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8.03.2019

Diretor demitido do Inpe diz que não conseguia falar com Ibama para alertar sobre desmatamento


Ricardo Galvão será exonerado da direção do Inpe: em reunião com Marcos Pontes, o físico relatou que dados sobre desmatamento eram contestados e que não conseguia interlocução com Ibama Foto: Lucas Lacaz Ruiz/A13/Agência O Globo
RIO — Na manhã de ontem, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais , o físicoRicardo Galvão , entrou no gabinete de Marcos Pontes , ministro de Ciência e Tecnologia (MCTIC ), decidido a não deixar seu posto. Uma hora depois, saiu da sala com o recado de que será exonerado . A decisão marcou o final do cabo de guerra que disputou contra o presidente Jair Bolsonaro e outros titulares da Esplanada dos Ministérios, como Ricardo Salles ( Meio Ambiente ), que contestam os alertas sobre o avanço do desmatamento divulgados pela instituição.Para explicar as polêmicas que levaram ao confronto direto com o Palácio do Planalto, Galvão lembrou críticas a seu trabalho que brotaram logo nos primeiros dias de governo em outro endereço — o Ministério do Meio Ambiente ( MMA ). Segundo o físico, Salles foi constantemente crítico às medições de desmatamento, mas nunca o procurou para discutir o tema. Enquanto isso, Galvão diz que desde janeiro é difícil a comunicação do instituto com o Ibama , órgão subordinado a Salles que deveria combater os focos de devastação mapeados pelo Inpe .
Procurados, o MMA e o Ibama não responderam.
Duas semanas atrás, questionado sobre o aumento do desmate na Amazônia, Bolsonaro contestou os dados do Inpe e disse que Galvão poderia estar “a serviço de uma ONG”. O físico revidou, acusando o presidente de tomar uma atitude “pusilânime e covarde”.
— O ministro (Pontes) disse que ia me exonerar, porque minha situação com a presidência ficou complexa, e não poderia haver na direção do Inpe alguém em quem eles (o governo) perderam a confiança — disse Galvão ao GLOBO.
O diretor do Inpe tinha mandato de quatro anos, que seria concluído no final do ano que vem, o que não impede o governo de exonerá-lo. Em nota, o MCTIC agradeceu seu “profissionalismo à frente do instituto” e anunciou que a escolha de seu sucessor “se dará de acordo com o mérito necessário”.Ex-ministros , ambientalistas e membros da comunidade científica temem que a exoneração de Galvão abra portas para a censura aos alertas de desmatamento emitidos pelo Inpe. Bolsonaro afirmou recentemente que os dados deveriam ser enviados ao Planalto antes de serem divulgados. Pontes já defendeu a revisão dos dados, e Salles apontou “inconsistências e erros” nas medições.

‘Sem precedentes’

Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich diz que o governo misturou “ciência e política”:
— O Estado não pode inibir ou censurar pesquisas, e as instituições científicas não devem se amedrontar, pensando que a revelação de dados inconvenientes para o governo resultará em exonerações.
Em nota, o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace , Márcio Astrini, afirmou que “o governo vem implementando no país um projeto antiambiental, que sucateia a capacidade do Estado de combater o desmatamento”.
Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima , avaliou que o diretor do Inpe “selou seu destino” ao não se calar diante das “acusações atrozes” de Bolsonaro ao instituto: “Ao reagir, Galvão também preservou a transparência dos dados do desmatamento”.
Vinte e um diretores de centros de pesquisa federais enviaram carta a Pontes, afirmando que Bolsonaro está “mal informado” sobre a coleta de dados científicos, que não devem ser “passíveis de condenação para atender a conveniências políticas”.
Em sua capa desta semana, a inglesa “ The Economist ” afirmou que o “mundo tem de deixar claro para Bolsonaro que não vai tolerar seu vandalismo” na área ambiental, e que os parceiros comerciais do país devem condicionar seus acordos ao “bom comportamento” no setor. Também a “ Nature ”, uma das mais respeitadas revistas de ciência do mundo, publicou artigo intitulado “‘ Trump tropical’ desencadeia crise sem precedentes para a ciência brasileira”.
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Amazônia


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8.02.2019

Ex-delegado conta em detalhes como os corpos eram incinerados em usina

Reconstituição do crime aconteceu na Usina de Açúcar Cambaíba, em Campos. Guerra disse que os corpos chegavam amarrados em sacos.

