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12.12.2008

MINISTROS ( DILMA E TEMPORÂO) FORTALECEM A PRODUÇÂO DE MEDICAMENTOS NA FIOCRUZ


Durante cerimônia em comemoração aos 90 anos do Serviço de Medicamentos Oficiais do Brasil, nesta quinta-feira (11/12), no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz, com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foram assinados cinco documentos com impacto na produção nacional pública de medicamentos: um contrato entre Farmanguinhos e a empresa argentina Chemo, para a transferência de tecnologia de medicamentos para doenças respiratórias, sobretudo a asma grave; um protocolo de intenção entre a empresa indiana Lupin e a Fiocruz, para a transferência de tecnologia de novos medicamentos contra a tuberculose; um protocolo de intenção com a Fundación Mundo Sano, da Argentina, para cooperação no enfrentamento da malária; um memorando de entendimento entre Farmanguinhos, a empresa suíça Stragen Pharma e as empresas brasileiras Libbs e Biolab, para a transferência de tecnologia de medicamentos para a saúde da mulher; e uma portaria que estabelece critérios para os laboratórios oficiais adquirirem matérias-primas, tendo preferência a compra de insumos produzidos no Brasil.


A ministra Dilma Rousseff destacou a importância do “círculo virtuoso”, um modelo que combina investimentos em ciência, tecnologia e produção, e tem estreita ligação com o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (CIS). “É necessário, sim, fazer política industrial. Não está certo exportar empregos e, se não queremos isso, também não podemos importar ciência e tecnologia. Vamos fazer dentro do país”, defendeu. Segundo Dilma, o processo de internalização da produção já está em curso no setor da saúde, ao qual a ministra atribuiu um papel triplo: a geração de conhecimento, da pesquisa básica ao produto final; o desenvolvimento social; e o desenvolvimento econômico. “O tipo de desenvolvimento que o Brasil precisa tem que ser capaz de incluir os 190 milhões de brasileiros. Do contrário, não teremos desenvolvimento econômico nem estabilidade política”, resumiu ela, que, após o discurso, visitou o parque industrial de Farmanguinhos e descerrou a placa comemorativa dos 90 anos do Serviço de Medicamentos Oficiais.


Sobre o momento de crise, Dilma lembrou que ele representa perigo e oportunidade. Perigo porque a crise atual, de acordo com a ministra, pode ser pior do que a de 1929, pois hoje, com mercados globalizados, a extensão do problema tende a ser maior. Oportunidade porque, segundo ela, o governo brasileiro não quebrou, tem reservas e vai manter os investimentos. “Isto tem tudo a ver com a área da saúde e com o CIS: esta é a hora das parcerias com o setor privado”, lembrou a ministra.
Nesse sentido, Farmanguinhos tem sido palco de um rico encontro entre a indústria brasileira privada e a estrutura pública, bem como entre o Brasil e seus parceiros estrangeiros. Foi o que destacou o diretor do Instituto da Fiocruz, Eduardo Costa. “Farmanguinhos não tem uma atuação restrita: é instrumento das políticas industrial, ambiental e de relações exteriores, contribuindo para a soberania do Brasil”. Sobre o Serviço de Medicamentos Oficiais, criado em 1º de maio de 1918, Costa associou a data ao compromisso da Fiocruz com os trabalhadores e com todo o povo brasileiro. “Não dá para construir o futuro sem conhecer o passado”, afirmou o diretor, lembrando que o Serviço de Medicamentos Oficiais foi o embrião de Farmanguinhos. Costa também aproveitou a ocasião para homenagear o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, eleito patrono da linha de produção de anti-retrovirais do Instituto da Fiocruz.


Em seu discurso, o presidente da Fundação, Paulo Buss, lembrou a aquisição do parque industrial de Farmanguinhos, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro: uma transação que custou R$ 18 milhões e foi considerada, por consultores da área, o melhor negócio feito em 2004. “Ao fortalecer o desenvolvimento e a produção pública de medicamentos no Brasil, não ficamos à mercê das flutuações do comércio internacional”, destacou Buss, sublinhando, ainda, que a atuação da Fiocruz se estende, cada vez mais, dentro e fora do país. Ele comentou, por exemplo, a negociação para a Fiocruz incorporar um instituto em Rondônia, onde será construída uma grande hidrelétrica, no Rio Madeira, com o aporte de 100 mil pessoas para a região e o conseqüente contato delas com a floresta e as doenças da localidade, como a malária. “A presença da Fiocruz em Rondônia demonstra a responsabilidade com que o governo está tratando essa intervenção numa área florestal”, explicou Buss. O presidente da Fundação ressaltou, ainda, a política externa do presidente Lula, que tem buscado “imprimir o DNA brasileiro em outros países, como Moçambique, Angola e Burkina Faso”.


A presença da Fiocruz na África foi um dos pontos ressaltados pelo ministro Temporão, que enquadrou a saúde como uma área estratégica para o desenvolvimento econômico, a inovação e a inclusão social. Assim, listou algumas recentes conquistas da Fiocruz que combinam a excelência científica e tecnológica com o compromisso social, o que inclui a produção de novas vacinas, contra rotavírus e tríplice viral, por exemplo, para incorporação pelo Programa Nacional de Imunização (PNI); as novidades no enfrentamento da Aids, notadamente a produção do Efavirenz, após o licenciamento compulsório, os medicamentos destinados às crianças e a nacionalização do teste rápido para diagnóstico do HIV; o projeto de produção de insulina, cujo anúncio já fez o preço do hormônio cair no mercado; e a obra do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), para fazer frente às doenças negligenciadas, como dengue. Apesar de todas as conquistas já alcançadas, Temporão elencou novos desafios para a Fiocruz, que, segundo o ministro, pode se beneficiar de um novo modelo jurídico institucional com menos amarras burocráticas. “A Fundação pode contribuir para o enfrentamento da crise global, pois a saúde é uma fonte importante também de emprego e renda”, apontou o ministro, calculando que o setor da saúde, com os devidos investimentos, pode gerar até 500 mil empregos em um ano.

12.11.2008

Materias-primas das plantas, ervas e fitoterápicos


Após a série de transformações tecnológicas que faz da planta medicinal uma droga vegetal, esta contém um certo número de substâncias que, na maior parte dos casos, agem sobre o organismo humano. É a fitoquímica (química dos vegetais), que se encarrega de estudar estas substâncias ativas, a sua estrutura, a sua distribuição na planta, as suas modificações e os processos de transformação que se produzem no decurso da vida da planta, durante a preparação do remédio vegetal e no período de armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a farmacologia (estudos dos efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano, do mecanismo e da velocidade da sua ação, do processo de absorção e eliminação, das suas indicações, isto é, do uso contra determinadas doenças). A farmacologia, por seu lado, é indissociável da medicina clínica.

As substâncias ativas das plantas medicinais são de dois tipos: os produtos do metabolismo primário (essencialmente sacarídeos), substâncias indispensáveis à vida da planta que se formam em todas as plantas verdes graças à fotossíntese; o segundo tipo de substâncias é composto pelos produtos do metabolismo secundário, ou seja, processos que resultam essencialmente da assimilação do azoto. Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis. Trata-se designadamente de óleos essenciais (ou essências naturais), resinas, alcalóides como os da cravagem ou do ópio.

Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em estado puro, mas sob a forma de complexos, cujos diferentes componentes se completam e reforçam na sua ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quando a planta medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo humano um efeito mais benéfico que o produzido pela mesma substância obtida por síntese química.

Esta propriedade apresenta um grande interesse para a fitoterapia, tratamento através das plantas ou das substâncias de origem vegetal. A substância ativa não e unicamente um composto químico, mas apresenta também um equilíbrio fisiológico, é mais bem assimilada pelo organismo e não provoca efeitos nocivos. É nisso que reside a grande vantagem da medicina natural.

Pode citar-se como exemplo o ópio, látex seco das cápsulas da dormideira, contendo, entre muitas substâncias, um grande número de alcalóides importantes. Cada alcalóide isolado tem uma ação totalmente diferente do ópio no seu conjunto e provoca, no organismo humano, efeitos específicos, típicos e originais (efeitos farmacológicos). O mesmo se passa com os glucosídeos da digital.

Toda uma série de métodos modernos permitem por em evidência a presença nos vegetais de determinadas substâncias. Em primeiro lugar, o estudo microscópico, relativo à estrutura anatômica e morfológica do corpo vegetal (atlas microscópicos das drogas vegetais), depois os métodos físicos, como a microsublimação, que consiste em aquecer uma pequena quantidade de droga e fixar sobre um vidro as emanações, que são em seguida analisadas através de métodos químicos. Certas substâncias podem ser detectadas pela sua fluorescência quando iluminadas por uma lâmpada de mercúrio.

As técnicas especiais da química qualitativa e quantitativa permitem também despistar a presença de determinada substância. Estes métodos são descritos em artigos especializados, obedecem a normas estabelecidas a nível nacional e às exigências relativas a qualidade das plantas medicinais.

A natureza química da droga é determinada pelo seu teor em substâncias pertencentes aos seguintes grupos principais: alcalóides, glucosídeos, saponinas, princípios amargos, taninos, substâncias aromáticas, óleos essenciais e terpenos, óleos gordos, glucoquininas, mucilagens vegetais, hormonas e anti-sépticos vegetais.


Alcalóides

Os alcalóides são compostos azotados complexos, de natureza básica, capazes de produzir geralmente poderosos efeitos fisiológicos. São, na maior parte dos casos, venenos vegetais muito ativos, dotados de uma ação específica.

A medicina emprega-os normalmente em estado puro e o seu verdadeiro valor apenas se releva quando usados adequadamente pelo médico. Segundo a sua composição química e, sobretudo, a sua estrutura molecular, os alcalóides podem ser divididos em vários grupos. Encontraremos na parte descritiva vegetais contendo:

Fenilalaninas: capsicina da pimenta, colquicina do cólquico;
Alcalóides isoquinoleicos: morfina, etilmorfina, codeína e papaverina contidas no ópio da dormideira; e alcalóides indólicos: ergometrina, ergotamina, ergotoxina da cravagem dos cereais;
Alcalóides quinoleicos: caule folhoso da arruda comum;
Alcalóides piridínicos e piperidínicos: ricinina do rícino, trigonelina do feno-grego, conina (veneno violento) da cicuta;
Alcalóides derivados do tropano: escopolamina e atropina da beladona;
Alcalóides esteróides: raiz do veratro, doce-amarga, aconito (aconitina).


Glucosídeos

Os glucosídeos são produtos do metabolismo secundário das plantas. Compõem-se de duas partes. Uma contém açúcar, por exemplo a glucose, e é geralmente inativa, embora favoreça a solubilidade do glucosídeo, a sua absorção e mesmo o seu transporte para determinado órgão. O efeito terapêutico é determinado pela segunda parte, a mais ativa, designada aglícono. Segundo a composição química, distinguem-se vários grupos de glucosídeos:

Tioglucosídeos: contêm enxofre organicamente ligado e são característicos, por exemplo, da família das brassicáceas. Nestas plantas são acompanhados de uma enzima, a mirosinase, cuja ação os decompõe em glucose e em isotiocianatos (rábano silvestre, grãos de mostarda branca ou mostarda preta, sementes de capuchinha).
Glucosídeos derivados do ácido cianídrico, formados por um composto cianídrico ligado a um açúcar. A ação enzimática decompõe-nos (muitas vezes na saliva humana) em ácido cianídrico livre, que é um veneno (amêndoas amargas, flor de sabugueiro e de abrunheiro-bravo, folhas de cerejeira e de gingeira garrafal).
Glucosídeos antraquinônicos, que são geralmente pigmentos cristalinos bastante lábeis. Têm uma ação laxativa 6 a 8 horas após a sua absorção (rizoma do ruibarbo, casca do amieiro).
Cardioglucosídeos (glucosídeos da digital), substâncias muito importantes que regulam a atividade cardíaca em doses infinitesimais. Conforme a sua estrutura química, são divididos em cardenólidos (digitais, adonis, junquilho) e em bufadienóis (raiz de heléboro).
Glucosídeos fenólicos, que pertencem a um grupo de substâncias com efeitos e freqüentemente também um aroma muito característico. São por isso classificadas entre as substâncias aromáticas (derivados salicílicos da casca de salgueiro, da ulmária e dos brotos do choupo; arbutina e metilarbutina das folhas de medronheiro, de airela, de urze).

