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7.09.2009

Relação médico-paciente

Muitas das dificuldades do atendimento médico resultam da falta de compreensão de que o ato médico tem o compromisso de meio e não de fim. Explico. Quando se inicia um tratamento há da parte do médico a necessidade de empenho no uso de todas as técnicas e conhecimentos que disponha para atingir um resultado melhor, mas atente, não há compromisso de resultado.

São raros os casos de compromisso de resultado e por este motivo os médicos devem evitar prometer o que não lhes é possível. Seria como se um cirurgião plástico garantisse um rosto como o do Brad Pitt, ou da Angelina Jolie, ou sorriso da Monalisa, etc. bem como um tratamento milagroso e que só ele detém. Cura a despeito de tudo. Desconfie, isto é inconcebível.

A ação do anestesiologista é de que se consiga realizar determinado procedimento cirúrgico de forma indolor, mas pode acontecer do paciente não “acordar”. O desejo do obstetra é conseguir entregar à mãe um filho saudável, mas não tem obrigação de que isto aconteça.

Não é obrigação do médico prolongar a vida, mas fazer com que transcorra da melhor forma possível. Não podendo esquecer que boa parte da ação médica depende de ações do paciente. Já disse que na maioria das vezes os médicos devem expor aos pacientes os riscos e os benefícios de um determinado tratamento. Seguir este ou aquele caminho é escolha dos pacientes. É o que no coloquial os americanos diriam: it’s your call.

Grande parte das reclamações médicas resulta da falta de compreensão de como se processa o relacionamento e as responsabilidades de cada um. Médicos erram, todos erramos, e arcamos com as conseqüências advindas. O que não podemos é transferir responsabilidades, expiar nossas culpas transferindo-as para outros. Há um item no código de ética médica que pune o médico quando este tenta transferir seus insucessos a outros.

O tratamento médico não é matemático, não é mágico, é científico e padece de um número muito grande variáveis. Só isto já bastaria para trazer muito desconforto e conseqüências nem sempre agradáveis. Some-se agora aos pacientes que não seguem o sugerido e aceitam interferência de familiares.

Vê-se muitas vezes pacientes, mormente àquelas de risco, que há problemas quando à contra-indicação sendo hipertensas, fumam, engordam, não tomam as medicações sugeridas e aumentam em muito as chances de insucesso e ainda as ouvimos dizer que no pré-natal anterior perdeu o bebe porque o médico não lhes deu a devida atenção.

Lembre-se que no caso dos médicos lhes é proibido atribuir insucesso a outros, aos pacientes, também.

Por Jefferson Delfino

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