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7.01.2008

O FUTURO DO TRATAMENTO DO CÂNCER

O FUTURO DO TRATAMENTO DO CÂNCER
29/06/2008
Para médicos, imunoterapia e terapia-alvo são as mais promissoras em tumores femininos. Os tratamentos mais promissores para os tumores que atingem apenas as mulheres são os baseados em imunoterapia e terapia-alvo. Esta é a opinião de especialistas reunidos em São Paulo e no Rio, empenhados em debater o avanço dos métodos de combate ao mal, enquanto a mortalidade por tipos de câncer como o de seio ainda cresce. Um dos maiores problemas é a carência na oferta e qualidade de exames, e no acesso a medidas profiláticas como vacinas. O câncer de mama é a segundo tumor maligno mais comum em mulheres no mundo e o de colo do útero é o segundo que mais mata. - No Brasil, as mortes por câncer na mama continuam subindo, o diagnóstico é tardio, não há rastreamento eficiente para todos - explicou Silvio Bromberg, coordenador da mastologia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em encontro promovido pela GlaxoSmithKline na semana passada em São Paulo. - Segundo dados do Inca, 49% das brasileiras acima dos 50 anos não fazem mamografia, 60% dos mamógrafos estão no Sudeste e, no país, 70% deles não funcionam bem. Se o diagnóstico não é precoce, as chances de tratamento diminuem muito. Peter Stern, chefe do CR UK, Grupo de Imunologia do Paterson Institute for Cancer Research, da Universidade de Manchester, que palestrará em evento da GSK hoje no Rio, conta que há vacinas em estudo para vários tumores. - Desenvolvemos a chamada TroVax, contra um alvo expresso em muitos tumores, e estamos em fase avançada - ressalta Stern. - Podemos tentar ensinar o sistema imune a identificar alterações genéticas favoráveis ao câncer e combatê-las. Daqui a alguns anos, teremos várias vacinas disponíveis. Stern explica que se as infecções pelo vírus HPV se repetem, as chances de câncer de colo do útero são altas. A melhor forma é administrar uma vacina que previna a infecção, induzindo níveis altos de anticorpos que impessam que os vírus entrem nas células e as infectem. Mesmo as que já tiveram infecções podem se beneficiar pela maior proteção. Para Auro del Giglio, gerente executivo do Programa Integrado de Oncologia do HIAE, a última tendência de tratamento é estudar a célula para entender como interferir diretamente nela. É a terapia-alvo, que causa menos efeitos colaterais. - A maior inovação do tratamento está na busca de assinaturas moleculares e no estudo individual de cada paciente. Sabendo que drogas são mais tóxicas para ele e quais metaboliza melhor, analisando os genes do paciente e conhecendo os mecanismo da célula, podemos definir bem tratamentos e atuar diretamente onde se deve. Um exemplo é a droga chamada Lapatinib, que atua no receptor HER2, com papel em manter o câncer de mama ativo. A molécula cola no receptor e o atrapalha. É possível também ministrar remédios que bloqueiam o efeito do hormônio que alimentam o tumor do seio. Em mulheres de mais idade, 60% dos tumores são sensíveis a hormônios. - Hoje, 85% das pacientes com câncer de mama tratadas são curadas, o difícil é estender o tratamento a todas - lamenta Eduardo Weltma, do serviço de radioterapia do HIAE. - Entre as pacientes, 10% têm retorno do tumor no outro seio. As mulheres atualmente usam anticoncepcionais por mais tempo, fazem maior uso de hormônios, engravidam mais tarde, logo ficam mais sujeitas a tumores. Até 30% dos casos de câncer de mama envolvem pessoas com casos da doença na família. Tumores de pâncreas, ovário, próstata e intestino em parentes também aumentam o risco na mama. Certas características genéticas indicam 80% de chances de ter o mal. - Quem tem risco padrão é bom fazer uma mamografia anual. As com risco maior por caso de família devem realizar mamografia e ressonância anuais, e ultrassom semestral - indica Bromberg. Hoje em dia, é possível reconstruir a mama com grande rigor estético. A radioterapia é indicada em quase todos os pós-operatórios, porque o tumor volta muito freqüentemente. Para tumor não localizado, é melhor realizar imunoterapia ou quimioterapia. Substâncias dosadas no sangue são marcadores da evolução de tumores. Atualmente é possível fazer cirurgias profiláticas, ou seja, a retirada da trompa, da mama ou do ovário em mulheres com alto risco comprovado de ter câncer.
Fonte: Jornal do Brasil

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