhecimento sobre quais alimentos são fonte de fibras é o principal motivo para 22% dos brasileiros não as ingerirem diariamente.
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"Embora o arroz e feijão sejam a principal fonte de fibras consumidas no país, a refeição não supre a quantidade necessária. Consumir frutas, o bagaço e a casca de algumas delas, legumes e verduras, e até castanhas e iogurte durante o dia, pode ajudar a atingir a quantidade recomendada e até mais. Mas é difícil calcular essa quantidade, porque cada alimento tem uma quantidade de fibras. Não tem isso de 'tantas frutas por dia'", afirma a médica.
As fibras são as principais reguladoras do intestino, proliferando bactérias saudáveis para a produção das fezes, e regulando a ida ao banheiro. Elas ainda ajudam na manutenção do peso, por trazerem saciedade, e na manutenção de colesterol e triglicérides, segundo a médica.
Entre os alimentos, existem as fibras solúveis — que formam um gel em volta do alimento, o que aumenta a saciedade, como maçã e beterraba — e as insolúveis — aquelas que não interagem com a água, mas ajudam na formação e no volume do bolo fecal, como farelos de trigo e de aveia, casca de frutas, feijão e milho.
O ideal, segundo a gastroenterologista, é que as refeições sejam ricas em legumes e verduras, frutas e alimentos integrais. No consumo de sucos, a médica afirma que é importante ter o bagaço da fruta, que também é rico em fibras.
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A médica ressalta que dieta pobre em fibras afeta a saúde e causa irregularidades intestinais e e lembra que o mau funcionamento do intestino não deve ser encarado como algo natural. De acordo com o estudo, 76% dos brasileiros alegam a prisão de ventre como o principal incômodo, seguido pela sensação de estufamento (68%), flatulência (65%) e dor abdominal (60%).
"É considerado saudável evacuar de três vezes por dia até uma vez a cada três dias. Esse padrão só é tido normal quando tal ritmo já é constante e habitual. Se o paciente está acostumado a evacuar nessa frequência e passa a ir ao banheiro em intervalos maiores, é possível que haja uma alteração intestinal e merece atenção", afirma a especialista.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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Extrato da casca de jabuticaba promove efeitos benéficos à saúde
O extrato da casca da jabuticaba foi desenvolvido pelos pesquisadores Pixabay
Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram publicados no Journal of Functional Foods.
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“Observamos que a ingestão do extrato da casca da jabuticaba por camundongos envelhecidos, submetidos a uma dieta com alto teor de gordura, também causou a diminuição no ganho de peso e da dislipidemia [aumento de gordura no sangue] e da hiperglicemia [excesso de glicose no sangue] e melhorou o HDL [colesterol bom] dos animais, entre outros benefícios”, disse Valéria Helena Alves Cagnon Quitete, professora do IB-Unicamp e coordenadora do projeto, à Agência FAPESP.
O extrato da casca da fruta nativa da Mata Atlântica foi desenvolvido em uma parceria entre pesquisadores do IB e da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp. Um grupo de pesquisadores da FEA, coordenado pelo professor Mário Roberto Maróstica Junior, vinha estudando o efeito da adição da casca de jabuticaba na ração de camundongos.
Por meio da parceria, os pesquisadores conseguiram produzir um extrato da casca da fruta que pode ser administrado de forma controlada e com grande concentração de compostos bioativos – substâncias que ocorrem naturalmente em alimentos e que interferem positivamente no metabolismo, mas que não são nutricionalmente necessárias. O extrato resultou no depósito de uma patente, que está em processo de licenciamento por uma empresa brasileira.
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“Conseguimos desenvolver um método que permite obter uma grande quantidade de compostos bioativos da casca de jabuticaba em um baixo volume de extrato”, disse Celina de Almeida Lamas, doutoranda no IB-Unicamp e uma das autoras do estudo.
As análises químicas do extrato de casca de jabuticaba demostraram que o composto possui um alto teor de compostos fenólicos, como as antocianinas, presentes também no vinho tinto, com efeitos positivos no metabolismo orgânico.
Os pesquisadores fizeram um experimento com camundongos em processo de envelhecimento a fim de avaliar o limite da dose de extrato da casca de jabuticaba que pode ser consumida para promover os efeitos benéficos desejados e se uma dose alta do composto amplificaria os efeitos.
O envelhecimento está diretamente associado à redução da capacidade metabólica e alterações do metabolismo hepático, glicídico e lipídico. Durante o envelhecimento há uma deficiência de controle do nível de glicose no sangue, um aumento da deposição de triglicerídeos no fígado e desequilíbrio hormonal. Além disso, é comum os idosos apresentarem dislipidemia, hiperinsulinemia, diabetes e doenças cardiovasculares.
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A fim de potencializar esses efeitos danosos do processo de envelhecimento, os pesquisadores ofereceram aos camundongos uma dieta rica em gordura (lipídeos), capaz de promover ganho de peso, aumentar a gordura no fígado, estimular a dislipidemia e aumentar os níveis de glicose. A dieta possuía cinco vezes mais lipídeos do que uma dieta normal.
“Estudos apontavam que se os animais consumissem essa dieta hiperlipídica por 60 dias seria suficiente para desenvolverem pré-diabetes e alterações hepáticas. Pensamos em fornecer o extrato por esse tempo para verificar se, no final, eles não teriam esses problemas”, disse Lamas.
