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6.24.2019

Reinaldo Azevedo rebate Moro: Montanha deu à luz ratazanas que atentam contra a democracia e o estado de direito

Para comentar a parceria entre o site The Intercept e o jornal Folha
 de S.Paulo na Vaza Jato, Moro publicou tuite em latim que diz que
 "“a montanha pariu um ridículo rato"

Coluna de Reinaldo Azevedo sobre o tweet de Moro em latim (Foto: Reprodução)  
O jornalista Reinaldo Azevedo publicou nesta segunda (24), em sua
 coluna no portal UOL, um artigo dividido em duas partes, no qual
 rebateu o ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro sobre o 
tuite publicado neste fim de semana com uma frase em latim 
direcionada às revelações contra ele no escândalo Vaza Jato.
No primeiro artigo, com o título MORO E A MONTANHA 1: 
Veio à luz ratazana pestilenta do ataque à ordem legal
Reinaldo não poupa críticas às “relações espúrias entre o 
então juiz Sérgio Moro, hoje ministro, e Deltan Dallagnol, 
coordenador da força-tarefa da Lava Jato”. Segundo o colunista
 a reportagem deste domingo, a primeira da parceria entre a Folha
 de São Paulo e o site The Intercept Brasil, “evidencia sim que a 
força-tarefa se mobilizou, em março de 2016, para proteger o então
 juiz Sérgio Moro de eventual ação corretiva do Supremo ou do 
Conselho Nacional de Justiça”, e logo levanta a suspeita sobre 
se isso seria tão grave, para responder no mesmo parágrafo:
 “não seria, desde que as ações de proteção ao juiz estivessem
 amparadas na lei. Mas não estavam”.ar a citação em latim do ministro
 (“Moro resolveu apelar ao latinório e citou o grande poeta Horácio 
para uma causa ruim: `Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus´:
 `“a montanha pariu um ridículo rato´”), Azevedo afirma que
 “é a arrogância do desespero. Em primeiro lugar, Moro não sabe
 o que mais pode cuspir a montanha. Em segundo lugar, o que 
se tem já é de extrema gravidade. E não adiante tentar fazer o
 jogo do contente”.
Em seguida, o colunista comenta que “o tom das conversas 
é absolutamente impróprio. Nos diálogos deste domingo e nos
 outros, fica evidente que é Moro o real coordenador da Lava-Jato,
 não Deltan Dallagnol. É ele que orienta a investigação e o trabalho
 da acusação. Logo, como pode ser o juiz de processos de que
 ele mesmo se comporta como instrutor?”.
Na segunda parte do artigo, cujo título é MORO E A MONTANHA 2:
 Mas o que queria Moro? Usurpar a competência do STF?
o jornalista conta que “a ratazana parida pela montanha que 
começa a ser explorada pela Folha e por The Intercept Brasil 
pode ser caracterizada”, e enumera três destaques: “1: nota-se a
 clara insatisfação de Moro com o fato de a PF ter anexado aos
 autos a tal da lista da Odebrecht (…) 2: Deltan se oferece para 
mobilizar a força-tarefa e o Conselho Nacional de Justiça e fala
 em antecipar uma denúncia para tentar diminuir os contratempos
 do juiz junto ao Supremo (…) 3: Se resta evidente que Moro 
conduzia a mão de Dallagnol, este, por sua vez, mobiliza um 
delegado da Polícia Federal para expressar a insatisfação do 
juiz com a decisão tomada pela PF”.
Depois, faz uma lista de arbitrariedades cometidas pela dobradinha
 entre Moro e Dallagnol, como o fato do agora ministro ter sugerido
 testemunhas contra Lula, o “truque para poder vincular Lula a desvios
 de R$ 86 milhões no caso do tríplex”, a confissão do procurador de 
que não estava seguro da solidez da sua acusação contra o 
ex-presidente e as críticas do então juiz à procuradora Laura 
Tessler, pedindo que ela não seja parte da audiência no processo
 do tríplex (o que foi atendido).
Ao concluir o segundo artigo, Reinaldo Azevedo afirma que
 “a montanha já deu à luz algumas ratazanas que atentam contra
 a democracia e o estado de direito sob o pretexto de combater a
 corrupção”.

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