Letícia Bucker   Do G1 Norte Fluminense
MPF explicou como era colocados os corpos (Foto: Letícia Bucker/G1)MPF explicou como os corpos eram colocados nos fornos (Foto: Letícia Bucker/G1)
Durou aproximadamente uma hora a reconstituição do caso sobre a incineração de militantes políticos contrários à Ditadura Militar, que foram torturados e assassinados na 'Casa da Morte' em Petrópolis, na Região Serrana do Estado, e queimados na Usina de Açúcar Cambaíba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo e ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), Cláudio Guerra, participou da ação e, detalhadamente, explicou como os corpos eram levados para as fornalhas da usina.
O vinhoto mascarava o cheiro dos corpos enquanto eram queimados (Foto: Letícia Bucker/G1) 
Claudio Guerra disse que espera o perdão de Deus
pelas atitudes cometidas (Foto: Letícia Bucker/G1)
O Ministério Público Federal (MPF), apoiado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), conduziu Cláudio Guerra, nesta terça-feira (19), até os fornos onde os corpos teriam sido incinerados para a reconstituição do crime. Manequins foram usados como modelos para que o ex-delegado explicasse como tudo acontecia. Guerra disse que os corpos chegavam em caminhonetes e eram queimados durante a noite, quando havia pouco movimento de funcionários. Pelo menos 12 pessoas teriam sido incineradas em Campos. A reconstituição fez o MPF concluir que era possível queimar os corpos nas fornalhas.
Os corpos teriam sido colocados nestes fornos da Usina Cambaíba em Campos (Foto: Letícia Bucker/G1) 
Os corpos teriam sido colocados nestes fornos da
Usina Cambaíba em Campos
(Foto: Letícia Bucker/G1)
“Os corpos chegavam em sacos plásticos pretos amarrados com cordas. Ninguém desconfiava que estávamos queimando pessoas. O movimento era disfarçado porque sempre haviam funcionários alimentando os fornos com lenha. O odor forte do vinhoto mascarava o cheiro”, explicou Cláudio Guerra.
De acordo com o procurador da república, Eduardo Oliveira, a ideia de incinerar corpos da Ditadura surgiu através de Cláudio Guerra e do coronel Freddie Perdigão Pereira, morto em 1998. Perdigão pertencia ao Exército Brasileiro e seria um dos chefes da 'Casa da Morte', onde, pelo menos, 22 presos políticos podem ter sido executados.
Ainda de acordo com o procurador, a intenção do MPF é estabelecer, ou não, uma ligação entre o Exército Brasileiro e a Usina, àquela época. “A gente pretende conseguir, até o final deste ano, dar uma resposta à sociedade se houve, ou não, incinerações em Campos. A família do proprietário da usina e as família das pessoas que desapareceram, estão há anos anos nesta incógnita. A nossa intenção é conseguir dar uma resposta e que a sociedade conheça os fatos”, comentou.

Cláudio Guerra disse que o Exército não é o culpado, mas os integrantes daquela época sim. “O que aconteceu é que erramos e agora temos que confessar e pedir perdão à nação. Hoje, a ideia é outra, as forças armadas são outras, há uma nova mentalidade, mas no passado houve o erro. Temos que confessar esses erros e tentar mudar. A minha confissão de participação é para tentar ajudar a esclarecer o que realmente aconteceu. Esta é uma história que precisa ser passada a limpo. Por isso a minha confissão. Os outros envolvidos não se expõem por temor a cadeia. Outras  pessoas também podem ajudar a contar essa história”, disse. 
Procurador da República, Eduardo Oliveira, perguntava ao ex-delegado, como eles levavam os corpos até à Usina (Foto: Letícia Bucker/G1) 
Procurador da República, Eduardo Oliveira,
perguntava ao ex-delegado, como eles levavam os
corpos até à Usina (Foto: Letícia Bucker/G1)
O procurador Eduardo Oliveira explicou que Cláudio Guerra confessou ser um braço do regime militar e também assumiu a autoria do assassinato do tenente Odilon, morto em Cambaíba. Depois de uma discussão na Usina, Cláudio Guerra sacou a arma e assassinou o tenente.
Perguntado como era voltar ao local onde ajudou a incinerar os corpos, o ex-delegado, que atualmente é pastor evangélico, disse que mantém a sobriedade enquanto ajuda a esclarecer os fatos, mas que espera o perdão de Deus.
“Deus perdoa os nossos pecados se nós os confessarmos sinceramente. Do homem, eu não sei o que vai acontecer. Só Deus que vai poder dizer. Processado eu não sei se vou ser, pois pela lei do tempo o crime está prescrito. Mas, passa um filme na minha cabeça”, comentou, Guerra.
“Pode ser que o MPF denuncie o ex-delegado. Nossa intenção é mover uma ação civil pública, pra responsabilizar o Governo por essas mortes, ou mesmo, denunciar criminalmente Cláudio Guerra e outros envolvidos. O fato dele estar colaborando não o isenta de uma ação criminal por parte do Ministério Público Federal. O MPF o considera assassino e quer vê-lo na cadeia, independente das razões dele”, disse Eduardo Oliveira.