Melhoria no fígado
Os camundongos foram divididos aleatoriamente em grupos, dos quais um foi composto por animais jovens, com três meses de idade, que recebeu dieta padrão. Outro foi formado por camundongos com 11 meses de idade, também com dieta padrão. O terceiro grupo foi integrado por camundongos com 11 meses de idade, submetidos a uma dieta rica em gordura.
Um quarto e quinto grupos, compostos por animais envelhecidos, receberam, respectivamente, por gavagem (introduzida por tubo de PVC) uma dose de 2,9 ou 5,8 gramas de extrato por quilo de peso e uma dieta padrão durante 60 dias.
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Um sexto e um sétimo grupo, compostos por animais envelhecidos, receberam, respectivamente, por gavagem uma dose de 2,9 ou 5,8 gramas de extrato por quilo de peso e uma dieta rica em gordura durante 60 dias.
As análises revelaram que ambas as doses do extrato da casca de jabuticaba aplicadas nos camundongos envelhecidos impediram o ganho de peso, diminuíram o processo inflamatório e causaram uma redução da hiperglicemia e da dislipidemia – o que preveniu o pré-diabetes.
Além disso, aumentaram os níveis de HDL e a atividade de receptores relacionados à insulina e de algumas moléculas relacionadas à proliferação de peroxissomos – bolsas membranosas que possuem alguns tipos de enzimas digestivas.
“Também percebemos que o extrato da casca de jabuticaba promoveu uma melhoria na morfologia do fígado dos animais”, disse Quitete.
Os pesquisadores também observaram que a dose maior de extrato da casca de jabuticaba, com 5,8 gramas de extrato por quilo do peso do animal, foi mais eficiente na promoção desses efeitos benéficos em comparação com a dosagem menor.
“A dose duplicada apresentou melhores efeitos em vias metabólicas importantes ligadas à obesidade, ao pré-diabetes e à restauração da estrutura do fígado dos camundongos envelhecidos”, disse Quitete.
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Os pesquisadores também estão realizando um estudo em que avaliam o uso do extrato da casca de jabuticaba no atraso da progressão do câncer de próstata em camundongos transgênicos, também com apoio da FAPESP.
Os resultados preliminares indicaram que o composto foi capaz de diminuir as lesões na próstata dos animais. “Percebemos uma melhora substancial na morfologia da próstata dos camundongos, além da diminuição do estresse oxidativo e da inflamação”, disse Quitete.
“A diminuição da inflamação e o equilíbrio do estresse oxidativo levaram a uma melhora tecidual e molecular da próstata dos animais”, disse.
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Como a pílula anticoncepcional pode mudar a forma do seu corpo
Os pesquisadores não encontraram evidências de que a pílula engorda - mas descobriram que ela pode alterar a forma do corpo da mulher Getty Images/BBC NEWS BRASIL
Mas, para muitas mulheres, uma das acusações mais desanimadoras em relação à pílula anticoncepcional é a de que engordaria.
De fato, o ganho de peso é o efeito colateral mais relatado por quem toma pílula combinada - o tipo mais comum, que contém estrogênio e progesterona sintéticos.
Mas após décadas de pesquisa, ainda não há evidências conclusivas de que essa seja uma consequência real.
A maior revisão acadêmica realizada até hoje, que examinou 49 estudos sobre a pílula combinada, constatou que "não há nenhum grande efeito evidente", mas adverte que não foram conduzidas pesquisas suficientes para se ter certeza.
Os pesquisadores descobriram que isso é verdade independentemente do tipo de progesterona presente na pílula combinada. Outros estudos que analisaram pílulas só de progesterona encontraram, de maneira semelhante, poucas evidências sobre o controverso efeito.
Maria Gallo, endocrinologista da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e coautora da revisão acadêmica, acredita que a crença de que a pílula engorda está relacionada a uma tendência natural do ser humano. As pessoas são especialistas em identificar padrões ao seu redor, mesmo onde eles não existem.
O fenômeno cognitivo, conhecido como apofenia, é a razão pela qual identificamos rostos, animais e outras formas curiosas nas nuvens, ou nos preocupamos com os números que foram sorteados em concursos passados da loteria.
Os homens tendem a ter um percentual maior de massa muscular do que as mulheres por uma questão hormonal Getty Imagens/ BBC NEWS BRASIL
"É a mesma razão pela qual existe a ideia de que as vacinas podem fazer mal à saúde", explica Maria Gallo. "Se você oferecer a toda população, haverá pessoas que apresentam problemas de saúde, sejam ligados à vacina ou não."
No caso da pílula, a endocrinologista ressalta que as pessoas ganham em geral pouco mais de meio quilo a cada ano durante a maior parte de suas vidas, a contar a partir do início da idade adulta - o que, aliás, é quando a maioria das mulheres começa a usar métodos contraceptivos.
Em alguns casos pode ser de fato reconfortante apontar a pílula como "vilã", em vez de admitir um eventual consumo excessivo de calorias. No ano passado, um estudo identificou a falsa percepção de ganho de peso em mulheres que receberam implante de anticoncepcional.
Ainda assim, nem tudo é fruto da nossa cabeça. Embora as revisões de estudos em larga escala não tenham chegado à conclusão de que a pílula engorda, ela pode alterar a forma e a composição do corpo feminino.
