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11.08.2018

PF realiza operação e prende deputados que apoiavam esquema criminoso de Cabral

Expectativa é de que 10 deputados sejam presos na ação. Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo são alvos de novos mandados. Chiquinho da Mangueira já foi preso


Operação Furna da Onça mira deputados da Alerj (foto) por esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual
Rio - A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) realizam, na manhã desta quinta-feira, a Operação Furna da Onça, que investiga a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual. As autoridades esperam cumprir 22 mandados de prisão e outros 47 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF2). 
A ação deve ser realizada em pelo menos 40 locais, entre eles o prédio anexo da Alerj. A expectativa é de que 10 deputados sejam presos nesta operação. Entre eles, com prisão temporária decretada, estão André Corrêa (DEM), que foi secretário estadual do Meio Ambiente; Chiquinho Mangueira, que já teve o mandado de prisão desta quinta-feira cumprido; Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius “Neskau” (PTB). 
Chiquinho da Mangueira é um dos presos da Operação Furna da Onça
Já os que serão alvos de mandado de prisão preventiva são Edson Albertassi (MDB) e Paulo Melo (MDB). Atualmente, os dois cumprem pena em Bangu. Neste momento, a equipe da PF cumpre um mandado de busca e apreensão da casa do ex-presidente da Alerj Jorge Picciani (MDB), que está em prisão domiciliar por questões de saúde. Um novo mandado de prisão preventiva contra ele também será cumprido. Esses são os 10 parlamentares da lista da PF e MP.
Os deputados são suspeitos de usarem a Alerj a serviço de interesses da organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que em troca pagava propina mensal (“mensalinho”), que variava de R$ 20 mil a 100 mil reais, durante seu segundo mandato (2011- 2014). De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais. Além de Cabral, comandavam a organização investigada os ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo, presos um ano atrás na Operação Cadeia Velha.
Outros alvos são o atual secretário de governo do Luiz Fernando Pezão, Affonso Monnerat, que também está na equipe de transição para o novo governo, o presidente do Detran/RJ, Leonardo Silva Jacob, e seu antecessor Vinícius Farah, recém-eleito deputado federal pelo MDB.  
Nesta quinta-feria, 48 equipes da PF e 35 membros do MPF na 2ª Região (RJ/ES) e MPF/RJ estão participando da ação, que é um desdobramento Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, que prendeu o então presidente da Alerj Jorge Picciani, em prisão domiciliar, e os deputados Paulo Melo e Jorge Albertassi, que cumprem pena em Bangu. A operação investigou esquema de corrupção em que os deputados usavam da sua influência para aprovar projetos na Alerj para favorecer as empresas de ônibus e também as empreiteiras.
O nome da operação faz referência a uma sala de reuniões que fica perto do plenário da Alerj, onde os deputados, segundo as investigações, se reuniam para rápidas discussões antes das votações no plenário. 

Chiquinho da Mangueira é um dos presos da Operação Furna da Onça

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