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1.24.2010

Hepatites Virais e HIV / Aids

Após a introdução dos antiretrovirais os infectados com HIV/AIDS estão vivendo muito mais e raramente morrem por culpa da doença, porem, apareceu um novo desafio, a co-infecção com a hepatite C, a qual já é a principal causa de mortes nestes indivíduos.

A prevalência da hepatite C nos infectados com HIV/AIDS varia de 7% na transmissão sexual para mais de 90% entre os usuários de drogas injetáveis que compartilham seringas. Uma alta carga viral de HIV parece acelerar a progressão do dano hepático causada pela hepatite C nestes indivíduos. Não todos os co-infectados HIV/HCV podem receber o tratamento da hepatite C mas, naqueles tratados se observam taxas de resposta muito promissoras, com resposta terapêutica em até 38% dos infectados com o genótipo 1 e de até 73% nos infectados com os genótipos 2 ou 3 da hepatite C.

A segurança do tratamento e seus efeitos colaterais são muito similares aos apresentados por indivíduos mono infectados com a hepatite C. Porem, os co-infectados que também recebem zidovudina podem apresentar uma anemia mais grave durante o tratamento. Ainda existem poucos estudos no tratamento da co-infecção com os interferons peguilados e aparentemente os dois disponíveis comercialmente apresentam resposta terapêutica similar.
Fonte - SAR medicamentos

Hepatite viral
Conceito: a hepatite viral ocorre quando um vírus causa infecção e inflamação do fígado. Os vírus que causam hepatite viral são denominados de vírus da hepatite A, B, C, D e E.

Todos esses tipos de vírus causam uma hepatite viral aguda. Porém, os vírus das hepatites B, C e D podem causar infecção crônica e prolongada, às vezes por toda a vida. A Hepatite crônica (ou prolongada) pode causar cirrose, insuficiência hepática (mau funcionamento do fígado) e também câncer hepático.

Outros tipos de vírus que menos freqüentemente afetam o fígado e causam hepatite são o citomegalovirus (CMV); Epstein-Barr vírus (EBV), herpes vírus; parvovirus e adenovirus.

Sintomas da hepatite
Os sintomas mais comuns são:

Icterícia: trata-se de uma coloração amarelada da pele e dos olhos.
Mal-estar, cansaço ou fadiga.
Dor abdominal.
Falta de apetite.
Diarréia, náuseas ou vômitos.
Febre.
Dores de cabeça ou dor no corpo.
Pode haver urina de coloração escura (cor de coca-cola).
Fezes de coloração esbranquiçada (tipo massa de vidraceiro).
Os sintomas podem variar de acordo com o organismo de cada pessoa. Entretanto, algumas pessoas podem não ter sintomas.

Hepatite A
Transmissão:
O vírus da hepatite A é mais comumente transmitido através da ingestão de água e alimentos contaminados pelas fezes de pessoas infectadas. Raramente é transmitido através do contato com sangue contaminado.

Tratamento:
A detecção da hepatite A se faz por exame de sangue e não há tratamento específico, esperando-se que o paciente reaja sozinho contra a doença. Normalmente, a hepatite A não se torna crônica.

Prevenção:
Apesar de existir vacina contra o vírus da hepatite A (HAV), a melhor maneira de evitá-la se dá pelo saneamento básico, tratamento adequado da água, alimentos bem cozidos e pelo ato de lavar sempre as mãos antes das refeições.

Hepatite B
Transmissão:
O vírus da hepatite tipo B (HBV) é transmitido principalmente por meio do sangue. Usuários de drogas injetáveis e pacientes submetidos a material cirúrgico contaminado e não-descartável estão entre as maiores vítimas, daí o cuidado que se deve ter nas transfusões sangüíneas, no dentista, e em sessões de depilação ou tatuagem.

O vírus da hepatite B também pode ser passado pelo contato sexual, reforçando a necessidade do uso de camisinha. Outra forma de contágio ocorre durante o nascimento, seja parto normal ou cesáreo, onde pode haver passagem do vírus da hepatite B da mãe para o feto.

Tratamento:
Freqüentemente, os sinais e sintomas da hepatite B podem não aparecer inicialmente, e grande parte dos infectados só acaba descobrindo que tem a doença após anos e, muitas vezes, por acaso, em testes realizados de rotina para esse vírus.

Ao contrário da hepatite A, a hepatite B evoluir para um quadro crônico e então para uma cirrose ou até câncer de fígado.

