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5.21.2019

Governadores assinam carta contra decreto de Bolsonaro que amplia acesso a armas


No começo do mês, Bolsonaro assinou decreto que flexibiliza as regras para registro, posse, porte e comercialização de armas
Bolsonaro com parlamentares da base na assinatura do decreto das armas de colecionadores (Foto: Carolina Antunes/PR)
Catorze dos 27 governadores do país assinaram uma carta em que 
pedem a revogação do decreto das armas do presidente 
Jair Bolsonaro (PSL), assinado no início do mês e que amplia a
 quantidade de categorias e pessoas com direito a porte de armas
 no Brasil.
No texto, divulgado nesta terça-feira (21), eles pedem que os 
“poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União atuem 
tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma
 efetiva política responsável de armas e munição no país”.
O Ministério Público Federal, em Brasília, pediu a suspensão do
 decreto. Atualmente, existem três ações contra o decreto na 
Justiça Federal e três no Supremo Tribunal Federal (STF).
O decreto sancionado por Bolsonaro, que regulamenta o 
porte e posse de armas no país, permitirá a qualquer cidadão
 comprar um fuzil. A nova classificação, estabelecida pelo 
governo, inclui o fuzil T4, uma arma usada por forças táticas
 militares e produzida no Brasil pela empresa Taurus.
“Impacto negativo”
Para os governadores, as medidas apresentadas no decreto
 não irão contribuir com a diminuição da violência em seus estados. 
“Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência –aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições 
que poderão abastecer criminosos– e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias”.
Veja também:  “Se preciso a polícia tem que entrar em universidades”,
 diz ministro da Educação
O grupo pede que o governo federal desenvolva ações que 
melhorem o rastreamento de armas e munições, além de intensificar
 os meio de controle e fiscalização “para coibir os desvios, enfrentar
 o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade 
caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime”.
Veja a íntegra da carta:Carta dos Governadores sobre o Decreto
 Presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e a Regulação 
Responsável de Armas e Munições no País
Como governadores de diferentes estados do país, manifestamos
 nossa preocupação com a flexibilização da atual legislação de
 controle de armas e munições em razão do decreto presidencial 
n. 9.785 (07 de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo,
 Legislativo e Judiciário da União que atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma efetiva política responsável
de armas e munição no país.
Sabemos que a violência e a insegurança afetam grande parte da
 população de nossos estados e que representam um dos maiores
 obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil. 
Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e 
munições que são usadas de maneira ilícita representa um 
enorme desafio para a segurança pública do país e é preciso 
enfrentá-lo.
Por essa razão, é urgente a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante toda a sua
 existência, desde sua produção. Também é fundamental aumentar
 os meios de controle e fiscalização para coibir os desvios, enfrentar
 o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade 
caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime. Reconhecemos 
que essas não são soluções mágicas, mas são condições 
necessárias para a melhoria de nossa segurança pública.
Diante deste cenário, e a partir das evidências disponíveis, 
julgamos que as medidas previstas pelo decreto não contribuirão
 para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais medidas
 terão um impacto negativo na violência – aumentando por exemplo
, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer 
criminosos – e aumentarão os riscos de que discussões e 
brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.
As soluções para reverter o cenário de violência e insegurança
 no país serão fortalecidas com a coordenação de esforços da 
União, Estados e Municípios para fortalecer políticas públicas 
baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional 
de Segurança Pública e Defesa Social, fortalecendo a prevenção
 focalizada nas populações e territórios mais afetados pela 
violência e a repressão qualificada da criminalidade.
Reforçamos nosso compromisso com o diálogo e com a melhoria
 da segurança pública do país. Juntos, podemos construir um 
Brasil seguro para as atuais e futuras gerações.
IBANEIS ROCHA -Governador do Distrito Federal
FLÁVIO DINO – Governador do Estado do Maranhão
WELLINGTON DIAS – Governador do Estado do Piauí
PAULO CÂMARA – Governador do Estado de Pernambuco
CAMILO SANTANA – Governador do Estado do Ceará
JOÃO AZEVEDO – Governador do Estado da Paraíba
RENATO CASAGRANDE – Governador do Estado do Espírito Santo
RUI COSTA – Governador do Estado da Bahia
FÁTIMA BEZERRA – Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
RENAN FILHO – Governador do Estado de Alagoas
BELIVALDO CHAGAS – Governador do Estado de Sergipe
WALDEZ GÓES – Governador do Estado do Amapá
MAURO CARLESSE – Governador do Estado do Tocantins
HELDER BARBALHO – Governador do Estado do Pará


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