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7.11.2009

Cafeína reverte perda de memória em ratos com Alzheimer

Ratos criados em laboratório e programados para desenvolver sintomas do Mal de Alzheimer na velhice tiveram problemas de memória revertidos depois de ingerir 500 mg de cafeína por dia, segundo um estudo do Alzheimer's Disease Research Center da University of South Florida, nos Estados Unidos.

Uma outra pesquisa, da mesma universidade, revelou que a cafeína diminuiu significativamente níveis anormais da proteína beta-amilóide - associada ao Mal de Alzheimer - tanto no cérebro como no sangue de ratos que apresentavam sintomas da doença.

Os dois trabalhos, publicados na revista científica online Journal of Alzheimer's Disease, deram continuidade a pesquisas anteriores, segundo as quais a ingestão de cafeína no início da fase adulta preveniu problemas de memória em ratos criados para apresentar o Mal de Alzheimer na velhice.

Comentando o estudo, outros especialistas alertaram, no entanto, que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto, e que suplementos de cafeína para idosos não são recomendados.

Resultados promissores - "Os novos resultados oferecem evidências de que a cafeína pode ser usada como um tratamento viável para o Mal de Alzheimer quando já estabelecido, e não simplesmente como uma estratégia de proteção", disse o principal autor do estudo, Gary Arendash.

"Isso é importante porque a cafeína é uma droga segura para a maioria das pessoas, entra com facilidade no cérebro e parece afetar diretamente o processo da doença".

Baseados nos resultados obtidos em ratos, os pesquisadores esperam iniciar pesquisas com humanos para avaliar se a cafeína poderia beneficiar pessoas no estágio inicial da doença.

A equipe já conseguiu estabelecer que a cafeína ingerida por idosos sem sinais de demência rapidamente afeta os níveis da proteína beta-amilóide no seu sangue - da mesma forma como nos ratos com Mal de Alzheimer.

Segundo Huntington Potter, diretor do Alzheimer's Disease Research Center, que participou dos estudos, a redução na quantidade da proteína beta-amilóide está associada a benefícios para a atividade cognitiva.

Experimentos - Quando tinham entre 18 e 19 meses de idade - o que equivale a cerca de 70 anos em humanos - 55 ratos foram submetidos a testes de comportamento para que os pesquisadores confirmassem que tinham de fato problemas de memória.

Depois disso, metade dos ratos teve cerca de 500 mg de cafeína adicionada à água que bebiam diariamente. O restante continuou bebendo água pura.

Segundo os pesquisadores, essa quantidade de cafeína equivale a dois cappuccinos de máquina, 14 copos de chá ou 20 refrigerantes que contêm cafeína (como Coca-Cola, por exemplo).

Após dois meses, os ratos foram testados novamente. Os que ingeriram cafeína tiveram desempenho muito melhor nos testes de memória e habilidade cognitiva. Seus resultados foram tão bons quanto os de ratos da mesma idade sem problemas de memória.

Os que beberam água pura continuaram a ter baixo desempenho nos testes.

Os especialistas constataram que os cérebros dos ratos que ingeriram cafeína apresentaram uma redução de 50% na presença da proteína beta-amilóide, que forma aglutinações no cérebro de pessoas com demência.

De acordo com outros testes, a cafeína afeta a produção de duas enzimas necessárias para a formação da proteína beta-amilóide. A cafeína também estaria associada à supressão de processos inflamatórios que levariam a uma presença mais abundante da proteína.

Em entrevista à BBC, Gary Arendash, o principal autor do estudo, afirmou:

"Esses resultados são particularmente importantes porque reverter problemas de memória pré-existentes é muito mais difícil".

A equipe não sabe se uma quantidade menor de cafeína poderia ser tão efetiva, mas disse que a maioria das pessoas pode consumir com segurança 500 mg diários da substância.

Pessoas com pressão alta e mulheres grávidas, no entanto, devem limitar seu consumo diário de cafeína, dizem os pesquisadores.

Comentando os estudos, a diretora do Alzheimer's Research Trust da Grã-Bretanha, Rebecca Wood, e o diretor da Alzheimer's Society, Neil Hunt, disseram que ainda é cedo para saber se tomar café ou suplementos de cafeína pode ajudar pessoas com o Mal de Alzheimer.

Segundo eles, é preciso esclarecer se a substância teria o mesmo efeito em humanos. (Fonte: Estadão Online)

Tamanho da barriga pode ser alerta para problemas de saúde

Aquela "gordurinha" que se acumula abaixo do umbigo pode ser um alerta sobre o risco de infarto, tanto para homens quanto mulheres, principalmente para quem já passou dos 50 anos. É importante saber a medida ideal para manter a saúde.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. As mulheres na menopausa correm mais risco.

A cozinheira Isabel Borges da Silva se surpreendeu ao ver que sua barriga mede 106 centímetros. Apesar do susto, ela sabe o que contribuiu para chegar a esse ponto. "Eu faço salgado pra fora. Meu marido é padeiro e faz uns docinhos gostosos", diz.

Cada centímetro no abdômen significa um quilo a mais na balança. E comer mais do que o necessário não é a única causa dos quilinhos a mais na barriga.

Depois da menopausa, as mulheres passam a acumular mais gordura na região abdominal. Isso ocorre porque, nessa fase, o organismo feminino deixa de produzir hormônios, como o estrógeno. Com a ausência desse hormônio, a gordura que se concentra mais nos quadris e nas coxas muda de lugar e passa para a região da cintura.

O tamanho da barriga é um termômetro de como anda o coração. Quanto mais gordura armazenada nessa região, maiores as chances de infarto e derrame. Nas mulheres, a medida ideal é de 80 centímetros. Acima disso, a luz de alerta se acende. O perigo aumenta se a circunferência estiver maior que 88 centímetros.

Para medir, é só pegar uma fita métrica, de costureira, e passar em torno da parte mais saliente da barriga, que nem sempre é na altura do umbigo. "Não queremos a cintura, mas a circunferência abdominal", diz a auxiliar de enfermagem Lindalva Maria da Silva.

Se a barriguinha estiver acompanhada de pressão alta, colesterol alterado, diabetes ou cigarro, os riscos são ainda maiores.

A aposentada Walkiria Marani Magri não sabia o risco que corria. Ex-fumante, ela tinha uma vida sedentária, abusava do sal e da carne vermelha. Até que sofreu o primeiro infarto. "Senti muita dor no peito", lembra. Ela mudou o estilo de vida e, hoje, se sente bem melhor. "Tenho uma vida melhor dentro do meu limite. Porque agora tenho limite", afirmou ela.

Os homens também precisam ficar atentos. Para eles, a medida ideal varia entre 94 e 102 centímetros. (Fonte: G1)

Pesquisadores decifram genoma de transmissor do mal de Chagas


Pesquisadores decifram genoma de transmissor do mal de Chagas
Anúncio ocorreu durante simpósio internacional sobre a doença no RJ.
Cientistas poderão explorar DNA em busca de formas de prevenção.


Pesquisadores encerraram o sequenciamento (leitura das "letras" químicas de DNA) do genoma do inseto Rhodnius prolixus, um dos principais vetores (transmissores) do mal de Chagas no Brasil. O feito foi anunciado pelo biólogo Pedro Lagerblad, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante o Simpósio Internacional Centenário da Descoberta da Doença de Chagas. A informação é da agência de notícias da Fundação Oswaldo Cruz.

Várias fases do desenvolvimento do inseto (Foto: Reprodução)
Os dados poderão ser usados, no futuro, como ferramenta para o controle do inseto e para diminuir sua capacidade de transmitir o parasita da doença, o tripanossomo. A experiência do genoma também deverá servir de base para estudar outras espécies de inseto que transmitem a doença no país.

Nova estratégia

A ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou nesta quinta (9) o lançamento da campanha "Chagas: é hora de romper o silêncio", cujo objetivo é fortalecer as iniciativas contra a moléstia. O mal de Chagas é considerado um exemplo clássico das chamadas doenças negligenciadas, que afetam milhões de pessoas, principalmente fora dos países desenvolvidos, mas recebem relativamente pouco incentivo financeiro e científico para serem combatidas se comparadas a "doenças do desenvolvimento", como problemas cardíacos e câncer.

Os integrantes da Médicos Sem Fronteira querem sensibilizar governos para que eles não apenas controlem os insetos vetores da doença, mas também diagnostiquem e tratem as pessoas já infectadas. A estimativa atual é que até 15 milhões sofram com a doença, com cerca de 15 mil mortes anuais.

Globo.com

7.10.2009

CRACK A PIOR DAS DROGAS


O que é Crack?

Da folha da planta chamada coca, que nasce na América do Sul, na região dos Andes se faz a cocaína, por um processo químico com substâncias, como o éter e a acetona.

O crack é barato, o que acaba por transformá-lo num "desastre nacional", pois é feito a partir da "pasta básica".

No final desse processo, obtém-se pequenas pedras porosas de um branco sujo, cinza-amarelado, parecendo isopor com cera.

Na forma de pequenos cristais, as pedras "estalam" em contato com o fogo, por isso o seu nome "crack".

Essa droga é bastante impura e mais potente que a cocaína.

O usuário de crack, geralmente apresenta queimaduras nos dedos, rosto e lábios, devido ao intenso contato com o isqueiro ou fósforo, durante o consumo da droga.

Após aquecer e queimar a pedra no cachimbo, a fumaça é aspirada com força pelo viciado.

Na seqüência, vai para o pulmão e cérebro, que então libera a substância chamada "dopamina", provocando uma "descarga" passageira dessa substância, que age como um excitante no organismo.

Em seguida, há um breve período de grande excitação, que provoca aceleração de batimentos cardíacos, tremor muscular, aparente bem-estar e indiferença ao que se passa ao redor.

Rapidamente, esses sintomas serão substituídos pelo desgaste físico, profunda depressão e prostração.

é este desconforto que leva mais o usuário a buscar mais uma pedra, mais e mais pedras, durante um, ou vários dias consecutivos (levando-o, inclusive, a descuidar-se de sua higiene pessoal com freqüência).

Se o dinheiro acabar, os furtos, o roubo, a prostituição e o crime poderão acontecer.

Se o viciado antes era caso de médico ou psicólogo, agora poderá tornar-se caso de polícia.


O crack no Organismo

A duração dos efeitos do crack é rápida e intensa. Em média, o tempo varia de 5 a 10 minutos, no máximo. Isso faz com que o usuário consuma a droga em intervalos muito pequenos, por isso a dependência se instala com maior rapidez.

Quando coloca o cachimbo na boca e aspira com força, (pipada), em 5 segundos a droga chega ao cérebro, dando um "tuim" muito intenso, acompanhado de euforia e sensação de poder (dizem os viciados que esse "tuim" é parecido a um vendaval que abala os neurônios).

Com essa sensação acaba num período de 5 a 10 minutos, o usuário, invariavelmente, vai querer mais.

Quando pára de usar, tem a chamada "fissura", que é dignidade, etc. Tudo poderá ser feito para obter mais droga.

Além desse "falso prazer", o crack extingue o raciocínio lógico, diminui o cansaço, provoca insônia e falta de apetite (ocorre, então, a rápida e crescente perda de peso em poucos dias) ficando, o usuário, às vezes, com aspecto cadavérico.

O indivíduo que usa crack é conhecido como "craqueiro" ou "nóia", palavra derivada de paranóia que a droga provoca.

O crack chega ao pulmão se espalha pelos alvéolos pulmonares que, imediatamente, o coloca na circulação sangüínea, chegando imediatamente ao cérebro. Seu efeito é curto e intenso.

O crack é fumado em cachimbos improvisados, feitos a partir de isqueiros cortados ou potes de iogurtes, onde um pedaço de papel alumínio é colocado em cima em um tudo é adaptado para aspirar a fumaça do crack; a pedra será queimada com cinza de cigarro.