Os medicamentos aprovadas para o tratamento da hepatite B são o alfa-interferon e o peginterferon (ou interferon peguilado), que são drogas que reduzem a replicação do vírus e melhoram o sistema imune (sistema de defesa do organismo). Há ainda medicamentos antivirais como a lamivudina, adefovir dipivoxil, entecavir e telbivudina para o tratamento da hepatite B.

Crianças nascidas de mães infectadas com o vírus da hepatite B devem receber imunoglobulina humana antivírus da hepatite B e também a vacina para hepatite B até 12 horas após o parto, para ajudar a prevenir a infecção.

Prevenção:
A prevenção da hepatite B inclui:

Controle efetivo de bancos de sangue através da triagem sorológica (exames feitos de rotina no sangue armazenado).
Vacinação contra hepatite B (disponível no SUS).
Uso de imunoglobulina humana antivírus da hepatite B (também disponível no SUS).
Uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da área da saúde.
Não compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear e escovas de dente.
Não compartilhamento de seringas e agulhas para uso de drogas.
Como a hepatite B pode ser adquirida através do ato sexual, o uso de preservativos também ajuda na prevenção desta doença.

Hepatite C
Transmissão:
O vírus da hepatite tipo c (HCV) é transmitido principalmente por meio do sangue. Raramente é transmitido por ato sexual ou durante o nascimento (pelo contato de sangue contaminado da mãe com o feto).

As formas de contágio da hepatite C são muito similares às da hepatite B, descritas anteriormente.

Tratamento:
O tratamento da hepatite C é feito através de uma medicação chamada de interferon, junto com uma droga antiviral chamada de ribavirina.

Prevenção:
As formas de prevenção da hepatite C são similares à hepatite B. Porém, não há vacina para a hepatite C.

Não havendo vacina para hepatite C, os cuidados relacionados à prevenção de contágio devem ser redobrados. Assim como na hepatite B, muitos casos de hepatite C tornam-se crônicos, necessitando de tratamento.

Hepatite D
Transmissão:
A hepatite D é transmitida através de sangue contaminado. Esta doença só ocorre junto com a transmissão da hepatite B, ou em um indivíduo que já seja portador da hepatite B. Ou seja, é preciso haver o vírus da hepatite B para que a hepatite D também seja transmitida.

As formas de transmissão são bem similares às da hepatite B.

Tratamento:
O tratamento da hepatite D é feito com interferon peguilado.

Prevenção:
As formas de transmissão da hepatite D também são similares às da hepatite B.

Não há vacina para hepatite D.

Hepatite E
Transmissão:
O vírus da hepatite E é transmitido através da ingestão de água e alimentos contaminados pelas fezes de pessoas infectadas.

Tratamento:
Não há tratamento específico para a hepatite E. Geralmente esta doença é limitada, e espera-se que o organismo do paciente reaja sozinho e fique curado após algumas semanas do contágio.

Prevenção:
A prevenção é feita com saneamento básico adequado, higiene pessoal, higiene de alimentos e da água.

Não há vacina para a hepatite E.

Comparação entre as hepatites
Transmissão:
As hepatites A e E geralmente são transmitidas através de água e alimentos contaminados. Já as hepatites B, C e D são transmitidas através de sangue contaminado, ato sexual ou ao nascimento (contato do sangue contaminado da mãe com o feto).

Tratamento:
As hepatites A e E geralmente são limitadas, esperando-se que o organismo reaja sozinho contra a doença. Já as hepatites B, C e D são mais sérias e podem se tornar crônicas. Existem remédios para tratamento de hepatites crônicas.

Vacinação:
As vacinas existem apenas para as hepatites A e B.

Referências bibliográficas

Este guia sobre hepatites virais foi produzido pelo Editorial Médico utilizando fontes nacionais e internacionais de confiança para apresentar informações atualizadas e respaldadas em consensos e pesquisas médicas. Dentre as fontes científicas utilizadas estão:

Ferreira, Cristina Targa; Silveira, Themis Reverbel da. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção.Rev. bras. epidemiol; 7(4): 473-487, dez. 2004.
Dienstag JL, McHutchison JG. American Gastroenterological Association medical position statement on the management of hepatitis C. Gastroenterology 2006 Jan;130(1):225-30.
Ferreira, Cristina Targa; Silveira, Themis Reverbel da. Prevenção das hepatites virais através da imunização. J Pediatr (Rio J); 82(3,supl): s55-s66, jul. 2006.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde: Hepatites virais.
Meinick, Ricardo; Barreneche, Luciane Goulart; Krupski, Carlos; Mazzoleni, Luis Edmundo. Diagnóstico clínico e laboratorial das hepatites virais. Acta méd. (Porto Alegre); 151994.

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