Saponinas

As saponinas são muito comuns nas plantas medicinais. Do ponto de vista químico, caracterizam-se igualmente por um radical glucídico (glucose, galactose) ligado a um radical aglícono. A sua propriedade física principal é reduzir fortemente a tensão superficial da água. Todas as saponinas são fortemente espumosas e constituem excelentes emulsionantes. Têm uma outra propriedade característica: proporcionam a hemólise dos glóbulos vermelhos (eritrócitos), isto é, libertam a sua hemoglobina, o que explica o efeito tóxico de algumas delas, tornando-as impróprias para consumo.

As saponinas irritam as mucosas, provocam um relaxamento intestinal, aumentam as secreções mucosas dos brônquios (são expectorantes): flor de verbasco, raiz de alcaçuz e de saponária. São também usadas como diuréticos e desinfetantes das vias urinárias (caule folhoso da herniária, folha de bétula, raiz de resta-boi). A célebre raiz de ginseng (Panax ginseng), originária da China, da Coréia e das regiões extremo-orientais da União Soviética, é igualmente rica em saponinas.

Princípios amargos

Estas substâncias apresentam um gosto amargo, excitam as células gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreção dos sucos gástricos. A farmacologia agrupa, sob o nome de princípios amargos, as substâncias vegetais terpênicas susceptíveis de libertar azuleno, assim como glucosídeos de diversas estruturas bioquímicas. O primeiro grupo engloba, por exemplo, os sucos amargos do absinto e do cardo-santo. O segundo grupo é o mais comum: reúne os sucos das gencianáceas (genciana, trifólio), da centáurea, etc.


Taninos

Estas substâncias de composição química variável apresentam uma característica comum: a capacidade de coagular as albuminas, os metais pesados e os alcalóides. São hidrossolúveis. O seu interesse medicinal reside essencialmente na sua natureza adstringente: possuem a propriedade de coagular as albuminas das mucosas e dos tecidos, criando assim uma camada de coagulação isoladora e protetora, cujo efeito é reduzir a irritabilidade e a dor, deter os pequenos derrames de sangue.

As decocções e as outras preparações à base de drogas ricas em taninos são usadas, na maior parte dos casos, externamente contra as inflamações da cavidade bucal, os catarros, a bronquite, as hemorragias locais, as queimaduras e as frieiras, as feridas, as inflamações dérmicas, as hemorróidas e a transpiração excessiva.

No uso interno, são úteis em caso de catarro intestinal, diarréia, afecções da vesícula, assim como antídoto nos envenenamentos por alcalóides vegetais.

O ácido tânico, tirado das galhas do carvalho, é freqüentemente usado em farmácia. Emprega-se igualmente a casca de carvalho (carvalho de Inverno ou carvalho de Verão), as folhas de nogueira, as folhas e os frutos de mirtilo, as folhas de framboeseiro, de espinheiro, as cimeiras de agrimônia, a raiz da sete-em-rama, a raiz de bistorta, de pimpinela, etc.

As substâncias aromáticas

Fazem parte deste grupo um certo número de substâncias, freqüentes nas drogas vegetais, de composição e ação por vezes muito variáveis. Podem estar associadas na planta a outras substâncias ativas. É neste grupo que encontramos, nomeadamente, os glucosídeos fenólicos de que já falamos, ou os derivados do fenilpropano, como as cumarinas de perfume característico. Os caules folhosos do meliloto, da aspérula odorífera, são ricos em cumarina.

As hidroxicumarinas apresentam igualmente interesse farmacêutico. A esculina, contida na casca do castanheiro-da-índia, tem os mesmos efeitos que a vitamina P, aumenta a resistência dos vasos sanguíneos e por isso é útil no tratamento das hemorróidas e das varizes (com a rutina). Além disso, absorve os raios ultravioletas (filtros solares, cremes protetores). A casca da brionia (Cortex viburni) contém igualmente hidroxicumarinas. A angélica oficinal contém furocumarinas.

Um segundo grupo de substâncias aromáticas é constituído pelos produtos de condensação das moléculas de ácido acético ativado (acetogeninas). É a este grupo que pertencem os flavonóides, substâncias fenólicas, entre as quais a mais importante, do ponto de vista terapêutico, é a rutina, que exerce, como a esculina, uma ação favorável sobre as paredes dos capilares. A rutina é extraída da arruda, mas também do trigo mourisco e da sófora.

As folhas e flores do espinheiro alvar, assim como as bagas do mesmo arbusto, contêm flavonóides freqüentemente usados.

Uma outra droga importante, tanto para a medicina popular como para a medicina oficial, e contendo, a par das substâncias flavonóides, uma série de outros produtos, é a flor ou a baga do sabugueiro negro.

A flor da tília é um outro remédio muito apreciado. Citemos também o caule folhoso da milfurada, a perpétua-das-areias, a antenária. O cardo-leiteiro, rico em substâncias importantes do grupo das flavolignanes, eficazes contra as doenças do fígado e as hepatites, é objeto de estudos particularmente atentos desde há algum tempo. As substâncias ativas do cânhamo, as naftoquinonas das folhas de nogueira, os compostos contidos na drosera pertencem igualmente ao grupo das plantas aromáticas.


Os óleos essenciais (essências naturais) e os terpenos

Os óleos essenciais são líquidos voláteis, refringentes, de odor característico. Formam-se num grande número de plantas como subprodutos do metabolismo secundário.

Os vegetais são mais ricos em essências quando o tempo é estável, quente, soalheiro: será então a melhor altura para colhê-los. Estes óleos acumulam-se em certos tecidos no seio das células ou de reservatórios de essência, sob a epiderme dos pêlos, das glândulas ou nos espaços intracelulares. O controle microscópico da qualidade dos óleos essenciais revela-nos que essas células estão dispostas em formações características.

Os óleos essenciais são extraídos de plantas frescas ou secas mediante destilação por vapor de água, extração pura e simples ou outras técnicas (por pressão, por absorção de gorduras em perfumaria, etc.)

Do ponto de vista químico, trata-se de misturas extremamente complexas. A medicina recorre freqüentemente a substâncias extraídas dos óleos essenciais (mentol, cânfora).

O uso farmacêutico dos óleos essenciais fundamenta-se nas suas propriedades fisiológicas: o perfume e o gosto (corrigentia); o efeito irritante sobre a pele e as mucosas (derivantia); as propriedades desinfetantes e a ação bactericida. A essência de anis, de funcho, etc. (Oleum anisi, Oleum foeniculi) são muitas vezes usadas como expectorantes, pois são eliminadas pelos pulmões e desinfetam assim diretamente as vias respiratórias, libertando as mucosidades. São usadas também em gargarejos, inalações e gotas nasais. A sua absorção facilita os processos digestivos; atuam como estomacais, colagogos e carminativos. A maior parte das plantas com essências são usadas como aromatizantes (chicória, funcho, anis, manjerona, tomilho, serpão, orégão).

O efeito de irritar a pele é aproveitado através de aplicações externas anti-reumatismais. Os linimentos contêm quer substâncias extraídas dos óleos essenciais (mentol, cânfora), quer essências de menta, de alecrim, de lavanda e de terebentina, verificando-se, na maior parte dos casos, uma mistura de todos estes produtos.

As essências naturais devem ser conservadas, bem como as plantas que as contêm, em recipientes bem fechados ao abrigo da luz. As essências oxidam-se rapidamente à luz e ao ar, polimerizam-se, transformam-se em resinas e perdem o odor e a ação que as caracterizam.

Entre as numerosas essências naturais que entram na composição de muitos remédios naturais, citamos pelo menos a essência de anis (Oleum anisi), de funcho (Oleum foeniculi), de lavanda (Oleum lavandulae), de hortelã-pimenta (Oleum menthae piperitae) e o mentol que esta fornece, de tomilho e o respectivo timol, assim como o seu carvacrol, que é um excelente desinfetante.

Os óleos essenciais compõem-se sobretudo de terpenos, produtos voláteis freqüentemente misturados com outras substâncias. A tanchagem contém uma elevada percentagem de terpeno.

Os óleos gordos

São óleos vegetais líquidos à temperatura ambiente. O frio torna-os turvos e os faz coagular, são insolúveis na água, mas solúveis em solventes orgânicos (clorofórmio, acetona, por exemplo). Entre os óleos não sicativos, pode citar-se o azeite e o óleo de amêndoas, entre os semi-sicativos, o óleo de amendoim, de girassol e de colza. O óleo de linho e de papola são sicativos. O óleo de rícino é fortemente laxante. Os óleos gordos são correntemente utilizados tanto no fabrico de remédios como para fins alimentares e industriais.

As glucoquininas (insulinas vegetais)

São substâncias que têm influência sobre a glicemia; são também chamadas fito-insulinas. Existem nos vegetais seguintes: vagem de feijão sem sementes (Fructus phaseoli sine semine), cimeiras de galega (Herba galegae), folhas de mirtilo. Estas plantas secas entram na composição de tisanas antidiabéticas usadas no tratamento complementar do diabético.

As mucilagens vegetais

São misturas amorfas de polissacarídeos que formam na presença de água sistemas coloidais fortemente viscosos. Com água fria, as mucilagens engrossam e formam gels, com água quente dissolvem-se e formam soluções coloidais que se gelificam de novo ao arrefecer. Nas plantas, estas substâncias servem de reservatórios, sobretudo pela sua capacidade de reter a água. Nas infusões e decocções, as mucilagens das plantas medicinais têm como efeito reduzir a irritação quer física quer química. Exercem assim uma ação favorável contra as inflamações das mucosas, especialmente as das vias respiratórias e digestivas, atenuam as dores das contusões, amaciam a pele quando são aplicados cataplasmas. Reduzem o peristaltismo intestinal, e o seu efeito de absorção age favoravelmente em casos de diarréia. São usadas abundantemente como emulsionantes (carraguinatos, extraídos das algas marinhas).

As plantas mucilaginosas são usadas quer isoladamente quer em misturas de infusões. Citemos, por exemplo, a folha e a raiz da altéia, a flor da malva e a folha da mesma planta, a flor da malva-rosa, a folha e a flor da tussilagem, a semente do feno-grego, a semente do linho, etc.

As pectinas pertencem igualmente a este grupo: trata-se, com efeito, de polissacarídeos que formam gels como as mucilagens. As pectinas existem em numerosos frutos e são particularmente abundantes nos sumos de frutas e legumes: sumo de maçã, de beterraba, de cenoura. As pectinas são usadas nas curas de frutos e no tratamento das diarréias.

As hormonas vegetais (fito-hormonas)

São substâncias de composição química muito complexa, geralmente biocatalisadores que atuam sobre o crescimento e as trocas metabólicas (biostimulantes). Existem, por exemplo, no lúpulo, no anis, na salvia, na sorveira, na altéia, na bolsa-de-pastor, na aveia e na cenoura.

Os anti-sépticos vegetais

São substâncias antibióticas produzidas pelos vegetais superiores, exercendo uma ação antimicrobiana de largo espectro, na maior parte dos casos instáveis e voláteis. Atuam mesmo em aerossol, por via respiratória. Existem no alho, na cebola, na mostarda, no rábano silvestre, no sabugueiro, no zimbro, no pinheiro, na tanchagem, etc. Continuam a ser estudadas nos nossos dias.

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DESCRIÇÃO DE ALGUMAS PLANTAS E SEUS USOS
OLEO DE COPAÍBA

COPAÍBA: Copaifera SPP

Copaíba é uma árvore que atinge cerca de 36 metros de altura, 140cm de diâmetro, ou roda de até 3 metros. É encontrada em todos os trópicos, mas com maior incidência no Brasil, onde tem ampla distribuição pela terra firme da Amazônia. Todas as variedades produzem uma resina, chamada óleo de copaíba, obtida por incisão no seu tronco. Por isso, a árvore é conhecida como "pau-de-óleo", "árvore milagrosa" e "árvore do óleo diesel".