Existem três grandes razões para isso, e elas têm a ver com o ganho de massa muscular, retenção de líquidos e acúmulo de gordura.
Massa muscular
Em 2009, Steven Riechman, fisiologista do exercício da Universidade A&M do Texas, nos Estados Unidos, descobriu totalmente por acaso um efeito surpreendente da pílula.
Mulheres que tomavam um certo tipo de pílula apresentaram nível mais baixo de DHEA - e menos ganho de massa muscular Getty Images/BBC NEWS BRASIL
Em seguida, os pesquisadores pesaram os participantes para ver se tinham mais músculos do que quando começaram as atividades. A equipe também coletou dados relacionados a seu estilo de vida, para se certificar de que o ganho de massa tinha sido motivado de fato pela genética - e não, por exemplo, por medicamentos que estavam tomando.
Enquanto faziam essa análise, descobriram que as mulheres que usavam pílula ganharam 40% menos músculo do que as que não tomavam.
"Isso sobressaiu como um grande impacto", diz Riechman.
Não é novidade que os homens têm naturalmente tendência a ganhar mais músculo do que as mulheres. Um homem médio costuma ter 33 kg de massa muscular, comparado a 21kg das mulheres.
Isto acontece em parte porque os indivíduos do sexo masculino são mais altos e pesados de uma maneira geral, mas não é só isso - em relação à massa corporal total, os homens apresentam 38% de músculos, e as mulheres, 31%.
Alterar o equilíbrio hormonal da mulher pode mudar a região em que a gordura é localizada Getty Images/BBC NEWS BRASIL
Isso inclui um esteroide importante, mas pouco conhecido, chamado DHEA. Ele é secretado pelas glândulas suprarrenais, localizadas acima de cada rim, e está envolvido em tudo - da conservação dos ossos à manutenção do sistema imunológico.
Esse hormônio costumava ser extremamente popular entre os atletas, em parte por causa do seu extraordinário poder de fortalecimento muscular, mas também porque até pouco tempo seu uso não era considerado doping.
Só para ficar claro, ele também apresenta muitas desvantagens, como propensão a causar problemas no fígado e atrofia dos testículos, no caso dos homens.
Mas as mulheres também produzem hormônios anabolizantes - e os pesquisadores descobriram que aquelas que tomavam pílula tinham níveis muito mais baixos de DHEA no sangue.
Mais intrigante ainda é que o baixo ganho de massa muscular não foi identificado em todas as participantes que usavam o contraceptivo, apenas naquelas que tomavam pílula com um determinado tipo de progesterona sintética, que gosta de se ligar à mesma proteína.
O estrogênio pode fazer com que o corpo retenha mais líquido, incluindo o tipo usado na pílula anticoncepcional Getty Images/BBC NEWS BRASIL
Uma das explicações é que, ao competir pelos mesmos locais de ligação, o hormônio pode bloquear os sinais para aumentar a massa muscular.
Os resultados não provaram de forma definitiva essa relação, mas, se for comprovado, as mulheres certamente vão querer saber mais - basta observar as últimas "obsessões fitness", como os treinos de CrossFit e a disputa por abdomens sarados no Instagram.
"Deve haver sem dúvida um acompanhamento deste estudo. As pessoas estão interessadas, recebemos ligações regularmente a respeito", diz ele.
Armazenamento de gordura
E a pílula pode estar mudando o corpo das mulheres de outras formas também. Assim como há impacto na proporção de massa muscular, pode haver uma influência sutil no percentual de gordura - particularmente em que região do corpo ela é armazenada.
Na puberdade, o estrogênio e a progesterona são responsáveis pelo desenvolvimento de características tipicamente "femininas", como quadris mais largos e seios maiores, alterando em grande parte a forma como a gordura é distribuída. Pelo mesmo motivo, eles também são usados com frequência em tratamentos hormonais para transexuais.
O "corpo de violão" surge quando diferentes tipos de tecido adiposo respondem diferentemente a esses hormônios reprodutivos. Por exemplo, a gordura subcutânea - aquela que se acumula em torno das coxas, quadris e seios - contém muitos receptores de estrogênio.
É fácil entender como, em teoria, a alteração do equilíbrio hormonal feminino pode mudar a região em que a gordura é acumulada. Algumas pesquisas constataram isso: um estudo descobriu, por exemplo, que mulheres que tomam pílulas com altos níveis de estrogênio costumam ter corpos em forma de pera e mais gordura subcutânea, embora não necessariamente mais gordura corporal em geral.
Inchaço celular
Finalmente, o que muitas mulheres consideram uma das maiores ameaças da pílula: o inchaço.
A sensação desagradável de inchaço acontece porque o estrogênio também afeta a forma como o corpo metaboliza a água, influenciando a produção de certas proteínas nos rins. O resultado é que o corpo retém mais líquido do que o normal.
Um estudo descobriu que a pílula parece aumentar o tamanho dos seios, e não apenas a partir da retenção de líquido Getty Images/BBC NEWS BRASIL
Isso também acontece em menor escala com mulheres que não tomam pílula, na semana que antecede a menstruação. Mas é exacerbado pelo uso do contraceptivo porque o estrogênio sintético é de seis a dez vezes mais potente que o natural. Além disso, é ingerido praticamente todos os dias, o que significa que os níveis de ambos os hormônios são mais constantes.