Essa parafernália é conhecidíssima dos usuários, desde crianças de rua, até moradores de palácios, nos dais de hoje.

O crack não é mais a droga do analfabeto, do desamparado, dos desafortunados; é uma droga que se generalizou em todas as camadas sociais.

Seu poder viciante é muito forte, geralmente, na segunda ou terceira "pipada" a pessoa pode se viciar de forma irremediável.

"Freebase" é o nome que se dá aos cigarros onde se misturam crack e maconha.

"Pitilo" é o nome que se dá quando o crack é usado como o cigarro comum.



Sintomas do viciado em crack

Quanto mais o dependente o consome, mais quer consumi-lo.

Quando o crack é aspirado e provoca o "tuim" no cérebro, é o começo da devastação; os sentidos são desligados; é uma droga que provoca impotência, pois vai ser impossível fazer sexo sob efeito do crack.

É como se rompesse os laços com a vida para se atrelar com a morte; é um caminho cuja volta é muito difícil.

Os sinais externos dessa devastação são evidentes: pupilas dilatadas, tremores, tosse insistente, magreza, palidez e nervosismo. Os sinais de cansaço emitido pelos neurônios são visíveis: coração descompassado e, após o rápido efeito, profunda depressão.

O crack aumenta a atividade psicomotora e seu suor é intenso. A paranóia é alucinante, como dizem os viciados: "O barato é loco!"

Fonte: Drogas nem morto

7.09.2009

Entendendo a Depressão

A MANIFESTAÇÃO DEPENDE DO ESTÍMULO
"Artigos sobre depressão, obesidade, religiões e política costumam despertar reações extremas"

É interessante notar alguns fatos quando se escreve publicamente. Basta jogar a isca e os peixes aparecem. Até o momento em que os assuntos abordados são suaves e uma quase unanimidade no imaginário popular, tudo vai bem e elogios vêm aos montes – mas não estou em busca de elogios. Basta que assuntos delicados venham á tona e começam a sair da toca os que se sentem incomodados. Longe de ser algo ruim, essa manifestação de insatisfação, de discordância e até de agressividade - geralmente protagonizada por anônimos – é bem vinda.

Claro que há um limite quando se quer expressar uma não aceitação. Ela pode e deve ser feita com base em argumentos sólidos. Jamais deve ser algo que manche a política do bem conviver, mesmo que com contrários. O contraditório é essencial para qualquer crescimento.
As críticas podem e devem existir e não fazem mal algum, mesmo porque, quem está a recebê-las – no caso, eu – há muito deixou de se incomodar com isso. Confesso que até gosto de ver gente “baixando o sarrafo” no que escrevo.
Se não partir para o lado pessoal e não agredir os outros comentaristas, manifestar o que achar adequado e firmar posição é um direito adquirido. Posso até não concordar, mas aqui o direito de se manifestar é preservado e garantido.

Artigos sobre depressão, obesidade, religiões e política costumam despertar reações extremas. Às vezes tão extremas que anônimos e suas intenções escondidas se tornam transparentes e, não raro, até criam vários personagens virtuais – ou outros anônimos - para corroborarem com suas posições.
É a busca do apoio alheio quando o seu próprio lhe falta, mesmo que seja um alheio “café com leite”. E nesse fantástico jogo de apostas e blefes, colegas de profissão (só de profissão!), desafetos, incomodados e àqueles seres que discordam só pelo hábito adquirido, manifestam-se tão claramente que me dão um enorme prazer de vê-los por aqui – particularmente quando permanecem no anonimato, pois, basta jogar a isca que os peixes aparecem. De coração, fico grato!

Carlos Bayma

DEPRESSÃO NÃO É FRAQUEZA

"Antes de tudo, o portador de depressão precisa ficar consciente de que não é mais fraco que ninguém"

Há um enorme engano acerca das pessoas portadoras de depressão: é o de que elas são “fracas”, que têm uma personalidade frágil e que não demonstram força de vontade. Isso é um engano! Pessoas rudes, de pouca elaboração mental e afetiva não caem em depressão. Mas isso não faz delas pessoas mais evoluídas, mais harmônicas ou que expressem adequadamente seus aspectos afetivos e emocionais.

A utilização da força de vontade no confronto à depressão é inócua para a melhoria do quadro. Ao contrário, pode até recrudescê-lo se essas medidas de força forem tomadas em seu enfrentamento, pois gera um acumulado de frustrações e sensações de perda. Quem já experimentou uma crise depressiva sabe que de nada adianta aqueles “conselhos” (perfeitamente dispensáveis) que englobam as famigeradas frases: “Você precisa reagir”, “Saia de casa e vá se divertir” ou “O mundo é tão belo e você isolado em casa”.

Existe uma que considero terrível: “Tem tanta gente pior que você, mas que está sorrindo”. Para o depressivo, que está vivenciando os piores sentimentos, sensações e emoções, não há ninguém pior que ele. “Se o outro está sorrindo é porque deve estar melhor”, conclui o doente. Esse é ponto de vista do depressivo, pois é assim que intimamente se sente: uma das piores criaturas, senão a pior. Claro que isso não é verdade. Se os samaritanos de plantão quiserem realmente ajudar quem está em depressão, jamais façam comparação com outras pessoas ou insinuem que ele precisa reagir, pois foi justamente por passar a vida reagindo, e não agindo, que o sujeito está pra baixo.

Antes de tudo, o portador de depressão precisa ficar consciente de que não é mais fraco que ninguém. Sei que é difícil cogitar isso quando pouca coisa mais faz sentido, mas é assim que se dá o primeiro passo. Depois, cerque-se apenas de pessoas que realmente queiram vê-lo bem novamente e que saibam como fazer isso. Despreze todas as outras. Muitas vezes, estar junto ou emprestar um ouvido é o bastante. Funciona bem mais que aquelas malditas sugestões de quem se acha conhecedor de tudo e que tem soluções para qualquer dificuldade (menos para as dele).

De acordo com o grau de intensidade e o tempo de duração da depressão, pode ser necessário o uso de antidepressivos. É importante aceitar que o medicamento pode ajudar e que, naquele momento, deve ser encarado como um amigo, uma muleta, até que se recupere e possa seguir com as próprias pernas. O que não deve ser feito é passar a se apoiar indefinidamente no remédio e deixar de lado as questões que desencadearam o fenômeno depressivo. Se as origens não forem procuradas, examinadas e compreendidas, pouco se poderá fazer em benefício próprio, pois as causas continuarão à espreita e, na primeira oportunidade, voltarão e se manifestar (talvez mais intensamente), mesmo com o uso de antidepressivos.


Carlos Bayma


DEPRESSÃO: "AMIGA" OU "INIMIGA"?
"A depressão é como a dor: sem ela você não saberia que determinado órgão estaria funcionando mal e não tomaria as providências"


Hoje uma paciente me perguntou por que não conseguia derrotar depressão, embora lutasse com afinco contra ela. Percebi que há anos ela vinha sofrendo. Sei que depressão causa um mal estar terrível e limita a vida em todos os aspectos. A fragilidade emocional e o desânimo que fazem parte dela tiram o chão de quem quer dar passos adiante. É um distúrbio que incomoda a cada segundo e a vida apresenta uma sensação de que parou. Quem tem ou teve sabe do que falo.

É provável que o primeiro engano da paciente tenha sido o de colocar a depressão como inimiga e, para tal, lutar contra ela seja a única alternativa que se mostra. O problema maior dessa atitude – lutar contra – é que tudo aumenta quando confrontado. A luta contra a violência não abala nenhum pouco a estatística de crimes e agressões. Suspeito até que aumente. A luta contra a obesidade gera tanta ansiedade que o desejo de comer triplica. Se você considera que tem um inimigo em seu trabalho e parte para lutar contra ele, tenha a certeza de que ele ficará mais forte e será um inimigo bem mais atuante e preparado.

Assim acontece com a depressão. Mas, por quê? Por que quanto mais se luta contra a depressão, mas ela se agiganta?
Porque a depressão não é sua inimiga. Não é algo que veio de fora e que, por acaso, atingiu você. Não é algo que sua genética trouxe e transformou sua vida em um determinismo imutável.
A depressão não veio de fora, mas ela pode ser “contagiosa”, desde que dentro de você haja um terreno fértil para que ela se desenvolva. Pessoas que convivem com outras depressivas têm mais chance de desenvolver quadros depressivos, particularmente quando têm a autoestima comprometida. Não significa que isso será líquido e certo, mas contribui com um grau de importância considerável.

Então, proponho que você atente para este detalhe: a depressão não é sua inimiga! Trata-se de uma opinião particular, mas que venho observando com frequência quando encontro gente assim. Diria até que ela é sua amiga, pois está cumprindo o papel de informá-la que algo emocional vem fora dos trilhos há muito tempo.
É como a dor: sem ela você não saberia que determinado órgão estaria funcionando mal e não tomaria as providências necessárias para sanar a disfunção. Imagine-se com uma pneumonia, mas que não apresentasse tosse, escarro e febre.
Como você iria saber que seus pulmões estariam comprometidos por um ataque bacteriano maciço se nada lhe fosse avisado?

A depressão não se instala da noite para o dia. É um processo lento, gradual, insidioso.
Antes de ser identificada como depressão, vários outros sinais e alertas foram dados. Mas você os negligenciou porque aprendeu que a vida é cheia de sacrifícios. Pais, sacerdotes, amigos e professores disseram que a vida é uma luta, repleta de sacrifícios e você acreditou.
Como está vivendo em sacrifício, acha que isso é o normal (detesto essa palavra!) e, portanto, você estava dentro do normal. Que bomba relógio você cultivou por anos ou décadas, hein?

Como a depressão não surge agudamente, outros indícios de insatisfação foram mostrados ao longo dos anos: gripes e resfriados freqüentes, dores de cabeça, dores nas coluna, artrites, gastrites, infecções urinárias, asmas, alergias, furúnculos, manchas na pele, irritabilidade fácil, impaciência, surtos de agressividade, alterações do sono, dificuldade de concentração, distúrbios da menstruação, tensão pré-menstrual, aumento de peso, cansaço crônico, entre tantas outras coisas.
Tudo isso foi meio que relevado a um plano sem muita importância, atribuído a causas externas e que um antibiótico, um antiinflamatório, um analgésico, um tranqüilizante ou uma pomadinha seriam suficientes para a "cura". Que roubada! O corpo e a mente dando sinais iniciais de insatisfação, de desalinho emocional, mas você tratando exclusivamente das consequências.
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Um dia, não mais nem menos que um dia, tudo isso eclode, rompe o ego e todas as camadas de vaidade, de arrogância, de orgulho e de autonegligência "descem ladeira abaixo" e você se vê em depressão: um alerta bem mais sério das coisas sérias que você varreu para debaixo do tapete, apelidando-as de causas externas, genéticas ou atribuindo ao puro acaso.