O uso doméstico da copaíba é muito importante, principalmente para tratar de inflamações e ferimentos. Para essa finalidade não tem nenhum outro substituto. A copaíba é incrivelmente poderosa, um antibiótoco da mata, que já salvou muitas vidas de caboclos e índios gravemente feridos. Muitos dizem que "longe do hospital ou da farmácia, o óleo de copaíba serve até melhor que um médico".

ÉPOCA DE FLOR E FRUTO
A copaíba floresce na estação da chuva, entre janeiro e março, e frutifica de maio até agosto.

PRODUÇÃO
A produção de óleo por árvore varia de 1/4 a 20 litros. Porém, nem todas as árvores produzem o óleo. um experimento mostrou que a produção de óleo varia em diferentes solos. Observou-se que 45% das árvores produzem óleo nos solos argilosos. Já em solos arenosos, a porcentagem de árvores que produzem óleo alcançou 75%. Essa resina é um produto do metabolismo próprio da árvore, sendo criada por canais secretores na medula ou centro (a cavidade interior) da árvore.

VALOR ECONÔMICO
Por causa do desmatamento no Pará, o fornecimento está cada vez mais difícil e o custo maior, uma vez que o priduto está vindo de lugares mais longe como Manaus, por exemplo. O óleo de copaíba foi muito exportado durante a época da borracha. ainda hoje é vendido para a França, Alemanha e Estados Unidos. Em 1984, a exportação do óleo de copaíba alcançou 120 toneladas. A produção é estimada em 200 toneladas ao ano.

USO
Óleo: Tem função medicinal como cicatrizante de feridas e úlceras. Também está sendo utilizado como anti-inflamatório contra bronquite, dor de garganta, dermatose e psoríase. Serve também para ilumiação.

Remédio para dor de garganta: Pingue 1 ou duas gotas de copaíba em 1 colher de sopa de mel de abelha. Tomar duas vezes por dia.

Lanterna da Mata: O óleo de copaíba é usado como combustível para iluminar à noite. Coloque um fio num recipiente de óleo e acenda o fogo.

Proteção de gado e namorados: Os fazendeiros do Sul do Pará derramam o óleo de copaíba pelo chão próximo aos coxos de sal. Quando o gado se aproxima para comer o sal, pisa no óleo deixando suas patas encharcadas, evita infecção aftosa. Também tem gente que antes de passear com a namorada passa um pouquinho de óleo de copaíba embaixo do braço. Eles dizem que o óleo funciona como um desodorante natural e assim não espanta a namorada.

Madeira: utilizada na construção civil e laminados para tábuas. A demanda tem aumentado por sua qualidade de repelir insetos.

Caça: caçadores esperam embaixo da árvore de copaíba durante a frutificação, pois as sementes atraem a caça. O óleo também atrai a caça.

Uso industrial do óleo: fabricação de verniz, perfume, uso farmacêutico e na revelação de fotografias.

Casca: em algumas regiões, o chá da casca é usado como anti-inflamtório. Em Belém do Pará, a garrafada da casca está sendo utilizada como substituto do óleo da copaíba. Isto está acontecendo porque é cada vez mais difícil encontrar o óleo, porém, o chá da casca não é tão eficiente quanto o óleo puro.


PROCESSO DE RETIRADA DO ÓLEO
O processo de tirar óleo de copaíba varia entre as diferentes regiões e entre os extrativistas. No acre, dizem que o melhor período para colher o óleo da copaíba é na época das chuvas, enquanto no Pará os produtores costumam extrair o produto na estação seca (agosto-outubro). Usando um trado ou furador, perfure a árvore à altura de 60 a 70 centímetros do chão, até o centro do caule (20 a 50 cm de profundidade no tronco, conforme a grossura da árvore). Em seguida, coloque um pedaço de metal embaixo do buraco ou um cano para deixar o óleo escoar para uma vasilha no chão. Se o óleo não sair, pode utilizar fogo na base do tronco para aquecer a resina. Deixe o óleo escorrer por alguns dias. Ao final da colheita, tampe bem o buraco com uma varinha para não desperdiçar o produto e prevenir a infestação de insetos.

Segundo algumas crenças, não se deve olhar para a copa da copaibeira quando estiver tirando o óleo e nunca levar uma mulher grávida perto de uma árvore que se pretende furar, pois, o óleo pode não sair.

Nota de Preucação: Em muitos lugares costuma-se cortar a copaibeira com terçado para tirar o óleo. Desta maneira, pode-se tirar muito óleo uma única vez, porém, este é um método não sustentável. Um corte profundo deixa um grande ferimento na casca da árvore, permitindo a entrada de inseto e fungos que podem estragá-la. Se a extração do óleo não for cuidadosa, a árvore pode vir a morrer em menos de três anos. A casca de uma árvore é como a pele de uma pessoa, serve como proteção contra doenças. Usando o trado, pode-se tirar o óleo de copaíba dentro de um período maior, ganhando assim mais óleo ao longo do tempo (com intervalo de extração de pelo menos 2 anos)

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óleo de andiroba

Remédio muito utilizado em algumas regiões do corpo para baques, inchaços, reumatismo e cicatrização e recuperação da pele.

Quando você tem um ferimento é bom passar óleo de andiroba no local. Além de sarar, este remédio evita que mosquitos, moscas e outros insetos pousem no ferimento.


Também pode ser usado como repelente contra moscas e mosquitos, além de diminuir as chances de inchaço em caso de picadas de insetos e morcegos vampiros.

Recentemente, foi descoberto que as velas feitas com o óleo de andiroba espantam o mosquito que transmite a dengue (Aedes aegytpi).

O óleo de andiroba pode ainda, ser empregado na fabricação de sabão e fornece um excelente combustível utilizado, no interior, para a iluminação.

Madeira: de excente qualidade, cor castanho-vermelha brilhante, não é atacada pelos insetos nem turus. É comparada ao mogno e possui elevada demanda de consumo nacional e exportação. É usada para cavaco e construção civil.

Casca: usada como chá contra febre e vermes. Transformada em pó, a casca trata feridas, servindo como cicatrizante para afecções da pele.


ANDIROBA: CARAPA GUIANENSES AUBLET

A andiroba é uma árvore de múltiplo uso, fornecendo um dos óleos medicinais mais utilizados na Amazônia, madeira de alta qualidade e casca medicinal. Possui médio a grande porte, com tronco reto que atinge 30 metros de altura e, frequentemente, apresenta raízes sapopemas. Seus ramos tendem a posição vertical, tendo folhas grandes, escuras e pendentes.

OCORRÊNCIA
A andiroba tem distribuição ampla na Amazônia, América central e África, preferindo as várzeas e igapós, mas sendo também encontrada em terra firme. A indústria de óleo de andiroba teve origem na cidade de Cametá, nos Estado do Pará. A madeira da andiroba possui um sabor amargo e é oleaginosa, motivo pelo qual não é atacada pelos cupins nem pelos turus. Por sua alta qualidade, é muito utilizada por serrarias. Com isso, fica cada vez mais difícil encontrar árvores de andiroba nas regiões madeireiras.

ÉPOCA DE FLOR E FRUTA
A andiroba floresce entre agosto e outubro. As frutas amadurecem entre janeiro e abril. Nem todos os anos as árvores de andiroba produzem frutos. PRODUÇÃO De 5o a 200 kg de sementes por árvore anualmente. A produção varia muito, pois nem todas as árvores frutificam sempre. Cem quilos de sementes produzem aproximadamente 18 litros de óleo.

VALOR ECONÔMICO
O óleo de andiroba é um dos produtos medicinais mais vendidos na Amazônia. As lojas compram o óleo durante a safra, quando os preços baixam. Para o produtor conseguir um preço melhor, pode guradar o óleo e tentar vendê-lo fora desse período. O óleo de andiroba também tem demanda internacional, sendo exportada para Europa e Estados unidos. Entre 1974 e 1985, 200 a 350 toneladas foram exportadas do Brasil por ano, principalmente pelos Estados do Maranhão, Pará e Amapá.

PROCESSO DE EXTRAÇÃO
Existem muitas maneiras de tirar o óleo da andiroba. Um processo que as pessoas usam no interior é chamado de "azeite de tábua", feito na sombra. O óleo que sai desse processo é chamado "óleo virgem", sendo bem limpo e considerado o melhor. Outro processo, conhecido como "azeite de sol", é mais rápido e menos desgastante. Ambos processam-se da seguinte forma: Ferva as sementes até amolecerem. Retire as sementes da água e deixe-as empilhadas no chão, cobertas por folhas verdes por quarenta dias. Depois disso, abra as sementes e remova a massa (usa-se colher de prego).

Para o Azeite de tábua: Amasse a massa, faça bolinhas, colocando-as no cocho feito de pedaço de metal, canoa velha ou pedaço de madeira inclinada para o chão. Coloque um fiozinho de algodão no fim da massa e uma vasilha no chão. Assim, o óleo que sai da massa cai certinho dentro da vasilha. Amasse todos os dias a massa. Depois de 4 a 6 dias, a massa ficará dura e seca. Para obter mais óleo dela é só colocá-la no sol e esperar para extrair o restante do óleo. Para o azeite de sol: Leve a massa para o sol durante dois dias virando-a de duas em duas horas, durante todo o dia. De tarde, leve a massa para casa e faça bolinhas. Coloque-as na tábua inclinada e deixe o óleo sair. No terceiro dia, esquente a massa no sol por três horas e leve-a para a tábua para retirar o restante do óleo (dois dias). Algumas pessoas aproveitam a massa seca que sobra para fazer sabão ou jogam no fogo para espantar os pernilongos e mosquitos.

O ÓLEO DE ANDIROBA E DERIVADOS
Quando você tem um ferimento é bom passar óleo de andiroba no local. Além de sarar, este remédio evita que mosquitos, moscas e outros insetos pousem no ferimento.

RECEITA PARA O SABÃO DE ANDIROBA
Coloque um litro de óleo de andiroba numa lata para ferver com 4kg de *sebo de gado* derretido. Deixe ferver por 30 minutos e depois acrescente 250g de breu (ou, se você tiver, silicato ou sodda cáustica). Se quiser sabão cheiroso, coloque oriza ou catinga de mulata. Ferva até atingir o ponto. Deixe esfriar. ponha numa forma. Quando ficar sólido, corte em pedaços e guarde. No interior costuma-se acrescentar à andiroba e sebo a cinza da casca da fruta do cacau misturada com água. Este sabão é utilizado na lavagem de roupa, na limpeza de pele, contra coceiras, impingens e pano branco. Para fazer a cinza do cacau, deve-se queimar a casca seca da fruta. A cinza fica fina e branca (que é muito ácida e forte), deve ser guardade em uma vasilha e local seco.

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castanha-do-pará

A castanha-do-pará é tão valiosa como comida, remédio, renda doméstica e no comércio internacional que até existe um a lei nacional determinando que ninguém pode derrubar castanheiras. Essas árvores não são apenas resultado da natureza.

As tribos indígenas, ao longo do tempo, manejaram as castanheiras aumentando sua abundância e mudando sua distribuição pela Amazônia. Hoje em dia, as pessoas aproveitam o resultado da sabedoria das geraçòes passadas.

As castanheiras são encontradas na floresta de terra firme da Amazônia, onde podem alcançar mais de cinquenta metro de altura, sobressaindo acima da copa de outras árvores. Essas árvores, com idade estimada em 800 anos, chegam a diâmitros de mais de 4 metros, ou roda de 10 a 12 metros.

Desenvolvem-se melhor em clareiras e em áreas não alagadas com solos argilosos ou argilo-arenosos. As abelhas grandes ponilizam suas flores únicas e a cutia é o único animal conhecido que dispersa suas castanhas. Ela abre o ouriço, tira as castanhas, come algumas e enterra outras para comê-las depois. Aquelas que não são desenterradas podem nascer.

Castanha-do-pará: Bertholletia excelsia H.B.K.