Ou seja, a pílula pode não levar ao ganho de peso no longo prazo, mas ainda assim algumas mulheres podem sentir que algumas roupas não estão vestindo bem ou não servem mais.
A retenção de líquidos também pode ajudar a explicar por que algumas mulheres relatam que a pílula aumenta o tamanho do seio. Há poucos estudos a esse respeito - compreensivelmente, a maioria das pesquisas se concentra no câncer de mama, em vez do tamanho do busto - mas, nos anos 1990, cientistas suecos decidiram investigar o tema.
A pílula anticoncepcional é conhecida por aumentar o risco de a mulher desenvolver câncer de mama, tanto enquanto ela está tomando o contraceptivo como nos 10 anos seguintes.
Os pesquisadores queriam saber se isso poderia ser motivado pelo fato de essas mulheres terem seios maiores - existe um risco inerente em ter (ou desenvolver) mais células, uma das razões pelas quais pessoas altas costumam ser mais suscetíveis ao câncer.
Para descobrir, a equipe acompanhou o ciclo menstrual de 65 mulheres saudáveis que tomavam pílula, já tinham usado ou nunca haviam recorrido ao contraceptivo. E constataram não só que quem tomava pílula tinha seios significativamente maiores, mas que eles eram especialmente grandes em determinadas épocas do mês. Aquelas que tinham usado pílula no passado apresentavam um busto de tamanho médio.
A equipe não tirou as medidas das mulheres antes de elas começarem a tomar pílula, então pode-se argumentar que elas sempre tiveram seios maiores.
No entanto, parece provável que o tamanho do busto esteja relacionado ao uso do contraceptivo, porque não estava associado a outros fatores - como altura, índice de massa corporal (IMC) ou peso - como nas mulheres que não tomavam pílula.
Exatamente como isso acontece permanece um mistério. O aumento do seio poderia representar apenas o inchaço provocado pela retenção de líquidos. Mas outra possibilidade é que os hormônios da pílula estejam realmente fazendo com que o busto das mulheres cresça.
Por exemplo, a dilatação que acontece todo mês e é necessária para manter um volume constante, pode durar um pouco mais de tempo. Isso acarretaria em mais tecido de uma maneira geral - e explicaria o risco elevado de câncer.
É claro que, independentemente dos efeitos que a pílula provoca no corpo - para o bem ou para o mal - milhões de mulheres acham que vale a pena.
Como disse um usuário do site Reddit - que reúne grupos de discussão sobre diversos assuntos -, nenhum controle de natalidade vai levar ao ganho de 11kg a 15 kg em nove meses.
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Pessoas diurnas têm menor risco de ter câncer de mama, aponta estudo
Relógio biológico pode indicar risco de câncer de mama, dizem cientistas Getty Images/ BBC NEWS BRASIL
Eles ainda não desvendaram, no entanto, o motivo.
De acordo com especialistas, os resultados são relevantes porque podem afetar o risco de toda mulher ter a doença.
Eles dizem ainda que o estudo, apresentado na NCRI Cancer Conference, em Glasgow, na Escócia, aumentou o entendimento sobre a importância do sono na saúde de uma maneira geral.
Relógio biológico
Todo mundo tem um relógio biológico interno, que determina como o corpo funciona em um padrão de aproximadamente 24 horas - processo também conhecido como ritmo circadiano.
E ele afeta tudo, desde a hora em que vamos dormir até nosso humor e risco de ataque cardíaco.
Mas nem todos os relógios internos marcam o mesmo horário.
As pessoas diurnas acordam cedo, são mais dispostas no início do dia e sentem sono no começo da noite.
Já quem é notívago tem dificuldade de levantar de manhã, é mais produtivo no fim do dia e prefere dormir tarde.
Pesquisa mostrou que duas em cada 100 mulheres noturnas desenvolveram a doença, em comparação com uma em cada 100 diurnas BBC
Os pesquisadores acreditam que sim. Eles usaram um sistema novo e inteligente de análise de dados - chamado randomização mendeliana.
E analisaram 341 fragmentos de DNA que controlam se somos propensos a ser diurnos ou noturnos.
Eles usaram esse conhecimento para realizar um experimento com mais de 180 mil participantes do UK Biobank, banco de dados do Reino Unido, e cerca de 230 mil mulheres do consórcio internacional contra o câncer de mama (BCAC, na sigla em inglês).
E constataram que pessoas geneticamente programadas para serem diurnas eram menos propensas a ter câncer de mama do que aquelas concebidas para serem noturnas.
Como esses fragmentos de DNA são definidos no nascimento e não estão ligados a outras causas conhecidas de câncer, como a obesidade, significa que os pesquisadores estão bastante confiantes de que o relógio biológico está associado ao câncer.
Qual a intensidade do efeito?
Cerca de uma em cada sete mulheres no Reino Unido vai desenvolver câncer de mama ao longo da vida.
Mas este estudo analisou apenas um pequeno recorte de oito anos da vida de uma mulher.
Neste período, duas em cada 100 mulheres com hábitos noturnos desenvolveram a doença, em comparação com uma em cada 100 com hábitos diurnos.
