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2.11.2010
Formas de amenizar o forte calor deste verão
O tema é inescapável: que calor é esse? Nestes dias em que as temperaturas locais são a prova viva e quentíssima do aquecimento global, não dá para esperar pelos efeitos das propostas da última cúpula do clima. E, como também não dá para mudar os números marcados nos termômetros, a opção pessoal é tomar algumas medidas para diminuir a sensação de calor.
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Para ajudar na tarefa, a Folha selecionou 25 dicas simples e viáveis, de 13 especialistas, para refrescar a casa e o corpo. Confira a seguir.
A FLOR CERTA
Algumas flores têm um perfume que cria uma atmosfera de frescor, como a madressilva, que é uma espécie trepadeira. A flor de laranjeira também é ótima opção. E a angélica, encontrada em floriculturas nesta época do ano, é uma boa opção perfumada para arranjos.
ÁGUA NA HIPOTENSÃO
Para evitar queda de pressão relacionada ao calor, tome muita água. Se o dia já amanheceu quente, tome dois copos logo após se levantar. E continue se hidratando, com água ou sucos, a cada duas horas. Se houver queda de pressão, vá para um lugar fresco e deite-se, mantendo as pernas mais elevadas do que a cabeça. E esqueça aquela velha história de comer sal: não funciona, pode aumentar a retenção de líquidos e, em pessoas predispostas, desregular a pressão arterial.
BEBA
Estoque bebidas geladas com "temperos" refrescantes: chá de capim-limão, suco de abacaxi misturado com chá-verde etc.
CORTINAS
Feche-as nas horas mais quentes do dia, para diminuir a entrada de calor. O importante é que elas sejam de tecidos leves, sintéticos ou naturais -os que esquentam mais são os mais "fechados", com muitos fios por centímetro. Os tecidos mais vazados permitem melhor ventilação. Por isso, um tecido que é "leve" por ser feito com fios bem finos, como a organza ou o voal, não é necessariamente o melhor, porque pode ter a construção mais fechada. As cores devem ser claras. Se a cortina é dupla (composta por um xale e uma cortina mais leve atrás), feche apenas a parte de dentro.
PERSIANAS ESPECIAIS
Cortinas celulares (tipo de persiana com folha em formato de colmeias que cria isolamento térmico) reduzem a passagem do calor exterior, além de permitirem boa circulação do ar.
BLECAUTE
Em um ambiente em que bate sol direto durante boa parte do dia, pode-se usar esse tipo de cortina para maior isolamento térmico. Impedindo a entrada da luz, a entrada excessiva do calor também é bloqueada. Há, no mercado, blecautes importados que têm proteção contra raios UV.
TELA SOLAR
Esse tipo de cortina reduz em até 70% a entrada dos raios solares. O material tem pequenas aberturas, por isso não prejudica a luminosidade.
REFEIÇÕES
Troque a tradicional dupla arroz e feijão por porções de carboidratos que podem ser servidas frias, como cuscuz marroquino com legumes ou salada de grãos. Introduza frutas nas saladas -como cubos de manga, gomos de tangerina, lascas de morango ou ameixa. Outra dica é usar suco de laranja gelado com ervas e outros condimentos para temperar saladas.
RESPIRE
Há um pranayama da ioga que serve para refrescar o corpo. Chama-se "sitickari". Encoste a língua na parte de trás dos dentes. Relaxe os lábios e inspire lentamente, deixando o ar entrar pelas laterais da boca e sentindo o ar fresco passar pelas mucosas internas da bochecha e pela língua. Solte o ar lentamente pelo nariz. Repita de dez a 15 vezes. Originalmente, o exercício é feito sentado, com as pernas cruzadas, mas pode ser feito em qualquer posição.
ERVAS AROMÁTICAS
Na falta de espaço, vasos de hortelã, manjericão e outras ervas colocados no parapeito da janela cumprem uma dupla função: além de servirem como uma minicortina verde, exalam um aroma que causa a sensação de frescor.
MAQUIAGEM
No calor, quanto menos camadas de produtos sobre a pele, melhor. Uma dica é usar maquiagem que já tenha filtro solar na fórmula ou substituir a base por bloqueador solar com cor. Há também filtros solares em spray com efeito refrescante.
ELETRÔNICOS
Se todos estão ligados, há mais fontes geradoras de calor no ambiente. Ligue apenas o que estiver usando e desligue quando mudar de atividade. Além de refrescar, é mais ecológico.
MORINGAS
Água fresca é mais indicada do que a gelada. Ela mantém a sensação de frescor por mais tempo. Para ter sempre água fresquinha, conserve-a em moringas. A cerâmica e a porcelana são materiais com bom isolamento térmico, impedindo que a temperatura ambiente esquente a água. As moringas de porcelana são mais caras, mas têm a vantagem de não deixar gosto na água.
HORTELÃ
Coloque folhas da erva na forma para fazer gelo -além de gelar, os cubos deixarão a água ou o suco perfumado e a erva aumenta a sensação de frescor.
LÂMPADAS
Ao diminuir a potência delas, há menos geração de calor; além disso, o ambiente a meia-luz passa a sensação de mais frescor. Para ambientes onde não se quer usar lâmpada fria, uma solução é colocar um dimmer e controlar a intensidade a luz.
ROUPAS DE CAMA
Use lençol de puro algodão. Nesse caso, ao contrário do que acontece com as cortinas, um tecido natural de trama mais fechada (como algodão com mais de 200 fios/cm) é melhor, porque permite maior troca térmica entre o corpo e a superfície de contato e absorve melhor o suor.