PRODUÇÃO
Desde 1980, o Brasil tem uma produção anual de 40.000 toneladas. Castanhais nativos produzem de 16 a 120 litros de sementes por hectare. Uma castanheira nova produz de 30 a 50 ouriços por ano, enquanto as árvores maduras, de 200 a 400 anos, podem chegar a produzir 1000 ouriços em apenas um ano. E, ainda, essa alta produtividade pode ocorrer em anos alternados.

VALOR ECONÔMICO
A castanha-do-pará é esportada para Inglaterra, França, Estados Unidos e Alemanha. Cerca de 20 mil famílias que moram na floresta extraem e vendem castanhas. O Brasil fornece 75% da produção mundial de castanha-do-pará, alcançando 45 mil toneladas anualmente. O comério internacional é estimado em R$ 32 milhões.

USO
Castanha: Leite, Farinha, Sorvete, Doces.
Ouriço: Artesanato, remédio, carvão.
Madeira: Historicamente muito utilizada para estacas e construção, mas hoje é ilegal derrubar castanheiras.

IMPACTO NAS SETE GERAÇÕES
Tradicionalmente os cientistas pensaram que todas as matas amazônicas eram matas virgens. Recentemente estão descobrindo que muitas florestas foram manejadas e transformadas pelos povos indígenas. Com centenas de anos de conhecimento e prática, os índios têm modificado a abundância e distribuição das árvores, conforme suas preferências.Por exemplo, castanha e piquiá são árvores que ocorrem em densidades maiores quando próximas a aldeias antigas.

Enquanto os povos indígenas têm aumentado o número de espécies promissoras, a maioria das modificações modernas na Floresta Amazônica diminuíram a abundância de árvores valiosas. É sempre importante avaliar os custos e benefícios das mudanças drásticas em nossa terra. Algumas mudanças que parecem melhor a curto prazo podem ter consequências graves depois de u m período relativamente maior. A tribo dos índios Iroquois, na América do Norte, criou a grande Lei:

"Em cada deliberação, nós temos que considerar o impacto de nossas decisões nas próximas sete gerações".

RECEITAS
Hepatite e Azia: em algumas regiões, o chá do ouriço é considerado um ótimo remédio para hepatite, anemia e problemas intestinais. Limpe o ouriço, coloque água e deixe-o descansar por 2 a 3 horas, ou até que a água fique na cor de sangue. Tome diariamente.

Cabelos Bonitos: Misturar uma colher de óleo de castanha com uma colher de mel de abelha e uma gema de ovo. Bater e aplicar nos cabelos já lavados.

NUTRIÇÃO
A castanha, rica em proteína e calorias, é considerada por muitos como uma carne vegetal. Possui 12 a 17% de proteínas nas castanhas e 46% de proteínas na farinha sem gordura, enquanto a carne de gado tem 26 a 31% de proteína. A castanha tem mais ou menos a metade da proteína de um bife e duas vezes mais calorias.

Sua proteína é quase equivalente a do leite da vaca, contendo aminoácidos completos. Quando ralada e misturada com água, obtêm-se um leite usado na culinária que pode até substituir o leite de vaca. A castanha-do-pará também tem minerais como o fósforo, potássio e vitamina B. Em adição, 100g de castanha contém 61g de gordura; 2,8mg de ferro; 180 mg de cálcio e 4,2mg de zinco.




Ambiente Balsâmico, para casos de sinusite, faringite e diversas afecções respiratórias: eucalipto, pinheiro, tomilho ou alecrim
Ambiente relaxante e sedativo, para casos de nervosismo ou insônia: alfazema ou laranjeira. Muito utilizado para as crianças muito inquietas, com dificuldade para dormir.

Ambiente anti-séptico, para prevenir os contágios em casos de gripe ou resfriados: tomilho, sálvia, eucalipto ou canela.

Ambiente para afugentar mosquitos e outros insetos: erva-cidreira ou cidrão.

Ambiente antifumo: cidrão, gerânio silvestre, sassafrás ou alfazema.

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Fricções com essências

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Erva/Parte Usada/Método Uso resumido

Abacateiro Folhas Infusão Diurético, combate ácido úrico
Agrião Folhas Suco Digestivo
Alcachofra Inflorescências/Raízes Infusão Disfunções hepáticas e da vesícula, redução taxa de colesterol
Alcaçuz Raízes Decocção Diurético, expectorante, antiinflamatório, anti-séptico
Alecrim Folhas Infusão Antidepressivo, contra dor de cabeça, digestivo
Alfazema Folhas Infusão Antiespasmódico, estimulante mental, tônico do estômago
Algodoeiro Folhas Infusão Contra distúrbios menstruais, antiinflamatório
Alho Bulbo Infusão Antigripal, contra tosse e bronquites
Alho-Poró Bulbo Infusão Diurético, descongestiona as vias respiratórias
Amor-do-Campo Folhas Infusão Contra moléstias da bexiga, fígado e rins
Anis (Erva Doce) Sementes Decocção Má digestão, antiespasmódico, calmante, contra cólicas
Arnica Flores/Raízes Compressa Uso externo em traumatismos em geral
Arruda Flores/Folhas Infusão Dores Intestinais, abortiva
Artemísia Folhas/Flores/Raiz Decocção Tônico p/ circulação, calmante, antiespasmódica, digestivo, contra cólicas menstruais
Assa-Peixe Folhas Infusão Contra Bronquite, tosse, resfriado, asma
Avenca Folhas Infusão Contra tosses, gripes, rouquidão
Babosa Folhas Suco Cicatrizante, tônico estomacal e capilar
Barbatimão Folhas/Casca Infusão/Decocção Antihemorrágico, antidiarréico, anti-séptico
Bardana Folhas/Raízes Infusão Diurético, depurativo do sangue, bactericida, cicatrizante
Boldo Folhas Infusão Digestivo, contra disfunções hepáticas, antidiarréico, contra afecções hepáticas
Bucha Folhas/Ramos Infusão Distúrbios hepáticos, normalizar ciclo menstrual
Calêndula Flores/Caule/Folhas Infusão Contra cólicas,dores de estômago, resfriados e cólicas menstruais
Camomila Flores Infusão Sedativo, contra úlceras e tensão pré-menstrual
Cana do Brejo Folhas Infusão Diurético, depurativo, sudorífico, emenagogo
Capim Limão Folhas Infusão Calmante, analgésico suave para cólicas
Capuchinha Folhas Infusão Diurética, anti-séptica, descongestionante das vias respiratórias
Carqueja Haste Maceração Antiespasmódico, digestivo
Caruru Folhas Infusão Digestivo, diurético
Cáscara Sagrada Casca Decocção Laxante suave
Castanha da Índia Sementes Tintura Estimula a circulação sanguínea, anti-hemorroidal
Catinga-de-Mulata Flores/Sementes Infusão Vermífugo, emenagoga
Cavalinha Caule Maceração Contra anemia e pressão alta
Chapéu de Couro Folhas Infusão Diurético, anti-reumático, depurativo do sangue
Confrei Folhas Compressas Cicatrizante
Dente-de-Leão Folhas/Inflorescências Maceração Laxativo, contra má digestão e afecções do fígado
Endro Folhas Infusão Contra cólicas intestinais em recém-nascidos e prisão de ventre
Erva de Bicho Parte Aérea Compressas Uso externo em banhos para o tratamento de hemorróidas, feridas e eczemas
Espinheira-Santa Folhas Infusão Contra úlcera e diurético
Eucalipto Folhas Infusão Anti-séptico, antifebril, anticatarral
Funcho Folhas Infusão Calmante, expectorante, contra azia
Gengibre Rizoma Maceração Antigripal, antiespasmódico, digestivo
Ginkgo-Biloba Folhas Tintura Estimula a circulação sanguínea, antidepressivo, favorece a concentração e memória
Girassol Sementes Infusão Enxaquecas, estimulante físico e mental
Goiaba Folhas/Brotos Decocção Antidiarréico
Guaco Folhas Infusão Contra bronquite e tosse
Guaraná Fruto Pó Estimulante, antidepressivo, auxiliar nas doenças gastro-intestinais
Hortelã Folhas Infusão Antiespasmódico, diurético, digestivo
Ipê Roxo Casca Decocção Estimulante do sistema imunológico e da circulação sanguínea
Jurubeba Folhas/Caule/Raízes Infusão Diurético, digestivo, cicatrizante
Laranjeira Folhas Infusão Calmante, antifebril
Limão Casca/Frutos Infusão Previne tosses, amidalite, inflamações e desarranjos intestinais
Losna Folhas Infusão Contra anemia, disfunções hepáticas, má digestão
Louro Folhas Infusão Antiespasmódico
Malva Flores/Folhas Infusão Contra tosse
Mamona Folhas Compressa Antihemorroidal
Manjericão Folhas Infusão Relaxante, antigripal
Manjerona Folhas Infusão Antiespasmódica, expectorante
Maracujá Folhas Infusão Calmante, sedativo
Marapuama Caule/Raízes Decocção Contra esgotamento físico e mental, cólicas menstruais, estimulante sexual
Melissa Folhas Infusão Calmante
Mil Folhas Folhas/Inflorescências Infusão/Compressa Cicatrizante, analgésico
Mulungu Cascas Decocção Calmante, combate insônia, dores reumáticas
Orégano Folhas/Flores Infusão Má-digestão, diurético, expectorante
Pariparoba Folhas/Caule/Raízes Infusão/Decocção Digestivo, antifebril, cicatrizante
Pata-de-Vaca Folhas Infusão Diurético, antidiabético
Pedra Hume Caá Folhas Infusão Diurético, auxiliar no tratamento da diabetes
Picão Parte Aérea Infusão Antidiabético, inflamações da garganta
Poejo Folhas Infusão Digestivo
Quebra Pedra Toda a Planta Decocção Diurético
Romã Flores Infusão Contra inflamações de boca e garganta
Ruibarbo Folhas Infusão Estomáquico, estimulante da célula hepática e funções intestinais
Sabugueiro Folhas/Flores/Casca Infusão/Decocção Sudorífico, diurético, antifebril, cicatrizante
Salsa Folhas Decocção Antiespasmódico
Sálvia Folhas Infusão Estimulante da digestão
Segurelha Folhas Infusão Digestivo
Tanchagem Folhas Infusão Antidiarréico e depurativo
Tomilho Folhas Infusão Digestivo e regulador Intestinal
Urucum Sementes Decocção Anemia, má-circulação e impurezas do sangue, hemorróidas
Uva-ursina Folhas Decocção Anti-séptico urinário
Valeriana Rizomas/Raízes Decocção Calmante, indicado para TPM, não indicado para Grávidas

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Como Usar

As ervas podem ser empregadas para combater inúmeros problemas, mas há algumas indicações básicas para o seu bom uso. Em primeiro lugar, é preciso verificar se elas estão com mofo pois, como todos os seres vivos, elas são formadas principalmente de água, o que aumenta as chances de criarem mofo quando armazenadas. Neste caso, devem ser desprezadas. Por isso, deve-se evitar armazená-las em locais úmidos. Para conservar as ervas sem riscos, elas devem ser guardadas em recipientes de vidro, lata ou porcelana, nunca de plástico, separando-se as raízes, cascas e sementes das flores e folhas.
A regra geral para a proporção de água e ervas é a seguinte: para cada litro de água, quatro colheres de sopa de erva fresca ou duas colheres de erva seca. Adultos devem tomar quatro a cinco xícaras de preparação por dia; jovens, de três a quatro; crianças de dois a dez anos, duas xícaras; de um a dois, de meia a uma xícara. Para gargarejos, inalações, compressas e usos externos em geral, o chá deve ser mais forte.

Os chás devem, de preferência, ser preparados em utensílios de barro, louça ou cobre. Veja, a seguir, os métodos mais usados na manipulação das ervas.

Infusão:

Colocar a planta em um recipiente e sobre ele despejar água em início de ebulição, abafar e deixar em repouso por no mínimo 10 minutos, e coar antes do uso. É importante abafar, principalmente quando se utilizam folhas e flores, para evitar que percam suas propriedades medicinais.