"As descobertas são potencialmente muito importantes porque o sono é universal e facilmente modificado", diz Rebecca Richmond, uma das pesquisadoras da Universidade de Bristol.
"Pesquisas anteriores analisaram o impacto do trabalho noturno, mas essa pesquisa mostra que pode haver um fator de risco para todas as mulheres."
Idade e histórico familiar são alguns dos principais fatores de risco para o câncer de mama, mas segundo a ONG britânica Cancer Research UK, dedicada a combater a doença, cerca de um quarto dos casos pode ser prevenido.
Uma boa noite de sono evitaria o câncer então?
Não é tão simples assim.
Richmond afirma que ainda é cedo para dar conselhos objetivos às mulheres.
"Ainda precisamos entender o que faz uma pessoa noturna ter um risco maior do que uma diurna... precisamos desvendar essa relação", disse à BBC.
Tem a ver com o relógio biológico propriamente dito? Ou os notívagos são prejudicados por viverem fora de sincronia com seus relógios internos ao terem que acordar cedo e ir trabalhar? O relógio biológico afeta os níveis hormonais para alterar o risco de câncer, o sistema imunológico ou o metabolismo?
Há muitas perguntas ainda sem resposta.
Os pesquisadores estão certos?
A ciência nunca tem 100% de certeza, mas o resultado se encaixa em um panorama mais amplo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já alertou que passar por cima do relógio biológico em decorrência do trabalho noturno está provavelmente associado ao risco de câncer.
"Esses resultados intrigantes se somam ao crescente número de evidências de que existe alguma sobreposição entre a genética de quando preferimos dormir e o risco de câncer de mama, mas mais pesquisas são necessárias para desvendar os detalhes desta relação", diz Richard Berks, da ONG britânica Breast Cancer Now.
Estudos semelhantes revelaram uma relação das preferências de sono e saúde mental, incluindo risco de esquizofrenia.
"O uso da randomização mendeliana neste estudo permite aos pesquisadores examinar o efeito causal no câncer de mama de diferentes padrões de sono", afirma Cliona Kirwan, cirurgiã de mama e pesquisadora da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
"Estas são descobertas interessantes que fornecem mais evidências de como o relógio biológico e nossa preferência natural pelo sono estão envolvidos no surgimento do câncer de mama", completa.
Os resultados foram publicados no site dos pesquisadores, mas ainda não passaram por revisão científica pelos pares.
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Óleo de gerânio rosa pode aliviar sintomas nasais dolorosos relacionados ao tratamento de câncer
Cria Saúde Cria Saúde
“A vestibulite nasal é um efeito colateral do tratamento medicamentoso de câncer particularmente comum em pacientes tratados com medicamentos denominados taxanos”, afirmou Elizabeth Cathcart-Rake, M.D., autora principal do estudo e residente da Mayo Clinic. “Essas drogas interrompem a divisão celular e dificultam a formação de novos vasos sanguíneos para prevenir o crescimento do tumor.” A Dra. Cathcart-Rake relata que não existem tratamentos disponíveis para esse efeito colateral desagradável da terapia do câncer.
“Nossas descobertas se baseiam nas evidências anedóticas para o uso do óleo de gerânio rosa no tratamento da vestibulite nasal, uma infecção que afeta o forro nasal, deixando-o extremamente sensível e provocando sangramento e formação de crostas.” Apesar das descobertas interessantes, a Dra. Cathcart-Rake adverte que estudos mais abrangentes são necessários para determinar se o óleo é realmente um tratamento viável.
O objetivo dos pesquisadores era descobrir se o óleo poderia aliviar os sintomas da vestibulite nasal em 40 mulheres em quimioterapia para tratamento de câncer de mama entre 2007 e 2017. Mais da metade das pacientes estudadas foram tratadas com taxanos. O tratamento das outras mulheres foi realizado com uma grande variedade de medicamentos específicos para o tratamento do câncer.
Todas as mulheres receberam um spray de óleo de gerânio rosa a base de óleo de gergelim. Elas deveriam usá-lo conforme necessário. As pacientes classificaram a gravidade dos sintomas antes e depois do uso, e também responderam a uma pesquisa sobre a experiência de uso do óleo.
Os sintomas nasais mais comuns foram sangramento (65%) e desconforto (63%). Outros sintomas incluíram ressecamento (30%), formação de crostas (13%) e feridas (25%).
A classificação de gravidade média foi aproximadamente 3 (de 4), correspondendo a “moderadamente grave”. Vinte e uma mulheres responderam à pesquisa. Uma delas não usou o óleo, pois os sintomas foram resolvidos quando ela terminou a quimioterapia.
Das outras 20 participantes, 10 usaram o óleo diariamente, sendo que 45% delas usaram várias vezes ao dia.
Todas as participantes relataram que o óleo aliviou os sintomas. Onze mulheres (55%) indicaram um benefício moderado. Seis mulheres (30%) perceberam um benefício significativo. Duas mulheres (10%) relataram que os sintomas desapareceram completamente.
“O spray nasal de óleo de gerânio rosa a base de gergelim parece ser eficaz para pacientes com vestibulite decorrente da terapia do câncer”, afirmou a Dra. Cathcart-Rake, “no entanto, estudo é de caráter observacional e, por esse motivo, não é capaz de oferecer um resultado definitivo. Outros estudos serão necessários.”