Carlos Bayma

Mortes por câncer

Principal causa de mortes atualmente no mundo, as doenças cardíacas vão, em 2010, perder essa posição para o câncer.
Estima-se, hoje, que 12,4 milhões de pessoas receberão o diagnóstico de algum tipo de câncer esse ano e que 7,6 delas irão morrer, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O relatório da agência traça um panorama sombrio sobre o futuro da doença – até 2030, acredita que até 26,4 milhões de pessoas tenham a notícia de que possuem tumores de algum tipo, sendo que 17 milhões vão morrer em função deles.
Entre homens, o câncer de pulmão é a forma mais comum e mais letal; entre as mulheres, é o câncer de mama. O envelhecimento de muitas populações (o câncer é mais comum em idosos) e o aumento do tabagismo em países pobres estão entre os principais fatores para o aumento.
“Há mais mortes no mundo de câncer do que de Aids, tuberculose e malária, juntos", disse Peter Boyle, da Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer.
Fonte: ciencia e saude
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Publicação mostra que, no Brasil, câncer é principal causa de mortes entre crianças e adolescentesDesenvolvida em conjunto pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) e portal Rede de Atenção Oncológica na Internet, foi lançada no final de novembro, no Rio de Janeiro, a publicação Câncer na Criança e no Adolescente no Brasil: Dados de Registros de Câncer de Base Populacional e de Mortalidade.
A publicação informa, entre outras situações, que a leucemia (com 19%) é o tipo de câncer mais freqüente na faixa etária de até os 19 anos e também a que apresenta maior mortalidade (35%), seguida pelo linfoma (15,5%) e os tumores do Sistema Nervoso Central (13,4%). Na faixa de 5 aos 19 anos, registra a publicação, o câncer aparece como a primeira causa de morte no país.
O trabalho enfatiza também o aumento da possibilidade de cura do câncer infanto-juvenil que vem ocorrendo ao longo dos últimos 30 anos. Há três décadas, 85% das crianças com câncer morriam. Hoje, a chance de cura chega a 85%, segundo Cláudio Noronha da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca - no Brasil, a média de cura gira em torno de 65%.
O objetivo do estudo é oferecer um panorama sobre a situação do câncer infanto-juvenil no país, além de servir como instrumento para o planejamento de ações na área. Luiz Antonio Santini, diretor-geral do instituto, chamou a atenção para a importância do diagnóstico precoce e, para que isso se concretize, da necessidade de os pediatras pensarem em câncer como possível diagnóstico diante de sintomas pouco específicos.
“O câncer da criança, diferentemente do adulto, evolui muito rápido. E os sintomas, como febre e dor de cabeça podem ser confundidos com os de inúmeras outras doenças. Mas, na ausência de outros diagnósticos, os pediatras precisam pensar na possibilidade de se tratar de um câncer”, alertou.
Para Renato Melaragno, presidente da Sobope, a publicação é uma contribuição à sistematização e melhoria das informações sobre o câncer infanto-juvenil no sentido de oferecer um melhor diagnóstico precoce e tratamento.
O portal da Rede Câncer (www.redecancer.org.br) foi lançado no mesmo dia e irá funcionar como área para interação e troca de informações sobre a doença, programas já implementados, metas, referências e diretrizes fundamentais para a disseminação e fomento de novas e mais eficazes ações de controle da doença em todo o país.
(Fonte: Inca -

Atrizes e atores estão proibidos de recomendarem uso de medicamentos

Resolução da Anvisa proíbe atrizes e atores de recomendarem uso de medicamentos
Atores e atrizes famosos protagonizando anúncios publicitários, sugerindo ou recomendando o uso de medicamentos.
Essa cena comum no rádio e na televisão, utilizada pelos fabricantes de remédios que dispensam prescrição, não mais poderá ir ao ar.
As “celebridades” até poderão continuar a aparecer em publicidade, porém sem fazer esse tipo de orientação. A medida consta da Resolução 96/08, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciada em 17 de dezembro pelo diretor-presidente da agência, Dirceu Raposo, e pelo ministro da Saúde José Gomes Temporão.

A resolução também atualiza as regras para a propaganda de medicamentos sob prescrição e traz condições para sua veiculação em eventos científicos e campanhas sociais e para a distribuição de amostras grátis. A medida, que deve entrar em vigor em seis meses, tem como objetivo evitar que a escolha de médicos e pacientes seja influenciada por informações inadequadas, incompletas ou descontextualizadas.
As regras reforçam a proteção da população quanto ao uso indiscriminado de medicamentos, incluídos os de venda livre, cujo uso também acarreta riscos à saúde.
Segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz, o uso incorreto de medicamentos no Brasil é responsável pela intoxicação de uma pessoa a cada 42 minutos.
No caso dos medicamentos isentos de prescrição, além do alerta “Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado”, as propagandas deverão trazer advertências relativas aos princípios ativos. Um exemplo é a dipirona sódica, em cujo anúncio deve constar o aviso “Não use este medicamento durante a gravidez e em crianças menores de três meses de idade”. Nas propagandas veiculadas pela televisão, o ator que protagonizar o comercial terá que verbalizar as advertências. No rádio, a tarefa caberá ao locutor que pronunciar a mensagem. Para o caso de propaganda impressa, a frase de alerta não poderá ter tamanho inferior a 20% do maior corpo de letra utilizado no anúncio.
A resolução da Anvisa também disciplina a distribuição de amostras grátis - a de anticoncepcionais e medicamentos de uso contínuo passará a conter, obrigatoriamente, 100% do conteúdo da apresentação original registrada e comercializada.
Já no caso dos antibióticos, a quantidade mínima deverá ser suficiente para o tratamento de um paciente. Para os demais medicamentos sob prescrição, continua a valer o mínimo de 50% do conteúdo original. Para cumprir as exigências relativas às amostras grátis as empresas terão prazo de 360 dias.

Fonte; Anvisa

Relação médico-paciente

Muitas das dificuldades do atendimento médico resultam da falta de compreensão de que o ato médico tem o compromisso de meio e não de fim. Explico. Quando se inicia um tratamento há da parte do médico a necessidade de empenho no uso de todas as técnicas e conhecimentos que disponha para atingir um resultado melhor, mas atente, não há compromisso de resultado.

São raros os casos de compromisso de resultado e por este motivo os médicos devem evitar prometer o que não lhes é possível. Seria como se um cirurgião plástico garantisse um rosto como o do Brad Pitt, ou da Angelina Jolie, ou sorriso da Monalisa, etc. bem como um tratamento milagroso e que só ele detém. Cura a despeito de tudo. Desconfie, isto é inconcebível.

A ação do anestesiologista é de que se consiga realizar determinado procedimento cirúrgico de forma indolor, mas pode acontecer do paciente não “acordar”. O desejo do obstetra é conseguir entregar à mãe um filho saudável, mas não tem obrigação de que isto aconteça.

Não é obrigação do médico prolongar a vida, mas fazer com que transcorra da melhor forma possível. Não podendo esquecer que boa parte da ação médica depende de ações do paciente. Já disse que na maioria das vezes os médicos devem expor aos pacientes os riscos e os benefícios de um determinado tratamento. Seguir este ou aquele caminho é escolha dos pacientes. É o que no coloquial os americanos diriam: it’s your call.

Grande parte das reclamações médicas resulta da falta de compreensão de como se processa o relacionamento e as responsabilidades de cada um. Médicos erram, todos erramos, e arcamos com as conseqüências advindas. O que não podemos é transferir responsabilidades, expiar nossas culpas transferindo-as para outros. Há um item no código de ética médica que pune o médico quando este tenta transferir seus insucessos a outros.

O tratamento médico não é matemático, não é mágico, é científico e padece de um número muito grande variáveis. Só isto já bastaria para trazer muito desconforto e conseqüências nem sempre agradáveis. Some-se agora aos pacientes que não seguem o sugerido e aceitam interferência de familiares.

Vê-se muitas vezes pacientes, mormente àquelas de risco, que há problemas quando à contra-indicação sendo hipertensas, fumam, engordam, não tomam as medicações sugeridas e aumentam em muito as chances de insucesso e ainda as ouvimos dizer que no pré-natal anterior perdeu o bebe porque o médico não lhes deu a devida atenção.

Lembre-se que no caso dos médicos lhes é proibido atribuir insucesso a outros, aos pacientes, também.

Por Jefferson Delfino

A arte de medicar

Medicina não é ciência exata e sofre muitas influências, um determinado estímulo pode gerar as mais variadas respostas, por isso é tão difícil. Em obstetrícia a situação é quase insana, pois temos dois indivíduos, no mínimo, interagindo e se interferindo mutuamente.

Um médico pode ter opinião, diametralmente oposta do outro, sem que nenhum deles esteja, formalmente, errado. Para tornar um pouco mais insano um terceiro pode opinar e também não concordar. Por fim para coroar a, aparente, insensatez, os três podem estar corretos.

Por estes motivos Medicina é tão difícil, torna debates acalorados e compreensão difícil, ainda assim é interessante notar como as pessoas se esquecem disto e acham que podem se medicar ou tratar com base em informações de amigos, balconistas de farmácia, curiosos de modo geral.

Uso como exemplo quando alguém diz que está usando um medicamento por conta própria se ele seria capaz de imaginar qual o resultado sairia se eu (assumindo que não entendo nada de costura) me dispusesse a fazer uma camisa.

Imaginemos a situação, primeiro qual o tipo de fazenda se usa, depois demanda um conhecimento específico de sorte que imagino o resultado, mesmo que saísse algum, não seria grande coisa.

Se para fazer uma camisa necessita de conhecimento, prática, técnica, que dirá para receitar algum tratamento.

Exemplos de situações são inúmeras até para dirigir é necessário treino e licença porque para praticar Medicina seria diferente?

O ato de receitar envolve, no Brasil, algo em torno de nove mil horas de treinamento e se considerarmos os três anos mínimos para qualquer especialização, o tempo saltará para doze mil horas. Estamos falando em nove anos de formação direta, sem contar cursos, estudos, etc. que entram e nem contamos.

Na próxima vez que for fazer uso de medicamento sem orientação ou ela for proveniente de alguém sem aquele treinamento específico e necessário, pense duas vezes se é a melhor opção.

Se com tudo isso ainda cometemos erros ou encontramos respostas que nem imaginávamos, que dirá sem.


Por Jeferson Delfino

Lesões ligadas a computadores

Lesões ligadas a computadores passam por explosão de casos nos EUA

Monitor é a parte do equipamento que mais causa acidentes no país.

Médicos alertam que crianças precisam de cuidados especiais.

Usuários de computador sofrem com mais do que apenas dores nas costas e síndrome do túnel carpal.
As pessoas estão indo parar nas emergências dos hospitais com cortes, hematomas, torções e fraturas causadas por computadores e seus acessórios. Mais de 90% das lesões ocorrem em casa.

Num estudo publicado na edição de julho do "American Journal of Preventive Medicine", pesquisadores estimam que, em 2006, houve 9.279 entradas na emergência relacionadas a lesões envolvendo computadores – em 1994, foram 1.267. O crescimento representa mais que o dobro do aumento do número de pessoas com computador em casa nesse período.
Os dados vieram do Sistema Eletrônico Nacional de Monitoramento de Lesões, administrado pela Comissão de Segurança do Consumidor dos EUA.

Durante os 13 anos do estudo, mais de 78 mil pessoas entre um mês e 89 anos de idade foram tratadas em emergências de hospitais em decorrência de lesões relacionadas a computadores.

Mais da metade das lesões ocorreram quando as pessoas moviam seus equipamentos, e o monitor foi a parte mais envolvida nos acidentes. As lesões atingiram o ápice em 2003, quando as vendas de monitores de LCD excederam, pela primeira vez, a venda de monitores de tubo de raios catódicos. Os autores sugerem que os monitores mais leves estão causando menos lesões.

"Crianças com menos de cinco anos de idade tiveram o maior índice geral de lesões, assim como o maior índice de crescimento das lesões, em comparação com os outros grupos etários", disse a principal autora do estudo, Lara B. McKenzie, do Nationwide Children's Hospital, em Columbus, Ohio. "Carcaças de computador têm pontas afiadas, os fios podem dar choque ou causar tropeços, e as cadeiras de computador são grande demais para crianças pequenas, o que representa risco de quedas. Temos de transformar nossa estação de trabalho em um lugar seguro para os pequenos."

Globo.com
'New York Times'

7.08.2009

hiperinsulinismo congênito


Garoto que 'não tem fome' se alimenta por tubo no estômago
Família de Joe Bell, 2, quer alertar sobre o hiperinsulinismo congênito, uma produção excessiva do hormônio insulina.

A família de um garoto britânico de dois anos que nasceu com uma disfunção rara - a falta quase total de apetite - está fazendo uma campanha para tentar conscientizar outras pessoas sobre o problema.