Confira aqui a galeria de fotos.

Manequins foram usados durante a reconstituição (Foto: Letícia Bucker/G1)Manequins foram usados durante a reconstituição (Foto: Letícia Bucker/G1)

STF poderá soltar Lula diante de 100 mil pessoas no dia 14 de agosto

lula_stf

O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar o pedido de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no próximo dia 14 de agosto. Nessa data, cerca de 100 mil pessoas são esperadas na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O ex-presidente Lula poderá ganhar a liberdade após 500 dias mantido como preso político na carceragem da Polícia Federal de Curitiba.
Não faltam motivos para que os ministros do Supremo soltem já o petista, haja vista os vazamentos publicados pelo site The Intercept Brasil e demais veículos de comunicação no Brasil e no mundo.
As questões que pesam contra a Lava Jato, Moro e o procurador Deltan Dallagnol são mais graves do que supúnhamos anteriormente. Além do conluio para tornar impossível a defesa do réu, transformados em adversários políticos e ideológicos da força-tarefa, ganhar dinheiro, eles ainda conspiravam para chantagear ministros do STF.
Não resta alternativa aos ministros do Supremo senão reconhecer a suspeição de Moro, Dallagnol et caterva e libertar imediatamente Lula sob pena de o judiciário todo também sucumbir com a farsa da Lava Jato.
Portanto, Lula será solto no próximo dia 14 de agosto se não houver nova trapaça por parte da República de Curitiba mancomunada com a velha mídia golpista –leia-se Globo e seus miquinhos amestrados.

NÃO SOMOS IMBECIS NÃO!

RAQUEL DODGE!
QUER DIZER QUE PARA DEFENDER SEUS INTERESSES PRÓPRIOS, EM CONTINUAR NO CARGO DE PROCURADORA GERAL DO MPF, AO INVÉS DA SENHORA AFASTAR ESSE INSUBORDINADO, CONSPIRADOR, PREVARICADOR, ENTREGUISTA, MANOBRISTA, MENTIROSO, ETC.. JUNTAMENTE COM MAIS MEIA DÚZIA QUE FAZ PARTE DESSE CONLUIO GENOCIDA DE EMPRESAS E DE EMPREGOS E PERSEGUIDORES POLÍTICOS DE SEUS ADVERSÁRIOS ...A SENHORA JOGA A BOLA PARA O STF?...A SENHORA ESTÁ FAZENDO UM PÉSSIMO TRABALHO COMO PROCURADORA,TAMBÉM..TENHA A DIGNIDADE E SAIA ANTES OU AO FINAL DO SEU MANDATO...AS COISAS ACONTECEM AO SEU ARREPIO E A SENHORA AINDA QUER CARGO?...NÃO SOMOS IMBECIS NÃO!

'Ordem de prisão de Lula é ato de despotismo judicial', diz Gilmar Mendes





O ministro voltou a dizer que a situação no Brasil e no próprio 

STF está muito confusa










Célia Froufe, enviada especial
LISBOA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Gilmar Mendes avaliou há pouco, ao Broadcast, que a ordem
 de prisão do juiz Sérgio Moro ao ex-presidente Luiz Inácio 
Lula da Silva é "absurda", porque ainda não foram finalizados
 todos os procedimentos do Tribunal. Ele classificou a situação
 atual no País como "despotismo judicial". "Estamos vivendo
uma Prokuratura", disse há pouco em entrevista ao Broadcast,
realizada em Lisboa. O termo russo refere-se ao período que a
então União Soviética (URSS) vivia sob a subordinação do
"Soviete Supremo", o poder legislativo soviético.