Decocção:

Colocar a erva em um recipiente esmaltado ou de vidro, com água fria e ferver por 10 a 15 minutos (dependendo do quão dura seja a parte utilizada). Deixe repousar por 10 minutos em um recipiente bem tampado, coando após este tempo. Este método é indicado para sementes, cascas de árvores e frutas que são consideradas duras.

Maceração:

Escolher a erva e lavar em água corrente as partes que serão utilizadas. Deixar a erva de molho em uma substância fria, que pode ser água, leite, vinho, etc, por um período mínimo de 12 horas, para que ela possa desprender seu princípio ativo no líquido. Nesse método, as vitaminas e sais minerais são melhor preservados.

Tintura:

A partir da maceração, é possível fazer tinturas de quase todas as ervas. A diferença está na preparação feita com álcool, ao invés de água. Deixa-se as partes vegetais frescas ou secas, grosseiramente trituradas, mergulhadas em álcool de cereais durante 15 a 20 dias. Após este período, filtrar e guardar em recipientes de vidro escuro, ao abrigo da luz.

Xarope:

Preparar o chá de plantas, abafado ou cozido, e espessar com açúcar ou mel, fervendo até atingir o ponto de fio. Deve ser preparado em pequena quantidade, guardado em frasco bem limpo e escuro e conservado em geladeira. Útil no tratamento de tosse e bronquite.

Inalação:

Derramar água fervente sobre a planta medicinal, num recipiente que permita à pessoa, com a cabeça coberta, aspirar o vapor desprendido.

Cataplasma:

Trata-se de envolver a parte lesada do corpo com um tipo de massa, feita de farinha e o chá da planta medicinal escolhida, geralmente quente. Para não machucar ou irritar ainda mais o ferimento, é aplicada sobre a pele entre dois panos finos.

Pomada:

Misturar partes iguais das tinturas da ervas medicinais desejadas, com vaselina e lanolina (nesta ordem). Pode durar de um a dois anos. É preciso, entretanto, tomar o cuidado de manipular este produto sempre com uma espátula, evitando o contato com as mãos, que podem carregar impurezas externas, que sem querer acabam por contaminar a pomada.

Loção:

Colocar uma xícara das de chá, contendo o infuso ou cozimento da erva escolhida, e adicionar 1/4 de álcool. O seu uso é recomendado em banhos e compressas locais para limpeza e tratamento de feridas, coceiras, afecções da pele e do couro cabeludo. Agitar sempre que for utilizar este produto.

Banhos:

Chás fortes para serem misturados à água do banho.

Suco:

Usar a planta fresca triturada com água no liquidificador, deixar descansar por 5 minutos e coar.

Os chás

podem ser tomados quentes, no caso de resfriados e bronquites; mornos para insônia e como calmantes; e frios ou gelados para problemas estomacais ou diarréias.

O efeito de um chá é maior quando ele é tomado em jejum ou antes do sono. Não deixe colheres dentro do líquido, nem reaproveite-o no dia seguinte: de um dia para o outro ele fermenta.

Fonte: Caldeirão de Novidades

Qualidade da água que você bebe.

Qualidade de vida começa com a água que você bebe.

Qualidade e vida ou vida e qualidade. Duas palavras mágicas, que hoje fazem parte do vocabulário mundial das pessoas preocupadas com a saúde, beleza, com a mente, com o viver bem e o estar bem.

Isso pressupõe muitas coisas; hábitos saudáveis, cuidados com o corpo e alimentação, qualidade dos relacionamentos, balanço entre a vida pessoal e a profissional, tempo para o lazer e para o esporte, saúde espiritual, etc.

Para que a vida flua com qualidade abordaremos um dos fatores que mais influencia na qualidade de vida: a alimentação:
1 - Faça várias refeições ao dia em pequenas porções. Para o corpo é mais fácil digerir pequenas refeições, o apetite será menor e o organismo mandará menos reservas para os depósitos de gordura;
2 - Mastigue bem os alimentos. Esse processo permite que a chegada do alimento ao estômago seja lenta o que implica mais tempo de saciedade;
3 - Evite bebidas alcoólicas durante as refeições. O organismo ficará encarregado de queimar primeiro o álcool, pois este é tóxico ao organismo. Enquanto isso, os demais nutrientes estarão sendo digeridos e distribuídos;
4 - Beba no mínimo de 2 a 3 litros de água mineral Santa Barbara ao dia. Hidrata o corpo, ajuda na eliminação das toxinas pelos rins, auxilia na formação de enzimas que regulam a gordura corporal. Além disso, os sais minerais existentes na Água Mineral Santa Barbara trazem excelentes benefícios para a saúde, como por exemplo: bicarbonato é indicado para doenças estomacais, gastrite, úlcera, hepatite e diabetes. O Cálcio é indicado para consolidar fraturas, requitismo e colite. O Sódio, repõe e equilibra a perda de água no organismo, hidratando-o;
5 - Evite alimentos dietéticos. Alguns não contém açúcar mas apresentam altos teores calóricos;
6 - Na hora da fome, procure alimentos saudáveis e de baixas calorias, coma uma fruta ou barra de cereais. A água mineral também é um elemento muito saudável e ajuda a saciar a fome;
7 - Evite chocolates, chantilly e cremes. Prefira salada de frutas ou sorvete de frutas;
8 - Se for dormir tarde e der vontade de comer doces, prefira frutas secas. Não contém gordura;
9 - Entre carne vermelha e branca, prefira a branca, é menos calórica pela menor quantidade de gordura;
10 - Numa festa, evite excesso de bolinhos, coxinhas e outros salgados e frituras em geral;
11 - Quando pensar em emagrecimento, pense na mudança da composição corporal. Para obter melhores resultados a atividade física coadjuvante com uma dieta é muito bem recomendada;
12 - Uma atividade física deve iniciar com caminhada de 30 minutos, 3 a 4 vezes por semana. O ideal é ter acompanhamento de um profissional de atividade física;
13 - O sono é fundamental para recompor o físico, as funções mentais e até diminuir o apetite! Se você quer emagrecer, durma mais.

Idosos devem consumir mais água mineral:

Nas pessoas da terceira idade e no idoso, a sensação de sede diminui, e por esse motivo o risco de desidratação e outras patologias aumentam. Na Europa, no verão de 2002, uma das causas atribuídas às inúmeras mortes de idosos foi a desidratação motivada pela falta de hábito de consumo de água.

As crianças têm mais sede que os adultos:

As crianças devem beber em termos relativos mais água que os adultos, pois estão mais expostas ao risco de desidratação, principalmente porque são mais ativas e seu corpo produz calor com muita rapidez. Ofereça água mineral Santa Bárbara várias vezes ao dia.

Identification de la région cérébrale à l'origine des maladies dégénératives

http://www.bulletins-electroniques.com/actualites/56936.htm

Des chercheurs de la faculté de médecine de l'Université de São Paulo (FMUSP) pensent avoir identifié la région du cerveau qui démontre en premier lieu les signes caractéristiques de la maladie d'Alzheimer. Cette région est d'importance capitale dans la mesure où elle pourrait contribuer à détecter de façon précoce la maladie d'Alzheimer chez un patient.

La maladie d'Alzheimer commence dans le tronc cérébral, plus spécifiquement dans une région appelé noyau raphé dorsal, et non dans le cortex (le centre du traitement d'informations et du stockage de la mémoire), comme la médecine le pense traditionnellement. Cette idée est défendue par les scientifiques brésiliens, en partenariat avec des collègues allemands, dans un article à paraître dans la revue scientifique "Neuropathology and Applied Neurobiology".

L'étude se base sur l'autopsie du cerveau de 118 personnes, qui avaient un âge moyen de 75 ans au moment du décès. Les chercheurs ont constaté l'existence de lésions du noyau raphé dorsal chez 8 personnes décédées qui ne présentaient pas d'autre lésion dans le reste du cerveau. Ces lésions du noyau raphé dorsal ont également été détectées chez les 80 personnes qui présentaient déjà au moins un signe de dégénérescence dans le cortex transentorhinal, la région classiquement reconnue comme la première a être atteinte par la maladie d'Alzheimer. Les 88 individus qui avaient les caractéristiques anatomiques cérébrales associées à la maladie d'Alzheimer, présentaient des manifestations cliniques de la maladie à des degrés variés, et certains étaient même asymptomatiques. Cette étude a fait l'objet de nombreuses sources de finacement, en particulier du CNPq et de la FAPESP.

Le tronc cérébral relie le cortex à la moelle épinière, et, de façon plus rigoureuse, ne fait pas partie du cerveau, mais de l'encéphale (incluant le cerveau, le cervelet et le tronc). Ce tronc cérébral est une composante importante du système nerveux. Il contrôle les fonctions involontaires cruciales pour la survie, comme la respiration, les mouvements cardiaques, la pression artérielle, le sommeil et les rêves.

Si les résultats obtenus par les chercheurs brésiliens sont confirmés par de nouvelles études, le fait que la maladie d'Alzheimer soit initiée dans le tronc cérébral, et se propage ensuite dans les régions interconnectées avec le cortex, est une donnée cruciale dans la recherche de thérapies qui visent à freiner le développement de la maladie à son stade initial

Le développement des nanocristaux au Brésil à des fins pharmaceutiques

Nanotechnologies
Le développement des nanocristaux au Brésil à des fins pharmaceutiques

http://www.bulletins-electroniques.com/actualites/56935.htm

Environ 40% des nouveaux médicaments formulés par les laboratoires dans le monde entier ne sont pas approuvés au moment des essais cliniques car ils ne peuvent être absorbé de façon adéquate par l'organisme humain. Le développement et l'utilisation des nanocristaux à des fins pharmaceutiques pourraient contrecarrer le problème. Cette alternative a été présentée par Maria Inês Ré, fondatrice du Laboratoire de Technologie de Particules de l'Institut de Recherches Technologiques de l'Etat de São Paulo (IPT), lors du Workshop Nanobio, le 11 novembre, au siège-même de l'IPT à São Paulo.

Maria I.Ré, qui conduit actuellement un projet de recherche au Rapsodee Research Centre, en lien avec l'Ecole des Mines d'Albi-Carmaux a présenté en France une partie de ses recherches, qui portent sur la formulation de nouveaux médicaments pour le traitement du cancer. Selon Maria I.Ré, "le développement de nanocristaux pour le secteur pharmaceutique est une tendance nouvelle qui n'est étudiée que dans quelques laboratoires dans le monde. Les recherches sur les nanocristaux dans des systèmes microfluidiques sont relativement récentes et n'ont commencé qu'en 2006". Cette technologie n'est pas encore présente sur le marché. Le Brésil s'attèle donc au développement de la technologie, tout comme la Chine, le Japon, les Etats-Unis et quelques pays d'Europe.

Les problèmes des médicaments qui ne franchissent pas l'étape des tests cliniques pour cause de mauvaise absorption par l'organisation, peut s'expliquer par le caractère extrêmement hydrophobe de la plupart des molécules testées. L'objectif serait alors de réduire la taille de ces molécules jusqu'au nanomètre, afin d'augmenter les surfaces relatives de contact avec les biologiques, et ainsi de favoriser la solubilisation et l'absorption du médicament par l'organsime humain.

Maria I.Ré a reçu un appui de la FAPESP pour financer certains projets de recherche sur les systèmes de micro et nanoencapsulation, capables de reconnaître l'organe, le tissu ou la cellule à traiter. Conformément au propos du Pr. M.I.Ré, les résultats des études réalisées au sein de l'institution française pourront être utilisés par les chercheurs du Brésil, au moyen d'une convention signée avec l'IPT. Le transfert de technologie pourra ainsi bénéficier à l'industrie pharmaceutique brésilienne.