O garoto Joe Bell, de Aspatria, no condado de West Cumbria, norte da Inglaterra, tem hiperinsulinismo congênito, decorrente da produção excessiva do hormônio insulina pelo pâncreas. Com isso, os níveis de açúcar no corpo caem a "níveis perigosos". A disfunção pode ser fatal. A família diz que precisa alimentá-lo três vezes ao dia através de um tubo no estômago, porque um dos efeitos colaterais do hiperinsulinismo congênito é "praticamente" uma ausência de fome.

"Desde o primeiro momento em que nasceu, ele nunca se interessou pela amamentação", disse a mãe de Joe, Vicky Bell. "Depois de algumas horas no hospital, os níveis de açúcar no sangue dele foram testados e eram praticamente imperceptíveis." Vicky contou à BBC sobre a dificuldade de alimentar seu filho, e como os médicos chegaram à conclusão de que o tubo estomacal era a melhor solução.

"Nos primeiros dez meses depois que saímos do hospital, ele tinha um tubo que descia pelo nariz até o estômago para alimentá-lo, porque simplesmente não tinha fome", relatou. "Mas ele continuava tirando o tubo, por isso os médicos acharam melhor que o tubo passasse pela barriga." Segundo Vicky, "agora tudo é muito natural, e Joe aceita tudo que fazemos".

Esperança
A mãe disse que, hoje em dia, Joe já está se acostumando a, simplesmente, engolir a comida, mesmo que não tenha fome. Ela tem esperança de que o filho "se livre" do problema no futuro.

Vicky organizou um evento, a ser realizado em agosto, para levantar recursos para o Children's Hyperinsulinism Fund, que financia a pesquisa e promove a troca de informações sobre o hiperinsulinismo na Grã-Bretanha. Joe está sendo tratado em dois hospitais diferentes, o Great Ormond Street, em Londres, e o Royal Manchester.

A enfermeira especialista do hospital infantil de Manchester, Linsey Rigby, disse que o hiperinsulinismo é "controlável" com o paciente em casa, mas que achar uma solução pode requerer "um longo período no hospital, para que os médicos encontrem a melhor maneira de gerenciar a condição da criança".

"Talvez seja necessária uma cirurgia ou talvez a criança tenha de tomar uma série de medicamentos em casa", ela afirmou. "Mas é pedir demais que os pais administrem toda a medicação que prescrevemos."

Globo.com - G1

Atletas deveriam beber cerveja todo dia

Consumo moderado é defendido por médico medalha de prata nas Olimpíadas de 1984.

Além de matar a sede e relaxar, a cerveja ajuda na recuperação após a prática esportiva. A afirmação é do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha, que apresentou um estudo defendendo o consumo moderado da cerveja para os atletas como fonte de hidratação diária.

O estudo "Idoneidade da cerveja na recuperação do metabolismo dos desportistas", apresentado nesta terça-feira (7), foi baseado em relatórios e pesquisas de especialistas em medicina, fisiologia e nutrição da Universidade de Granada com o aval do CSIC.

Segundo o documento, os componentes da cerveja ajudam na recuperação do metabolismo hormonal e imunológico depois da prática desportiva de alto rendimento e também favorecem a prevenção de dores musculares.

A tese é defendida pelo cardiologista e ex-jogador de basquete da seleção espanhola Juan Antonio Corbalán, medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles (1984).

O estudo foi realizado em dois anos e recomenda o consumo de três tulipas de 200 ml de cerveja (ou de 20g a 24g de álcool) para homens e duas para mulheres (10g a 12g) por dia; volume que os autores do relatório definem como moderado.

Cerveja ou suco de laranja
De acordo com os pesquisadores, a cerveja contém 95% de água e é a bebida alcoólica com menor gradação (5% em média). Uma tulipa de 200 ml possui 90 calorias, o mesmo que um copo de suco de laranja.

Para chegar a essa conclusão de consumo na dieta de desportistas, os cientistas fizeram pesquisas com 16 atletas universitários com idades entre 20 e 30 anos, em boa forma física e que alcançavam uma velocidade aeróbica máxima (VAM) de 14 km/h.

Além disso, todos deveriam ser consumidores habituais e moderados de cerveja, manter uma dieta mediterrânea, e não ter hábitos tóxicos nem antecedentes familiares de alcoolismo.

Os testes foram feitos durante três semanas em baterias diárias de uma hora de corrida, sob calor de 35º, 60% de umidade relativa e duas horas de pausa para hidratação.

Nesse intervalo os atletas bebiam água ou cerveja (máximo de 660 ml), alternando as bebidas em cada pausa de hidratação para comparar resultados.

'Tão boa quanto água'
A conclusão foi que a cerveja permitia recuperar as perdas hídricas e as alterações do metabolismo tão bem quanto a água.

Os cientistas usaram parâmetros indicativos como: composição corporal, inflamatórios, imunológicos, endócrino-metabólicos e psico-cognitivos (coordenação, atenção, campo visual, tempos de percepção-reação, entre outros) para comprovar que o álcool não afetava a atividade de hidratação.

O estudo destaca ainda que a cerveja contém substratos metabólicos que substituem algumas substâncias perdidas durante o exercício físico como aminoácidos, minerais, vitaminas e antioxidantes.

Mas, apesar desta defesa do consumo da cerveja, os pesquisadores espanhóis afirmam que o consumo nunca deve passar da moderação, porque o excesso de álcool não se metaboliza e, por isso, afeta o sistema nervoso central.


No caso dos desportistas a recomendação do relatório é beber durante as refeições. Nunca momentos antes de praticar exercícios nem logo depois.

O intervalo indicado para a cervejinha da hidratação é de duas horas antes ou depois de suar.


Globo,com

Terapia baseada na internet pode ajudar pessoas com insônia

Terapia baseada na internet pode ajudar pessoas com insônia
Programa é realizado inteiramente na web, sem presença de terapeuta.
Software utiliza histórias, quizzes e jogos para educar pacientes.

Terapia baseada na internet pode ajudar pessoas com insônia
Programa é realizado inteiramente na web, sem presença de terapeuta.
Software utiliza histórias, quizzes e jogos para educar pacientes.

Pessoas que têm dificuldade para dormir muitas vezes usam a internet noite adentro. E é com esse hábito que muitos podem voltar a ter uma boa noite de sono. Pelo menos é o que indica os resultados promissores de um teste de nove semanas de uma terapia baseada exclusivamente com o uso da web.

Sem a ajuda de um terapeuta humano, o software dá conselhos baseados no ‘diário do sono’ do usuário. Pacientes aprendem a ter hábitos de sono melhores – como, por exemplo, evitar “sonecas durante o dia” – com o uso de histórias, quizzes e jogos.

"É um programa muito personalizado e interativo", diz a co-autora do estudo, Frances Thorndike, da Universidade da Virgínia (EUA), que ajudou a desenvolver o software chamado “Durma Saudavelmente Usando a Internet” (SHUTi, em inglês)

Um programa como esse pode ser uma alternativa de baixo custo para muitos pacientes com problemas de sono, afirma Thorndike, que acrescenta: “pode ser a única opção que não seja baseada no uso de drogas para pessoas que vivem em lugares onde não há nenhum especialista treinado para atender tal paciente.”

Algumas pesquisas mostraram que terapias cognitivas presenciais podem ter bons resultados para insones sem os efeitos colaterais de medicação. O programa SHUTi é baseado nesse estilo de terapia, que ajuda pacientes a mudar hábitos que o leva a ter problemas para dormir.

Resultados

No estudo recente, os pesquisadores recrutaram 45 adultos com insônia moderada e sortearam 22 deles para utilizar o programa da internet. O grupo que recebeu o tratamento não mostrou oscilações de períodos insones. Mesmo depois de seis semanas os resultados continuaram animadores.


A resposta ao programa foi "razoavelmente impressionante e comparável ao que tem com a utilização de tratamentos mais intensivos", contou Jack Edinger, especialista em doenças do sono do centro médico da Universidade de Durham, na Carolina do Norte (EUA), que não está envolvido neste estudo.

Globo.com

Porém, Edinger avisa que os pacientes que participaram do teste não sofriam de apneia do sono ou problemas psiquiátricos. “É necessário testar esse programa em um grupo maior e mais diversificado para determinar se o software pode beneficiar mais gente com problemas para dormir.”

Shelby Harris,do Centro Médico Montefiori, em Nova York (EUA), também especialista em doenças relacionadas ao sono, avisa que algo essencial é perdido na terapia online. “Um terapeuta treinado pode identificar coisas que um software não pode. Como o nível de ansiedade do paciente, por exmplo”, explica Harris, que conclui: “A falta de um terapeuta dificulta a identificação para o tipo de terapia que será utilizada na solução do problema do paciente, mas em casos específicos o programa pode funcionar de forma satisfatória.”

Pessoas que têm dificuldade para dormir muitas vezes usam a internet noite adentro. E é com esse hábito que muitos podem voltar a ter uma boa noite de sono. Pelo menos é o que indica os resultados promissores de um teste de nove semanas de uma terapia baseada exclusivamente com o uso da web.

Sem a ajuda de um terapeuta humano, o software dá conselhos baseados no ‘diário do sono’ do usuário. Pacientes aprendem a ter hábitos de sono melhores – como, por exemplo, evitar “sonecas durante o dia” – com o uso de histórias, quizzes e jogos.

"É um programa muito personalizado e interativo", diz a co-autora do estudo, Frances Thorndike, da Universidade da Virgínia (EUA), que ajudou a desenvolver o software chamado “Durma Saudavelmente Usando a Internet” (SHUTi, em inglês)

Um programa como esse pode ser uma alternativa de baixo custo para muitos pacientes com problemas de sono, afirma Thorndike, que acrescenta: “pode ser a única opção que não seja baseada no uso de drogas para pessoas que vivem em lugares onde não há nenhum especialista treinado para atender tal paciente.”

Algumas pesquisas mostraram que terapias cognitivas presenciais podem ter bons resultados para insones sem os efeitos colaterais de medicação. O programa SHUTi é baseado nesse estilo de terapia, que ajuda pacientes a mudar hábitos que o leva a ter problemas para dormir.

Como enfrentar qualquer gripe que porventura apareça no seu caminho

É sempre bom se prevenir...

A maneira mais correta e saudável de enfrentar essa Influenza A
(erroneamente chamada de gripe suína).

O melhor que vc pode fazer é reforçar o seu sistema imunológico
através de uma alimentação correta e saudável, no sentido de manipular sua imunidade, preparando suas células brancas do sangue (neutrófilos)
e os linfócitos (células T) as células B e células matadoras naturais.

Essas células B produzem anticorpos importantes que correm para
destruir os invasores estranhos, como vírus, bactérias e células de tumores.

As células T controlam inúmeras atividades imunólogicas e produzem duas substâncias químicas chamadas Interferon e Interleucina, essenciais ao combate de infecções
e de tumores.

Quais alimentos são importantes (estimulam a ação do sistema imunológico e potencializam seu funcionamento).

Antes de mais nada, tome pelo menos um litro e meio de água por dia, pois os vírus vivem melhor em ambientes secos e manter suas vias aéreas úmidas desestimulam os vírus. Não a tome gelada, sempre preferindo água natural e de preferência água mineral de boa qualidade.

Não tome leite, principalmente se estiver resfriado ou com sinusite, pois produz muito muco e dificulta a cura.

Use e abuse do Iogurte natural, um excelente alimento do sistema imunológico.
Coloque bastante cebola na sua alimentação.

Use e abuse do alho que é excelente para o seu sistema imunológico. Coloque na sua alimentação alimentos ricos em caroteno (cenoura, damasco seco, beterraba, batata doce cozida, espinafre cru, couve) e alimentos ricos em zinco (fígado de boi e semente de abóbora).

Faça uma dieta vegetariana (vegetais e frutas).

Coloque na sua alimentação salmão, bacalhau e sardinha, excelentes para o seu sistema imunológico.

O cogumelo Shiitake também é um excelente anti-viral, assim como o chá de gengibre que destrói o vírus da gripe.