AROMATIZADORES
Alguns aromas aumentam a sensação de frescor. O óleo essencial de hortelã-pimenta e o de laranja podem ser usados no banho ou para aromatizar ambientes, em casa ou no trabalho. Na ducha, pingue de três a cinco gotas no chão. Também podem ser acrescentadas uma ou duas gotas ao sabonete em gel ou dez gotas aos aromatizadores de ambiente.
PLANTAS NAS JANELAS
Os ambientes voltados para a face norte são os que mais esquentam. Nesses, vale a pena criar uma "cortina verde", com jardineiras e vasos de plantas em frente à janela. Vasos grandes também podem criar uma barreira na varanda, para esta não se tornar uma enorme porta de entrada para o calor.
TRAVESSEIROS
Prefira os de látex. Eles têm uma estrutura aerada, com furos, que aumenta a ventilação, por isso não esquentam. Os de espuma de poliuretano e de penas de ganso não são os mais indicados para as noites muito quentes. Para quem sofre demais com o calor, há também colchonetes de látex, que medem cerca de três centímetros de altura e podem ser colocados sobre o colchão.
MOLHE-SE
Quando não dá para tomar uma boa ducha, um "banho de gato" ajuda. Molhar alguns pontos do corpo com água fresca diminui a temperatura do sangue que circula no local. Molhe os pulsos e as têmporas: como são pontos com artérias mais superficiais, o efeito refrescante é mais rápido.
SOFÁ
Excesso de tecidos acumula calor, portando as mantas sobre os estofados podem sair de cena até a temperatura baixar. Exceção: se o estofado é de tecido que "esquenta" (como veludo), colocar um tecido claro, de fios naturais, por cima isola o calor do estofado e absorve o do corpo. O melhor é, no lugar de mantas, fazer capas de sarja ou linho -esses tecidos não têm o caimento ideal para serem usados como mantas soltas.
ESPELHOS D'ÁGUA
Pequenos espelhos d'água com plantas aquáticas refrescam o ambiente. Para a eliminação das larvas de Aedes aegypti (vetor da dengue), coloque, para cada litro d'água, 10 ml de água sanitária com 2,5% de cloro ativo uma vez por semana.
PRATO FRIO
Use acompanhamentos frios para as carnes grelhadas: caponata de beringela, fatias de abobrinha e cenoura grelhadas e resfriadas, abóbora em cubos com molho de laranja. Evite frituras e excesso de álcool nas refeições. Bebidas alcoólicas desidratam e aumentam a temperatura do corpo.
HIDRATANTES
Com o calor, a pele produz mais óleo e qualquer produto tem mais dificuldade em ser absorvido. Para manter a hidratação, troque os cremes espessos e óleos por hidratantes à base de gel ou espuma.
TREPADEIRAS
Cercas vivas ou trepadeiras sobre os muros aumentam o isolamento térmico da casa toda. As espécies trepadeiras também podem ser usadas em janelas com grades.
Fontes: ANDERSON ALEGRO, diretor da Aruna Yoga; CELSO AMODEO, cardiologista do HCor; CYNTHIA ANTONACCIO, nutricionista da Equilibrium Consultoria; DENISE STEINER, dermatologista; FERNANDO PIVA, decorador; GISELE SAPIRO LEVI, diretora da Copespuma; IRMA NEVES FERREIRA, assistente da Superintendência de Controle de Endemias, SP; LUCIANE SCATTONE, dermatologista; MARCELO FAISAL, arquiteto e paisagista; MÁRCIO BORRASCA, gerente da Copel; PAULO OLZON, clínico-geral; RAMIRO SANCHEZ PALMA, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção; SÂMIA MALUF, psicóloga e aromatóloga
GABRIELA CUPANI
da Folha de S.Paulo
IARA BIDERMAN
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Crianças são mais vulneráveis ao calor extremo, alerta pediatra
As crianças são mais vulneráveis às chamadas doenças de verão --geralmente representadas por sintomas gastrintestinais-- do que os adultos e merecem atenção redobrada nesta época de temperaturas mais elevadas. A avaliação é do pediatra e membro do Conselho Federal de Medicina, Luiz Carlos Beirute.
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Ele explicou, em entrevista à Agência Brasil, que dois episódios de vômito ou diarreia, por exemplo, são suficientes para provocar desidratação em crianças. Isso porque o organismo delas necessita de mais água do que o dos adultos para funcionar. Febre, de acordo com o médico, também é sinal de perigo, já que também leva à perda de água por meio do suor.
Os pais devem ficar alertas a sinais como a perda do brilho dos olhos, um súbito estado inativo e alterações na pele que, nesses casos, fica mais ressecada. A orientação para prevenir problemas com as crianças, segundo Beirute, é estimular a ingestão de líquidos e de frutas e verduras --nada de alimentos gordurosos e típicos do verão, como churrascos, salgados e enlatados.
"Nos períodos mais quentes, o organismo tem dificuldade em processar os alimentos e por isso ocorrem os episódios de vômito e diarreia", explicou.
Outro cuidado é a exposição ao sol --adultos devem evitar que ela aconteça por mais do que algumas horas e, no caso de crianças, o sol só é permitido antes das 10h e ao fim da tarde.
Ao considerar o período de pré-Carnaval em quase todo o país, Beirute destacou que os pais devem evitar levar as crianças para aglomerações. O acúmulo de pessoas abre caminho para a proliferação de viroses e o calor intenso contribui ainda mais. No caso delas, o risco é maior porque o sistema imunológico ainda não está maduro como o de um adulto.
"Ao perceber qualquer sintoma como febre, vômito e diarreia com mais de 24 horas de duração, os pais devem observar a condição geral do paciente. Se estiver debilitado, fraco, sonolento, com reações mais lentas, há sinal de alerta. A orientação é procurar um serviço de emergência", alertou o pediatra.
PAULA LABOISSIÈRE
da Agência Brasil, em Brasília
Folhade São Paulo
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