S'abonner au
BE Brésil

Pour en savoir plus, contacts :
Des informations sur le Programme "Rede-Nanobiotec-Brasil" de la CAPES (Programme qui vise à appuyer des études sur les implications des produits, processus, ou services de nanotechnologies en lien avec les ressources humaines, via l'implantation de Réseaux de Recherche, Développement et Innovation, Coopération Académique et Académico-industrielle au Brésil) : http://redirectix.bulletins-electroniques.com/zrROP
Code brève
ADIT : 56935

Source :
"Reduzir para absorver" - Site web de la FAPESP - ROMERO Thiago - 12/11/2008 - http://redirectix.bulletins-electroniques.com/XXNM4

Rédacteur :
Faustine Fourdinier

Nível de estresse aumenta 75% no fim de ano


O gasto extra com as compras natalinas pode causar aumento da tensão

Trânsito, sobrecarga de trabalho e até mesmo compras de Natal fazem do mês de dezembro uma fase agitada. O nível de estresse do brasileiro cresce 75% nas últimas seis semanas do ano. Os dados são de pesquisa da International Stress Management Association Brasil (Isma-BR), associação voltada para o estudo do estresse. A análise foi realizado com 678 pessoas de Porto Alegre e São Paulo.

O que mais causa estresse no brasileiro é o acúmulo de trabalho, mal que afetou 60% dos entrevistados. Em seguida está o gasto extra com as compras natalinas que, aumentou a tensão em 25% das pessoas. "No fim do ano, as empresas fazem o balanço final e programam o ano seguinte, o que aumenta o volume de tarefas. Além disso, as pessoas têm que organizar as festas e se preocupar com as compras. Com isso, o estresse cresce muito".

Dicas para bem-estar
São comuns sintomas como dores de cabeça, no corpo, aumento da pressão arterial e ansiedade, além do consumo excessivo de álcool e comida. Para evitar o estresse, é fundamental planejar todas atividades para o fim do ano e respeitar o próprio limite. Ainda segundo ela, a qualidade de vida deve ser prioridade. "É importante dormir, se alimentar bem, fazer atividades físicas e não abusar do álcool. Além disso, a pessoa precisa ter claro que não vai conseguir realizar tudo o que deseja, por isso precisa estabelecer as prioridades. Fazer o que gratifica também reduz o estresse".

A rotina ficar ainda mais sobrecarregada em dezembro. "Preciso fazer o planejamento para o próximo ano, organizar a folha de pagamento e atender os novos alunos. Cuidar das tarefas domésticas e das festas natalinas. Muitas vezes durmo e me alimento mal e acabo fumando alguns cigarros a mais"


Início Conseqüências do estresse no organismo


O estresse pode afetar o organismo de diversas formas e seus sintomas podem variar de pessoa para pessoa.

Existe uma sensibilidade pessoal que reage quando enfrentamos um problema, e essa particularidade explica como lidamos com situações desafiadoras, decidindo enfrentá-las ou não.

Não são só situações ruins que nos deixam estressados. Todas as grandes mudanças que passamos na vida são situações estressantes, mesmo se elas forem boas e que esteja nos fazendo felizes.

A necessidade de ajuste deixa o organismo preparado para "lutar ou fugir", aumentando a pressão arterial e e frequência cardíaca, e contraindo músculos e vasos sanguíneos.

Na natureza esta adaptação é necessária visto que o animal precisa tomar uma decisão rápida de defesa ou ataque, mas em se tratando de seres humanos que convivem com diversas situações estressantes, esta reação pode ser prejudicial.

O excesso de estresse pode causar desde dores pelo corpo e queda de cabelo até sintomas sérios como hipertensão e problemas no coração.

O fato de um evento emocional como o estresse afetar o organismo se deve ao íntimo relacionamento entre o sistema imunológico (defesa), sistema nervoso (controle) e sistema endócrino (hormonal). Por isso um estresse intenso pode afetar qualquer um desses sistemas levando à diversidade dos sintomas do estresse.

Sintomas Gerais

Aqui são apresentadas reações gerais, mas mais informações sobre como o estresse afeta o organismo e sobre a gravidade dos sintomas podem ser encontradas no Teste seu Estresse.

Físicos

- Dores de cabeça
- Indigestão
- Dores musculares
- Insônia
- Indigestão
- Taquicardia
- Alergias
- Insõnia
- Queda de cabelo
- Mudança de apetite
- Gastrite
- Dermatoses
- Esgotamento físico

Psicológicos

- Apatia
- Memória fraca
- Tiques nervosos
- Isolamento e introspecção
- Sentimentos de perseguição
- Desmotivação
- Autoritarismo
- Irritablilidade
- Emotividade acentuada
- Ansiedade

Tratamentos convencionais: remédios, alimentação, atividade física, etc

Tratamentos alternativos: fitoterapia, acupuntura, reike, massagem, aromaterapia, cromoterapia, etc...

Procure seu médico para orientações.

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Prevenção e tratamento das Varizes.


O que são varizes?

Elas podem se apresentar em diversas formas: apenas como pequenas linhas avermelhadas, azuladas ou na forma de nódulos escuros que saltam na pele. Em qualquer um dos casos, indicam problemas na circulação sangüínea e devem ser tratadas.

O doutor Edson explica que as mulheres são mais propensas a desenvolver varizes do que os homens, numa proporção de um homem para cada quatro mulheres. Acredita-se que isto seja devido à influência dos hormônios sexuais femininos, mas os fatores genéticos também são muito importantes, assim como os hábitos e a saúde da paciente (a pílula anticoncepcional o salto alto, por exemplo, podem agravar o problema).

Saiba como prevenir as varizes

O angiologista Edson Amaro Neves observa que, embora os fatores genéticos não possam ser ignorados, hábitos saudáveis previnem e ajudam a curar varizes. Confira abaixo alguns cuidados extras que podem ser tomados para ajudar:

# Evite o uso de saltos altos, pois eles atrapalham a circulação do sangue.

# Consulte um médico e peça orientações específicas se for iniciar o tratamento com a pílula anticoncepcional.

# Evite o hábito de carregar pesos. Se isso for inevitável, procure alternativas como carrinhos com rodinhas, por exemplo.

# Não fique o dia inteiro na mesma posição. Se isso for inevitável, levante-se regularmente para liberar a circulação sangüínea.

# Tenha cuidado com exercícios como a musculação ou a aeróbica de alto impacto, porque provocam uma maior tensão nos vasos e, por conseqüencia, a sua dilatação.

# Evite permanecer em lugares quentes por muito tempo, como em saunas, sessões de bronzeamento ou banhos quentes, porque também provocam dilatação dos vasos.

# Sempre que possível, deite-se com as pernas elevadas, para favorecer o retorno venoso, já que os pés ficarão mais altos que o coração.

# Jamais trate as varizes sem o acompanhamento de um angiologista.

Dependendo dos tipos de varizes, existem formas de tratamento mais adequadas. O importante é começar cedo, pois, quanto mais desenvolvidas estiverem as varizes, mais dolorosa e demorada vai ser a solução.

Para as varizes pequenas, a escleroterapia é o método mais utilizado, e consiste na aplicação de injeções nas veias. Essas aplicações também podem ser feitas sem injeção, por laser ou radiofreqüência.

Para as varizes de maior calibre, o método é o da microcirurgia, que, na maioria dos casos, pode ser feita até em ambulatório com anestesia local.

As meias de compressão elástica ajudam mesmo?

As meias de compressão elástica são indicadas na prevenção e tratamento da maioria das patologias vasculares, como as varizes ou as tromboses. No entanto, só quem pode indicar o seu uso é o médico, depois de avaliar a paciente.

A consulta é importante para que se possa avaliar a gravidade do caso e indicar o tipo correto de meia que deve ser usado, pois existem diversos modelos e graus de compressão.

Confira algumas dicas sobre as meias elásticas:

# Não deixe que as meias fiquem com dobras nos tornozelos e abaixo dos joelhos, para não bloquear a circulação.

# Esteja preparada para alguns desconfortos no começo do tratamento.

# A não ser em casos muito especiais, retire as meias na hora de dormir.

# Confira com seu médico se está usando as meias corretamente.

Voce tem "cabeça de gordo"? / Dicas para corrida ./ Intestino pregriçoso?


Descubra se você tem "cabeça de gordo"

A qualidade do que se come muitas vezes fica em segundo plano

Você depende da comida para se sentir feliz?
A expressão "cabeça de gordo" pode soar estranha, mas se refere a pelo menos um dos inúmeros fatores responsáveis pela obesidade: as emoções. Sim, de acordo com especialistas, sua cabeça mais do que o estômago pode boicotar as suas tentativas de emagrecimento e pesar na balança.

Isso ocorre quando o estado emocional passa a ser dependente da comida. Aí, a alimentação deixa de ser uma forma de sobrevivência para se tornar uma fonte de prazer. De acordo com a psicóloga Silvana Martani, especialista em obesidade da clínica de endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa, não há nada errado em sentir-se bem depois de devorar uma guloseima - como se quisesse descontar todas as suas angústias naquela mordida. O problema começa quando essas reações passam a ser a única fonte de prazer.

Nesse caso, um prato de comida é colocado como prioridade máxima e a pessoa passa a se desencantar por outros prazeres, em outras áreas da sua vida. "Até mesmo o sexo pode ser deixado de lado", garante a especialista Silvana Martani.

Ninguém ficará mais gordo simplesmente por alguma carência emocional. Porém, é impossível negar como o excesso de peso pode mexer com as emoções. "Os obesos têm mais tendência a comportamentos depressivos, pois há uma discriminação social", afirma José Carlos Pareja, gastroenterologista e Diretor do CCOC (Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas).

Não é à toa que, segundo Pareja, a equipe médica para combater os quilos a mais - e suas conseqüências para a saúde - deve ser multidisciplinar. Isso inclui o trabalho de nutricionistas, educadores físicos, endocrinologistas, cirurgiões gástricos (em alguns casos) e, é claro, psicólogo ou psiquiatra. Para o médico, como a frustração, a ansiedade e a baixa auto-estima podem ser descontadas na comida, se não houver um acompanhamento psicológico, serão maiores as chances do retorno do peso perdido.

A sutil separação entre corpo e mente
Uma das maiores provas da ligação entre os sentimentos e a obesidade é quando o obeso passa por uma redução drástica do peso. Em muitos casos, a mente não acompanha as mudanças do corpo. "Quem sempre foi gordo tem dificuldade de esquecer as formas antigas. Por isso, é comum, mesmo depois de uma cirurgia de redução de estômago, uma pessoa ter a impressão de que não vai passar por uma determinada porta ou que não há espaço suficiente em um assento", explica Pareja.

Trata-se do paciente que o gastroenterologista classifica como "gordo emagrecido". "A cabeça continua gorda, porque a pessoa mantém os mesmos hábitos - inclusive os alimentares - anteriores à perda de peso", define.

Será que você tem a "cabeça de gordo"?
O que a psicóloga Silvana Martani chama de "comprometimento emocional com a comida" pode ser detectado por algumas atitudes. Veja se você vive as situações abaixo e descubra se os seus pensamentos estão deixando a balança mais pesada:

- Só sente prazer extremo, um êxtase, quando come. E não consegue nomear outras atividades que provoquem satisfação elevada;
- Não prioriza a qualidade dos alimentos;
- Não come verduras, legumes e frutas;
- Come escondido, fora dos horários das refeições;
- O hábito alimentar inadequado muitas vezes foi herdado da família ou foi desencadeado por problemas pessoais e profissionais, que resultam em perda da auto-estima e, em casos avançados, pode levar à depressão;
- Acha que sem os quilos extras a sua vida mudaria totalmente. O correto era pensar que se mudasse de vida, aí conseguiria perder esses quilos;
- Quer ser "emagrecido", sem esforço, e ainda responsabiliza somente os alimentos e os médicos pelo fracasso na dieta. Nunca assumi a culpa.

Serviço:
José Carlos Pareja - gastroenterologista e Diretor do CCOC (Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas)
www.obesidadesevera.com.br


Antes de começar a correr, anote as dicas

Alterar os estímulos é importante para não desistir dos treinos


Vestir um par de tênis e sair correndo pelo mundo. Este é o ideal de muita gente que deseja um pouco de liberdade, qualidade de vida e, é claro, um corpinho em boa forma. Antes de sair por aí livre, leve e solto, porém, alguns cuidados básicos são essenciais. Caso contrário, no caminho para o bem-estar, a beleza e a saúde, você pode enfrentar "obstáculos" como dores e lesões.