Evite ao máximo alimentos ricos em gordura (deprimem o sistema imunológico), tais como carnes vermelhas e derivados.

Evite óleo de milho, de girassol ou de soja que são óleos vegetais poli-insaturados.
Importante: mantenha suas mãos sempre bem limpas e use fio dental para limpar os dentes, antes da escovação.

Com esses cuidados acima e essa alimentação... os vírus nem chegarão perto de vc.


Prof. Dr. Odair Alfredo Gomes
Laboratório Morfofuncional
Faculdade de Medicina - Unaerp

7.07.2009

Intoxicação: alerta na cozinha



Metade das contaminações por alimentos estragados ocorre dentro de casa. Perigo está na falta de cuidados com manuseio e conservação da comida. Problema afeta mais quem tem imunidade baixa, crianças, idosos e grávidas

Ovos na porta da geladeira, superfície de madeira para cortar a carne, e o velho pano úmido na pia. É assim que funciona a cozinha da sua casa? Abra o olho, alertam especialistas. A falta de cuidados pode levar a Doenças de Transmissão Alimentar (DTA), problema que atinge gravemente idosos, gestantes, crianças e pessoas com baixa imunidade.


Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, órgão da ONU), no ano passado 82 milhões de brasileiros (43% da população do País) foram internadas com intoxicação alimentar e mais de 6 mil morreram. Metade das contaminações ocorreu dentro de casa.

Os ambientes perfeitos para a proliferação de bactérias, fungos e protozoários são os de temperatura próxima a 37 graus. “Mas a maioria desses micro-organismos se multiplica dentro da faixa entre 4 e 60 graus.
Para impedir o problema, só submetendo os alimentos a temperaturas superiores a 70 graus”, orienta a pesquisadora Tatiana Pastorello, do projeto Cuidar dos Alimentos, da Fiocruz. Depois de pronta, a comida não deve ficar mais de duas horas fora da geladeira.

CONTÁGIO CRUZADO

Na cozinha, nada de manipular diferentes alimentos sem lavar as mãos. “Leva-se micro-organismos de um para outro”, explica Tatiana. Usar a mesma faca, sem lavar, para cortar produtos distintos é perigoso. “Em churrascos acontece muito: a faca que corta a carne crua é a mesma que fatia o alimento servido”, diz. Alimento cozido não está livre do risco de ser contaminado, se tiver contato com alimento cru, que é onde os micro-organismos proliferam. O problema ocorre com facilidade ao se colocar, na mesma vasilha, carne crua e alimentos cozidos.

Ou quando a mesma tábua de carne é usada, ainda suja, para cortar alimentos ‘in natura’, como temperos e saladas.

O ovo é um dos alimentos que mais recebe ressalvas. “Pode transmitir salmonella. Se a casca quebrar, há risco de contaminar a gema. Colocá-los na porta da geladeira é arriscado: o abre e fecha causa microfissuras que provocam o contágio”, orienta o microbiologista Roberto Martins Figueiredo.
“Comer ovo cru ou com a gema mole é perigoso”. Alimentos folhosos devem ser bem lavados em água corrente.

O Dia

7.06.2009

Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos no Brasil

Agência Nacional de Vigilância Sanitária redefiniu as regras para o registro de medicamentos no Brasil e sua renovação.

As mudanças se basearam nos seguintes pontos:
1. Reconhecimento de três categorias principais para o registro de medicamentos:
homeopáticos, fitoterápicos e substâncias quimicamente definidas;
2. Verificação da qualidade quanto à reprodutibilidade (igualdade entre lotes),
segurança e eficácia terapêutica dos medicamentos dentro das três categorias,
por meio de comprovação laboratorial ou de estudos clínicos;
3. Controle da matéria-prima;
4. Redefinição das categorias de venda para medicamentos: isentos de prescrição
médica, com prescrição médica e controlados;
5. Exigência da certificação de Boas Práticas de Fabricação para a concessão de
registro para linha de produção de medicamentos;
6. Redução da assimetria de informação (diferenças dos níveis de informação
na cadeia prescritor-farmácia-paciente) e aumento do controle sobre o
direcionamento e conteúdo adequados da propaganda de medicamentos;
7. Aumento do controle da venda de medicamentos de tarja preta;
8. Participação nas estratégias que facilitam o acesso a medicamentos pela maioria
da população;
9. Informatização e desburocratização do processo de registro e das alterações
pós-registro;
10 Ampliação do monitoramento da qualidade dos medicamentos em
comercialização;
11. Redução do número de associações irracionais (dois ou mais princípios ativos
que possam levar a um aumento da toxicidade sem aumento de eficácia;
princípios ativos em quantidade insuficiente para atingir o efeito desejado ou
em desacordo com guias de prática clínica);
12. Reforço na fiscalização quanto à utilização de nomes comercias pelos
fabricantes que possam induzir erros de prescrição e automedicação.

Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos no Brasil

AS TRÊS CATEGORIAS
Cada categoria, por conta de suas especificidades, exige legislação própria. A
Homeopatia afirma que os medicamentos têm propriedades terapêuticas produzidas
por uma energia vital proveniente do processo de dinamização de extratos vegetais,
animais ou minerais. A Fitoterapia entende que os extratos vegetais, compostos
de substâncias produzidas pela natureza, são tão ou mais seguros e efi cazes que
os produzidos sinteticamente. A produção de medicamentos com substâncias
quimicamente definidas faz uso da tecnologia de produção oriunda de sínteses
químicas ou biológicas ou do isolamento de substâncias da natureza.

QUALIDADE
A inspeção nas linhas de produção de medicamentos é um meio para comprovar
seu funcionamento em acordo com padrões que garantem a qualidade dos produtos.
Na inspeção, a linha de produção deve estar condizente com a descrição detalhada
do processo de produção e com as metodologias de controle de qualidade nas
diferentes etapas. O perfil de segurança e eficácia é obtido por meio da análise dos
ensaios clínicos (fase 3) de produtos novos ou da revisão bibliográfica de utilização
em diferentes subgrupos populacionais em produtos de uso tradicional.
Para as cópias, genéricos e similares, não há necessidade de repetir os ensaios
clínicos (fase 3), desde que seja comprovada equivalência farmacêutica (teste in
vitro, para comprovar que têm a mesma formulação) e bioequivalência (teste in
vivo - biodisponibilidade relativa - para comprovar que têm a mesma absorção e
distribuição na corrente sanguínea) para os que necessitam ser absorvidos pelo trato
gastrintestinal. Os medicamentos de referência são aqueles que tiveram eficácia e
segurança comprovadas por ensaio clínico de fase 3 (além de terem sido aprovados
nas fases 1 e 2).

CONTROLE DA MATÉRIA-PRIMA
A qualidade das matérias-primas influencia na qualidade dos medicamentos.
As empresas devem certificar seus fornecedores para garantir a equivalência e a
5
Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos no Brasil
bioequivalência dos medicamentos que produzem. Se houver alterações no processo
de fabricação de uma matéria-prima ou alteração de fornecedor, a equivalência
farmacêutica e a bioequivalência podem ser comprometidas. A certifi cação de
fornecedores e o controle de qualidade quando do recebimento da matéria-prima
na empresa são itens inerentes às Boas Práticas de Fabricação.
A Anvisa vem certificando as indústrias nacionais de farmoquímicos que
seguem as Boas Práticas de Fabricação, além de manter atualizado o regulamento
técnico '64estes procedimentos. Um banco de dados com informações sobre
produtos rejeitados em testes de qualidade está em construção para maior controle
dos insumos. A Agência também investe recursos nas pesquisas da Farmacopéia
Brasileira para incremento da produção de padrões a serem utilizados em testes
analíticos no País. Em complemento a isto, a atualização da Denominação Comum
Brasileira, para fi ns de publicação e utilização para a importação, permitirá
conhecimento amplo e específico de quais matérias-primas estão entrando no
Brasil. Essas informações se somarão às informações sobre quais matérias-primas
são produzidas dentro do País. Este conjunto de medidas possibilitará a criação de
um banco de dados que contenha a procedência e a qualificação do fornecedor.
Assim, haverá monitoramento de produtos específicos desde o momento de sua
entrada no País, o que, em situações de risco sanitário, pode ser uma informação
de fundamental relevância para tomadas de decisão pela Vigilância Sanitária.

CATEGORIA DE VENDA
Foi criada legislação específica para definição de medicamentos de venda sem
prescrição a partir de uma lista que contempla três quesitos definidos a priori, e
que os medicamentos devem preencher: grupo terapêutico, indicações terapêuticas
e exceções.
Em função de um grande afluxo de propagandas de medicamentos que não
estavam sujeitos à prescrição, porém de indicações terapêuticas cuja efi cácia
é controvertida, alguns medicamentos foram incluídos como de venda com

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÂO E CONTROLE
Inspeções periódicas em linhas de produção no espaço fabril pela
Vigilância Sanitária têm levado à modernização das linhas de produção e
a uma maior capacidade de garantir a qualidade de medicamentos pelos
fabricantes. Para fortalecer o cumprimento da legislação específica que trata
das Boas Práticas de Fabricação e Controle, o registro de produtos somente
será aprovado em caso de condições satisfatórias na última inspeção e com
o pedido de certificação da linha inspecionada já protocolado na Anvisa,
por parte da empresa.

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO E FALSA PROPAGANDA
As bulas e rótulos são instrumentos de informação sobre medicamentos
dirigidos aos pacientes, dispensadores e prescritores por parte da indústria.
Estes instrumentos costumavam a ser usados para f ins de marketing e não
havia controle por parte da Vigilância Sanitária sobre o conteúdo das bulas.
Este ano será lançado um Compêndio de Bulas de Medicamentos que suprirá
a necessidade de informação para pacientes, dispensadores e prescritores.
As informações que estavam presentes nas bulas dos medicamentos em seu
país de origem, não poderão ser suprimidas. Similares e genéricos deverão
seguir o conteúdo das bulas dos medicamentos de referência.
As propagandas diretas ao consumidor e aos prescritores vêm sendo
monitoradas por meio de um convênio com universidades. Aqueles que
violarem as leis atuais e divulgarem falsas informações estarão sujeitos a
multas e processos judiciais.
A existência de um Compêndio de Bulas e de um Bulário Eletrônico,
com conteúdo validado pela Vigilância Sanitária, em muito contribuirá
para o aperfeiçoamento das ações de assistência farmacêutica, uma vez que
haverá maior confiança nas informações.

CONTROLE DA VENDA DE MEDICAMENTOS COM TARJA PRETA
O uso racional de medicamentos depende de diversas iniciativas, incluindo
o aperfeiçoamento dos recursos humanos na área da saúde. A Anvisa, por meio
da Gerência de Vigilância em Serviços de Saúde, vem promovendo cursos de
Boas Práticas de Prescrição em alguns Hospitais-Escolas do País. Porém, além da
prescrição racional, cabe o controle informatizado da distribuição e do consumo
de medicamentos de alto risco para evitar abusos em sua utilização. Este ano
será implantado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados
(SNGPC), que permitirá o aperfeiçoamento do controle da movimentação de
medicamentos, substâncias e plantas controladas. Após a efetivação deste sistema
para medicamentos controlados, o mesmo será estendido a medicamentos de tarja
vermelha. Desta forma, o gerenciamento das movimentações, desde a fabricação/
importação até o consumo final de tais produtos, poderá ser efetivamente
acompanhado pelos órgãos de controle competentes.
PARTICIPAÇÃO NAS ESTRATÉGIAS PARA AMPLIAR O ACESSO
Hoje, a aprovação de um medicamento novo no Brasil também leva em conta
dados de preço no mercado internacional, para que o governo possa negociar valores
adequados ao consumidor brasileiro. Os medicamentos genéricos, no momento
do seu lançamento, são 35% mais baratos que os medicamentos de referência.
Os laboratórios oficiais que produzem medicamentos distribuídos pelo SUS,
gratuitamente, estão isentos das taxas da Anvisa e têm prioridade na análise de
seus processos. A execução da política de controle de preços de medicamentos é
defi nida pela Câmara de Medicamentos com participação interministerial.