06.11.2018. Fonte: press release. Foto: Fotolia/Adobe Stock
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Por que as lhamas podem guardar o segredo para combater a gripe
A lhama tem anticorpos menores que os dos seres humanos Getty Images/BBC NEWS BRASIL
A gripe é uma das doenças mais hábeis na hora de mudar de forma. Constantemente, modifica sua aparência para despistar nosso sistema imunológico. Isso explica porque as vacinas nem sempre são efetivas e, a cada inverno, é necessário receber uma nova injeção para prevenir a doença.
Por isso, a ciência está à procura de uma forma de acabar com todos os tipos de gripe, não importando de qual cepa provenha ou o quanto possa sofrer mutações. E aí que entra a lhama.
Estes animais, nativos dos Andes, têm anticorpos incrivelmente pequenos em comparação com os dos humanos. Os anticorpos são as armas do sistema imunológico, e aderem às proteínas que sobressaem na superfície dos vírus.
Os anticorpos humanos tendem a atacar as pontas dessas proteínas, mas essa é a parte em que o vírus da gripe muda com mais rapidez. Já os anticorpos da lhama, com seu tamanho diminuto, conseguem atacar as partes do vírus da gripe que não sofrem mutação.
As vacinas contra gripe nem sempre são efetivas AFP /BBC NEWS BRASIL
Uma equipe do Instituto Scripps, nos Estados Unidos, infectou lhamas com múltiplos tipos de gripe, para estimular uma resposta do seu sistema imunológico. Em seguida, analisaram o sangue dos animais, procurando pelos anticorpos mais potentes, que poderiam atacar uma ampla variedade de vírus.
Os cientistas, então, identificaram quatro anticorpos das lhamas. Depois, começaram a desenvolver um anticorpo sintético, que une elementos desses quatro tipos.
Em uma outra fase do estudo, esse anticorpo sintético foi testado em ratos, que receberam doses letais de gripe. "É muito efetivo. Foram testados 60 tipos de vírus diferentes. Apenas um deles não foi neutralizado (pelo anticorpo sintético) - mas é um vírus que não afeta os humanos", explicou o professor Ian Wilson, um dos responsáveis pelo estudo.
"O objetivo é criar uma proteção que não precise ser renovada a cada ano, e que também proteja das possíveis pandemias, caso apareçam", justificou.
O trabalho, que foi publicado na revista científica Science, ainda está em estágios muito iniciais. A equipe de cientistas pretende realizar mais experimentos antes de fazer testes com humanos.
O vírus da gripe é capaz de modificar com muita rapidez as pontas das proteínas que sobressaem dele Getty Images /BBC NEWS BRASIL
Os pesquisadores utilizaram duas técnicas diferentes na hora de administrar os anticorpos sintéticos para ratos. A primeira delas foi uma injeção - como uma vacina.
A segunda foi uma terapia genética. Por esse processo, as instruções genéticas para desenvolver o anticorpo sintético são empacotadas em um vírus inócuo - ou seja, que não causa a doença. Em seguida, esse vírus inócuo foi usado para infectar os narizes dos ratos.
Uma vantagem de um tratamento com anticorpos sintéticos, baseados nos anticorpos mais eficientes das lhamas, é que ele pode ser mais efetivo na prevenção da gripe entre pessoas de mais idade - em geral, a população mais idosa tem sistema imunológico mais frágil.
"Ter um tratamento que possa funcionar contra uma variedade de cepas diferentes do vírus da gripe é algo muito desejado. É o Santo Graal da gripe", afirma o professor Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham.
As lhamas são um dos quatro tipos de camelídeos sul-americanos Getty Images/BBC NEWS BRASIL
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'Descobri a doença ao brincar com meu filho': o desconhecido universo dos homens com câncer de mama
'Para o homem, um câncer de mama é um susto maior ainda, porque a gente sempre pensa que é algo distante do público masculino', diz o professor Emanoele Daiane/BBC News Brasil
Dias depois, ele foi ao médico, passou por exames e foi diagnosticado com câncer de mama.
"Foi uma situação muito difícil. Para qualquer pessoa, descobrir essa doença é um choque. Mas para o homem, um câncer de mama é um susto maior ainda, porque a gente sempre pensa que é algo distante do público masculino", conta o professor.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 1% dos pacientes com câncer de mama são homens. Entre o público do sexo masculino, a doença é mais recorrente a partir dos 60 anos. No entanto, também há registros de pessoas mais novas.
Conforme o Inca, a doença na mama corresponde a 28% dos novos casos de câncer registrados a cada ano, entre homens e mulheres. Em todo o Brasil, neste ano, a estimativa é de que haja, ao todo, 59,7 mil novos registros da doença.
Segundo levantamento do Departamento de Informática do SUS (DataSUS), em 2016 morreram 16.069 mulheres e 185 homens em decorrência do câncer de mama. Estes são os dados mais recentes sobre o tema.
A oncologista Laura Testa, chefe do grupo de mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), explica que um dos motivos para que os casos entre os homens sejam mais incomuns é porque o público masculino está menos exposto ao estrogênio, o hormônio feminino.