O primeiro passo para quem decide correr é buscar ajuda especializada. Hoje, há grupos de corrida espalhados pelo país que recebem a orientação e o incentivo de um treinador, geralmente um professor de educação física. "Por meio de planilhas, o profissional programa o treino e a evolução do desempenho, de acordo com o objetivo de cada aluno", explica Lucas Tessutti, professor e coordenador da equipe de atletismo do Labex-Unicamp (Laboratório de Bioquímica do Exercício da Universidade de Campinas).

Infelizmente, por outro lado, há muita gente que desiste de praticar corrida, porque não pode pagar por esse tipo de assessoria. Na capital paulista, esse serviço sai em torno de R$ 250 por mês. Mas ninguém deveria desistir apenas por essa razão. "Desde que se esteja em dia com o exame médico, principalmente cardiológico, não é necessário ter uma condução", garante Cris Carvalho, educadora física e atleta de endurance de alta performance.

De qualquer forma, com ou sem um treinador acompanhando seus passos, a sua respiração e os batimentos cardíacos, vale a pena anotar as dicas a seguir, antes de colocar - literalmente - os pés na estrada:

Crie novos desafios a cada treino
Para melhorar marcas e o condicionamento físico, você deve estimular sempre o organismo com novos desafios. "Não adianta repetir todo dia o mesmo treino. A cada semana, algo deve ser alterado: pode ser uma progressão na distância do percurso ou intensidade da corrida ou, ainda, um "jogo de velocidade", intercalando num mesmo treino o ritmo leve, moderado e forte", aconselha Lucas Tessuti, do Labex.

Prefira correr ao ar livre
"Nada como quebrar a barreira das quatro paredes", garante Cris Carvalho. Segundo a treinadora, ao ar livre, o corredor tem mais motivação. Mas a treinadora não descarta o uso de esteiras. "O aparelho pode ser um complemento para ocasiões como os dias chuvosos", orienta.

Nesse caso, o professor da Unicamp dá um conselho: "A esteira já faz pelo atleta um pouco da força, devido ao movimento de rolagem. Por isso, para que o treino seja equivalente em gasto calórico à corrida na pista, o ideal é programar uma inclinação de 1% no aparelho." Para Lucas Tessuti, o piso ideal da corrida é a terra batida ou grama, já que essas superfícies absorvem parte do impacto. O asfalto, segundo ele, deve ser evitado. E quanto a correr na areia da praia? "Se for uma areia compactada será igual a superfície de terra. Mas a fofa exige mais da musculatura e não deve ser indicada para quem está começando ou já tem alguma lesão no joelho e em outras articulações", explica a atleta Cris Carvalho. Outro terreno perigoso é a praia com inclinação, porque, nesse caso, podem ser provocados desgastes desproporcionais, como a concentração do esforço e do impacto em apenas uma das pernas.

Observe sempre o clima e a temperatura
A atenção deve ser redobrada nos dias frios, pois a musculatura tende a ficar mais contraída, e, conseqüentemente, são maiores as chances de lesões. Nas baixas temperaturas, a dica do ortopedista Ricardo Cury é caprichar no alongamento e aquecimento - antes e depois da corrida. Se o frio é perigoso, o alto verão também é. Prefira o início da manhã ou o final da tarde para praticar os exercícios ao ar livre. Essa cautela deve ser tomada para diminuir o desgaste.

Prepare seu corpo
Cuidado: se a sua musculatura estiver fraca, como resultado de anos de sedentarismo, é importante fortalecê-la, paralelamente aos treinos de corrida, com exercícios localizados ou musculação. "Ao correr, o impacto de cada passo é absorvido pelo corpo. Se a pessoa não tiver uma massa muscular fortalecida, todo esse desgaste irá para os ossos e articulações", alerta a treinadora Cris Carvalho.

Para potencializar ainda mais o desempenho, além da musculação, o médico Ricardo Cury aconselha o investimento na propriocepção - ou seja, um conjunto de exercícios capazes de melhorar a capacidade de reconhecimento espacial e para ser feito com acompanhamento profissional, de um fisioterapeuta, por exemplo.

E, para quem não está em sintonia com a balança - e, portanto, causam maior impacto na corrida por conta do sobrepeso -, o ortopedista recomenda atividades aeróbicas de baixo impacto, como a hidroginástica, para perder alguns quilinhos antes de começar a correr.

Na dúvida quanto às dores, procure um médico
A corrida é uma atividade de impacto que pode inflamar as articulações. Portanto, na dúvida quanto às dores e incômodos, o corredor deve procurar um médico. "Vale lembrar, porém, que na fase inicial são comuns dores musculares até 48 horas após o esforço físico", ressalta o ortopedista Cury. O especialista também defende a corrida e até o esforço que ela exige do corpo. "Pouco se fala que é justamente o impacto provocado por esse exercício que estimula a formação e o fortalecimento ósseo, diminuindo os riscos de doenças como a osteosporose", conta.

Alimente-se melhor e descanse
Para que todo o esforço na corrida não seja em vão, a dieta precisa acompanhar seu novo ritmo. Caso contrário, junto com as calorias, serão gastos nutrientes importantes para o organismo. "O cansaço constante pode ser um alerta de deficiência nutricional", afirma a atleta Cris Carvalho. Para combater o problema, uma visita ao nutricionista pode ser necessária.

Além de comer bem, outra questão a ser considerada está relacionada à qualidade do sono. "Todo exercício promove pequenas lesões nos músculos, o que vale para surtir efeitos é o que vem com a recuperação. Por isso, alimentação e sono são tão importantes. Caso contrário, no lugar de ganhar, o atleta pode perder", explica Lucas Tessuti.

A hidratação também deve ser adequada. Segundo o ortopedista Ricardo Cury, é preciso beber água antes do exercício. Levar a garrafinha à tira-colo pode ser uma boa idéia, mas nada de ingerir líquidos exageradamente durante o treino: correr com a barriga estufada não é indicado.

Escolha o tênis certo
A corrida é um esporte que requer pouco investimento: não é preciso montar equipes, nem procurar um local especializado para praticar. Bastam roupas confortáveis e um bom tênis. Portanto, atenção na escolha do calçado. Para o professor Lucas Tessuti, o solado deve ser o mais reto possível. "Tênis com o amortecedor em formato de bolhas, por exemplo, dificultam as passadas em terrenos irregulares, o que deixa o corredor mais propenso a lesões."

Se você sentir dor a cada corrida, mesmo usando um tênis com amortecedor de boa qualidade, é o momento de recorrer a recursos normalmente buscados por atletas profissionais. Por meio de uma avaliação biomecânica em laboratório e até em algumas lojas especializadas em tênis para corrida, é diagnosticado precisamente o seu tipo de pisada: normal, pronada (para dentro) ou supinada (para fora). Existem tênis específicos indicados para cada situação.

O ortopedista Ricardo Cury destaca mais um ponto essencial: o prazo de validade do calçado. "Para quem corre, por exemplo, três vezes na semana com uma intensidade moderada, o tênis dura de seis a, no máximo, nove meses", avisa.


Saiba quais são os perigos de um intestino preguiçoso

O incômodo pode causar hemorróidas e até esconder a presença de tumores

Você sofre com os problemas causados pelo mau funcionamento do intestino?

Mau humor, barriga inchada e uma sensação de desconforto constante. Esses são apenas alguns dos sintomas causados pela constipação intestinal crônica, o nome científico dado ao popular intestino preguiçoso. O que a maioria das pessoas ainda desconhece são os males que tanto o descaso de quem já se acostumou a não usar o banheiro, quanto a automedicação - com o uso prolongado de laxantes - podem provocar à saúde.

O que você faz para regular seu intestino?

"As pessoas acham normal ficar quatro ou cinco dias sem conseguir ir ao banheiro. Por isso, não procuram o especialista", alerta Pedro Bertevello, gastroenterologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. A atitude é arriscada. De acordo com o médico, o hábito de não evacuar adequadamente pode estar relacionado à presença de tumores intestinais e de inflamações no aparelho digestivo.

Além de poder esconder um problema mais grave, o descaso com essa "preguiça" intestinal ainda pode gerar outros incômodos, bem mais constrangedores. O médico Pedro Bertevello garante que, ao permanecerem estocadas por vários dias no corpo, as fezes ressecam e podem provocar hemorróidas e fissuras, por exemplo.

Para quem insiste em afirmar que não sente a mínima vontade de usar o banheiro, os especialistas alertam: "É preciso esquecer essa história de vontade e criar o hábito. Como tudo na vida, para isso também é necessário treinamento", esclarece Eduardo Berger, gastroenterologista do Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos.

Vida corrida e fatores emocionais também não deveriam ser usados como desculpa para deixar de atender a essa reação fisiológica - tão natural quanto comer e tomar banho todos os dias. Muitas pessoas por vergonha de usar um banheiro fora de casa ou pela tão criticada falta de tempo desenviolvem a mania de segurar essa necessidade orgânica. Resultado: o hábito gera uma perda do reflexo, até que, ao longo dos anos, a tal "vontade" finalmente desaparece.

Não é à toa que a maioria das queixas contra o mau funcionamento do intestino parte da ala feminina. "As mulheres têm mais pudores que os homens e foram acostumadas a ouvir desde pequenas que é muito feio fazer fora de casa", lembra Carlos Pareja, gastroenterologista e professor da Unicamp. "O fato, portanto, não tem nada a ver com diferença fisiológica entre os sexos. É algo cultural somado aos maus hábitos alimentares", completa.

Para funcionar como um reloginho
Uma forma eficiente para terminar com o desconforto depois de dias sem evacuar é recorrer aos laxantes. Mas aí está outra armadilha. "O uso prolongado desses remédios faz com que o intestino perca seu funcionamento habitual", alerta Bertevello.

Os remédios são realmente eficientes, mas sua ação é tão intensa que provoca uma disenteria, ou seja, a eliminação excessiva de líquidos. "O medicamento desenvolve outro problema: a diarréia", completa Berger.

Para reverter a situação e deixar o seu "reloginho intestinal" funcionando nos eixos, a solução é a conhecida, porém pouco seguida, cartilha da vida saudável. "É preciso ter tempo para se cuidar. Tem que haver uma rotina que inclua a dieta alimentar rica em fibras, práticas de exercícios físicos regularmente e a ingestão de bastante líquido", explica Pedro Bertevello.

Confira, a seguir, dicas práticas para acertar os seus ponteiros:

- Coma de duas a três unidades por dia dos seguintes alimentos: castanha-do-pará, tâmara, nozes, damasco e ameixa preta. "Esta é uma forma prática de recuperar o hábito de evacuação", garante Pareja.

- Aproveite a fruta até o bagaço, principalmente laranja e tangerina.

- Dê preferência ao pão preto, pão de centeio, arroz e macarrão integrais.

- Inclua as fibras na sua vida. Mas caso você não goste ou não ingira a quantidade suficiente por meio dos alimentos in natura - o recomendável é 20g por dia - recorra às fibras solúveis. "Ao contrário do que muitos pensam, esse tipo de suplemento não vicia. As fibras são um combustível para o bom funcionamento do intestino e precisam ser ingeridas diariamente", explica Bertevello.

- Use as bactérias probióticas a seu favor. O nome pode parecer estranho, mas esses organismos vivos compõem vários iogurtes e outros derivados do leite. "Os probióticos são ativos que ajudam a manter a flora intestinal em ordem. Mas é preciso ter cuidado, pois algumas pessoas têm intolerância a lactobacilos, por exemplo, o que pode acarretar uma diarréia", esclarece o gastroenterologista do Hospital Beneficência Portuguesa.

- Arrume um espaço na agenda para "visitar o banheiro". "Fique pelo menos por 15 minutos todos os dias sentado no vaso. Mas nada de fazer força excessiva. Mantenha essa regra independentemente se irá evacuar ou não. Essa é uma forma de treinar seu intestino a trabalhar sempre no mesmo horário", ensina Eduardo Berger.

- Caso nada disso funcione. Corra para o consultório médico. Talvez sejam necessárias doses de laxantes, principalmente na primeira fase do tratamento, até que seu organismo esteja reeducado.