INFORMATIZAR E DESBUROCRATIZAR
A construção do banco de dados da Anvisa (Datavisa) facilitará a rastreabilidade,
a verifi cação de toda a história de um produto desde o seu registro. É um processo
em construção que se aprimora dia a dia com a entrada de dados no sistema e
seu desenvolvimento concomitante em termos de complexidade. Processos como
petição eletrônica, avaliação de bulas e transmissão de dados de farmacovigilância
já estão em andamento. Hoje as petições são organizadas eletronicamente o que
facilita a transparência das atividades e o planejamento adequado para suprir a
demanda de análise de processos.
A introdução da notificação de contratos de terceirização de etapas de produção
no lugar de petições para a análise e a anuência prévia para estes contratos pela
Anvisa vem contribuir para a desburocratização. O cumprimento das regras dos
contratos de terceirização será averiguado durante as inspeções de Boas Práticas
de Fabricação por linha de produção.
MONITORAMENTO DO MERCADO
A farmacovigilância tem uma rede que já conta com a adesão de várias empresas,
centros de toxicologia, secretarias estaduais de saúde e cem hospitais-sentinela,
além de acesso a dados internacionais. Para este ano, está prevista a conclusão
do processo informatizado da coleta e análise de dados. Os hospitais-sentinela
já estão conectados em rede e o envio dos relatórios à Organização Mundial da
Saúde (OMS) ocorrerá por meio eletrônico. Hoje, existem atividades regulares
de monitoramento do mercado de medicamentos genéricos, área onde estão
sendo buscados os avanços necessários. Para facilitar a produção de padrões de
qualidade no Brasil a preços compatíveis houve um grande apoio ao crescimento
e estruturação da Farmacopéia Brasileira (instituição que cuida da padronização
das fórmulas farmacêuticas).
REDUÇÃO DE ASSOCIAÇÕES IRRACIONAIS
Na alopatia sintética, associações racionais são aquelas em que há evidência
de aumento de eficácia sem aumento de toxicidade; os diferentes fármacos
têm mecanismos de ação distintos e atendem a um único diagnóstico. As
associações podem se apresentar em uma mesma formulação ou em duas ou mais
lapresentações em uma mesma embalagem, para uso concomitante ou seqüencial.
A nova legislação exige estudos clínicos (fase 3) para a permanência no mercado
de associações entre drogas sintéticas e fitoterápicos, e/ou homeopáticos, e/ou
vitaminas, e de associações com quatro ou mais princípios ativos sintéticos. Entre
antigripais e hepatoprotetores, alguns princípios ativos foram listados para serem
retirados das formulações.

• REPRESSÃO À FALSIFICAÇÃO
Três medidas conjuntas estão em andamento para combater a falsificação
de medicamentos no País: obrigação de constar o número do lote em cada nota
fiscal de medicamentos transportados, cadastramento dos estabelecimentos
farmacêuticos na Anvisa e capacitação de inspetores das vigilâncias sanitárias
estaduais. Essas medidas permitem que as regulamentações quanto a exigências de
qualidade se ampliem sem o risco de que as empresas, que não queiram se adaptar
às novas legislações, insistam em permanecer no mercado de forma clandestina.

• ENCONTROS TÉCNICOS COM AS VIGILÂNCIAS SANITÁRIAS ESTADUAIS
Entre 2002 e 2003 realizaram-se oito encontros técnicos com as vigilâncias
sanitárias estaduais para discussão, principalmente, de aspectos relacionados
à farmacovigilância, inspeções, estudo das propostas de regulamentação em
consultas públicas, farmácias de manipulação e outros temas específi cos. Este
ano novos encontros vêm ocorrendo.
• REPACTUAÇÃO DO TERMO DE AJUSTES E METAS COM ESTADOS E
MUNICÍPIOS
O Termo de Ajuste e Metas (TAM), acordado em 2003 para vigir em 2004,
facilitará a integração das atividades entre a Anvisa, os estados e os municípios,
permitindo maior eficiência das atividades descentralizadas e delegadas.
• FARMÁCIA MAGISTRAL E “FARMÁCIA VIVA”
A regulamentação de registro de produtos fi toterápicos tem como abrangência
medicamentos cujos princípios ativos são exclusivamente derivados de drogas
10
Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos no Brasil
vegetais. Não é objeto de registro planta medicinal ou suas partes, após processos
de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada. Portanto, as autodenominadas “farmácias vivas” não são objeto de
regulamentação pela Anvisa, no momento.
Quanto às farmácias magistrais, há uma legislação em vigor sobre Boas Práticas
de Manipulação. Em 2003, tendo em vista óbitos por imperícia na prática de
manipulação com produtos de alto risco (pequenas variações na formulação podem
causar danos graves à saúde), estes chegaram a ter sua manipulação proibida. A
medida foi substituída por nova legislação com critérios mais rígidos de controle
sobre a atividade.
• MEDICAMENTOS NOVOS
Na área de medicamentos novos, a Câmara Técnica de Medicamentos
deixou de ser a única responsável pela avaliação da eficácia e segurança destes
produtos, e passou a ter, principalmente, a função de subsidiar a Agência por
meio da padronização de critérios de análise e da emissão de pareceres sobre
temas controversos. Uma postura importante adotada pela Anvisa foi a de
não aprovar o registro de medicamentos oncológicos novos que não tenham
comprovado sua eficácia por ensaios clínicos controlados, independentemente
de eles terem sido registrados por agências reguladoras de outros países. Até
que tais evidências sejam apresentadas e aceitas, esses produtos podem ser
utilizados no País em ensaios clínicos e em programas de acesso expandido,
situações nas quais o ônus permanece com as empresas farmacêuticas, ao invés
de ser transferido para o SUS.
• PESQUISA CLÍNICA
Na área de pesquisa clínica três propostas de regulamentação passaram por
consulta pública, e mais duas propostas deverão passar pelo mesmo processo
ainda este ano. As consultas relativas à obrigatoriedade de notificação de eventos
adversos observados em estudos clínicos e a de realização de auditorias nestes
estudos representam um avanço considerável no controle da pesquisa clínica
no País, pois permitirão que a Anvisa acompanhe o desenrolar desses estudos
ao invés de apenas aprovar sua realização.
11
Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos no Brasil
• PATENTES
Os pedidos de patentes de produtos e processos farmacêuticos passaram a
ter sua análise obrigatória pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde
1999, por meio do instituto da anuência prévia. Ressalta-se que esta anuência é
concedida, ou negada, após a avaliação do pedido, considerando além dos aspectos
formais da análise (verificação técnica dos requisitos de patenteabilidade), os
aspectos próprios de saúde pública (acesso aos medicamentos e avaliação técnica
dos compostos).
Vale lembrar que quando a patente é concedida o seu detentor passa a ter direitos
exclusivos de exploração do objeto protegido (produção, utilização, comercialização
sem concorrência, venda ou importação) pelo período de 20 anos. Por isso, há a
necessidade de análise criteriosa dos requisitos para a concessão de tal benefício,
tendo sempre em conta que esta proteção pode se refl etir diretamente no custo
fi nal do medicamento.
• FISCALIZAÇÃO QUANTO A NOMES COMERCIAIS
Há regras que impedem que medicamentos diferentes tenham nomes
semelhantes e também que uma empresa comercialize o mesmo produto com
mais de um nome comercial. Medidas para reforçar a fi scalização quanto a este
aspecto vem sendo adotadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo ora em andamento visa qualificar o mercado farmacêutico nacional
refletindo anseios dos consumidores, dos profissionais de saúde, dos fabricantes
e de instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS). Este processo, “sem volta’’,
está sujeito a avaliações periódicas visando à correção de rotas e à absorção de
fatores que se revelarem importantes para sua adequação no próprio momento
histórico de sua construção. A mudança é gradual, em acordo com parâmetros
internacionais, contudo levará a uma desejável realidade no futuro: a certeza de
que todos os medicamentos à disposição no País terão acréscimos fundamentais
nos quesitos de segurança, eficácia e qualidade.
Brasília, setembro de 2004.

Fonte: Anvisa

NORMA TÉCNICA PARA O TRABALHO EM PÉ E SENTADO: VIGILÂNCIA EM SAÚDE

NORMA TÉCNICA PARA O TRABALHO EM PÉ E SENTADO

Considerações
As questões de posturas no trabalho são tratadas por algumas empresas, gerentes, trabalhadores, profissionais da saúde e do esporte, principalmente como um problema de caráter individual, incorrendo no viés de que a correção destas por parte do indivíduo minimizaria/ eliminaria o risco. O mobiliário ajustável é utilizado indistintamente como medida de adequação de postura, ficando a critério do usuário o ônus do seu ajuste e a adequação da postura. As intervenções na maioria das vezes passam por medidas educativas e de orientações posturais que não são suficientes para o enfrentamento individual e coletivo desta problemática.
Dados da bibliografia nacional e internacional apontam para a associação de vários agravos à saúde relacionados à manutenção de posturas fixas, tais como: Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), distúrbios vasculares periféricos, relacionados ao sistema digestório, alterações neurosensoriais, etc.
Os dados sobre os atendimentos a trabalhadores de diversos ramos de atividades nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no Município de São Paulo indicam que houve um aumento de casos de LER/DORT na década de noventa, constituindo uma das principais demandas. Nos últimos anos, com o risco de desemprego, a introdução de novas tecnologias e mudanças organizacionais, constata-se que esta demanda tem outra característica: trabalhadores com LER/DORT em estágios mais avançados. Sabe-se que estes distúrbios são decorrentes de diversos fatores, não sendo exclusivo o fator biomecânico, mais especificamente as questões de postura. Identifica-se a organização do trabalho como um dos principais fatores na determinação das posturas no trabalho, na escolha dos equipamentos/ ferramentas/ máquinas/ mobiliário, concepção do trabalho e tempo de exposição, que contribuem para o desenvolvimento das LER/DORT, (NATIONAL RESEARCH COUNCIL 1998, NIOSH 2000, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001), bem como os distúrbios já citados.
Também é importante ressaltar que a população acometida por estes agravos é jovem, nos estágios mais avançados, com seqüelas físicas e psicológicas, limitações e impedimentos permanentes para a realização das atividades cotidianas e do trabalho.
O alto índice de desemprego e as novas formas de reestruturação produtiva têm propiciado no Município de São Paulo a criação de atividades de comércio, cabeleireiros, manicures, clínicas de estética, serviços de assessoria e suporte de informática, bares, restaurantes, entre outros, o que vem contribuindo para o aumento do tempo de manutenção na postura em pé e sentada.
A freqüência do trabalho envolvendo o uso de microeletrônica tem contribuído para a manutenção da postura sentada mais fixa junto ao computador.
A permanência das posturas fixas (sentado ou em pé) durante a jornada de trabalho também contribui para a diminuição do tempo de alternância postural.
As posturas são impostas e a concepção e a organização do trabalho determinam a possibilidade ou não de variar as posturas e ter autonomia sobre elas.
Parte-se do princípio que não existe uma postura única “adequada”, além disto, esta terminologia embute uma valoração negativa ou positiva sobre uma atitude/ comportamento individual e descarta os diversos aspectos que envolvem o trabalho.
Freqüentemente, a adoção destas medidas ocorre de maneira compulsória, sem discriminar os trabalhadores que já portam alguma patologia relacionada ou não ao trabalho. Na concepção e aplicação das intervenções comumente se desconsideram as alternâncias posturais e de movimentos nas tarefas. Esses aspectos podem contribuir para agravar e/ ou propiciar o aparecimento de agravos à saúde.
Considerando as premissas anteriores, as atribuições da COVISA no Código Sanitário Municipal, que determina a elaboração de instrução normativa para a proteção da saúde do trabalhador e a lacuna de instrumentos normativos pertinentes a essa questão no âmbito do Município de São Paulo, institui-se esta norma técnica, com o objetivo de nortear a atuação das autoridades sanitárias, dos profissionais da Vigilância em Saúde do Município de São Paulo, empregadores, sindicatos e empregados nas obrigações e recomendações sobre o trabalho nas posturas em pé, sentado e alternado.
A instituição de norma técnica pelo órgão competente do sistema de vigilância em saúde municipal encontra amparo legal na Constituição Federal, na Lei Federal nº 8080/90 e na Lei Municipal nº 13725/2004, que instituiu o Código Sanitário do Município de São Paulo.
De acordo com o artigo 7º, inciso XXII da Constituição Federal são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
Estabelece o artigo 23, inciso II da Carta Magna, competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde.
O artigo 196 da CF estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução de doenças e de outros agravos, competindo ao Sistema Único de Saúde executar as ações de vigilância sanitária, epidemiológica e de saúde do trabalhador (artigo 200 inciso II da CF).

