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10.01.2009

Hormônio do crescimento (GH) e o envelhecimento

A população mundial está envelhecendo progressivamente. Na Roma antiga, a expectativa de vida não passava dos 22 anos; na Idade Média, dos 33 anos. Em 1950, a expectativa de vida nos Estados Unidos passou a ser de 66,7 anos e, ao final do século 20, de 72,1 anos para os homens e de 78,9 anos para as mulheres. Em conseqüência dessa tendência, a porcentagem de indivíduos com mais de 65 anos no mundo, que era de 4% em 1900, passou a ser de 12,7% em 1990, com uma projeção de 21,2% para o ano 2030.
O envelhecimento pode ser visto como um processo dinâmico e progressivo, marcado por modificações morfológicas, funcionais, psicológicas e bioquímicas que culminam na perda da reserva funcional e da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente. Essas alterações proporcionam uma maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte.

A REPOSIÇÃO HORMONAL DEVE SER DIRECIONADA APENAS A QUEM APRESENTA ALGUMA ALTERAÇÃO ANATÔMICA NA GLÂNDULA HIPÓFISE OU NA PRODUÇÃO DO GH

Entre essas perdas está a diminuição da secreção do hormônio do crescimento, o GH ( growth hormone, em inglês). O GH está presente em todas as fases do desenvolvimento humano e não há falência total desta substância em nenhum momento da vida. O que ocorre na realidade é um declínio fisiológico que faz parte do processo normal de envelhecimento.

Este hormônio, apesar do nome, não está relacionado apenas ao crescimento. Ele determina também alterações na composição corpórea (gordura e músculo) e na integridade do tecido ósseo, além de afetar o sistema cardiovascular e a manutenção da qualidade de vida. Por isso, se fala hoje em reposição deste hormônio.

Este tratamento foi proposto, pela primeira vez, em 1950, quando este hormônio era extraído da hipófise de cadáveres humanos. A hipófise é uma glândula endócrina, situada na base do cérebro e responsável pela produção de vários hormônios e por funções como o crescimento.

Depois, este tipo de procedimento foi abandonado e, após 1985, o hormônio passou a ser sintetizado por técnicas derivadas do DNA. Em 1996, o órgão regulador dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), aprovou o uso do GH em situações clínicas, em que comprovadamente havia uma deficiência na secreção do hormônio.

Antes de recorrer à reposição, porém, algumas perguntas devem ser respondidas: quem são os candidatos para repor o hormônio? Quais os sinais da deficiência de GH? Que exames existem para comprovar a deficiência hormonal? Quais os riscos e benefícios da reposição? Por quanto tempo ela deve ser mantida?

Os candidatos à reposição são os indivíduos que apresentam alguma alteração anatômica na glândula hipófise ou na secreção hormonal. Para isso, existe uma série de exames que podem avaliar os sintomas de carência deste hormônio e que também definem se o indivíduo apresenta falha na glândula e, conseqüentemente, na produção de GH.

Vale lembrar, porém, que a terapia de reposição causa efeitos colaterais, como o descontrole do diabetes, da hipertensão, a retenção de líquidos e até a síndrome do túnel do carpo, que é uma doença caracterizada pela compressão do nervo localizado entre a mão e o antebraço. Portanto, a indicação deste tratamento deve sempre ser avaliada com cautela e levar em conta os benefícios e riscos.


Fonte: Viva Saúde

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