"A maioria dos tumores de mama se alimentam dos hormônios femininos, e muitas vezes se desenvolvem pela longa exposição a esses hormônios, do período em que a mulher começa a menstruar até a menopausa. Por isso, essa doença é mais comum a partir dos 50 anos, período de pós-menopausa", diz à BBC News Brasil.
Os homens são atingidos em menor escala pela doença por terem o tecido mamário atrofiado, porque não recebem as mesmas ações de hormônios femininos que as mulheres. "Eles possuem glândula mamária muito menor e, por isso, não têm o mesmo estímulo dos hormônios femininos ao longo da vida."
Os sintomas
Professor universitário, Lima levava uma vida que considerava comum. Morador de Cuiabá (MT), ele dava aulas de Administração em três instituições de ensino superior na capital mato-grossense. Casado há 22 anos e pai de dois filhos, um com sete e outro com 14 anos, ele dividia a rotina entre o trabalho e a família.
Era noite de 27 de fevereiro de 2016. Lima brincava de "lutinha" com o filho mais novo, quando a criança acertou a mama esquerda do pai. "Ele deu um golpe de brincadeira, bem leve, mas doeu muito mais do que eu poderia imaginar. Foi uma dor muito assustadora", relembra.
A situação fez com que Lima se recordasse de um fato que havia notado dias antes: o mamilo esquerdo dele havia retraído sem motivos aparentes. "Eu não tinha dado muita atenção para isso. Mas quando senti aquela dor, percebi que poderia ser algo mais sério."
A retração do mamilo é apontada por especialistas como sintoma de um possível câncer de mama. Outras características que também podem ser supostos sinais da doença entre os homens são alterações como inchaço na mama ou na região da axila, pele enrugada ou vermelhidão na mama.
Segundo Laura Testa, em qualquer situação em que a pessoa perceba alguma diferença na mama é fundamental procurar auxílio médico. "É muito importante descobrir a origem dessa alteração", explica. A oncologista ressalta que o diagnóstico precoce traz mais chances de bons resultados no tratamento.
"Se há algo diferente crescendo na região da mama, é preciso investigar. Pode ser uma disfunção hormonal, mas também pode ser alguma doença. Um dos grandes problemas é que os homens que têm câncer de mama, normalmente, procuram ajuda mais tarde, e isso faz com que o tratamento seja mais difícil, porque a doença está mais avançada", diz Laura.
O médico Mário Sérgio Amaral Campos, especialista em diagnósticos por imagem de doenças da mama, ressalta que a grande maioria dos sintomas de um possível câncer de mama não está relacionada à doença.
"Muitos são casos de ginecomastia (aumento excessivo das glândulas mamárias de homens), que acontecem principalmente na puberdade ou quando o homem está na andropausa, porque são fases de acúmulo hormonal. Nesses casos, não se trata de algo maligno, mas que tem efeitos estéticos desagradáveis, principalmente para os mais jovens", diz.
O tratamento
No dia seguinte à dor intensa no peito esquerdo, Lima agendou consulta com um mastologista. "Consegui atendimento para uma semana depois, por meio do plano de saúde. Se fosse pelo Sistema Único de Saúde, demoraria seis meses", relata.
O professor fez exames que comprovaram que o nódulo em sua mama esquerda era maligno. O caroço tinha 0,4 centímetro e estava indo para o estágio dois. "A doença tem quatro estágios, e a maioria das pessoas descobre no terceiro ou quarto, quando já esparramou para outros órgãos e não há muito que fazer", diz Lima.
Para ele, o câncer se desenvolveu em razão do estresse que enfrentava na carreira de professor. "Cheguei a ter 2 mil alunos e dava aula do período da manhã até a noite. Então era muito cansativo", conta. Os médicos que o atenderam, porém, explicaram ao paciente que a maior probabilidade é de que a doença tenha se desenvolvido por questões genéticas.
Laura Testa destaca que muitos dos casos de câncer estão associados à genética.
"A doença pode ser genética ou hereditária quando várias pessoas na família têm tumores. Isso faz com que esse gene seja transmitido para o filho, que terá muitas chances de desenvolver o câncer", explica.
Segundo o médico Mário Sérgio Amaral, a doença entre os homens também pode surgir por desregulação hormonal. "Neste caso, pode estar associada a situações como a obesidade ou a hábitos como uso de anabolizantes ou consumo de cigarro, entre outros."
Tratamento incluiu 18 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia Arquivo Pessoal /BBC NEWS BRASIL
"Foi um procedimento cirúrgico semelhante ao que as mulheres com a doença passam. Uma parte da região da axila também foi retirada, porque havia indícios de que o câncer pudesse ter chegado embaixo do braço", explica o professor.
Depois do procedimento cirúrgico, Lima passou por 18 sessões de quimioterapia, de junho a dezembro de 2016, e por 25 procedimentos de radioterapia, de dezembro do mesmo ano a fevereiro de 2017. Posteriormente, utilizou bloqueadores hormonais por um ano.
"A maior parte dos tumores de mama no público masculino também se alimentam do hormônio feminino, que existe no homem. A própria produção do hormônio masculino pode, em menor quantidade, ser transformado em feminino. Então o bloqueador hormonal é uma das terapias mais utilizadas em câncer de mama de homem", explica Laura Testa.
Todo o tratamento dado ao homem com câncer de mama é semelhante ao que é oferecido à mulher. "A diferença é que o impacto emocional da cirurgia de um homem é diferente daquele sofrido pela mulher ao perder a mama", frisa a oncologista.