Cumprindo a norma constitucional a Lei Federal nº 8080/90 incluiu no campo de atuação do SISTEMA ÚNICO DE SAUDE a execução de ações de saúde do trabalhador e a colaboração na proteção do meio ambiente, já que o trabalho pe um dos fatores determinantes e condicionantes da saúde.
Por esta razão estabeleceu em seu artigo 15, inciso VI competência concorrente da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para elaborar normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para a promoção da saúde do trabalhador.
Cumprindo os ditames constitucionais e da lei federal a Lei Municipal nº 13.725/2004, norteada pelo princípio da precaução, determinou aos órgãos de vigilância em saúde municipais a adoção de medidas intervencionistas preventivas quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis à vida, à saúde e ao meio ambiente.
Dentre essas medidas o artigo 10º da referida lei atribuiu à direção municipal do Sistema Único de Saúde, em articulação com o órgão competente de vigilância em saúde, competência para elaboração de normas, códigos e orientações no que diz respeito as questões das vigilâncias sanitária, ambiental, epidemiológica e em saúde do trabalhador.
Para tanto impôs às autoridades sanitárias que executam ações de vigilância em saúde do trabalhador para desempenhar suas funções, o dever de estabelecer normas técnicas para a proteção da saúde no trabalho (artigo 38 inciso VII).
De acordo com o artigo 43 do mesmo diploma legal a organização do trabalho deve adequar-se às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, tendo em vista as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, quer diretamente por meio dos fatores que a caracterizam, quer pela potencialização dos riscos de natureza física, química, biológica e psicossocial, presentes no processo de produção, estabelecendo em seu parágrafo único que, na ausência de norma técnica federal e estadual, o órgão competente do sistema de vigilância em saúde municipal elabore instrumentos normativos relacionados aos aspectos da organização do trabalho e ergonômicos que possasm expor a risco a saúde dos trabalhadores.
Em cumprimento a esses ditames legais é que a subgerência de vigilância em saúde do trabalhador apresenta para apreciação e aprovação a presente norma técnica que complementa a NR 17.
Esta norma indica a adoção de posturas mais próximas das consideradas neutras, ou seja, aquelas que impõem a menor carga possível sobre articulações e segmentos musculoesqueléticos (Rio e Pires, 1999). Quando isto não for possível, deve-se proporcionar maior aproximação das posturas neutras para minimizar ou eliminar os agravos à saúde relacionados ao trabalho.
Com o objetivo de considerar o que será apresentado nos enunciados, é importante definir os conceitos para a aplicação prática deste instrumento.

Definições:
A postura é uma atitude adotada pelo corpo; a disposição do corpo no espaço. Uma postura natural deve ser aquela que, segundo os princípios da biomecânica, as articulações ocupem posição neutra, ou seja, sem movimentos, por exemplo, de extensão ou flexão ou inclinação. Deve ser uma postura que não exija grande esforço para mantê-la e assim não prejudique o organismo, não crie sobrecargas funcionais ou condições que a longo ou curto prazo possam originar processos patológicos (Queiróz 1998).
Postura é a posição assumida pelo corpo por meio da ação integrada dos músculos operando para contra-atuar com a força da gravidade ou quando mantida durante inatividade muscular. Além dos mecanismos intrínsecos que influenciam a postura, como é o caso, principalmente do sistema muscular, fatores extrínsecos, tais como a superfície de sustentação, precisam também ser considerados, uma vez que o modo como elas são construídas torna-se um aspecto importante que influencia as posturas da coluna. Muitas posturas são naturalmente assumidas durante o curso das 24 horas, sendo consideradas apenas aquelas de uso mais corrente: sentado, alternado e em pé (Oliver e Middletich (1998).

FUNÇÕES DA POSTURA
Segundo Moraes e Mont’Alvão (1998) pode-se atribuir à postura várias funções:
- A manutenção dos segmentos corporais no espaço. Neste caso, consideram-se apenas os mecanismos fundamentais e necessários para agir contra a gravidade: características biomecânicas do corpo humano, informações externas e exteroceptivas (musculares, articulares, do labirinto, visuais, auditivas), estruturas nervosas de integração e de comando dos músculos antigravitacionais, atividades destes músculos;
- A atividade primordial do homem. Mas não se trata somente de se manter em pé ou sentado mas também agir; portanto a postura é suporte para tomada de informação e para a ação motriz no meio exterior. Simultaneamente ela é meio para localizar as informações exteriores em relação ao corpo e modo de preparar os segmentos corporais e os músculos com o objetivo de agir sobre o ambiente. Ela participa da atividade e ela é em si mesma, um meio para realizar a atividade;
- meio de expressão e de comunicação. Ela é um sinal da atividade, portanto, um meio de comunicação com os outros para a realização do trabalho;
- elemento significativo essencial da atividade de trabalho. Certas posturas não estão ligadas apenas à atividade de trabalho, mas às dificuldades superpostas.
A postura depende, por um lado, dos constrangimentos ditos externos, quer dizer, da tarefa a realizar e das condições ditas internas do indivíduo, ou seja, de seu estado geral, de seu estado físico-sensorial, de sua experiência, de suas características antropométricas.

POSTURA E AGRAVOS À SAÚDE RELACIONADOS AO TRABALHO:
A atividade postural é uma fonte essencial de informações proprioceptivas que permite encadear o caráter espacial das informações exteriores com a situação dos diferentes segmentos corporais no espaço. A postura como aspecto fundamental da atividade motriz é uma parte da carga de trabalho. (....) Somente se pode descrever uma postura quando se considera a duração, ou seja, a mudança ou a manutenção de uma postura (Moraes e Mont`Alvão,1998).
As posturas fazem parte dos elementos da análise do trabalho mais evidentes e que, no entanto, não são correta e devidamente valorizadas. A postura adotada como resposta comportamental do operador passa a ser um critério essencial por ser um elemento observável (Moraes e Mont`Alvão,1998). A partir da observação e análise da postura é possível evidenciar sinais de cansaço, os aspectos relacionados à saúde e possíveis agravos.
As pessoas adotam posturas para o desenvolvimento da atividade do trabalho e para o descanso. Essas posturas podem produzir cargas e torques adequados para a manutenção e promoção da saúde ou podem ser excessivas, ou mesmo, insuficientes para sua preservação, levando à deterioração (Rio e Pires, 1999)
As posturas gerais básicas são as posições em pé (parado e andando), sentado, de cócoras e deitado. Além destas, há posturas segmentares, relacionadas a segmentos particulares, que são adotadas, tendo como base as posturas gerais (Rio e Pires, 1999).
Neste instrumento normativo somente as posturas sentada, em pé e alternada serão tratadas por serem as mais adotadas.
Caillet (1986) diz que a pressão intradiscal na posição em pé, passa para 10 kg e na posição sentada, para 15kg, em cada disco intervertebral.
A posição sentada exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter esta posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o osso ísquio, nas nádegas. O consumo de energia é de 3 a 10% maior em relação à posição horizontal. A posição ligeiramente inclinada para frente é mais natural e menos fatigante que aquela ereta (IIda, 1992).
Nachemson e Elfstrom em 1970, citado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (2004) em relação à influência sobre a postura sentada ou em pé, devido aos movimentos dos segmentos corporais, demonstraram que inclinações do tronco para frente, ou torções do tronco, devido às exigências da tarefa (visuais ou de movimentos) levam a um aumento de mais de 30% de pressão sobre o disco intervertebral.
Por outro lado, inclinar ligeiramente o corpo para frente mantém o corpo em equilíbrio. A distância visual para a leitura pode ser, em alguns casos, uma outra razão para se curvar levemente para frente. Portanto, pode haver um conflito de interesse entre as demandas dos músculos e as demandas dos discos: enquanto os discos preferem a posição ereta, os músculos preferem a posição levemente inclinada para frente. Recostar em um apoio de costas bem desenhado alivia a coluna e os tecidos conectivos (especialmente os músculos) das costas. Tanto a postura recostada quanto a postura com as costas apoiadas (postura para escrever) reduzem a pressão nos discos intervertebrais. (Kroemer e Grandjean 2000).
A posição parada em pé é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição. O coração encontra maiores resistências para bombear sangue para os extremos do corpo. As pessoas que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecem estáticas ou com pouca movimentação (Iida, 1992).
Na posição em pé, a cintura pélvica é inclinada para frente devido à tensão dos músculos anteriores da coxa, de modo que o ângulo entre a superfície superior do sacro e a horizontal é de aproximadamente 50- 53° (Hellems e Keats apud Oliver e Middleditch, 1998). Esta inclinação, juntamente com a compressão exercida pelo peso do corpo sobre a coluna lombar, acentua a lordose neste nível (Renner 2002).
A postura em pé não pode usualmente ser mantida por longos períodos e as pessoas recorrem ao uso assimétrico das extremidades inferiores, usando alternadamente a perna direita e esquerda como principal apoio. É provável que assim procedam a fim de lidar com as inadequações de suas circulação venosa e arterial ou com vistas a manter uma reduzida lordose, com conseqüente redução de forças compressivas sobre as articulações apofisárias (Adams e Hutton citado por Oliver e Middleditch, 1998).
Muitas vezes é necessário inclinar a cabeça para frente para se ter uma melhor visão, como nos casos de pequenas montagens, inspeção de peças com pequenos defeitos ou leitura difícil. Essas necessidades geralmente ocorrem quando: o assento é muito alto; a mesa é muito baixa, a cadeira está longe do trabalho que deve ser fixado visualmente ou há uma necessidade específica, como no caso do microscópio. Essa postura provoca cansaço rápido dos músculos do pescoço e do ombro, devido, principalmente, ao momento (no sentido da Física) provocado pela cabeça, que tem um peso relativamente elevado (4 a 5 kg).
As posturas secundárias são aquelas que as pessoas de maneira consciente e inconsciente utilizam para variar as exigências musculoesqueléticas (??).
O ideal é que haja flexibilidade postural porque a variação de posição ora favorece as articulações, ora favorece a economia de energia, uma vez que não existe uma única postura que satisfaça as duas necessidades. Variar as posturas corporais permite ao indivíduo, por meio do sistema musculoesquelético, alternar os focos principais de exigências, ao mesmo tempo em que propicia mobilidade para esse sistema e a manutenção da saúde de músculos, tendões, etc (Rio e Pires 1999).
Quando o posto de trabalho é inadaptado, os trabalhadores assumem posturas não indicadas para que se possa realizar as operações do ciclo de trabalho.
Para cada articulação, pode-se definir uma postura de base em que as exigências ligadas à sua manutenção são mínimas e as estruturas anatômicas estão em posições favoráveis.
Uma postura é não indicada quando, por exemplo, o corpo tem de lutar contra a gravidade para mantê-la. Ocorre quando as estruturas anatômicas encontram-se em má posição para poderem funcionar de maneira eficaz. Sabemos do desconforto sentido quando o punho é mantido em flexão ou extensão extrema32.
As posturas no trabalho vão depender do estado físico do homem, da disposição das máquinas e dos equipamentos no espaço de trabalho, das características do ambiente, da forma das ferramentas e suas condições de utilização, do produto utilizado, do conteúdo das tarefas, da cadência e ritmo de trabalho e da freqüência e duração das pausas.
Riscos à saúde decorrentes das posturas rígidas/ fixas no trabalho:

