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12.12.2018

Repasses de ex-assessor de Flávio Bolsonaro coincidem com pagamentos na Alerj, aponta Coaf


 

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revela que a maior parte dos depósitos em espécie na conta de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, coincidem com as datas de pagamento na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Os repasses dos nove ex-assessores do parlamentar também ocorriam logo após os vencimentos dos funcionários. Fabrício ainda não se pronunciou sobre as revelações do relatório do Coaf.
O Coaf produziu 1 relatório no qual identificou movimentações financeiras atípicas no valor de R$ 1,2 milhão em uma conta do policial militar entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Somente em 2016, foram feitos 176 saques em dinheiro de sua conta corrente. O caso foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo na 5ª feira (6).
O documento do Coaf é fruto do desdobramento da Operação Furna da Onça, ligada à Lava Jato no Rio, que prendeu 10 deputados estaduais. Flávio Bolsonaro não é alvo das investigações.
Analisando as datas dos depósitos feitos em dinheiro nas contas do ex-assessor com os dias de pagamento dos salários da Alerj entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, é possível verificar que em praticamente todos os meses foi depositado dinheiro na conta de Fabrício no mesmo dia –ou poucos após– do pagamento de salário na Alerj. O cruzamento dos dados foi feito pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Segundo o jornal, em março, abril, maio, junho, agosto e novembro houve depósitos no mesmo dia do pagamento.
Em dezembro, teve depósitos 1 dia depois do salário e no mesmo dia em que foi pago o décimo-terceiro para os funcionários da Alerj.
Sobre os saques de Fabrício, o JN mostrou que nos meses de março, abril, maio, junho e novembro ele começou a tirar dinheiro da conta no mesmo dia em que foram feitos os depósitos ou nos seguintes. Na maioria das vezes, o saque foi de R$ 5 mil, o valor do limite diário por agência bancária.
O cruzamento mostra ainda que, em pelo menos 2 dias, Fabrício foi a 3 agências para sacar dinheiro, somando R$ 15 mil no total.
O relatório do Coaf afirma que os saques e os depósitos podem ter sido feitos para ocultar a origem ou o destino final do dinheiro que passava pela conta de Fabrício. Investigadores defendem que a quebra do sigilo bancário dos envolvidos poderia ajudar a esclarecer as dúvidas.
Fabrício Queiroz ainda não se pronunciou sobre as revelações do relatório do Coaf

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