Gilmar Mendes
Gilmar Mendes Foto: TSE
O ministro voltou a dizer que a situação no Brasil e no próprio
 STF está muito confusa. "Esta foi uma crise embrenhada, mal
gerida pelo Supremo", avaliou na capital portuguesa, onde
participou de uma série de eventos da área jurídica. "A única coisa
 que me conforta nisso tudo é que toda essa crise que estamos
vivendo é fruto de uma desinstitucionalização criada pelo PT",
declarou.
O ex-presidente Lula, conforme o ministro, está sendo vítima
de sua própria obra, ao ter feito, entre outros coisas, más
indicações para o Supremo. "Foram péssimas indicações para
o Supremo. Pessoas que não eram conhecidas foram indicadas,
 não tinham formação, não tinham pedigree. Eram para preencher
 vagas como de simpatizantes do MST, de causas, de grupo afro,
 sem respeitar a institucionalização do País, por ser amigo de
algum político", enumerou.
Para o ministro, personagens como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol
são "filhos de um cruzamento do PT com Luiz Francisco"
Fernandes de Souza, procurador da República. "Eles armaram
 isso tudo. Criaram uma desinstitucionalização. O aparelho
 que hoje existe, o mecanismo ou coisa do tipo, é este: delegado
 procurador, juiz... São essas ações articuladas e o Estado de
Direito ameaçado", pontuou.
Perguntado sobre se mudar de voto no caso do habeas corpus
do presidente Lula também não poderia ser avaliado como uma
 forma de fazer parte do "mecanismo", ele disse que a sua alteração
 não teve importância. "Minha posição todos conhecem há muitos
 anos e tudo é fundamentado. Trouxe para o plenário a rediscussão
 sobre a necessidade de ter limites. Continuo a achar isso, não é
possível simplesmente esperar o trânsito em julgado, porque
isso não existe mais na prática", argumentou.
Mendes, conhecido por suas declarações fortes, avaliou que o
País passa hoje por um "voluntarismo sem precedentes".
 "Acho um absurdo essa ordem de prisão dada assim, sem
sequer se exaurirem os procedimentos do tribunal. Não está
publicada a decisão. A única coisa que me conforta a alma é
que o PT, o que é muito raro, está pagando."

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A trajetória de Lula
O ministro citou a frase do Victor Nunes Leal: "Tal é o poder
da lei que a sua elaboração reclama precauções severíssimas.
Quem faz a lei é como se estivesse acondicionando materiais
explosivos. As consequências da imprevisão e da imperícia não
 serão tão espetaculares, e quase sempre só de modo indireto
atingirão o manipulador, mas podem". Para ele, neste caso,
porém, o PT, apontado como o articulador dos "materiais
explosivos", acabou também sendo uma vítima. "Isso é raro.
Em geral, o legislador que faz as trapalhadas não é atingido
pela explosão. Mas agora foi."
Ao falar sobre sua avaliação de que a ordem de prisão de Moro
 trata-se de um ato de despotismo judicial, ele disse que o País
passa por uma onda de autoritarismo penal que varre o País.
 "Isso tem que ser denunciado e cobrado", disse. Questionado
se Moro poderia sofrer algum tipo de punição, no entanto,
disse que não discutiria o assunto. "Só digo que é fruto de uma
 má ..... essa mixórdia que se fez", disse, usando um termo
bastante lusitano que significa o mesmo que bagunça.
Mendes reforçou que o Partido dos Trabalhadores deixou como
"notório legado" uma Corte institucional mal formada, mal indicada,
 com ministros, de acordo com ele, sem perfil, sem compromisso
histórico, sem conhecimento da máquina. "Daí gera essa bagunça
 que está aí. Fizemos um experimentalismo maluco e o resultado
está aí", afirmou, criticando mais uma vez a condução da pauta
 da ministra Cármen Lúcia no caso do julgamento do HC de Lula.
 Para Mendes, os ADCs deveriam ser analisados na mesma ocasião.


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Prisão de Lula: veja a repercussão

"Fico com vergonha de estar vivendo um momento de totalitarismo
 policial, judicial. Esse decreto da prisão do Lula representa isso.
Meu consolo é que isso é fruto das maquinações do PT, da intenção
de venezuelar o Brasil", criticou.
Na avaliação do ministro, o risco de o Exército tomar conta do
 governo é bem menor hoje do que o de outras áreas da sociedade.
"Na verdade, não é o exército. Quem tem ameaçado o governo
são os promotores, os juízes, são nomeações como a da Cristiane
 Brasil, não é o exército. Trata-se de um governo fraco que vem
enfrentando abusos. A Corte não está à altura do Brasil."