Vários riscos à saúde estão associados com posturas rígidas no trabalho, listados a seguir. Deve-se evitar ao máximo reproduzir estes constrangimentos posturais, visando eliminar ou minimizar os agravos à saúde.
No caso da postura em pé sem movimentar, há o risco de varizes nos pés e pernas, dor ou lesão em região lombar; sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris);
Na postura sentada, a manutenção prolongada pode levar a uma flacidez dos músculos do abdômen e ao desenvolvimento da cifose, sedentarismo e a adoção de posturas desfavoráveis, ocasionando lordose.
O sentar-se curvado para frente deve ser desfavorável para os órgãos internos, em especial os da digestão e da respiração, contribuindo para o aparecimento e agravamento de transtornos circulatórios, digestórios e respiratórios.
A postura sentada associada à dificuldade para acomodação de joelhos, pernas e pés, a compressão da face posterior dos músculos da coxa e da panturrilha, provocada por inadequação de mobiliário, layout, arranjo físico e outras características das atividades de trabalho, comprometem o conforto circulatório, podendo gerar distúrbios deste sistema.
Por melhor que seja a postura sentada, ela impõe carga biomecânica significativa sobre os discos intervertebrais, principalmente, da região lombar.
As dores no pescoço começam a parecer quando a inclinação da cabeça, em relação à vertical, for maior que 30°. Nesse caso, deve-se tomar providências para restabelecer a postura vertical da cabeça, de preferência com até 20 ° de inclinação, fazendo-se ajustes na altura da cadeira, mesa ou localização da peça. Se isso não for possível, o trabalho deve ser programado de modo que a cabeça seja inclinada durante o menor tempo possível e seja intercalado com pausas para relaxamento, com a cabeça voltando à sua posição vertical.
O trabalho sentado, associado a pouca movimentação, tem como conseqüência carga estática sobre certos segmentos corporais que, embora possa não ser intensa, se muito prolongada e associada à inércia musculoligamentar, pode produzir fadiga.
1) mesa de trabalho excessivamente alta a coluna fica retificada, originando esforço estático da musculatura do dorso para ser mantida nessa situação;
2) Sentado ereto, sem apoio para as costas: dor/ lesão em região lombar;
3) Sentado, sem um bom descanso para os pés a uma altura correta: dor/ lesão nos joelhos, pés e região lombar;
4) Sentado, com os cotovelos apoiados em uma superfície de trabalho muito alta, dor/ lesão no trapézio, rombóide e musculatura escapular;
5) Sentado, em assento muito alto: dor/ lesão no joelho, pescoço, região lombar, pés e gêmeos (panturrilha);
6) Sentado, em assento muito baixo, sem apoio para o dorso: o indivíduo fica com as coxo-femorais muito fletidas e seu corpo é impulsionado para trás; para compensar, a musculatura do dorso tem que desenvolver esforço estático prolongado, vindo a fadiga, e com ela a dor. Isso pode ocasionar uma tensão muscular crônica, acompanhada de hipóxia e miosite, com conseqüente reação fibrosa intramuscular, aderências e uma situação de dor crônicas, aos menores movimentos e, refratária à volta à situação de repouso. Além disso, a tensão muscular crônica age comprimindo os discos intervertebrais, prejudicando sua nutrição e contribuindo para sua degeneração.
7) Braços estendidos: dor / lesão em ombros, região escapular e braços (possivelmente artrite dos ombros);
8) Tronco inclinado para frente, posição parada: dor/ lesão em região lombar, músculos eretores da coluna, deterioração dos discos intervertebrais da região lombar;
9) Qualquer posição paralisada: dor/ lesão na musculatura envolvida.
10) Manutenção de qualquer segmento em posição extrema: lesão no segmento envolvido.

Normas gerais de postura:
As determinações e recomendações da autoridade sanitária nas posturas do trabalho podem incluir mudanças no arranjo físico (distribuição dos diversos instrumentos de informação e controle existentes no posto de trabalho), layout, mobiliário, nas ferramentas /instrumentos, nas tarefas, na organização do trabalho (a forma como o trabalho está ordenado, abrangendo a divisão e distribuição do trabalho bem como a organização hierárquica, as dimensões técnicas e sociais) nos outros fatores biomecânicos (repetitividade, vibração, força), aspectos físicos (térmicos, acústicos e luminosos), cognitivos (PEGAR DA APRESENTÇÃO) por serem estes aspectos que influem e condicionam a adoção das posturas.
O mobiliário deve proporcionar a melhor postura principal, assim como possibilitar, segundo Bustamente( 1995), a mobilidade, a variabilidade, a capacidade de adotar a posturas distintas: "Sentados ou de pé, é recomendável mudar freqüentemente de postura, pois a melhor delas é ruim se se prolonga demasiadamente. Variemos entre um repertório de posturas convenientes, em torno de uma postura sadia."

1) A organização do trabalho deve prever possibilidade de alternância postural;
2) Para posturas extremas, ou seja, aquelas que implicam em posições acima dos ângulos de conforto, em freqüência elevada, e/ou manutenção por longos períodos, exige-se pausas de recuperação;
3) Quando houver movimentos executados em alta velocidade e de grande amplitude deve-se garantir que ocorram somente contra pequenas resistências;
4) Deve-se evitar esforços musculares estáticos por tempo prolongado e implementar práticas complementares visando reduzir estes esforços;
5) Deve-se eliminar os torques sobre a coluna vertebral. Quando a característica da tarefa não permitir a eliminação, deve-se buscar medidas para a diminuição do tempo de exposição, com a implementação de pausas regulares;
6) Quando as características das tarefas desenvolvidas não permitirem esta indicação, é necessário reduzir estes torques ao mínimo.
7) Os objetos utilizados com freqüência devem estar dispostos mais próximos do tronco respeitando a zona 1 de conforto, segundo Brandmiller;
8) Os cabos das ferramentas que atingem o chão devem ser alongados;

Normas para o trabalho em postura sentada
Na postura sentada, há alto grau de estabilidade do equilíbrio do corpo, indicada para longos períodos de trabalho, possibilidade de evitar posições forçadas do corpo, consumo de energia reduzido, alívio da circulação sanguínea, facilidade de precisão e uso de ambos os pés para controles, possibilita grande aplicação de força ou movimentação dos controles pedais.
É indicada para o trabalho fino e com tarefas visuais de exatidão, para trabalho de precisão em indústria, para a escrita ou para trabalho industrial leve, trabalho manual pesado, ou medianamente pesado, como o embalar. Porém O campo de visão é limitado e pode haver dificuldade para alcançar dispositivos de controle manual. Portanto, nesta posição, é necessário que se sigam estas recomendaões:
1) deve-se evitar permanecer prolongadamente na posição sentada;
2) deve garantir ângulo com tronco- coxa entre 100 a 110°;
3) deve-se proporcionar ângulo em torno de 90 a 120° entre as coxas e pernas;
4) os braços na posição vertical devem alinhar-se ao tronco, formando um ângulo de 90° a 110° com os antebraços;
5) deve-se garantir espaço suficiente sob a mesa para as pernas;
6) os pés devem estar apoiados no chão e/ou superfície de apoio, sem flexão forçada das pernas;
7) a cadeira, a mesa e acessórios devem ser ajustáveis às características antropométricas, anatômicas e às tarefas desenvolvidas.

Normas para o trabalho na postura em pé
A posição em pé, apresenta a vantagem de liberar os braços e pés para tarefas produtivas, permitindo grande mobilidade desses membros e, além disso, tem um ponto de referência relativamente fixo no assento. Na posição em pé, além da dificuldade de usar os próprios pés para o trabalho, freqüentemente necessita-se também do apoio das mãos e braços para manter a postura e fica mais difícil manter um ponto de referência (Iida ???).
A postura em pé é indicada para mobilidade de alcance e controles de displays e monitores; quando não são necessários controles manuais precisos; na impossibilidade de oferecer ao operador sentado um espaço para as pernas; para controlar um painel grande com grande acessos visuais a sua volta e quando controles pediosos não são necessários, além de vá/ na vá, ou liga / desliga.
No entanto, a tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio em pé dificulta a execução de tarefas de precisão e será mais penosa quando o trabalhador tiver que associar posturas antinaturais, tais como: braços acima dos ombros, inclinação ou torção de tronco ou de outros segmentos corporais.

A escolha da postura em pé só está justificada nas seguintes condições já definidas no Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora- NR-17:
- a tarefa exige deslocamentos contínuos como no caso de carteiros e rondantes;
- a tarefa exige manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg;
- a tarefa exige alcances amplos freqüentes para cima, para frente ou para baixo; no entanto, deve-se tentar reduzir a amplitude desses alcances para que se possa trabalhar sentado;
- a tarefa exige operações freqüentes em vários locais de trabalho, fisicamente separados;
- a tarefa exige a aplicação de forças para baixo, como em empacotamento.
Fora dessas situações, além do auditor fiscal, como determina a norma, as autoridades sanitárias do Município de São Paulo, não deve aceitar, em hipótese alguma, o trabalho em pé.
1) As estações em pé não são recomendadas para períodos de trabalho muito longos;
2) O design de uma estação em pé deve assegurar a localização de controles e displays ao alcance e dentro do campo de visão do operador mais baixo;

Alternância entre ficar de pé, sentar e andar
Normalmente quando ocorre desconforto pela compressão articular, tensão ligamentar, contração muscular contínua ou oclusão circulatória, uma nova postura é procurada. Se uma articulação esteve em uma posição durante um longo tempo, a pessoa se movimenta e estica a articulação e os músculos.
Posturas habituais sem alterações posicionais podem levar à lesão tecidual, limitação de movimento ou deformidade.
1) As tarefas que devam ser desenvolvidas durante longos períodos na posição de pé devem ser alternadas com outras que possam executar sentado;
2) Os operadores devem ter também a oportunidade de se sentarem durante as paradas no trabalho (por exemplo, operadores de máquinas ou vendedores de lojas). Um assento do tipo pedestal ou uma estação de trabalho sentada/ de pé deverá ser fornecido ao operador para que ele possa variar a postura durante a atividade. Um assento tipo pedestal pode ser utilizado para a postura de pé. Um assento pedestal consiste em num banco de altura ajustável (65 a 85 cm), e está inclinado entre 15 a 30 graus. Isto permite a assunção de posturas semi-apoiadas, que alivia o estresse sobre as pernas. Mas não deve ser usado por longos períodos e só se adapta às atividades realizadas em pé, nas quais não se exige muita força nos movimentos. O chão deve oferecer atrito suficiente para evitar que o banco deslize.

Relações entre as posturas básicas e segmentares/ extremas

Recomendações
1) Na posição sentada, deve ser privilegiado o pescoço sem flexão, extensão ou torção,
2) Recomenda-se evitar os braços acima do nível dos ombros e os ombros em abdução. Quando estas posturas forem imprescindíveis, deve-se reduzir a freqüência e/ ou o tempo de manutenção.
3) Punhos em alinhamento natural com os antebraços, evitando, sua flexão ou extensão.

Registros de comportamento/ análise de posturas:

O registro das posturas assumidas permite avaliar os constrangimentos da tarefa e dos postos de trabalho. Mais ainda, consideram as posturas em relação às dificuldades superpostas e como um elemento significativo essencial, consegue-se operacionalizar a fadiga dos trabalhadores.
(Moraes e Mont`Alvão,1998).

Fonte: Secretaria de Saúde- SP