O apoio da família
Desde a descoberta da doença, Lima recebeu apoio da esposa e dos filhos.
Para ele, o auxílio da família e dos amigos foi fundamental. "Não tenho dúvida de que eles me ajudaram muito", conta. No início, a companheira dele ficou extremamente abalada com a descoberta da doença do marido. "Mas hoje já superamos essa dificuldade. Antes, ela pensava que era um diagnóstico de morte", lembra o professor.
Ao filho mais velho, ele contou sobre a doença. "Ele entendeu bem e tem muita preocupação comigo", revela. Para o mais novo, disse que estava com um 'bichinho' no peito. "Os dois me acompanharam em muitas sessões de quimioterapia, e isso foi muito importante pra mim."
'Os dois me acompanharam em muitas sessões de quimioterapia, e isso foi muito importante pra mim', diz Lima sobre os filhos Emanoele Daiane/BBC News Brasil
"Em São Paulo, conheci vários casos de homens que enfrentam a mesma doença, porque é uma cidade que é referência no tratamento", explica.
Entre os colegas que conheceu, alguns estavam bem, mas havia outros que descobriram a doença tardiamente. "Um deles estava em estado terminal. Conheci também outro que morreu em pouco tempo."
Segundo Mário Sérgio Amaral, os homens costumam descobrir o câncer de mama quando está em fase avançado, pois demoram a desconfiar da doença. "Não existe uma indicação de mamografia preventiva, como no caso das mulheres. Eles fazem o exame somente quando notam uma alteração, mas, quando está nessa fase, é porque o câncer atingiu um tamanho maior e teve tempo para se desenvolver", diz.
Metástase
Enquanto concluía as sessões de quimioterapia, em dezembro de 2016, Lima passou por exames que detectaram manchas nos pulmões. Após avaliações, os médicos descobriram que se tratava de metástase do câncer de mama, ou seja, a doença havia se espalhado para os pulmões dele.
"Foi difícil receber essa notícia, mas novamente contei com o apoio da minha família e dos meus amigos."
No início de 2017, ao encerrar o tratamento da doença na mama, ele começou a quimioterapia contra o câncer nos pulmões, diagnosticado em estágio inicial. Por ser metástase, casos considerados mais difíceis de eliminar de vez a doença, o professor deverá fazer quimioterapia por toda a vida. "A partir de então, todos os meses faço uma sessão", diz ele.
O professor também faz acompanhamento constante para descobrir se a doença não avançou para outros órgãos. "Tenho consciência de que terei de fazer acompanhamento e tratamento por toda a vida, então creio que nunca poderei me considerar uma pessoa completamente curada."
A cicatriz no peito
Lima carrega uma cicatriz no peito esquerdo, em razão da cirurgia para a retirada da mama. A marca não é um problema para ele. "É sinal de que venci, em partes, a doença", comenta. Ele relata que não vê empecilhos em sair sem camisa. "Se me perguntam sobre a cicatriz, conto sobre a doença e digo como venci essa batalha."
Frequentador da Igreja Batista, o professor acredita que a fé foi fundamental para ter sucesso no tratamento contra o câncer. "Independente da religião, quando a pessoa tem fé, as coisas melhoram, e ela tem muito mais chances de conseguir o que deseja", diz.
Há dois meses, ele deixou as aulas, por recomendação médica. Anteriormente, Lima havia se ausentado do trabalho apenas na fase final da quimioterapia contra o câncer de mama. "Em agosto, os médicos me aconselharam a me afastar do trabalho por conta do estresse que o serviço causa", diz.
'Se me perguntam sobre a cicatriz, conto sobre a doença e digo como venci essa batalha' Emanoele Daiane/BBC News Brasil
"Eles sempre me perguntam como estou. Alguns vêm em casa para me ver. Mantenho uma boa relação com eles", orgulha-se.
Nos últimos meses, o professor tem tentado ajudar pessoas que enfrentam o câncer, por meio de palestras em alguns locais de Mato Grosso, como em unidades da Igreja Batista. Ele também planeja usar seus conhecimentos em administração para ajudar pequenos empreendedores.
"Vou tocar a vida normalmente. Sinto-me curado emocionalmente e espiritualmente. Fisicamente, terei de fazer tratamento por toda a vida, mas acho que o mais difícil já conquistei, que é a cura emocional e espiritual."
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O inovador implante na medula que fez homem com paralisia voltar a andar
Implante é colocado ao redor da medula espinhal BBC NEWS BRASIL
O que provoca a paralisia? Ela acontece quando os impulsos do cérebro para as pernas são interrompidos por uma lesão. M'Zwee sofreu uma lesão severa na medula espinhal há sete anos em um acidente esportivo.
Na maioria dos casos, ainda há um pequeno impulso, mas muito pequeno para criar movimento.
O implante estimula impulsos, fazendo com que M'Zwee, de 30 anos, e outros pacientes caminhem.
“Acho que você tem que fazer o impossível para possibilitar o possível”, diz M'Zwee. “Fiquei muito surpreso quando conseguimos. É muito divertido e a sensação é incrível."
Cientistas suíços notaram outro resultado inesperado: os movimentos parecem ter recuperados alguns nervos danificados.
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