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5.21.2019

Ufal consegue patente nos Estados Unidos para pomada que cura infecções do HPV




No Brasil a concessão ainda está em análise no Instituto
Nacional de Propriedade Industrial
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Sílvia Uchôa entrega ao reitor Eurico 
Lôbo documento concedido por instituto americano

A Universidade Federal de Alagoas conseguiu a primeira 
patente pelo uso da conhecida planta barbatimão para o 
tratamento e cura de afecções causadas pelo vírus HPV 
(papiloma vírus humano), um dos causadores de câncer 
do colo do útero nas mulheres. A concessão foi feita pelo
 instituto americano The United States Patent and
 Trademark Office. O estudo, desenvolvido durante 
12 anos por quatro pesquisadores da instituição, 
resultou numa pomada com atividade anticarcinogênica
 e que foi aplicada em pacientes do Hospital Universitário 
que obtiveram 100% de cura sem apresentar efeitos 
colaterais e recidiva.
O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é um
 vegetal comum na flora do litoral brasileiro, mas
 para o estudo científico, as plantas foram coletadas 
na zona da mata e a preparação do extrato para 
confecção da pomada foi realizada nos laboratórios
 da Ufal. O estudo foi desenvolvido pelos 
pesquisadores Luiz Carlos Caetano, do Instituto
 de Química Biotecnologia (IQB); Pedro Accioly de
 Sá Peixoto Filho, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca);
 Zenaldo Porfírio da Silva, do Instituto de Ciências 
Biológicas e da Saúde (ICBS); e Manoel Álvaro, da 
Faculdade de Medicina (Famed).
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Inovação
 Tecnológica (NIT) da Ufal, Sílvia Uchôa, 
o depósito foi feito em 2013, no instituto americano
 The United States Patent and Trademark Office,
 mas o resultado saiu em maio deste ano. No Brasil,
 o processo está em andamento desde 2010, no
 Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), 
sediado no Rio de Janeiro. 
Sílvia Uchôa explica que o depósito internacional 
foi feito inicialmente via PCT, que é um Tratado 
Internacional de Patentes, do qual o Brasil faz 
parte, e é integrado por 148 países. O PCT permitiu
 o depósito nos EUA em 2013. A patente é um 
documento de propriedade industrial referente 
a um processo ou produto que garante aos detentores
 a sua ampla exploração e impede que 
outros o façam. Na Ufal, o NIT, um dos setores
 da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, 
é o responsável pelo processo de encaminhamento
 de pedidos de proteção intelectual (patentes, 
marcas, registros de softwares e etc).
Segundo a coordenadora do NIT, em 2014, pouco
 mais de um ano após o depósito nos Estados Unidos,
 o instituto solicitou ao NIT a adequação do 
pedido da patente. Para isso, a Ufal contratou um 
escritório para atendimento à solicitação de viabilizar
 a concessão da patente, que é um passo 
importante para a industrialização da pomada. 
A concessão ocorreu no último mês de maio, 
com o número US 9.023.405.
Comercialização
Sobre a expectativa de comercialização, Sílvia 
Uchôa informa que, em 2013, o NIT lançou,
 por duas vezes, um edital para a transferência
 da tecnologia de desenvolvimento da pomada,
 mas não houve nenhuma empresa interessada em 
continuar a desenvolver o produto e 
lança-lo no mercado. Ela considera que isso pode 
ter ocorrido devido à necessidade de alguns
 estudos, tais como testes clínicos e aprovação 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sobre a importância da patente como propriedade
 intelectual da instituição alagoana, 
Sílvia Uchôa destaca: “A patente é uma das 
formas de proteção de Propriedade Industrial
 e tanto pode trazer benefícios para a sociedade,
 como retorno financeiro para mais apoio
 às pesquisas em desenvolvimento na Universidade
 Federal de Alagoas”, enfatizou.
A coordenadora informou que, até 2014, o NIT
 realizou 28 depósitos de patentes no Brasil
 e só este ano já foram feitos nove. Atualmente, 
existem cinco documentos no processo de 
depósito, nas áreas de biotecnologia e bioprodutos. 
Sobre HPV e transmissão
O papiloma vírus humano é uma doença sexualmente
 transmissível que atinge milhões de
 pessoas em todo o mundo e é um dos responsáveis pelo
 câncer de colo do útero nas 
mulheres. É transmitido por contato direto com a
 pele infectada e os HPV genitais podem
 causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus.
 As infecções clínicas mais comuns,
 nessa região, são as verrugas genitais e condilomas.
Os tratamentos atuais para as verrugas genitais são
 invasivos e dolorosos, além de 
contraindicados em situações específicas. 
Os pesquisadores explicam que os tratamentos
 mais comuns são feitos por meio da intervenção 
clínica com ácido tricloroacético, 
podofilina podofilotoxina, laser, crioterapia e cirurgia
 com cauterização, usando bisturi
 elétrico. A pomada de uso tópico desenvolvida 
na Ufal, utilizando os taninos do barbatimão
 para a cura da doença, não tem efeito colateral e
 contraindicação, além de garantir cura.


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