José Carlos Pareja

Pedro Bertevello -

FONTE: PORTAL TERRA

FALTA DE RITMO DO CÉREBRO


ESTUDO LIGA DISTÚRBIOS À FALTA DE RITMO DO CÉREBRO
08/12/2008
O doutor Patrick J. Kelly, chefe de neurocirurgia da Universidade de Nova York, cruzou os braços, irradiando ceticismo. "Tenho um problema neurológico que nunca contei a ninguém - a nenhuma alma," ele recorda ter dito para seu colega, o doutor Rodolfo Llinas perante um auditório lotado de neurocirurgiões. "Escute meu cérebro e me diga o que é. Se fizer isso, eu acreditarei em você". Kelly, então, permitiu que seu cérebro fosse examinado por uma máquina de magnetoencefalografia (MEG), um aparelho que mede pequenos sinais magnéticos que refletem mudanças no ritmo do cérebro. Após analisar a atividade cerebral de seu colega, Llinas anunciou: "você tem um zumbido. No lado direito do cérebro. O som fantasma zunindo nos seus ouvidos deve ser muito alto. É um barulho surdo de baixa freqüência". Kelly ficou espantado, disse depois. Ele ouvia o zumbido desde que serviu em uma estação hospitalar em Danang durante a Guerra do Vietnã. O estrondo dos helicópteros trazendo feridos havia permanentemente prejudicado sua audição. Llinas, chefe de neurociência e fisiologia da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, acredita que ritmos cerebrais anormais podem ser a causa de uma série de distúrbios sérios, incluindo doença de Parkinson, esquizofrenia, zumbido e depressão. Sua teoria pode explicar por que a técnica chamada de estimulação cerebral profunda - implantação de eletrodos em regiões específicas do cérebro - geralmente alivia os sintomas de doenças de movimentos como Parkinson. A teoria está longe de ser aceita amplamente e a maioria dos neurocirurgiões diz que os mecanismos por trás da estimulação cerebral profunda permanecem um mistério. Contudo, cirurgiões como Kelly estão entusiasmados com a pesquisa, dizendo que ela sugere novos alvos para o tratamento de uma série de distúrbios. "É um mistério por que levei tanto tempo para entender o que Rodolfo estava dizendo", Kelly disse. "Gosto de usar a desculpa de que estava muito ocupado. Na verdade, era burro demais para ouvi-lo. Agora digo a meus colegas mais jovens, 'escute esse homem.' Ele está trabalhando em algo que pode revolucionar a neurocirurgia e nosso entendimento de como o cérebro funciona." Llinas, 73, nascido na Colômbia, há muito tempo segue seus instintos. Diferente dos neurocirurgiões que estudam a camada exterior do cérebro, ou córtex, ele concentrou sua atenção no tálamo, uma estrutura pareada no cérebro intermediário. Ele descobriu que cada tálamo, do tamanho de uma noz, tem 30 ou mais núcleos e é especializado em um dos tipos de informação captados pelos sentidos - visões, sons, movimentos, toques externos, sensações internas e assim por diante. Cada núcleo envia uma mensagem a uma área específica do córtex para processamento inicial. A informação então é devolvida ao tálamo, onde é associada a outros sentidos. Depois, ela retorna ao córtex em uma forma multisensorial mais rica e constantemente aprimorada, reverberando uma sinfonia de experiências de vida. O tálamo e o córtex trabalham dinamicamente, trocando ciclos de informação, disse Llinas. "Se pensarmos no cérebro como uma orquestra, o tálamo é o maestro. Os músicos ficam no córtex. Quando o maestro faz um movimento, os músicos acompanham. O maestro então ouve os sons e faz novos movimentos, resultando em um diálogo contínuo." As células do tálamo e do córtex dependem de propriedades elétricas intrínsecas para manter a música fluindo. "Grupos de neurônios, milhões deles, agem como pequenos corações batendo por si sós," Llinas disse. Eles podem oscilar em freqüências múltiplas, dependendo do que está acontecendo no mundo exterior. Quando o cérebro está acordado, os neurônios do córtex e do tálamo oscilam na mesma freqüência, chamada gama. "É como uma apresentação de sapateado irlandês," Llinas prosseguiu. "Algumas células sapateiam em harmonia e outras ficam em silêncio, criando incontáveis padrões que representam as propriedades do mundo externo. As células com o mesmo ritmo formam circuitos que unem a informação a tempo. Essa atividade coerente permite que você enxergue e escute, esteja alerta e pense". Mas ao final do dia, as células do tálamo naturalmente entram em uma oscilação de baixa freqüência. Elas funcionam lentamente ao invés de dispararem. Quando o tálamo toca em ritmo mais lento, o córtex acompanha. E então você adormece. Seu cérebro continua funcionando em ritmo lento, mas a consciência é suspendida. Por isso, se uma parte pequena do tálamo empaca permanentemente em baixa freqüência, ou se parte do córtex não consegue responder ao aviso de despertar, Llinas disse, um ritmo anormal é gerado, a chamada arritmia tálamo-cortical. "Os neurocirurgiões pensam em termos de mudanças anatômicas - buracos no cérebro, crescimentos, tumores," ele disse. "Mas uma baixa freqüência anormal e prolongada em uma parte do cérebro pode gerar o que chamamos de atrator. Pense em um tornado. É apenas vento girando em torno de si mesmo. Ao fazer isso, ele se torna algo que, embora feito de ar, tem vida própria. "Uma arritmia tálamo-cortical também tem uma estrutura. Ela é uma coisa. E causa sintomas vistos em uma série de distúrbios cerebrais". Llinas acredita que esses ritmos anormais podem ser deflagrados por diversas causas - genes defeituosos, lesões cerebrais, desequilíbrio químico. No caso de seu colega Kelly, uma pequena porção do córtex auditivo foi lesada pelo barulho do helicóptero. Llinas viu através da MEG - um local oscilando como se estivesse em sono leve. Zumbido e outras arritmias podem ser tratados com estimulação profunda do cérebro, medicação ou pequenas intervenções cirúrgicas que fazem o cérebro retornar às oscilações normais, ele disse. O objetivo é acordar as partes do cérebro que estão no modo de baixa freqüência. Na doença de Parkinson, mudanças químicas colocam partes do tálamo no modo de baixa freqüência. Se a parte afetada do tálamo estiver ligada ao centro motor primário do cérebro, acontece um pequeno tremor, de quatro rotações por segundo. Os pacientes tremem na mesma freqüência que o tálamo motor oscilante. Se a parte anormal do tálamo estiver ligada à região que planeja os movimentos, os pacientes não conseguem iniciar um movimento. E se a parte do tálamo estiver envolvida na execução de movimentos suaves, os pacientes sentem um enrijecimento do tônus muscular. Eles ficam rígidos. Llinas diz que um paciente pode sentir vários desses sintomas ou apenas um, dependendo do local do ritmo anormal. Da mesma forma, ele diz, a função normal pode ser restaurada por meio de uma ação no mesmo local. A estimulação cerebral profunda, na qual finos eletrodos são implantados diretamente no córtex ou no tálamo, já foi usada em 40 mil pacientes ao redor do mundo, principalmente para tratar distúrbios de movimentos, e agora está sendo testada para esquizofrenia, epilepsia, síndrome de Tourette, distonia, dor crônica, depressão, dor fantasma e traumatismo craniano. Llinas diz que mesmo quando os tratamentos funcionam, eles devem ser vistos não como uma cura, mas como um modo de aliviar os sintomas. Ele reconhece que muitas coisas podem dar errado: o eletrodo precisa ser colocado exatamente no lugar afetado e por causa das diferenças individuais da estrutura cerebral, os cirurgiões têm que fazer uma dedução de embasamento teórico. Além disso, os aparelhos podem quebrar. E os tecidos podem infeccionar. "Depois, precisamos escolher uma freqüência," ele disse. "Se ela for alta demais, o estímulo pode produzir alucinações ou outros problemas psicológicos. Uma mulher não conseguia parar de chorar". Felizmente, ele disse, a estimulação cerebral profunda é reversível: retire os eletrodos e os efeitos colaterais desaparecerão. - Sandra Blakeslee - Tradução: Amy Traduções.
Fonte: The New York Times - Notícias Terra

DOPING MENTAL

GRUPO DE CIENTISTAS PEDE LIBERAÇÃO DE DOPING MENTAL
08/12/2008
Manifesto discute a regulamentação de droga usada para "turbinar" a inteligência em pessoas saudáveis, medicamentos usados para tratar o déficit de atenção, como a retalia, parecem estimular a concentração. Um manifesto assinado por pesquisadores de sete universidades líderes nos EUA e no Reino Unido pede que o uso de drogas com o fim de melhorar a inteligência seja regulamentado e, eventualmente, liberado. em artigo ontem no site da revista "nature" (www.nature.com), os acadêmicos argumentam que é preciso disciplinar o uso que pessoas saudáveis fazem de medicamentos como a ritalina (metilfenidato). Concebida para tratar crianças com tdah (transtorno do déficit de atenção por hiperatividade), essa droga (e outras similares) parece ter um efeito de melhora na concentração e na memória também em adultos saudáveis. Um levantamento conduzido neste ano em universidades americanas revelou que cerca de 7% dos estudantes já fizeram uso de medicamentos desse tipo pelo menos uma vez, na tentativa de melhorarem seus desempenhos acadêmicos. Tecnicamente, nos EUA, isso é crime, porque envolve comércio de uma droga para uso "off label" -fora do propósito original para o qual foi aprovada. cientistas argumentam porém que a medida é um exagero e drogas como a ritalina poderiam ser liberadas para "aprimoramento cognitivo", desde que novos testes comprovem sua segurança. "Propomos ações que vão ajudar a sociedade a aceitar os benefícios do aprimoramento, acompanhadas de pesquisa apropriada e regulamento avançado", escrevem os cientistas. "isso tem muito a oferecer para indivíduos e sociedade, e uma resposta apropriada por parte de todos deve incluir a disponibilização dos aprimoramentos acompanhada da gestão de riscos." SONO E CANSAÇO - Entre os nomes que assinam o documento estão "pesos-pesados" das neurociências, como Michael Gazzaniga, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, e também um jurista, Henry Greely, da Universidade de Stanford. A idéia do manifesto saiu de um seminário promovido pela "Nature" e pela Universidade Rockefeller, de Nova York. Além da ritalina, os pesquisadores mencionam outras três drogas que já vêm ganhando algum grau de popularidade em usos "off label". uma delas é a similar Adderall, também usada em transtorno de tdah. outra é a stavigile (modafinil), aprovada para tratar o desgaste físico causado pela narcolepsia, mas que vem sendo usada por alguns estudantes para combater sono e cansaço. Há ainda uma quarta droga, a aricept, mais difícil de obter, originalmente aprovada para tratamento do mal de alzheimer. A preocupação inicial dos cientistas, contudo, é mesmo a ritalina. "Com a prevalência de tdah indo de 4% a 7% entre universitários americanos (...), há um bocado de droga no campus que pode ser desviada para usos de aprimoramento." CONCORRÊNCIA DESLEAL - Caso o uso de drogas para "turbinar" o cérebro venha realmente a ser aprovado, há outras questões que devem ser discutidas, além da segurança, afirma o manifesto publicado na "Nature". Uma delas é o risco de que estudantes deixem de concorrer em pé de igualdade quando participarem de exames que envolvam inteligência. Uma pessoa que tenha se valido de uma droga poderia obter vantagem de maneira artificial, da mesma forma que um atleta dopado faz na disputa de uma competição, por exemplo. Os cientistas apontam também o risco de mais um problema: Empresários poderiam obrigar seus funcionários, de maneira direta ou indireta, a fazerem uso dessas drogas para melhorarem o rendimento. O manifesto reconhece, porém, que faltam ainda muitos dados essenciais para que a discussão tome o rumo desejado. Ninguém sabe dizer, por exemplo, o quanto uma droga como a ritalina pode de fato ajudar a inteligência propriamente dita. O efeito de longo prazo de uma dessas drogas sobre pessoas que já estão saudáveis, também, ainda é totalmente desconhecido. "clamamos por um programa de pesquisa sobre o uso e o impacto das drogas de aprimoramento cognitivo por indivíduos saudáveis", ressalta o documento.
Fonte: Folha de São Paulo